O sistema de numeração conhecido como chinês científico (ou em barras) surgiu provavelmente há mais de dois milênios. O sistema é essencialmente posicional, de base 10, com o primeiro algarismo à direita representando a unidade. A primeira linha horizontal de símbolos da figura mostra como se representam os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 quando aparecem em posições ímpares (unidades, centenas etc.), e a segunda linha quando tais algarismos aparecem em posições pares (dezenas, milhares etc.). Nesse sistema, passou-se a usar um círculo para representar o algarismo zero a partir da Dinastia Sung (960-1126).
Howard Eves, Introdução à História da Matemática. Tradução: Hygino H. Domingues. Editora Unicamp, 2011 (5ª ed.).
Assinale a alternativa que representa o número 91625 nesse sistema de numeração.
a) |
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b) |
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c) |
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d) |
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e) |
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Para um número de cinco algarismos como 91625, temos as posições dos algarismos identificadas a seguir, de modo semelhante ao nosso sistema posicional atual, de base 10 e com valor relativo do algarismo aumentando da direita para a esquerda:
9 | 1 | 6 | 2 | 5 |
dezena de milhar (5º algarismo) |
unidade de milhar (4º algarismo) |
centena (3º algarismo |
dezena (2º algarismo) |
unidade (1º algarismo) |
De acordo com o texto, nas posições ímpares (1º, 3º e 5º algarismos), devemos utilizar os símbolos da primeira linha da figura. Assim, ficamos com:
9 | 1 | 6 | 2 | 5 |
Já para as posições pares (2º e 4º algarismos), devemos utilizar os símbos da segunda linha da figura. Nesse caso, ficamos com:
9 | 1 | 6 | 2 | 5 |
Portanto, a representação do número 91625 nesse sistema será:
9 | 1 | 6 | 2 | 5 |
Um vídeo tem três minutos de duração. Se o vídeo for reproduzido, desde o seu início, com velocidade de 1,5 vezes a velocidade original, o tempo de reprodução do vídeo inteiro será de
a) |
1min30s. |
b) |
1min30s. |
c) |
2min00s. |
d) |
2min30s. |
e) |
2min50s. |
Seja o comprimento total do vídeo. Deste modo, a velocidade de reprodução dele é:
Ao aumentar a velocidade de reprodução, a nova velocidade passa a ser de , assim, temos:
Uma indústria produz três modelos de cadeiras (indicadas por , e ), cada um deles em duas opções de cores: preta e vermelha (indicadas por P e V, respectivamente). A tabela mostra o número de cadeiras produzidas semanalmente conforme a cor e o modelo:
P | V | |
500 | 200 | |
400 | 220 | |
250 | 300 |
As porcentagens de cadeiras com defeito são de 2% do modelo , 5% do modelo e 8% do modelo . As cadeiras que não apresentam defeito são denominadas boas.
A tabela que indica o número de cadeiras produzidas semanalmente com defeito (D) e boas (B), de acordo com a cor, é:
a) |
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b) |
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c) |
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d) |
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e) |
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Gostaríamos de apontar uma falha no enunciado dessa questão, no trecho em que são descritas as porcertagens de cadeiras defeituosas.
Quando o enunciado nos informa, por exemplo, que 2% das cadeiras do modelo apresentam defeito, em momento algum fica claro que tal porcentagem se aplicará para cada cor desse modelo separadamente. Ou seja, só podemos concluir que cadeiras desse modelo são defeituosas, mas não necessariamente que sejam da cor preta e da cor vermelha.
Não há como descartar, por exemplo, a situação em que, das 14 cadeiras defeituosas do modelo , 7 sejam da cor preta e 7 sejam da cor vermelha; ou que todas as defeituosas sejam de cor preta; ou todas de cor vermelha; etc.
Diante dessa ressalva, o máximo que poderíamos descrever para a situação proposta seria o seguinte. Calculando o número de cadeiras defeituosas para cada modelo, temos:
Sendo , e a quantidade de cadeiras pretas defeituosas dos modelos , e , respectivamente, segue que a quantidade de cadeiras vermelhas defeituosas será dada, para cada modelo, por:
A tabela pedida pelo exercício ficaria assim:
Em que as restrições para , e são:
Apresentamos a seguir 2 resoluções para o que imaginamos que seria a situação pretendida pelo enunciado, de assumir que a porcentagem de cadeiras defeituosas descrita para cada modelo deve ser aplicada para cada cor separadamente.
Resolução 1:
Cadeiras modelo M1 com defeito
Cadeiras modelo M2 com defeito
Cadeiras modelo M3 com defeito
Agora, analisemos por cor a quantidade de cadeiras com defeito (D) e boas (B).
Cadeiras pretas
Cadeiras vermelhas
Assim, obtemos a tabela a seguir como resultado, a qual encontraríamos na alternativa C.
P | V | |
D | 50 | 39 |
B | 1100 | 681 |
Resolução 2: Podemos escrever uma matriz que na primeira linha possui seus elementos sendo as porcentagens de cadeiras defeituosas e na segunda linha a porcentagem de cadeiras boas.
Seja também a matriz dos números de cadeiras produzidas semanalmente em função da cor e do modelo:
Então, a tabela que indica o número de cadeiras produzidas semanalmente com defeito (D) e boas (B), de acordo com a cor, é dada por:
Os funcionários de um salão de beleza compraram um presente no valor de R$ 200,00 para a recepcionista do estabelecimento. No momento da divisão igualitária do valor, dois deles desistiram de participar e, por causa disso, cada pessoa que ficou no grupo precisou pagar R$ 5,00 a mais que a quantia originalmente prevista. O valor pago por pessoa que permaneceu na divisão do custo do presente foi:
a) |
R$ 10,00 |
b) |
R$ 15,00 |
c) |
R$ 20,00 |
d) |
R$ 25,00 |
e) |
R$ 40,00 |
Sejam e o valor a ser pago por cada funcionário e o número de funcionários que de fato permaneceram na divisão do custo, respectivamente. Assim, segue que:
No início da divisão havia, portanto, funcionários que iriam contribuir com reais. Deste modo, segue que:
Substituindo a equação I na equação II, temos:
Multiplicando ambos os membros da equação por , vem que:
Portanto, o valor pago por cada um dos funcionários ao final da divisão foi de .
Uma empresa construiu um poço para armazenar água de reúso. O custo para construir o primeiro metro foi de R$ 1.000,00, e cada novo metro custou R$ 200,00 a mais do que o imediatamente anterior. Se o custo total da construção foi de R$ 48.600,00, a profundidade do poço é:
a) |
15 m |
b) |
18 m |
c) |
21 m |
d) |
24 m |
e) |
27 m |
Segundo o enunciado, o custo para construir o primeiro metro foi de R$ 1.000,00, e cada novo metro custou R$ 200,00 a mais do que o imediatamente anterior, ou seja, o custo de cada metro do poço pode ser descrito através de uma progressão aritmética, cujo primeiro termo é 1000 e a razão é 200.
Assim, temos , onde representa o último termo, ou seja, o preço do último metro construído desse poço.
Do termo geral da PA, temos que:
O custo total dessa construção foi R$ 48.600,00, que corresponderá à soma dos termos dessa progressão aritmética. Logo:
Dividindo ambos os membros por 200, vem que:
Como representa a quantidade de termos da sequência e, consequentemente, o total de metros construídos do poço, uma resposta negativa não convém.
Portanto a profundidade do poço é 18 metros.
Um deltaedro é um poliedro cujas faces são todas triângulos equiláteros. Se um deltaedro convexo possui 8 vértices, então o número de faces desse deltaedro é:
Note e adote: Em poliedros convexos, vale a relação de Euler , em que é o número de faces, é o número de arestas e é o número de vértices do poliedro. |
a) |
4 |
b) |
6 |
c) |
8 |
d) |
10 |
e) |
12 |
Seja o número de faces do deltaedro em questão. Como todas as suas faces são triângulos equiláteros, cada uma delas gera 3 arestas para o poliedro. Entretanto, cada aresta é compartilhada sempre por 2 faces, o que nos impõe o cuidado de não contarmos uma mesma aresta 2 vezes. O total de arestas (), portanto, será dado por:
Da relação de Euler, vem que:
A figura mostra um quadrado e um círculo, ambos com centro no ponto . O quadrado tem lado medindo 1 unidade de medida (u.m.) e o círculo tem raio igual a 2 u.m. O ponto está sobre o contorno do quadrado, o ponto está sobre o contorno do círculo, e o segmento tem tamanho 2 u.m.
Quando o ângulo for máximo, seu cosseno será:
a) |
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b) |
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c) |
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d) |
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e) |
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Podemos observar que o triângulo é isósceles de base e lados congruentes, e , de medida fixa e igual a 2 u.m.. Deste modo, o ângulo da base será máximo quando o ângulo oposto à base for mínimo e, consequentemente, a base do triângulo também seja mínima.
Como o ponto A está sobre o contorno do quadrado, devemos buscar a menor medida possível que satisfaça essa condição. Observe a animação a seguir:
Perceba que a minimização do segmento é dada quando este segmento é paralelo a um dos lados do quadrado (seja ele vertical ou horizontal). Observe a imagem abaixo:
Caso tomássemos um segmento não paralelo a um lado do quadrado, como na figura acima, existiria um ponto na borda do quadrado tal que , visto que seria hipotenusa do triângulo retângulo de cateto .
Sendo assim, tomando o triângulo com base paralela a um dos lados do quadrado, conforme a imagem abaixo, temos:
A altura é também mediana do triângulo, pois o mesmo é isósceles e é raio da circunferência . Assim,
Suponha que o polinômio , em que é um número real, tenha uma raiz real dupla e uma raiz real simples . O valor da soma de com é:
a) |
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b) |
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c) |
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d) |
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e) |
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Sendo uma raiz de multiplicidade 2 (raiz dupla) e uma raiz de multiplicidade 1 (raiz simples) do polinômio , então, utilizando as relações de Girard (neste caso, especificamente, as relações de soma das raízes e produto das raízes), temos:
Substituindo (I) em (II), segue que:
Sendo real, ficamos com:
Como é raiz do polinômio , então:
Logo, a soma pedida é igual a:
Quatro tanques cilíndricos são vistos de cima (em planta baixa) conforme a figura. Todos têm 10 m de raio e seus centros se posicionam em vértices dos dois quadrados tracejados adjacentes, ambos com 30 m de lado. Uma fita de isolamento, esticada e paralela ao solo, envolve os 4 tanques, dando uma volta completa (linha em laranja na figura).
O comprimento da fita, em metros, é:
a) |
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b) |
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c) |
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d) |
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e) |
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Observe a figura a seguir e seus pontos destacados.
Para determinar o comprimento da fita, somamos os comprimentos dos arcos menores , , , e com as medidas dos segmentos , , e .
Os segmentos e são congruentes aos lados dos quadrados, portanto m.
Já o segmento equivale a dois lados dos quadrados, ou seja, m.
Note que é possível formar o retângulo , então é congruente a , o qual equivale à diagonal do quadrado de lado 30 m, ou seja, m.
Os arcos , e são determinados por ângulos centrais retos, então o comprimento de cada um desses arcos equiavale a do comprimento da circunferência em que está contido. Ou seja:
m.
Já o arcos e são determinados por ângulos centrais de 45°, então o comprimento de cada um desses arcos equiavale a do comprimento da circunferência:
m.
Portanto, o comprimento da fita, em metros, é:
Em fevereiro de 2021, um grupo de físicos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) publicou um artigo que foi capa da importante revista Nature. O texto a seguir foi retirado de uma reportagem do site da UFMG sobre o artigo:
O nanoscópio, prossegue Ado Jorio (professor da UFMG), ilumina a amostra com um microscópio óptico usual. O foco da luz tem o tamanho de um círculo de 1 micrômetro de diâmetro. “O que o nanoscópio faz é inserir uma nanoantena, que tem uma ponta com diâmetro de 10 nanômetros, dentro desse foco de 1 micrômetro e escanear essa ponta. A imagem com resolução nanométrica é formada por esse processo de escaneamento da nanoantena, que localiza o campo eletromagnético da luz em seu ápice”, afirma o professor.
Itamar Rigueira Jr. “Nanoscópio da UFMG possibilita compreender estrutura que torna grafeno supercondutor”. Adaptado. Disponível em https://ufmg.br/comunicacao/noticias/. Gadelha A C et al. (2021), Nature, 590, 405-409, doi: 10.1038/s41586-021-03252-5.
Com base nos dados mencionados no texto, a razão entre o diâmetro do foco da luz de um microscópio óptico usual e o diâmetro da ponta da nanoantena utilizada no nanoscópio é da ordem de:
a) |
0,0001 |
b) |
0,01 |
c) |
1 |
d) |
100 |
e) |
10000 |
Lembramos que micrômetro () e nanômetro () equivalem a:
Segundo o texto, o diâmetro do foco da luz de um microscópio óptico usual é e o diâmetro da ponta da nanoantena utilizada no nanoscópio é . Assim, a razão pedida é dada por: