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Fuvest 2022 - 1ª fase


Questão 31 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Bases Numéricas

O sistema de numeração conhecido como chinês científico (ou em barras) surgiu provavelmente há mais de dois milênios. O sistema é essencialmente posicional, de base 10, com o primeiro algarismo à direita representando a unidade. A primeira linha horizontal de símbolos da figura mostra como se representam os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 quando aparecem em posições ímpares (unidades, centenas etc.), e a segunda linha quando tais algarismos aparecem em posições pares (dezenas, milhares etc.). Nesse sistema, passou-se a usar um círculo para representar o algarismo zero a partir da Dinastia Sung (960-1126).

Howard Eves, Introdução à História da Matemática. Tradução: Hygino H. Domingues. Editora Unicamp, 2011 (5ª ed.).

Assinale a alternativa que representa o número 91625 nesse sistema de numeração.



a)

b)

c)

d)

e)

Resolução

Para um número de cinco algarismos como 91625, temos as posições dos algarismos identificadas a seguir, de modo semelhante ao nosso sistema posicional atual, de base 10 e com valor relativo do algarismo aumentando da direita para a esquerda:

9 1 6 2 5

dezena de milhar

(5º algarismo)

unidade de milhar

(4º algarismo)

centena

(3º algarismo

dezena

(2º algarismo)

unidade

(1º algarismo)

De acordo com o texto, nas posições ímpares (1º, 3º e 5º algarismos), devemos utilizar os símbolos da primeira linha da figura. Assim, ficamos com:

9 1 6 2 5
   

Já para as posições pares (2º e 4º algarismos), devemos utilizar os símbos da segunda linha da figura. Nesse caso, ficamos com:

9 1 6 2 5
     

Portanto, a representação do número 91625 nesse sistema será:

9 1 6 2 5

 

Questão 32 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Razão e Proporção

Um vídeo tem três minutos de duração. Se o vídeo for reproduzido, desde o seu início, com velocidade de 1,5 vezes a velocidade original, o tempo de reprodução do vídeo inteiro será de



a)

1min30s.

b)

1min30s.

c)

2min00s.

d)

2min30s.

e)

2min50s.

Resolução

Seja S o comprimento total do vídeo. Deste modo, a velocidade de reprodução dele é:

v=St1v=S3Sv=3

Ao aumentar a velocidade de reprodução, a nova velocidade passa a ser de 1,5·v, assim, temos:

1,5v=St2t2=S1,5vt2=11,5·Sv

t2=31,5t2=2 min

Questão 33 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Porcentagem

Uma indústria produz três modelos de cadeiras (indicadas por M1M2 e M3), cada um deles em duas opções de cores: preta e vermelha (indicadas por P e V, respectivamente). A tabela mostra o número de cadeiras produzidas semanalmente conforme a cor e o modelo:

  P V
M1 500 200
M2 400 220
M3 250 300

As porcentagens de cadeiras com defeito são de 2% do modelo M1, 5% do modelo M2 e 8% do modelo M3. As cadeiras que não apresentam defeito são denominadas boas.

A tabela que indica o número de cadeiras produzidas semanalmente com defeito (D) e boas (B), de acordo com a cor, é:



a)
  P V
D 55 39
B 1095 681

 

b)
  P V
D 51 40
B 1099 680
c)
  P V
D 50 39
B 1100 681
d)
  P V
D 50 37
B 1100 683
e)
  P V
D 51 39
B 1099 681
Resolução Sugerimos anulação

Gostaríamos de apontar uma falha no enunciado dessa questão, no trecho em que são descritas as porcertagens de cadeiras defeituosas.

Quando o enunciado nos informa, por exemplo, que 2% das cadeiras do modelo M1 apresentam defeito, em momento algum fica claro que tal porcentagem se aplicará para cada cor desse modelo separadamente. Ou seja, só podemos concluir que 2100·500+200=14 cadeiras desse modelo são defeituosas, mas não necessariamente que sejam 2100·500=10 da cor preta e 2100·200=4 da cor vermelha.

Não há como descartar, por exemplo, a situação em que, das 14 cadeiras defeituosas do modelo M1, 7 sejam da cor preta e 7 sejam da cor vermelha; ou que todas as defeituosas sejam de cor preta; ou todas de cor vermelha; etc.

Diante dessa ressalva, o máximo que poderíamos descrever para a situação proposta seria o seguinte. Calculando o número de cadeiras defeituosas para cada modelo, temos:

  • modelo M1: 2100·500+200=14;
  • modelo M2: 5100·400+220=31;
  • modelo M3: 8100·250+300=44.

Sendo p1p2p3 a quantidade de cadeiras pretas defeituosas dos modelos M1, M2 e M3, respectivamente, segue que a quantidade de cadeiras vermelhas defeituosas será dada, para cada modelo, por:

  • modelo M1: v1=14-p1;
  • modelo M2: v2=31-p2;
  • modelo M3: v3=44-p3.

A tabela pedida pelo exercício ficaria assim:

 

 

 

Em que as restrições para p1p2p3 são:

  • p10,1,2,,14;
  • p20,1,2,,31;
  • p30,1,2,,44.

 

Apresentamos a seguir 2 resoluções para o que imaginamos que seria a situação pretendida pelo enunciado, de assumir que a porcentagem de cadeiras defeituosas descrita para cada modelo deve ser aplicada para cada cor separadamente.

Resolução 1:

 

Cadeiras modelo M1 com defeito

  • Pretas: 2100·500=10;
  • Vermelhas: 2100·200=4.

 

Cadeiras modelo M2 com defeito

  • Pretas: 5100·400=20;
  • Vermelhas: 5100·220=11.

 

Cadeiras modelo M3 com defeito

  • Pretas: 8100·250=20;
  • Vermelhas: 8100·300=24.

 

Agora, analisemos por cor a quantidade de cadeiras com defeito (D) e boas (B).

 

Cadeiras pretas

  • Total: 500+400+250=1150
  • Com defeito: 10+20+20=50
  • Boas: 1150-50=1100

 

Cadeiras vermelhas

  • Total: 200+220+300=720
  • Com defeito: 4+11+24=39
  • Boas: 720-39=681

 

Assim, obtemos a tabela a seguir como resultado, a qual encontraríamos na alternativa C.

  P V
D 50 39
B 1100 681

 

Resolução 2: Podemos escrever uma matriz P que na primeira linha possui seus elementos sendo as porcentagens de cadeiras defeituosas e na segunda linha a porcentagem de cadeiras boas. 

P=210051008100981009510092100

Seja também A a matriz dos números de cadeiras produzidas semanalmente em função da cor e do modelo:

A=500200400220250300

Então, a tabela que indica o número de cadeiras produzidas semanalmente com defeito (D) e boas (B), de acordo com a cor, é dada por:

X=P·A=210051008100981009510092100·500200400220250300=

10+20+204+11+24490+380+230196+209+276X=50391100681

Questão 34 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Equações e Inequações (Função Quadrática)

Os funcionários de um salão de beleza compraram um presente no valor de R$ 200,00 para a recepcionista do estabelecimento. No momento da divisão igualitária do valor, dois deles desistiram de participar e, por causa disso, cada pessoa que ficou no grupo precisou pagar R$ 5,00 a mais que a quantia originalmente prevista. O valor pago por pessoa que permaneceu na divisão do custo do presente foi:



a)

R$ 10,00

b)

R$ 15,00

c)

R$ 20,00

d)

R$ 25,00

e)

R$ 40,00

Resolução

Sejam xy o valor a ser pago por cada funcionário e o número de funcionários que de fato permaneceram na divisão do custo, respectivamente. Assim, segue que:

x·y=200y=200x            (I)

No início da divisão havia, portanto, y+2 funcionários que iriam contribuir com x-5 reais. Deste modo, segue que:

x-5·y+2=200        (II)

Substituindo a equação I na equação II, temos:

x-5·200x+2=200200+2x-1000x-10=2002x-10-1000x=0

Multiplicando ambos os membros da equação por x, vem que:

2x2-10x-1000=0x2-5x-500=0

x=25 ou x=-20 (não convém)

Portanto, o valor pago por cada um dos funcionários ao final da divisão foi de R$ 25,00.

Questão 35 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Soma dos Termos P.A. Termo Geral P.A.

Uma empresa construiu um poço para armazenar água de reúso. O custo para construir o primeiro metro foi de R$ 1.000,00, e cada novo metro custou R$ 200,00 a mais do que o imediatamente anterior. Se o custo total da construção foi de R$ 48.600,00, a profundidade do poço é:



a)

15 m

b)

18 m

c)

21 m

d)

24 m

e)

27 m

Resolução

Segundo o enunciado, o custo para construir o primeiro metro foi de R$ 1.000,00, e cada novo metro custou R$ 200,00 a mais do que o imediatamente anterior, ou seja, o custo de cada metro do poço pode ser descrito através de uma progressão aritmética, cujo primeiro termo é 1000 e a razão é 200.

Assim, temos PA 1000, 1200, 1400, 1600, ..., an, onde an representa o último termo, ou seja, o preço do último metro construído desse poço.

Do termo geral da PA, temos que:

an=a1+n-1·r=1000+n-1·200=1000+200n-200=800+200n

O custo total dessa construção foi R$ 48.600,00, que corresponderá à soma dos termos dessa progressão aritmética. Logo:

Sn=a1+an·n248600=1000+800+200n·n21800n+200n2=48600·2

Dividindo ambos os membros por 200, vem que:

9n+n2=486n2+9n-486=0n=18  ou  n=-27

Como n representa a quantidade de termos da sequência e, consequentemente, o total de metros construídos do poço, uma resposta negativa não convém.

Portanto a profundidade do poço é 18 metros.

Questão 36 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Poliedros Convexos

Um deltaedro é um poliedro cujas faces são todas triângulos equiláteros. Se um deltaedro convexo possui 8 vértices, então o número de faces desse deltaedro é:

 

Note e adote:
Em poliedros convexos, vale a relação de Euler F-A+V=2, em que F é o número de faces, A é o número de arestas e V é o número de vértices do poliedro.

 



a)

4

b)

6

c)

8

d)

10

e)

12

Resolução

Seja F o número de faces do deltaedro em questão. Como todas as suas faces são triângulos equiláteros, cada uma delas gera 3 arestas para o poliedro. Entretanto, cada aresta é compartilhada sempre por 2 faces, o que nos impõe o cuidado de não contarmos uma mesma aresta 2 vezes. O total de arestas (A), portanto, será dado por:

A=F·32

Da relação de Euler, vem que:

F-A+V=2F-3·F2+8=26=F2F=12

Questão 37 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Cosseno no Triângulo Retângulo

A figura mostra um quadrado e um círculo, ambos com centro no ponto O. O quadrado tem lado medindo 1 unidade de medida (u.m.) e o círculo tem raio igual a 2 u.m. O ponto A está sobre o contorno do quadrado, o ponto B está sobre o contorno do círculo, e o segmento AB tem tamanho 2 u.m.

Quando o ângulo θ=AO^B for máximo, seu cosseno será:



a)

18

b)

14

c)

12

d)

22

e)

32

Resolução

Podemos observar que o triângulo OBA é isósceles de base OA e lados congruentes, OB e AB, de medida fixa e igual a 2 u.m.. Deste modo, o ângulo θ da base será máximo quando o ângulo oposto à base for mínimo e, consequentemente, a base do triângulo também seja mínima.

Como o ponto A está sobre o contorno do quadrado, devemos buscar a menor medida OA possível que satisfaça essa condição. Observe a animação a seguir:

 

Perceba que a minimização do segmento OA é dada quando este segmento é paralelo a um dos lados do quadrado (seja ele vertical ou horizontal). Observe a imagem abaixo:

Caso tomássemos um segmento OA não paralelo a um lado do quadrado, como na figura acima, existiria um ponto A'  na borda do quadrado tal que OA'<OA, visto que OA seria hipotenusa do triângulo retângulo de cateto OA'

Sendo assim, tomando o triângulo OBA com base paralela a um dos lados do quadrado, conforme a imagem abaixo, temos:

A altura BM é também mediana do triângulo, pois o mesmo é isósceles e OB é raio da circunferência . Assim,

 OM=122OM=14

OB=2

cosθ=OMOBcosθ=142cosθ=18

Questão 38 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Equações Polinomiais

Suponha que o polinômio px=x3+mx-2, em que m é um número real, tenha uma raiz real dupla a e uma raiz real simples b. O valor da soma de m com a é:



a)

0

b)

-1

c)

-2

d)

-3

e)

-4

Resolução

Sendo a uma raiz de multiplicidade 2 (raiz dupla) e b uma raiz de multiplicidade 1 (raiz simples) do polinômio px=x3+0x2+mx-2, então, utilizando as relações de Girard (neste caso, especificamente, as relações de soma das raízes e produto das raízes), temos:

a+a+b=-012a+b=0b=-2a  I

a·a·b=--21a2·b=2  II

Substituindo (I) em (II), segue que:

a2b=2a2·-2a=2a3=-1

Sendo a real, ficamos com:

a=-13=-1

Como a é raiz do polinômio px, então:

pa=0a3+m·a-2=0-13+m·-1-2=0m=-3

Logo, a soma pedida é igual a:

m+a=-3+-1m+a=-4

Questão 39 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Comprimento da Circunferência Comprimento do Arco

Quatro tanques cilíndricos são vistos de cima (em planta baixa) conforme a figura. Todos têm 10 m de raio e seus centros se posicionam em vértices dos dois quadrados tracejados adjacentes, ambos com 30 m de lado. Uma fita de isolamento, esticada e paralela ao solo, envolve os 4 tanques, dando uma volta completa (linha em laranja na figura).

O comprimento da fita, em metros, é:



a)

20π+303+2

b)

20π+304+2

c)

25π+154+2

d)

25π+304+2

e)

25π+304+22

Resolução

Observe a figura a seguir e seus pontos destacados.

Para determinar o comprimento da fita, somamos os comprimentos dos arcos menores ABCDEFGH e IA com as medidas dos segmentos BCDEFG e HI.

 

Os segmentos DE e FG são congruentes aos lados dos quadrados, portanto DE=FG=30 m.

Já o segmento HI equivale a dois lados dos quadrados, ou seja, HI=2·30=60 m.

 

Note que é possível formar o retângulo O1O2CB, então BC é congruente a O1O2¯, o qual equivale à diagonal do quadrado de lado 30 m, ou seja, BC=O1O2=302 m.

 

Os arcos  EFGH e IA  são determinados por ângulos centrais retos, então o comprimento de cada um desses arcos equiavale a 14 do comprimento da circunferência em que está contido. Ou seja:

14·2·π·10=20π4=5π m.

Já o arcos AB e CD são determinados por ângulos centrais de 45°, então o comprimento de cada um desses arcos equiavale a 18 do comprimento da circunferência:

18·2·π·10=20π8=5π2 m.

 

Portanto, o comprimento da fita, em metros, é:

2·5π2+3·5π+2·30+60+302=

5π+15π+120+302=

20π+304+2.

Questão 40 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Razão e Proporção

Em fevereiro de 2021, um grupo de físicos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) publicou um artigo que foi capa da importante revista Nature. O texto a seguir foi retirado de uma reportagem do site da UFMG sobre o artigo:

O nanoscópio, prossegue Ado Jorio (professor da UFMG), ilumina a amostra com um microscópio óptico usual. O foco da luz tem o tamanho de um círculo de 1 micrômetro de diâmetro. “O que o nanoscópio faz é inserir uma nanoantena, que tem uma ponta com diâmetro de 10 nanômetros, dentro desse foco de 1 micrômetro e escanear essa ponta. A imagem com resolução nanométrica é formada por esse processo de escaneamento da nanoantena, que localiza o campo eletromagnético da luz em seu ápice”, afirma o professor.

Itamar Rigueira Jr. “Nanoscópio da UFMG possibilita compreender estrutura que torna grafeno supercondutor”. Adaptado. Disponível em https://ufmg.br/comunicacao/noticias/. Gadelha A C et al. (2021), Nature, 590, 405-409, doi: 10.1038/s41586-021-03252-5.

Com base nos dados mencionados no texto, a razão entre o diâmetro do foco da luz de um microscópio óptico usual e o diâmetro da ponta da nanoantena utilizada no nanoscópio é da ordem de: 



a)

0,0001

b)

0,01

c)

1

d)

100

e)

10000

Resolução

Lembramos que micrômetro (μm) e nanômetro (nm) equivalem a:

  • μm=10-6 m;
  • nm=10-9 m.

Segundo o texto, o diâmetro do foco da luz de um microscópio óptico usual é D=1 μm e o diâmetro da ponta da nanoantena utilizada no nanoscópio é d=10 nm. Assim, a razão pedida é dada por:

Dd=1 μm10 nm=1·10-6 m10·10-9 m=10-610-8-10-6--8=102=100