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Unicamp 2020 - 1ª fase


Questão 81 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Caminhos cruzados

Que dizer das personagens? Creio que têm a força e ao mesmo tempo a fraqueza da caricatura. Mas, pensando melhor, não poderemos também alegar em defesa do romancista que a caricatura é uma tendência reconhecida e aceita da arte moderna, principalmente da pintura? Não haverá muito de deformação na obra de grandes pintores como Portinari, Di Cavalcante e Segall – todos eles inconformados com a sociedade em que vivem?

(Adaptado de Erico Verissimo, Prefácio, em Caminhos Cruzados. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 20-21.)

Tarsila do Amaral, A negra, 1923. Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo.

A ideia de deformação aplica-se ao quadro de Tarsila e ao romance Caminhos cruzados, de Érico Veríssimo, porque tal procedimento artístico acentua



a)

a crítica do modernismo à violência da escravidão e às desigualdades sociais, presentes no quadro e nas personagens do romance, respectivamente.

b)

o imaginário da burguesia nacional, pois tanto as protagonistas do romance quanto a imagem da mulher negra retratam os traços característicos das reformas  sociais do Estado Novo.

c)

os princípios estéticos do movimento modernista, pois as duas expressões artísticas apresentam-se como reflexo dos valores da elite cafeeira paulista.

d)

a moral implícita da modernidade, pois o narrador do livro e a representação do corpo negro criticam o comportamento social das personagens femininas no século XX.

Resolução

a) Correta. A tela A Negra, de Tarsila do Amaral, expõe as violências da escravidão à medida que apresenta as deformações físicas sofridas pelas negras escravizadas. Conforme afirma a própria autora, em entrevista realizada por Leo Gilson Ribeiro para a Revista Veja e publicada em 23 de fevereiro de 1972 (disponível em veja.abril.com.br/acervodigital): “Um dos meus quadros que fez muito sucesso quando eu o expus lá na Europa se chama A Negra. Porque eu tenho reminiscências de ter conhecido uma daquelas antigas escravas, quando eu era menina de cinco ou seis anos sabe? Escravas que moravam lá na nossa fazenda, e ela tinha os lábios caídos e os seios enormes, porque, me contaram depois, naquele tempo as negras amarravam pedras nos seios para ficarem compridos e elas jogarem para trás e amamentarem a criança presa nas costas.”. Já em Caminhos Cruzados, de Érico Veríssimo, a desigualdade social é criticada a partir da caracterização de personagens da elite como Leitão Leiria, Honorato Madeira e coronel Pedrosa, descritos de maneira jocosa e caricatural, chegando, por vezes, ao exagero.

b) Incorreta. Não é possível afirmar que a obra A Negra, de 1923, apresenta traços característicos das reformas sociais (como o estabelecimento de leis trabalhistas) do Estado Novo (1937-1945), logo, há uma inconsistência temporal.

c) Incorreta. O romance Caminhos Cruzados se passa na cidade de Porto Alegre e a obra de Tarsila do Amaral retrata uma mulher negra escravizada, imagens incoerentes com a afirmação do “reflexo dos valores da elite cafeeira paulista”.

d) Incorreta. Em Caminhos Cruzados, o narrador não faz uma crítica específica em relação às personagens femininas, mas, sim, à elite.

Questão 82 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Alto Império romano Baixo Império romano

Os imperadores romanos que reinaram no século II administraram um vasto império. Eles se tornaram mais abertamente monárquicos e dinásticos, particularmente fora de Roma, onde não precisavam se preocupar com os humores do Senado. Emergiu uma corte itinerante que competia por influência. Comunidades provinciais enviavam um embaixador atrás do outro para acompanhar o imperador onde quer que ele pudesse estar. Poderiam encontrar Adriano às margens do Nilo ou supervisionando a construção da grande muralha que cruzava o norte da Britânia; ajudando a projetar seu templo de Vênus diante do Coliseu; fazendo um discurso para soldados na África. O império era governado de onde o imperador estivesse.

(Adaptado de Greg Woolf, Roma. São Paulo: Cultrix, 2017, p. 204.)

A partir da leitura do texto, assinale a alternativa correta.



a)

O Senado, composto por notáveis, fazia oposição à centralização do poder do Imperador e garantia a centralidade do governo em Roma e a democratização das decisões governamentais.

b)

O Império romano foi marcado pelas disputas de poder entre o Imperador e o Senado. Os conflitos entre eles acabaram por resultar na diminuição do poder do Senado no que diz respeito à administração pública.

c)

O Senado, composto por notáveis, apoiava a centralização do poder nas mãos do Imperador. A nova estrutura política do Império permitia a mobilidade da administração pública representada pelo Imperador.

d)

O Império, governado por militares, opunha-se às comunidades provinciais. Isso levou ao desaparecimento do Senado como instituição responsável pela administração pública.

Resolução

a) Incorreta. Segundo o texto, o poder não estava centralizado em Roma, pois o texto afirma que o imperador Adriano (117-138) mantinha uma corte itinerante e ficava grande parte do tempo distante da capital do Império. Vale destacar que o próprio excerto enfatiza que o governo era exercido onde o imperador estivesse e isso demonstra como não havia a democratização das decisões governamentais, uma vez que elas estavam centralizadas em suas mãos.

b) Correta. A crise do sistema de governo Republicano (509 a.C. - 27 a.C.) se deu justamente pelas disputas pelo poder entre políticos carismáticos e autoritários, tais como Júlio César (100 a.C. - 44 a.C.), e os representantes do Senado, que era a instituição mais importante da República. A partir da criação do Império e a centralização do poder nas mãos de Otávio, que foi o primeiro imperador (27 a.C. - 14 d.C.), o Senado foi se tornando um órgão decorativo. Assim, ao longo da história imperial (27 a.C. - 476 d.C.) o imperador vai adquirindo o protagonismo da administração pública. No tocante ao governo de Adriano, o referido imperador marcou seu governo justamente por passar grande parte de seu governo (117-138) visitando as diversas províncias do Império e governando por meio de uma corte itinerante.

c) Incorreta. Segundo o texto, quando o Imperador estava fora de Roma não tinha que enfrentar os "humores" do Senado. Dessa forma, não se pode afirmar que aquela instituição apoiasse a centralização total do poder não mãos do imperador.

d) Incorreta. Os imperadores não se opunham as comunidades provinciais. Ao contrário, o texto destaca a presença do imperador Adriano governando com uma corte itinerante em várias delas.

Obs: A resolução da questão deve levar em consideração a passagem do texto sobre os imperadores que diz sobre se tornarem mais abertamente monárquicos a partir do século II, ou seja, isso foi um processo gradativo ao longo do Império e que fora de Roma “não precisavam de preocupar com os humores do Senado”. 

Questão 83 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Igreja Medieval Cultura Medieval

O surgimento das primeiras universidades, nos séculos XII e XIII, marca um momento capital da história do Ocidente medieval. Em relação à época anterior, esse momento comportou elementos de continuidade e de ruptura. Os primeiros devem ser buscados na localização urbana das universidades, no conteúdo dos ensinamentos, no papel social dos homens de saber. Já os elementos de ruptura foram inicialmente de ordem institucional. No âmbito das instituições educativas, este sistema era novo e original. As comunidades autônomas dos mestres e dos estudantes eram protegidas pelas mais altas autoridades leigas e religiosas daquele tempo, permitindo tanto progressos no domínio dos métodos intelectuais e em sua difusão como uma inserção mais eficiente das pessoas de saber na sociedade da época.

(Adaptado de J. Verger, Cultura, ensino e sociedade no ocidente nos séculos XII e XIII. Bauru: EDUSC, 2001, p.189-190.)

Considerando o texto e seus conhecimentos sobre o período medieval, assinale a alternativa correta.



a)

A Igreja Católica apoiava a estruturação das universidades medievais, que representavam o avanço das ciências e a superação de dogmas e das teorias teocêntricas.

b)

A organização institucional diferencia as universidades medievais das corporações de ofícios, visto que seu método de estudo estava calcado na escolástica, caracterizando o atraso do mundo medieval.

c)

Uma ruptura trazida pelas universidades medievais foi o início da atuação dos copistas nas bibliotecas, que copiavam sistematicamente a produção de autores latinos críticos aos dogmas religiosos.

d)

A institucionalização das universidades medievais era um dado novo no período; essas instituições se caracterizavam pelo apoio das autoridades de dentro e de fora da Igreja, e pela maior autonomia e inserção social de seus membros.

Resolução

a) Incorreta. Embora o texto destaque que as autoridades religiosas protegessem as Universidades dos séculos XII e XIII, não é possível afirmar que essas instituições trabalhassem para a superação dos dogmas da Igreja ou para a formulação de teorias que não fossem teocêntricas e que isso fosse feito com o apoio da própria Igreja.

b) Incorreta. A escolástica foi uma corrente de pensamento originado na Igreja católica da Baixa Idade Média e teve como um de seus expoentes Thomas de Aquino (1225-1274). Serviu como base para o funcionamento das universidades daquele período, pois procurava conciliar a fé cristã com o pensamento racional, calcado especialmente no aristotelismo. Dessa forma, tanto as universidades, quanto a escolástica, foram responsáveis por um avanço no pensamento europeu medieval, que posteriormente redundaram no surgimento do humanismo e do Renascimento Cultural.

c) Incorreta. A atuação dos monges copistas, que dedicavam suas vidas a cópia de livros clássicos e a realização de ilustrações (iluminuras) se dava no interior dos mosteiros e em catedrais. Assim, não é possível associar a atuação desses clérigos ao surgimento das universidades medievais e muito menos afirmar que copiassem sistematicamente apenas livros críticos aos dogmas religiosos. Na verdade, a repercussão do trabalho dos monges copistas era restrita, uma vez que seus trabalhos ficavam apenas dentro do âmbito dos mosteiros.

d) Correta. Conforme o texto destaca, o ambiente da universidade medieval marcou uma ruptura com a tradição do período, pois atuavam com maior autonomia e recebiam o apoio das autoridades eclesiásticas e leigas em suas atuações.

Questão 84 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Pensamento Renascentista Renascimento cultural

Em 1516, Thomas Morus criou a ideia de utopia, ao descrever uma ilha imaginária. Surgia um gênero literário, associado à história, à filosofia e à política. A lógica dessa ideia levou à construção de critérios universalmente válidos para cada atividade, com normas e códigos. Surgiram assim os tratados sobre o perfeito cortesão, sobre o perfeito homem do mundo, sobre a cidade perfeita.

(Adaptado de Carlos Eduardo O. Berriel, “Cidades Utópicas do Renascimento”. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 56, n. 2. abr./jun. 2004. Disponível em http://cienciaecultura.bvs.br /scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0009-67252004000200021.)

Considerando o texto acima e seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.



a)

A obra de Morus, escrita na Inglaterra, baseou-se na experiência de soberanos da Itália e da Alemanha que construíram novas cidades no século XV, planejadas geometricamente.

b)

Grão-chanceler da Inglaterra, Morus exerceu uma ação humanista em um mundo renascentista de crises e instabilidades contínuas. Neste contexto publicou sua obra Utopia.

c)

A partir do princípio filosófico da utopia, foram escritos vários tratados renascentistas. O Príncipe, de Maquiavel, ilustra a melhor versão do cortesão atuante no mundo utópico.

d)


A ilha da Utopia, perfeitamente racionalizada, marcou o urbanismo renascentista na Europa e no Novo Mundo. O esgotamento dessa ideia de utopia ocorreu com a ideia de distopia, no século XX.

Resolução

a) Incorreta. A obra Utopia, de Thomas Morus (1480-1535), recebeu sua maior influência de "A República", de Platão e não na experiência de soberanos italianos e alemães na construção de cidades planejadas geometricamente.

b) Correta. Morus foi ministro do rei inglês Henrique VIII (1509-1547) e está inserido no contexto intelectual do movimento humanista e renascentista do século XVI. A obra Utopia, publicada em 1516, é o retrato de uma ilha, chamada Utopia, que seria o lugar da existência de uma sociedade perfeita.

c) Incorreta. Não é possível afirmar que o princípio de utopia tenha sido utilizado por outros tratados renascentistas, especialmente no tocante ao filósofo italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527), pois o referido autor, em sua obra “O Príncipe” (1513), se preocupou em analisar a moralidade da sociedade e descrevê-la justamente como ela era e não como as pessoas gostariam que ela fosse. Assim, desenvolveu princípios que norteariam a conquista e a manutenção do poder, sendo o melhor condutor desse processo aquele que consegue moldar suas ações conforme as circunstâncias.

d) Incorreta. Não é possível afirmar que a ilha da Utopia tenha marcado o urbanismo renascentista e do Novo Mundo. A ilha de Utopia era uma referência no campo da organização política e social, e não dos aspectos urbanistas. A terra distante e inacessível da Utopia é uma república e uma exposição da felicidade coletiva, de modo que o autor não enfatizou os aspectos da organização urbana. Também é incorreto afirmar que ocorreu o esgotamento da ideia de utopia, pois esse conceito ainda aparece presente em canções, na literatura, etc. 

 

Questão 85 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Povos Nativos Brasileiros

Na América Portuguesa do século XVI, a política europeia para os indígenas pressupunha também a existência de uma política indígena frente aos europeus, já que os Tamoios e os Tupiniquins tinham seus próprios motivos para se aliarem aos franceses ou aos portugueses.

(Adaptado de Manuela Carneiro da Cunha, Introdução a uma história indígena. São Paulo: Companhia das Letras/Fapesp, 1992, p. 18.)

Com base no excerto e nos seus conhecimentos sobre os primeiros contatos entre europeus e indígenas no Brasil, assinale a alternativa correta.



a)

A população ameríndia era heterogênea e os conflitos entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica dos seus contatos com os europeus.

b)

O fato de Tamoios e Tupiniquins serem grupos aliados contribuiu para neutralizar as disputas entre franceses e portugueses pelo controle do Brasil, pelo papel mediador que os nativos exerciam.

c)

Os indígenas, agentes de sua história, desde cedo souberam explorar as rivalidades entre os europeus e mantê-los afastados dos seus conflitos interétnicos, anulando o impacto da presença portuguesa.

d)

As etnias indígenas viviam em harmonia umas com as outras e em equilíbrio com a natureza. Esse quadro foi alterado com a chegada dos europeus, que passaram a incentivar os conflitos interétnicos para estabelecer o domínio colonial.

Resolução

a) Correta. A população nativo-americana, tanto na América portugesa quanto nos territórios colonizados pela Espanha, Inglaterra e outros impérios coloniais, era bastante heterogênea e possuía diferentes práticas culturais e diversos modos de organização política e econômica. Essa diversidade presente nas etnias da América portuguesa levou a que, quando do avanço da colonização e do contato com povos europeus - que também possuíam sua diversidade, suas peculiaridades e sua multiplicidade de interesses - os nativos buscassem definir e estabelecer uma forma de contato com os europeus que melhor atendesse a seus interesses e necessidades. Dessa forma, podemos observar, pela documentação do período, relatos de etnias se aliando com um determinado povo europeu e antagonizando outro, ou vice-versa; ou ainda a formação de uma rede complexa de trocas comerciais entre esses diferentes grupos presentes na América durante sua colonização.  

b) Incorreta. Os Tamoios e os Tupiniquins não eram necessariamente grupos aliados, invalidando a noção de que essa possível aliança houvesse servido como mediação entre franceses e portugueses. A aliança de portugueses e franceses com nativos na verdade acirrou a disputa entre os dois impérios coloniais, como pode ser notado em eventos como a Confederação dos Tamoios (1554-1567). A confederação reuniu diversos grupos indígenas, que combateram os portugueses e receberam apoio dos franceses.

c) Incorreta. Os indígenas foram, e são, agentes de sua história e mostraram-se observadores das tensões entre os europeus no território americano, sabendo aproveitar-se delas visando algum tipo de benefício ou resistência. Porém, essa agência histórica e as possibilidades de resistência não foi o suficiente para afastar os portugueses dos seus conflitos interétnicos nem para anular o impacto da presença portuguesa.

d) Incorreta. O modo de vida e as relações dos nativos com a natureza, e com suas próprias culturas e práticas, foram drasticamente alteradas com a chegada dos europeus, mas não podemos afirmar que todas as etnias viviam em harmonia umas com as outras. Já havia diversas alianças e conflitos entre os grupos nativos, que foram aproveitadas e incentivadas pelos europeus, visando vantagens comerciais, territoriais e a possibilidade de consolidação do empreendimento colonial.

Questão 86 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Período Joanino Absolutismo

Jean-Baptiste Debret, Retrato de
El Rei Dom João VI, 1817.
Museu Nacional de Belas Artes,
Rio de Janeiro.

Hyacinthe Rigaud, Retrato de
Luís XIV, 1701. Museu do Louvre,Paris.

A partir das fontes visuais reproduzidas e de seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.



a)

A única monarquia americana precisou afirmar a figura do governante e sua memória política, recorrendo à imagética da autoridade real francesa do Antigo Regime. Este mecanismo foi enaltecido pela imprensa do liberalismo constitucional.

b)

Debret usou o quadro de Rigaud como referência visual e preparou retratos em seu estúdio no Rio de Janeiro. Isto era importante, pois a autoridade monárquica joanina assentou-se na liturgia política e no pouco uso da violência.

c)

O retrato de D. João não foi pintado para ser exposto, embora existisse no Rio de Janeiro da época um circuito expositivo de salões de belas artes, pinacotecas, museus, onde pudesse ser visto. Tais espaços foram renomeados na República.

d)

O projeto de europeização da corte do Rio de Janeiro e a necessidade de afirmar a autoridade de D. João VI levaram a uma política de fomento à imagética do poder baseada, aqui, na da monarquia francesa.

Resolução

A questão apresenta duas imagens para análise do candidato: o Retrato de El Rei Dom João VI, pintura de 1817, realizada pelo artista francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848)e o Retrato de Luís XIV, quadro de 1701, do também francês Hyacinthe Rigaud (1659-1743). Ambas retratam monarcas europeus, o rei D. João VI, de Portugal e do Brasil; e o rei francês Luís XIV, considerado o símbolo máximo do absolutismo monárquico. Comparando-se os dois quadros, podemos afirmar que há semelhanças estilísticas e temáticas entre eles, com Debret idealizando sua obra remetendo diretamente à imagética do absolutismo francês e os signifcados que esse tipo de imagem pode carregar. Elementos como a bengala, a coroa e a espada aparecem nas duas obras, confirmando a inspiração de Debret no retrato de Luís XIV, retrato esse que inspirou também outros quadros de monarcas europeus, como o Retrato de Luís XVI, pintado por Antoine Callet (1741-1823) aproximadamente em 1779.

a) Incorreta. A conexão entre a imagética do Antigo Regime e a representação do monarca português - e que na época de pintura do retrato vivia no Brasil, elevado ao estatuto de Reino Unido com Portugal - existiu e foi utilizada como forma de legitimação do poder de D. João. Porém, essa estratégia não foi enaltecida pela imprensa liberal. O liberalismo era grande crítico dos pressupostos absolutistas, tanto que a própria monarquia portuguesa foi bastante modificada após uma revolta liberal, a Revolução do Porto, ocorrida em 1820, que tornou Portugal uma monarquia constitucional, fazendo com que o poder real fosse equilibrado pelo poder das Cortes, o parlamento do país.

b) Incorreta. Pode-se afirmar que o quadro de Rigaud serviu como referência a Debret, e outros retratos foram pintados pelo artista em seu estúdio em terras brasileiras, como o Retrato de D. Pedro I, de 1826. Porém, a autoridade política do governo joanino não se assentou apenas em uma liturgia política, mas também em uso da violência estatal, como podemos notar na repressão à Revolução Pernambucana de 1817 e a anexação da Província Cisplatina ao território brasileiro, em 1821.

c) Incorreta. O retrato não possuía o objetivo de servir à exposição pública no momento de sua feitura, tendo sido transferido para o acervo Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 1937, ano em que o museu foi oficialmente criado. Seu pintor, Jean-Baptiste Debret, fazia parte da expedição artística que veio ao Brasil, em 1816, após a chegada da família real portuguesa em terras americanas, em 1808. Debret foi também um dos responsáveis pelo estabelecimento de uma Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro e pela organização de algumas exposições artísticas. Porém, retratos como esse eram comumente encontrados em acervos particulares e não ainda em museus e pinacotecas, lógica que mudaria ao longo do século XIX. Em 1818, o próprio D. João VI fundou o Museu Nacional, instituição que manteve seu nome durante a República e que foi assolada por um incêndio em 2018.

d) Correta. O modelo europeu de cultura adotado pela corte do Rio de Janeiro, juntamente com um projeto político de construir uma imagem de autoridade para D. João VI, formaram uma dinâmica de divulgação da imagem do monarca atrelada aos pressupostos culturais, artísticos e políticos europeus. Em uma corte eurocêntrica, a forma mais eficiente de construir respeito e vulto ao governante do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve seria ligá-lo ao retrato mais conhecido de um soberano europeu, no caso, aquele que melhor simbolizava o modelo absolutista.

Questão 87 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Escravidão no segundo reinado

Os números indicam que antes da abolição de 1888 restavam pouco mais de setecentos mil escravos no Brasil. Conforme estimativa do censo de 1872, elaborada pelo IBGE, a população total do país era de 9.930.478 habitantes. Isso indica que grande parte da população de cor (pretos e pardos) já havia adquirido a liberdade por seus próprios meios antes da Lei Áurea.

(Adaptado de Wlamyra Albuquerque, A vala comum da ‘raça emancipada’: abolição e racialização no Brasil, breve comentário. História Social, Campinas, n. 19, p. 99, 2010.)


Com base no excerto e nos conhecimentos sobre a história da liberdade no Brasil, assinale a alternativa correta.



a)

A maioria da população negra já era liberta antes de 1888, porque as províncias escravistas do Sudeste, almejando abrirem-se para a imigração italiana, vinham adotando medidas abolicionistas desde o fim do tráfico, em 1850.

b)

Em termos globais, o grande percentual da população livre de cor reflete o peso demográfico da população liberta concentrada nas províncias pouco dependentes da escravidão, como Santa Catarina e Paraná.

c)

A maioria da população africana e seus descendentes já era livre quando a Lei Áurea foi aprovada, porque vinha obtendo alforrias através de uma multiplicidade de estratégias, desde o período colonial.

d)

O alto número de libertos antes de 1888 reflete o impacto da abolição dos escravos por parte do Imperador D. Pedro II, pois a família real era a maior proprietária de cativos durante o século XIX, na região do Vale do Paraíba.

Resolução

a) Incorreta. Grande parte da população negra já era liberta antes da Lei Áurea, em 1888, como atestam os dados trazidos pelo texto, porém isso não se deveu a uma ação de províncias escravistas do Sudeste que passaram a adotar medidas abolicionistas a partir da proibição do tráfico, em 1850. Apesar de algumas regiões com base econômica agrícola terem contratado a mão de obra imigrante italiana para trabalhar em suas fazendas, esse movimento ocorreu com mais intensidade a partir de 1870, e não significou adoção de medidas abolicionistas pelas províncias.
b) Incorreta. O percentual de população livre não reflete apenas o peso demográfico concentrado no Paraná e em Santa Catarina (províncias nas quais o trabalho escravo também era importante), mas também a quantidade de libertos em centros urbanos como o Rio de Janeiro, que era bastante expressiva.
c) Correta. Desde o período colonial, há um esforço constante, por parte de pessoas escravizadas, no sentido de obter sua libertação. Seja por meio de revoltas, fugas, organização de quilombos, negociações com os senhores, ou até mesmo compra da própria liberdade, uma série de estratégias foi estabelecida, o que explica o grande número de indivíduos livres quando da aprovação da Lei Áurea.
d) Incorreta. O alto número de libertos relativiza o impacto da abolição, que não foi assinada pelo imperador D. Pedro II, mas sim por sua filha, Isabel, princesa-regente na ausência do pai. A lei foi uma chancela para um processo que já estava acontecendo, e o governo imperial não estabeleceu nenhuma política pública de inclusão para os ex-escravizados. O processo de abolição foi também o resultado de um longo período de luta abolicionista e de reivindicações partindo de diversos setores da sociedade, não podendo ser sintetizado apenas a uma ação do governo ou de uma família, que não era a maior proprietária de cativos no Vale do Paraíba.
 

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Crise de 1929 (História Geral)

Na Era da Catástrofe (1914-1945), com a Grande Depressão desencadeada pela crise de 1929, tornava-se cada vez mais claro que a paz, a estabilidade social, a economia, as instituições políticas e os valores intelectuais da sociedade liberal burguesa entraram em decadência ou colapso.

(Adaptado de E. J. Hobsbawm, Era dos extremos: o breve século XX, 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 112.)

A partir do excerto acima e dos conhecimentos sobre o período histórico que vai de 1914 a 1945, é correto afirmar:



a)

A crise de 1929 e as guerras mundiais levaram ao colapso do liberalismo político e econômico na Europa e, ao mesmo tempo, à expansão das democracias liberais em países africanos e do Oriente Médio.

b)

As soluções para a crise de 1929 centraram-se em um aprofundamento das políticas liberais do New Deal, que promoviam responsabilidade fiscal e diminuição do papel do Estado como motor de desenvolvimento.

c)

São marcos da crise do liberalismo na Europa: o colapso das principais democracias, a ascensão de governos totalitários e autoritários e a descrença no livre-mercado após a crise de 1929.

d)

Verificou-se nesse período o colapso das democracias liberais, com a ascensão do totalitarismo na Europa, e o aumento das liberdades econômicas, com a diminuição do papel do Estado como solução para a crise de 1929.

Resolução

Em 1929, a quebra da Bolsa de Nova York consolidou uma crise no meio financeiro que teve repercussões ao redor de todo o mundo. Esse processo teve dois principais fatores. Um deles foi a superprodução, estimulada pela política econômica adotada pelos republicanos que estimulava o desenvolvimento industrial interno, com restrições às importações. Na segunda metade da década de 1920, a economia americana já indicava os sinais de superprodução, mas devido ao princípio do liberalismo de não-intervenção, nenhuma medida foi tomada. O outro fator foi a especulação financeira, motivada por compra e venda das ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York. As ações se valorizavam de forma artificial devido à superprodução e queda no consumo.

Em meados de 1929, o preço das ações das empresas atingiu valores altíssimos e sem lastro correspondente. Em 24 de outubro de 1929, milhões de dólares de ações foram postos à venda causando uma intensa queda nas cotações. A crise teve efeitos imediatos na economia americana e espalhou-se pelo mundo, abalando significativamente a crença no liberalismo.

a) Incorreta. Embora a crise de 1929 seja considerada um grave abalo no liberalismo econômico, é incorreto afirmar que ela levou à expansão das democracias liberais em países africanos e do Oriente Médio. O continente africano nesse período era dominado pelas potências europeias, sendo que o processo de descolonização teve início somente após a Segunda Guerra Mundial. Já a região do Oriente Médio não adotou o sistema democrático liberal.

b) Incorreta. O New Deal foi um plano econômico colocado em prática pelo presidente democrata Franklin Delano Roosevelt em 1933. Esse planejamento tinha como base reformas sociais que indicavam a intervenção ativa do Estado na economia, deixando de lado o liberalismo clássico. O plano foi elaborado por economistas renomados, entre eles John Keynes. De acordo com o keynesianismo (teoria econômica de Keynes), para combater o desemprego era necessário o aumento da demanda, de modo que o governo deveria organizar uma política antidesemprego. Assim, Keynes previa a intervenção do Estado na economia por meio de investimentos em obras públicas para geração de empregos, além de ser seu papel a regulamentação econômica com a diminuição das taxas de juros. Dessa forma, é incorreto afirmar que o New Deal previa a diminuição do papel do estado como motor do desenvolvimento.

c) Correta. A crise de 1929 teve forte impacto em diferentes governos. O liberalismo, que ganhou força no imediato pós-Primeira Guerra, passou a ser contestado e atacado por grupos que defendiam um Estado forte e uma concentração de poderes. Nesse período, cresceu as desconfianças da democracia liberal, que passou a ser vista como incapaz de gerir crises e de potencializar o crescimento econômico. Esse contexto foi favorável para o crescimento e consolidação de grupos políticos nacionalistas e autoritários, com destaque para a ascensão do Nazismo na Alemanha e do Fascismo na Itália.

d) Incorreta. A alternativa é inviabilizada também por afirmar que a solução para a crise de 1929 foi a diminuição do papel do Estado na economia. Conforme exposto na alternativa B, o New Deal previa a ampliação do Estado na economia. Vale destacar ainda que esse modelo norte-americano previsto por Keynes teve grande repercussão nas décadas seguintes em países europeus que criaram o Estado de Bem-Estar Social.

 

 

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Cultura na Ditadura Militar

A partir da segunda metade da década de 1960, a produção de um gênero cinematográfico extravagante ganha força no Brasil: a pornochanchada. Num primeiro momento esta se mostrou como uma comédia leve, apesar de algumas cenas de nudez parcial, mas logo evoluiu para o que já era praticado pelo resto do mundo: a exploração do erotismo e da sensualidade no Cinema para atender a um crescente mercado de consumo.


(Adaptado de Ildembergue Leite de Souza e André Luiz Maranhão de Souza Leão, A transposição de mitos na intertextualidade entre Cinema e Publicidade. Intercom, Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 37, n. 2, p. 242-262, dez. 2014.)


Sobre a vida cultural no Brasil das décadas de 1960 e 1970, é correto afirmar que:



a)

O período ficou marcado pelo esvaziamento da cena cultural, com baixo dinamismo nos campos da produção teatral, musical e cinematográfica. Apenas os gêneros ligados ao erotismo se expandiram, por não serem considerados transgressores.

b)

A pornochanchada foi financiada pelo capital estrangeiro no Brasil durante o regime militar, pois a indústria cinematográfica, em razão dos seus altos custos, passou a ser fomentada sobretudo por empresas norte-americanas.

c)

O gênero pornochanchada pode ser considerado um movimento de contracultura por seu caráter de contestação política, através da linguagem chula, e por suas estreitas conexões com produtores culturais ligados à Tropicália.

d)

A explosão dos filmes do ciclo da pornochanchada e seu sucesso de público ocorreram em um contexto marcado, de um lado, pela revolução sexual, e, de outro, pela censura ao conteúdo veiculado no cinema e na TV.

Resolução

A pornochanchada foi um gênero cinematográfico brasileiro que ganhou espaço nos cinemas nacionais a partir da década de 1960. Em meados dessa década, o termo chanchada - originário da palavra italiana cianciata - remetia à ausência de sentido em um discurso, marcado por falsificações e vulgaridades e foi agregado ao termo "porno". Esse gênero cinematográfico combinava o erotismo e o humor.

Essa obras de baixo custo tinham como traço central o deboche, retratando a nudez e, dessa forma, se contrapondo ao moralismo defendido pelo discurso oficial do regime. A pornochanchada não possuía um compromisso político e utilizava técnicas rústicas de filmagem, utilizando angulações "especiais" que distorciam as formas femininas. O gênero aparece associado à "grosseria" ou ao "grotesto", também por negar a lógica da linguagem cinematográfica. O gênero recebia forte influência do cinema italiano do período.

Os filmes abordavam questões relativas à sexualidade de forma não explícita, devido à intensa censura. As temáticas principais se relacionavam à malandragem, ao adultério, à homossexualidade, ao tráfico de drogas e à bissexualidade feminina. Mesmo tendo censura, a pornochanchada foi um fenômeno de bilheteria no Brasil.

A expansão do gênero no Brasil ocorreu em um período de intensas transformações culturais, no contexto da chamada Revolução Sexual, período marcado pela expansão do uso da pílula anticoncepcional e pelo fortalecimento dos movimentos feministas.

a) Incorreta. O período mencionado não é caracterizado pelo esvaziamento da cena cultural. Pelo contrário, trata-se de um período de efervescência da produção artística em diversos campos, podendo ser citados como exemplos os festivais de canções, o teatro político (como o Teatro de Arena) e o movimento cinematográfico do Cinema Novo.

b) Incorreta. A pornochanchada tinha como característica os baixos custos de produção e a censura sofrida pela Ditadura Militar.

c) Incorreta. O gênero pornochanchada não possuía um caráter de contestação política explícito. Além disso, seus produtores não possuíam relações com a Tropicália.

d) Correta. A pornochanchada refletia as alterações ocorridas na década de 1970 e chamadas de Revolução Sexual, tanto a difusão da pílula anticoncepcional quanto a expansão do movimento feminista. No período da Ditadura Militar, o dispositivo da censura teve um papel fundamental na filtragem e interdição de obras, sendo fundamental para a manutenção do regime ditatorial e para a tentativa da construção de determinada identidade cultural do país.

 

 

Questão 90 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Guerra Fria Nova Ordem Mundial (Conflitos contemporâneos) Velha Ordem Mundial (Guerra Fria)

Nas últimas três décadas, vimos o fim de velhas unidades políticas e a emergência de novas: as unificações da Alemanha e do Iêmen, a desintegração da Checoslováquia, da Iugoslávia e da União Soviética, a secessão de países como Eritreia, Timor-Leste e Kosovo. Vimos também a expansão de esforços de integração política e econômica, a absorção de antigos membros do Pacto de Varsóvia na Otan, o envolvimento de exércitos nacionais em esforços da ONU pela manutenção da paz e a mobilização de outros tantos exércitos na tentativa de conter e definir o terrorismo como fenômeno político.


(Adaptado de Sebastião Nascimento, Vinte anos sem muro em Berlim: novas faces da violência política. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v.26, n. 77, out. 2011.)


Sobre esta nova condição histórica e geopolítica internacional, é correto afirmar:



a)

As décadas que nos separam da queda do Muro de Berlim e do fim da Guerra Fria representam um período de continuidade das formas e demandas políticas no plano internacional e de manutenção da cartografia mundial.

b)

A reunificação alemã foi decisiva nesse processo global. Ela fez desaparecer o maior símbolo da Guerra Fria na Europa, a Alemanha dividida. A queda do Muro de Berlim em 1989 e o 11 de setembro de 2001 são marcos desse processo.

c)

Após a descolonização nos anos de 1950 e 1960, a dessovietização do mundo nos anos de 1990 reforçou o imperialismo, compreendido como um sistema de Estados nacionais iguais sob o direito internacional.

d)

Desde 1989, o Estado nacional democrático alcançou todo o globo com eleições livres, não apenas no Leste Europeu, mas também nos países orientais. Na retórica política comum, destaca-se o fenômeno do terrorismo atlântico.

Resolução

a) Incorreta. O período após a queda do Muro de Berlin e fim da guerra fria apresenta uma enorme variação nas fronteiras de vários países, com o surgimento e fim de várias nações (como exemplo temos o caso da antiga Iugoslávia dando lugar a sete estados nacionais: Croácia, Bósnia e Herzegovina, Eslovênia, Macedônia do Norte, Montenegro, Sérvia e Kosovo). Esse período é marcado por enormes mudanças e descontinuidades das formas e demandas políticas.

b) Correta. Após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha, que esteve inicialmente dividida em quatro zonas de influência (EUA, Grã-Bretanha, URSS e França), dividiu-se em duas repúblicas – a República Federal Alemã (RFA) ou Alemanha Ociental, sob o regime capitalista dos Aliados e com a capital em Bonn e a República Democrática Alemã (RDA) ou Alemanha Oriental, sob controle dos socialistas soviéticos e com capital em Berlim. A divisão também ocorreu na capital Berlim, localizada na zona de influência soviética, a partir da construção do Muro de Berlim em 1961. Em 1989, a queda do muro representou o encerramento da Guerra Fria e a derrocada dos países socialistas. Algumas mudanças geopoliticas substanciais também vieram no século XXI com a política Anti-Terror pós atentados do 11 de setembro, quando os EUA passaram a intervir militarmente em áreas por eles definidas como berços terroristas (Iraque e Afeganistão por exemplo).

c) Incorreta. O conceito de imperialismo não consiste em um sistema de Estados Nacionais iguais sob o direito internacional. Embora o conceito tenha várias explicações (como ocorre com muitos conceitos históricos), seu significado está associado a expansão de interesses econômicos de um Estado, que promove uma expansão que pode ser acompanhada da tomada de territórios, impondo o domínio político e econômico, desintegrando relações tradicionais.

d) Incorreta. Não é possível afirmar que o Estado Nacional democrático alcançou todo o globo com eleições livres, sendo que esse modelo ocidental de estruturação dos Estados não está presente em muitas áreas que ainda mantem governo não democráticos, como os casos da Arábia Saudita, Irã e China.