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Fuvest 2020 - 1ª fase


Questão 61 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Vargas

A chamada “questão trabalhista” no Brasil foi objeto de conflitos, debates e regulamentações entre os anos 1920 e 1946. Identifique uma das dimensões deste processo.



a)

O liberalismo oligárquico atribuiu ao Estado, por meio da reforma de 1924, o papel de mediador entre o operariado e o patronato. 

b)

A Constituição de 1934 garantiu o direito à organização sindical e abriu espaço para a proteção dos direitos dos trabalhadores. 

c)

O direito de greve e a regulamentação do salário mínimo  foram algumas das novidades previstas na Consolidação  das Leis do Trabalho (1943). 

d)

A criação do sindicato único contribuiu para a emergência de lideranças combativas ao obrigar todos os trabalhadores a se filiarem a tais associações. 

e)

A Carteira de Trabalho foi um instrumento de controle e dominação, que distinguia o trabalhador e esvaziava o poder dos sindicatos. 

Resolução

a) Incorreta. Não é correto afirmar que o Estado tenha tido um papel mediador entre o operariado e o patronato antes da década de 1930. No período conhecido como Primeira República (1889-1930), predominou a ausência de regulamentação  das questões trabalhistas, ou seja,  havia pouca interferência do Estado nesse aspecto. Destacam-se nesse período péssimas condições de trabalho que resultaram na organização de trabalhadores e na eclosão de movimentos como a Greve de 1917. 

b) Correta.  De acordo com o artigo 120 da Constituição de 1934, "Os sindicatos e as associações profissionais serão reconhecidos de conformidade com a lei". Já o artigo 121 da mesma Constituição prevê que "A lei promoverá o amparo da produção e estabelecerá as condições do trabalho, na cidade e nos campos, tendo em vista a proteção social do trabalhador e os interesses econômicos do País" e assegura direitos tais como: a proibição de diferença de salário para um mesmo trabaho, o salário mínimo, a jornada de trabalho de 8 horas, as férias anuais remuneradas, a proibição de trabalho a menores de 14 anos, a indenização ao trabalhador dispensado sem justa causa.

c) Incorreta. A Consolidação das Leis do Trabalho foi aprovada por decreto no dia 1º de maio de 1943 e representava a reunião e a sistematização da vasta legislação trabalhista existente no país, que já vinha sendo criada desde a Revolução de 1930. Além da reunião dessa legislação, a CLT introduziu também novos direitos e regulamentações trabalhistas até então inexistentes. A alternativa está incorreta pois o texto da CLT de 1943 não previa o direito de greve, sendo esse aspecto introduzido posteriormente. Já o salário mínimo estava previsto no artigo 121 da Constituição de 1934, não sendo portanto uma novidade da CLT. 

d) Incorreta. A estrutura sindical criada por Vargas buscou atrelar o sindicato ao Estado, com base nos princípios do corporativismo. Segundo o artigo 138 da Constituição de 1937 (apelidada de Polaca devido à influência da carta fascista polonesa): "A associação profissional ou sindical é livre. Somente, porém, o sindicato regularmente reconhecido pelo Estado tem o direito de representação legal dos que participarem da categoria de produção para que foi constituído, e de defender-lhes os direitos perante o Estado e as outras associações profissionais, estipular contratos coletivos de trabalho obrigatórios para todos os seus associados, impor-lhes contribuições e exercer em relação a eles funções delegadas de Poder Público." A criação dessa estrutura, baseada na unicidade sindical, não contribuiu para a emergência de lideranças combativas, mas sim de lideranças que buscaram contemplar as exigências do governo, sendo estes conhecidos como pelegos (pele colocada sobre o arreio para o amortecimento da montaria). De modo geral, os sindicatos e suas lideranças perderam a característica combativa que possuíam durante a Primeira República (1889-1930) e passaram a ter uma função de conciliação e diminuição dos conflitos sociais. 

e) Incorreta. Em março de 1932 foi instituída a nova Carteira de Trabalho profissional. Esse documento substituía as antigas carteiras que eram antes emitidas pelos sindicatos, estas identificavam o portador como um trabalhador com ofício, idôneo e qualificado. As novas carteiras passaram a ser emitidas pelo Departamento Nacional do Trabalho e transformaram-se num documento necessário para a associação em sindicatos, férias, apresentação de queixas nas Juntas de Conciliação de Julgamento e para a obtenção de empréstimos nas Caixas de aposentadoria e pensões. Ou seja, de modo geral predomina a interpretação de que a criação da carteira de trabalho representou uma conquista trabalhista, não sendo considerada um instrumento de controle e dominação. 

Nota: Alguns autores consideram que a criação da Carteira de Trabalho profissional pelo DNT retirou dos sindicatos mais um instrumento de organização autônoma, através do qual estes buscavam o controle do mercado de trabalho. De acordo com Kazumi Munakata em A legislação trabalhista no Brasil, "Assim, a carteira profissional, que hoje é considerada como um simples  documento neutro e até como uma garantia e arma do trabalhador, nasce como um instrumento de controle e dominação. Além de ser um documento para efetivar a "obrigatoriedade indireta" da sindicalização." Ou seja, a partir da visão de alguns autores específicos sobre a temática, a alternativa E também poderia ser considerada correta. 

 

Questão 62 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Grandes Navegações

A representação cartográfica a seguir refere‐se à viagem de circunavegação, iniciada em Sanlúcar de Barrameda, na Andaluzia, em 20 de setembro de 1519, e comandada pelo português Fernão de Magalhães, a serviço da monarquia da Espanha.  A despeito da repercussão da viagem para o desenvolvimento dos conhecimentos náuticos e para a exploração do Oceano Pacífico, Battista Agnese foi um dos poucos cartógrafos a registrar a empreitada de Magalhães. 

Battista Agnese, Atlas Portulano, 1545. Biblioteca Digital Mundial.  Disponível em https://www.wdl.org/pt/.


A representação cartográfica de Battista Agnese 



a)

revelava a permanência das técnicas e sentidos simbólicos da cosmografia medieval, que orientaram os navegadores ibéricos na época da expansão ultramarina.

b)

estava vinculada aos dogmas cristãos e procurava conciliar o registro da viagem de Fernão de Magalhães com a perspectiva de Terra Plana ainda presente entre letrados cristãos.

c)

estava baseada nos relatos dos navegadores, no acúmulo de conhecimentos acerca das rotas marítimas e em estimativas de distâncias a partir de cálculos matemáticos e da planificação do globo terrestre.

d)

apresentava o Oceano Pacífico em suas reais dimensões de acordo com o entendimento de Fernão de Magalhães e de Cristóvão Colombo e em desacordo com as perspectivas cristãs.

e)

estava assentada nos conhecimentos e detalhamentos geográficos bíblicos e nas formulações cosmológicas de Ptolomeu, fundamentais para o sucesso da viagem de Fernão de Magalhães.  

Resolução

a) Incorreta. O mapa em questão não apresenta a permanência de técnicas e sentidos simbólicos da cosmografia medieval. As figuras religiosas ali presentes remetem a alguma cosmologia medieval, que permanecia no período moderno. Também podemos dizer que as técnicas utilizadas pelos navegadores ibéricos já estavam ligadas ao período moderno, especialmente de caráter renascentista.

b) Incorreta. Não há nenhuma referência no mapa em questão auma Terra plana. Ao contrário, existe a representação de um globo para retratar o planeta terra.

c) Correta. Desenhado a mão com pena e aquarela, o mapa em questão é considerado um dos mais importantes trabalhos cartográficos no contexto do renascimento. Assim como outros documentos relacionados à produção cartográfica no século XVI, sua confecção associava informações coletadas de forma diversa, como relatos de viajantes, cálculos matemáticos, saberes presentes em outras produções cartográficas e mesmo a permanência de elementos das crenças religiosas e mitológicas que dialogavam no ideário moderno. A partir de sua observação, contata-se a representação planificada da terra como um globo, traçando também os caminhos de circunavegação percorridos pela viagem de Fernão de Magalhães, poucas décadas após o sucesso da viagem realizada pelo navegador espanhol.

d) Incorreta. Não há nenhum desacordo na maneira como o mapa apresenta o oceano Pacífico com as perspectivas cristãs, pois o principal debate do período estava na questão do Geocentrismo, ou seja, a Terra ser o centro do universo, e o Heliocentrismo, o sol ser o centro do universo.

e) Incorreta. O mapa não está baseado nos conhecimentos geográficos bíblicos, mas nas observações dos navegadores da época. A teoria de Ptolomeu era a geocêntrica, ou seja, que a Terra era o centro do Universo e essa visão não era a perspectiva de Fernado de Magalhães.

Questão 63 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Invasões Holandesas

As tentativas holandesas de conquista dos territórios portugueses na América tinham por objetivo central 



a)

a apropriação do complexo açucareiro escravista do Atlântico Sul, então monopolizado pelos portugueses

b)

a formação de núcleos de povoamento para absorverem a  crescente população protestante dos Países Baixos. 

c)

a exploração das minas de ouro recém‐descobertas no interior,  somente acessíveis pelo controle de portos no Atlântico. 

d)

a ocupação de áreas até então pouco exploradas pelos portugueses, como o Maranhão e o Vale Amazônico. 

e)

a criação de uma base para a ocupação definitiva das áreas  de mineração da América espanhola. 

Resolução

Ocorridas no século XVII, as invasões holandesas foram o maior conflito político-militar ocorrido no Brasil Colônia.

Para a resolução dessa questão, é fundamental a compreensão da motivação das invasões holandesas na colônia. Nos anos iniciais da colonização portuguesa na América, o capital flamengo foi crucial para o estabelecimento dos primeiros engenhos, de modo que os holandeses tornaram-se importantes parceiros dos portugueses, atuando no transporte e no refino do açúcar. Essa parceria foi alterada em decorrência da União Ibérica (1580-1640), período de junção das coroas ibéricas sob o poder do rei espanhol Felipe II (coroado Felipe I de Portugal), iniciado com a crise de sucessão do trono português em decorrência do desaparecimento do monarca D. Sebastião, em 1578, durante a Batalha de Alcácer-Quibir. Nesse período, paralelamente à formação da União Ibérica, os Países Baixos eram parte do reino espanhol e disputavam uma guerra de independência contra a Espanha. Diante da declaração de independência dos Países Baixos com relação à Espanha em 1579, o rei Felipe I (agora rei das monarquias ibéricas) excluiu a Holanda do negócio açucareiro. Os holandeses criaram então a Companhias das Índias Ocidentais (1621), empresa responsável por planejar militarmente a invasão e ocupação do Nordeste brasileiro, interessados em retormar a participação na exploração do açúcar produzido nessas áreas. Foram feitas duas invasões: a primeira, fracassada, em Salvador (1624-1625) e a segunda em Pernambuco (1630-1654). 

O período conhecido como Brasil Holandês (1630 -1654) pode ser dividido em: Guerra de Resistência (1630-1637), Era Nassalina (1637-1645) e Insurreição Pernambucana (1645-1654). 

a) Correta. A Companhia das Índias Ocidentais, empresa holandesa, tinha como objetivo retomar a participação no negócio açucareiro após os holandeses serem excluídos pelo rei espanhol.

b) Incorreta. O objetivo da invasão não era um deslocamento da população religiosa. Conforme desenvolvido no preâmbulo desta resolução, a invasão tinha como causa central motivações econômicas. Apesar disso, vale destacar que o período conhecido como Brasil Holandês (1630-1654) foi marcado pela tolerância religiosa, especialmente durante o governo de Maurício de Nassau (1637-1645) .

c) Incorreta. As minas auríferas no Brasil foram descobertas nos últimos anos do século XVII, de modo que sua exploração ocorreu ao longo do século XVIII, período no qual os holandeses já tinham sido expulsos do território. 

d) Incorreta.  A ocupação de áreas pouco exploradas pelos portugueses não era o objetivo central das invasões, pois elas tinham como proposta retomar de forma militar a participação no negócio açucareiro, sendo que os engenho estavam concentrados no Nordeste do Brasil (com destaque para Pernambuco). Vale destacar que os holandeses foram fundamentais no financiamento para a implementação da estrutura açucareira na região quando era parceiros dos portugueses e sentiam-se injustiçados por terem sido  expulsos e excluídos. 

e) Incorreta.   O interesse não era participação na mineração, mas sim na exploração açucareira. Além disso, o foco das invasões foi o Nordeste brasileiro, (Salvador e posteriormente Pernambuco)  não a América espanhola. 

Questão 64 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Mesopotâmia

Ao primeiro brilho da alvorada chegou do horizonte uma nuvem negra, que era conduzida [pelo] senhor da tempestade (...). Surgiram então os deuses do abismo; Nergal destruiu as barragens que represavam as águas do inferno; Ninurta, o deus da guerra, pôs abaixo os diques (...). Por seis dias e seis noites os ventos sopraram; enxurradas, inundações e torrentes assolaram o mundo; a tempestade e o dilúvio explodiam em fúria como dois exércitos em guerra. Na alvorada do sétimo dia o temporal (...) amainou (...) o dilúvio serenou (...) toda a humanidade havia virado argila (...). Na montanha de Nisir o barco ficou preso (...). Na alvorada do sétimo dia eu soltei uma pomba e deixei que se fosse. Ela voou para longe, mas, não encontrando um lugar para pousar, retornou. Então soltei um corvo. A ave viu que as águas haviam abaixado; ela comeu, (...) grasnou e não mais voltou para o barco. Eu então abri todas as portas e janelas, expondo a nave aos quatro ventos. Preparei um sacrifício e derramei vinho sobre o topo da montanha em oferenda aos deuses (...).

A Epopeia de Gilgamesh, São Paulo: Martins Fontes, 2001.


Com base no texto, registrado aproximadamente no século VII a.C. e que se refere a um antigo mito da Mesopotâmia, bem como em  seus conhecimentos, é possível dizer que a sociedade descrita era



a)

 mercantil, pacífica, politeísta e centralizada. 

b)

agrária, militarizada, monoteísta e democrática. 

c)

manufatureira, naval, monoteísta e federalizada.  

d)

mercantil, guerreira, monoteísta e federalizada. 

e)

agrária, guerreira, politeísta e centralizada.   

Resolução

O documento em questão se refere à epopeia de Gilgamesh, descrito rei da cidade de Uruk, na Suméria. Tal lenda está narrada de forma incompleta em doze tábuas de cerâmica escrita em língua cuneiforme acadiana, e descoberta nas ruínas da antiga biblioteca de Assurbanipal (668-627 a.C.), na região da antiga cidade de Nínive. A história versa sobre os feitos de Gilgamesh, rei da Suméria, descrito como meio humano e meio divino, narrando seus feitos enquanto governante e na busca pela imortalidade.

O trecho descrito nesse exercício está presente no 11ª tábua descoberta nas escavações, e se refere a um grande dilúvio que teria ocorrido e assolado a região. Deste dilúvio, apenas um homem teria sobrevivido, Utnapishtim, e, na epopeia, Gilgamesh busca-o para descobrir acerca dos feitos e de seu dom de imortalidade. Contudo, a saga de Gilgamesh não tem sucesso, sendo que a narrativa épica termina com o retorno do rei à Uruk, a qual vive e governa até sua morte.

O trecho fornecido da epopeia fornece elementos que auxiliam na resolução do presente exercício, devendo ser associado com conhecimentos prévios acerca da Mesopotâmia Antiga. Nesse sentido, é possível notar a presença de referências à crença politeísta da sociedade mesopotâmica, como no trecho "surgiram então os deuses do abismo", para além das menções explícitas a Nergal e Ninruta, o que já invalida o “monoteísmo” mencionado nas alternativas B, C e D. Por sua vez, é fundamental destacar que as sociedades mesopotâmicas eram fundamentalmente agrárias, com produções agrícolas associadas às terras férteis da região entre os rios Tigres e Eufrates e descrito tradicionalmente dentro do conceito de modo de produção asiático. Finalmente, as sociedades mesopotâmicas são caracterizadas como politicamente centralizadas e militarizadas, nas quais os imperadores usualmente são associados a deuses ou a divindades, conforme a própria epopeia de Gilgamesh acaba por frisar. Portanto, a alternativa A também está incorreta, ao descrever tais sociedades como mercantis e pacifistas.

Questão 65 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Redemocratização do Brasil

Depois de 20 anos na escola 

Não é difícil aprender 

Todas as manhas do seu jogo sujo 

Não é assim que tem que ser   

 

Vamos fazer nosso dever de casa 

E aí então vocês vão ver  

Suas crianças derrubando reis 

Fazer comédia no cinema com as suas leis   

 

Somos os filhos da revolução 

Somos burgueses sem religião 

Somos o futuro da nação 

Geração Coca‐Cola. 

 

Dado Villa‐Lobos e Renato Russo, Geração Coca‐Cola, 1984. 


Esses versos 



a)

remetem ao período da Campanha das Diretas Já e apresentam esperanças em relação à implantação de um regime democrático no Brasil.

b)

revelam a indignação e rebeldia da juventude com os rumos da chamada Nova República, especialmente contra o Colégio Eleitoral e o bipartidarismo.

c)

propõem um repúdio por parte da juventude brasileira em relação às questões políticas e comportamentais durante a transição democrática.

d)

oferecem uma visão positiva acerca do período militar no Brasil e demonstram ceticismo com respeito à transição democrática.

e)

reforçam a capacidade de mobilização e reivindicação da juventude pela liberdade de expressão e criação de novas universidades públicas.

Resolução Sugerimos anulação

A música “Geração Coca-Cola”, de autoria de Dado Villa-Lobos e Renato Russo, foi escrita durante os anos finais da Ditadura Militar, num contexto marcado pela forte influência americana no país, seja no modelo educacional, cultural e de consumo.

A letra da música evidencia uma oposição entre “nós” - o grupo de jovens nascidos e criados durante a Ditadura, com uma forte influência da cultura americana, a dita a “geração coca-cola” - e “vocês”, os partidários do regime militar. Em diversos versos da letra fica evidente uma postura reativa desses jovens, tais como ”Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês” e “Vamos fazer nosso dever de casa / E aí­ então, vocês vão ver”.

Nesse sentido, a música pode ser interpretada como uma crítica ao peso da influência estrangeira no Brasil, o descontentamento com o regime político e a revolta desses jovens, que buscam a construção de novas práticas culturais, novos discursos e novas ideologias.

Considerando esses aspectos – a oposição entre a “geração coca-cola” e os partidários da Ditadura -  podemos afirmar que a letra apresenta uma perspectiva de mudanças para o futuro, observadas, por exemplo, no verso “Somos o futuro da nação”. Essa visão é reforçada também pelo verso “Depois de 20 anos na escola / Não é difícil aprender / Todas as manhas do seu jogo sujo / Não é assim que tem que ser”, referindo-se aos 20 anos da Ditadura Militar (iniciada em 1964) e afirmando que a partir daquele momento “vamos fazer nosso dever de casa / E aí então vocês vão ver / suas crianças derrubando reis”, em alusão à juventude que reverteria o quadro político, sendo que a derrubada dos reis pode ser entendida como o fim do regime.  Dessa forma, a letra pode ser inserida no contexto das Diretas Já, no entanto, é impreciso afirmar que indica especificamente a esperança em relação à implantação da democracia, mas sim uma reação a um sistema em que cresceram e consideraram falido. Além disso, embora tenha sido gravada em 1984, a composição da letra é de 1978, o que torna ainda mais impreciso e anacrônico associar seu sentido diretamente ao período da Campanha das Diretas Já e às “esperanças em relação a implantação de um regime democrático no Brasil”, conforme mencionado na alternativa A.

Já a alternativa C pode ser lida de forma ambígua, dependendo da interpretação de quais seriam as "questões políticas" mencionadas na alternativa. Se adotarmos o pressuposto de que "questões políticas” é um sinônimo do regime político vigente (Ditadura Militar) a alternativa pode ser considerada correta. No entanto, se “questões políticas” se referirem ao sentido mais amplo do termo, nesse caso a alternativa é incorreta, pois, conforme indica a letra, a juventude está disposta a "fazer o dever de casa" e reverter a situação, pois as crianças, “o futuro da nação” vão "derrubar os reis". Desse modo, não há um repúdio em relação às questões políticas como um todo, mas sim ao governo especificamente.

Assim, consideramos que não há uma resposta possível para a questão, pois os versos não sugerem precisamente “esperanças” conforme apontado pela alternativa A e, pois, para validar a alternativa C é preciso adotar um pressuposto não oferecido pela questão (o sentido de “questões políticas”).

Sobre as demais alternativas:

b) Incorreta. É cronologicamente inviável afirmar que os versos revelam a indignação dos jovens contra os rumos da chamada Nova República, tendo em vista que esta só teve início em 1985. O início da nova República foi marcado pela eleição de Tancredo Neves por um Colégio Eleitoral composto por congressistas e delegados das assembleias estaduais. Vale ressaltar que no contexto de composição dos versos o retorno do pluripartidarismo já havia ocorrido, pois o bipartidarismo foi suspenso em 1979.

d) Incorreta. Os versos não oferecem uma visão positiva sobre a Ditadura Militar, mas sim um descontentamento com os últimos 20 anos do país (idade da Ditadura Militar em 1984) como pode ser observado em "Depois de 20 anos na escola / Não é difícil aprender / Todas as manhas do seu jogo sujo / Não é assim que tem que ser". Além disso, a visão diante da transição democrática é marcada pelo otimismo na atuação dos jovens, considerados "o futuro da nação".

e) Incorreta. Não é possível identificar nos versos nenhuma menção à liberdade de expressão ou à criação de universidades públicas.

Questão 66 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

América Latina no século XX (História) Ditadura Militar

Documentos da Agência Central de Inteligência Americana (CIA) mostram que o Brasil quis liderar a Operação Condor e só não conseguiu porque enfrentou resistência dos outros países membros – Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia. (...) Os documentos da CIA fazem parte do Projeto de Desclassificação Argentina (The Dirty War, 1976-1983), do governo americano, e incluem mais de 40 mil páginas. Duas dezenas delas fazem menções ao Brasil (...).

Marcelo Godoy, O Estado de São Paulo. Abril/2019. 


A respeito da Operação Condor, é correto afirmar: 



a)

Ainda que tivesse um alvo comum de repressão política, ela não implicava o alinhamento automático dos regimes ditatoriais de cada país. 

b)

Ao  encontrar resistência dos demais países que dela participavam, o Brasil passou a criticar publicamente suas ações.

c)

Em  vista da oposição norte‐americana à iniciativa, a cooperação entre os países membros não foi implantada. 

d)

O governo ditatorial paraguaio assumiu a posição de liderança no acordo firmado entre seus países fundadores. 

e)

Limitou‐se à troca de informações sobre os opositores  políticos que buscaram exílio em cada um desses países.   

Resolução

a) Correta. A Operação Condor foi uma cooperação internacional para a repressão de opositores políticos entre os regimes ditatoriais então instalados no Cone Sul, nas décadas de 1970 e 1980. Tal cooperação visava à troca de informações e à repressão de elementos considerados "subversivos" pelos governos participantes, sendo que tal operação foi realizada com o conhecimento e apoio do serviço de inteligência norte-americano. Neste exercício, o documento revela uma tensão entre os governos autoritários no Cone Sul sobre o projeto, na qual o Brasil buscava exercer uma proeminência na operação em detrimento dos demais governos. Contudo, como o próprio documento revela, os demais governos membros rejeitaram tal liderança brasileira, revelando que, embora alinhados no projeto de repressão internacional aos considerados subversivos, os governos tinham interesses e diferenças em outros aspectos. Portanto, ainda que convergentes, não é possível afirmar que havia um completo "alinhamento automático", conforme expresso na alternativa

b) Incorreta. Ainda que o documento fornecido na questão aponte para uma tensão entre o Brasil e demais ditaduras latino-americanas, não é possível afirmar que o governo brasileiro passou a criticar publicamente as ações da Operação Condor. Pelo contrário, o regime militar brasileiro cooperou com os andamentos na atividade internacional, e também usufruía de informações acerca de elementos subversivos brasileiros exilados nos demais países, como relatórios sobre o então líder estudantil José Serra, exilado no Chile naquele contexto.

c) Incorreta. Os Estados Unidos não foram contrários à iniciativa, e tampouco é possível afirmar que essa medida "não foi implantada". Quanto ao interesse dos EUA, vale lembrar que a Operação Condor ocorreu em um contexto da Guerra Fria e, após o sucesso da Revolução Cubana em 1959, o que agravou a preocupação sobre uma possível difusão de governos socialistas na região. Desta forma, havia um expresso interesse dos Estados Unidos em garantir a permanência dos países do Cone Sul dentro de sua área de influência, sendo um importante aliado dos governos autoritários instaurados na América Latina durante os anos de 1960 e 1970. Dados contemporâneos liberados pelo Governo Americano reforçam o apoio e articulação dos serviços de inteligência daquele país na operação.

d) Incorreta. Não é possível afirmar que os paraguaios tiveram uma liderança nas operações em questão. Ainda que o governo ditatorial de Alfredo Stroessner (1954-1989) tenha contribuído para o andamento da atividade repressiva, ele não exerceu destacada liderança regional. Ressalta-se que, ainda que a Operação Condor tivesse uma sede no Chile, suas ações não dependiam necessariamente de uma aprovação central, sendo normalmente realizadas de forma bilateral entre os países nas operações específicas.

e) Incorreta. Ainda que a troca de informação fosse um importante aspecto da operação, esta não se limitou ao câmbio de informações. Suas orientações também envolviam a ação repressiva de elementos considerados subversivos, com a prisão e assassinato de investigados. Em 2016, por exemplo, a Justiça Argentina deu sentença final condenando 15 responsáveis sobre o desaparecimento de 105 vítimas da Operação Condor entre os anos de 1970 e 1980, o que revela seu caráter repressivo e violento.

Questão 67 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Revoluções Inglesas

A entrega pacífica do governo a um adversário pressupunha um elevado nível de automoderação. O mesmo determinou a boa vontade de um governo em não usar os seus grandes recursos do poder na humilhação ou destruição de predecessores hostis ou opositores (...). As técnicas militares deram lugar às técnicas verbais do debate feitas de retórica e de persuasão, a maior parte das quais exigia mais contenção geral, identificando, de modo nítido, esta mudança com um avanço da civilização.

Norbert Elias, A busca da excitação. Lisboa: Difel, 1992.


O processo histórico britânico ofereceu, entre os séculos XVII e XIX, modelos institucionais e práticas políticas importantes. A respeito deles, é correto afirmar que



a)

os debates acalorados no Parlamento, que desencadearam uma série de lutas sociais no século XVIII, foram apenas superados no início do século XIX com a instauração do Regime Parlamentar.

b)

após o turbulento século XVII, marcado por sucessivas  lutas sociais e golpes de Estado, a pacificação entre as classes dominantes ocorreu com o fortalecimento do Regime Parlamentar ao longo do século XVIII.

c)

a instauração da República de Cromwell e do parlamentarismo, em meados do século  XVIII, foi responsável pelo fim das turbulências políticas características do absolutismo monárquico.

d)

o avanço da civilização mencionado no texto ocorreu com o estabelecimento do princípio da tolerância religiosa entre anglicanos, calvinistas e católicos pelo Parlamento no final do século XVIII.

e)

o estabelecimento do parlamento bicameral, com representação para os nobres e para a burguesia enriquecida, e do direito de voto universal, ambos no século XVIII, foram responsáveis pela contenção das lutas sociais na Grã‐Bretanha.

Resolução

a) Incorreta. O regime parlamentar inglês foi estabelecido após a Revolução Gloriosa de 1688, quando o casal real Guilherme de Orange e Maria assinaram o Bill of Rights, documento que transforma o rei em um chefe de Estado, cabendo ao parlamento o exercício do governo.

b) Correta. O século 17 foi marcado pela crise da dinastia Stuart. Entre 1642 e 1649, o parlamento, liderado por Oliver Cromwell, travou uma guerra civil contra o rei Carlos I, que redundou na decaptação do monarca e na proclamação de uma república ao longo de uma década. Após a restauração dos Stuarts, em 1660, aconteceram novos choques entre os reis e o parlamento, até que, após a Revolução Gloriosa de 1688, estabeleceu-se, por meio do Bill of Rights, que o rei seria o chefe de Estado e que o parlamento assumiria o governo efetivo. Ao longo do século 18, surgiu a figura do primeiro ministro.

c) Incorreta. A instalação da República de Cromwell, em 1649, não colocou fim às turbulências polítcas existentes na Inglaterra, pois, logo após a morte de Cromwell, a monarquia foi restaurada e a volta dos Stuarts ao poder levou a novo momento de turbulência, somente equacionado com a adoção do parlamentarismo.

d) Incorreta. O avanço da civilização citado pelo texto se deu pela entrega pacífica do governo para um adversário e pelos debates acalorados ocorridos no parlamento, e não pelo princípio da tolerância religiosa.

e) Incorreta. O parlamento surgiu na Inglaterra no século 13 e se tornou bicameral no 14. Já o voto universal, considerando apenas a população masculina, surgiu no Reino Unido no século 19. Se considerarmos  o voto feminino, apenas no século 20 o voto se tornou universal.

Questão 68 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Renascimento cultural Tecnologia e Sociedade

De acordo com o historiador Martyn Lyons, “nos temores contemporâneos em relação ao acesso ilimitado a sites perigosos da Internet, e às dificuldades enfrentadas por governos de diversos países no policiamento da distribuição da informação, ouvese o eco do pânico causado pela invenção da imprensa”.

Martyn Lyons, A história da leitura de Gutenberg a Bill Gates, RJ: Casa da  Palavra, 1999. 


Escolha a alternativa que demonstre corretamente os elementos de continuidade e de descontinuidade entre a “revolução do impresso” e a “revolução eletrônica” apontados pelo autor.



a)

As chamadas “revolução do impresso” e “revolução eletrônica” não somente favoreceram a multiplicação e democratização do acesso à informação como também auxiliaram a formação de um público mais vasto e mais crítico.

b)

A implementação das novas tecnologias de comunicação eliminou a diferença entre os usuários e os excluídos do universo da cultura escrita, tal como se prometera no início de sua adoção.

c)

A manutenção de índices elevados de circulação de fake news nas redes sociais demonstra que a “revolução da comunicação” depende de quem domina e de quem usa as tecnologias.

d)

Diferentemente do Index Librorum Prohibitorum promulgado para a atuação da Inquisição no controle da expansão do Protestantismo durante o século XVI, os atuais marcos regulatórios da Internet limitam‐se ao controle da pornografia.

e)

O advento da tipografia não foi necessariamente revolucionário, pois não mudou a natureza nem o assunto dos livros; já a tecnologia digital suprimiu todas as formas anteriores de comunicação, da oral à impressa.  

Resolução

a) Incorreta. Não é possível afirmar que a maior difusão de informações relacionadas tanto à invenção da imprensa como à revolução eletrônica auxiliaram a formação de um público "mais crítico". Neste aspecto, o acesso facilitado a uma grande quantidade de informações não foi acompanhado de uma leitura criteriosa destes fatos, favorecendo a disseminação de notícias falsas e agravando a desinformação na sociedade, tanto historicamente como contemporaneamente. Historicamente, na Itália do século XVI, por exemplo, destacam-se a existência dos chamados pasquins, meios que difundiam notícias duvidosas e falsas sobre figuras públicas. A preocupação recente sobre a difusão das chamadas fake news e seu impacto na sociedade corroboram a dificuldade para uma leitura crítica das informações.

b) Incorreta. Ambas as revoluções tecnológicas mencionadas no exercício não superaram as diferenças entre os usuários e os excluídos do universo da cultura escrita. A sociedade ocidental é profundamente baseada numa cultura letrada, sendo que o analfabetismo continua a ser uma grande barreira de exclusão social e de dificuldade para o acesso sólido à informação.

c) Correto. O acesso facilitado à informação não leva necessariamente ao fim ou a redução da desinformação, sendo fundamental que as pessoas realizem uma leitura crítica acerca das notícias que recebe. Atualmente, a internet e os novos meios tecnológicos favoreceram uma difusão ainda mais rápida das informações, exigindo, por outro lado, uma leitura mais rigorosa e crítica da qualidade destas e de suas fontes. Em diálogo com tal situação, o Dicionário Oxford definiu em 2016 "pós-verdade" como a palavra do ano, alegando que “que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais”, o que revela a dificuldade de uma leitura crítica e objetiva pelos que acessam hoje a informação.

d) Incorreta. É incorreto afirmar que os debates sobre os atuais Marcos Regulatórios da Internet limitam-se ao controle da pornografia. A principal legislação do assunto, o Marco Civil da Internet, determina as diretrizes sobre a internet no Brasil, garantindo princípios, direitos e deveres envolvendo o uso desta tecnologia. Tal legislação não estabelece um controle específico sobre difusão de materiais “pornográficos” na rede de computadores, sendo que esta garante em seu artigo 3º a "liberdade de expressão, comunicação e manifestação de pensamento, nos termos da Constituição Federal". De forma mais ampla, a legislação combate abusos diversos na Internet como, por exemplo, a propagação de conteúdos de ódio, a exemplo da lei nº 13.642 de Abril de 2018, conhecida como "Lei Lola" e que atribui à Polícia Federal a investigação de crimes relacionados à difusão de conteúdo misógino e de ódio às mulheres na internet.

e) Incorreta. Não é possível sustentar que o advento da tipografia não foi revolucionário, já que a tipografia facilitou a produção e difusão dos materiais impressos, até então produzida fundamentalmente de forma manual através da reprodução escrita de obras. Como consequência, essa nova ferramenta favoreceu a descentralização dos meios de impressão até então vinculados à Igreja, facilitando a circulação dos chamados livros proibidos e outros materiais diversificados, mesmo notícias falsas, como nos pasquins e das gazetas. Também é incorreto afirmar que a tecnologia digital suprimiu as demais formas de comunicação, coexistentes até os dias atuais, tais como jornais, televisão e rádio. 

Questão 69 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Órbitas Circulares (Satélites)

Em julho de 1969, os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin fizeram o primeiro pouso tripulado na superfície da  Lua, enquanto seu colega Michael Collins permaneceu a bordo do módulo de comando Columbia em órbita lunar. Considerando que o Columbia estivesse em uma órbita perfeitamente circular a uma altitude de 260 km acima da superfície da Lua, o tempo decorrido (em horas terrestres ‐ h) entre duas passagens do Columbia exatamente acima do mesmo ponto da superfície lunar seria de

 



a)

0,5 h.

b)

2 h.

c)

4 h.

d)

8 h.

e)

72 h.

Resolução

Como a Columbia está em órbita circular, podemos concluir que a força gravitacional que age sobre ela é a resultante e, por apontar para o centro da trajetória, é centrípeta. Assim podemos temos:

FGrav=Fcentr

G·M·mR2=m·v2R

G·MR=v2         eq. (1)

Sendo M a massa da Lua, m a massa da Columbia, G a constante gravitacional, v o módulo da velocidade tangencial da Columbia e R o raio da orbita da Columbia.

Como o enunciado pergunta o período (T) da órbita, pois pergunta-se o tempo entre duas passagens pela Columbia acima do mesmo ponto na lua, temos que relacionar seu movimento a um movimento circular. Sabemos que a cada volta, a Columbia leva um tempo Δt=T e percorre uma distância Δs=2πR. Portanto:

v=2πRT         eq. (2)

Substituindo a equação (2) na equação (1), temos:

G·MR=(2πRT)2

T2=4π2R3GM           eq.3

Substituindo os dados na equação (3) e tomando o devido cuidado com as unidades de medidas (a constante gravitacional foi dada em km³/(kg h²), asssim podemos manter o raio da orbita em km, a massa em kg e o tempo em hora), temos:

T2=4·32(1740+260)39·10-13·8·1022

T2=(2·103)32·109T2=4

T=2 h

Questão 70 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Análise Dimensional Física Moderna

Em 20 de maio de 2019, as unidades de base do Sistema Internacional de Unidades (SI) passaram a ser definidas a partir de valores exatos de algumas constantes físicas. Entre elas, está a constante de Planck h, que relaciona a energia E de um fóton (quantum de radiação eletromagnética) com a sua frequência f na forma E=hf.

A unidade da constante de Planck em termos das unidades de base do SI (quilograma, metro e segundo) é:



a)

kg·m2/s

b)

kg·s/m2

c)

m2·s/kg

d)

kg·s/m

e)

kg·m2/s3

Resolução

Vamos isolar a constante de Planck na relação de quantização fornecida pelo problema:

E = h · f        h = Ef

Assim, a unidade da constante deve ser a razão entre as unidades de energia e de frequência. Vamos, então, escrever as unidades de energia (a qual interpretaremos como a unidade de trabalho mecânico) e de frequência em termos das unidades de base do SI:

[E] = [W] = [F] · [d] = [m] · [a] · [d] = kg · ms2 · m = kg · m2s2

 

[f] = 1[T] = s-1

Assim, fazendo a razão entre as unidades encontradas para as grandezas energia e frequência encontramos a unidade da constante de Planck:

[h] = [E][f] = kg · m2s2s-1 = kg · m2s