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Fuvest 2020 - 1ª fase


Questão 51 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Artrópoda

Qual das curvas representa o crescimento de um inseto hemimetábolo, desde seu nascimento até a fase adulta?



a)

b)

c)

d)

e)

Resolução

O desenvolvimento dos insetos pode ser direto ou indireto. No primeiro tipo, o animal que se desenvolve a partir do ovo não é morfologicamente diferente da versão adulta e, por isso, não passa por fase larval ou metamorfose. Esses insetos são conhecidos como ametábolos, como por exemplo a traça de livro. Já no segundo tipo, o indireto, ocorre tanto uma forma larval, que é morfologicamente distinta da adulta, como também a metamorfose. Nos holometábolos (mosquitos, moscas, abelhas e vespas), que são maioria das espécies de insetos, a fase larval tem morfologia muito diferente da forma adulta e a metamorfose ocorre exclusivamente na fase de pupa. Nos insetos hemimetábolos (barbeiros, gafanhotos, baratas, cupins), as formas larvais são conhecidas como ninfas e não apresentam diferenças morfológicas tão evidentes em relação à forma adulta. Nesse tipo de desenvolvimento a metamorfose não ocorre em um momento específico, mas durante todo o processo de desenvolvimento, as ninfas crescem passando por mudas e originam ninfas cada vez maiores e com a morfologia cada vez mais parecida com a do futuro adulto, por esse motivo a hemimetabolia também é descrita como metamorfose gradual. Vale lembrar também que as ninfas não possuem a maturidade sexual, característica que se desenvolve apenas na forma adulta.

Outra característica marcante no crescimento desses animais é a ocorrência da muda, verificada também em todo o filo dos artrópodes e no filo dos vermes nematoides. Nos artrópodes, o exoesqueleto, formado por quitina associada à proteínas, é um fator limitante para o crescimento, que só ocorre durante a fase da muda. Também conhecida por ecdise, a muda pode ser descrita como uma troca periódica do exoesqueleto para que ocorra o crescimento do animal. Após a conclusão da muda o novo exoesqueleto formado passará a oferecer novamente uma limitação para o crescimento, interrompendo novamente o aumento de tamanho do organismo. Por esse motivo, nos filos mencionados o crescimento é descontínuo, havendo períodos de crescimento alternados com períodos em que o animal não cresce, como no gráfico abaixo.

Com essas considerações podemos concluir que:

a) Incorreta. No gráfico apresentado o animal tem crescimento contínuo e a taxa de crescimento é a mesma em todo o período de crescimento.  

b) Incorreta. No gráfico da alternativa o ser vivo tem crescimento contínuo e a taxa de crescimento que se acelera a medida que ele fica mais velho.   

c) Incorreta. No gráfico apresentado o animal tem crescimento contínuo e a taxa de crescimento é menor no início e ao final da vida.

d) Incorreta. O gráfico apresentado é de uma animal que apresenta crescimento contínuo e uma taxa de crescimento maior no início da vida.

e) Correta. O gráfico apresentado é semelhante ao esperado para um inseto, com períodos de crescimento que se alternam com a interrupção do mesmo, ou seja, um crescimento periódico, ocorrendo em vários momentos durante a vida, nas ocasiões da muda.

Questão 52 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Membrana plasmática Célula Vegetal

Analise o esquema de uma célula adulta. 

As estruturas I, II, III e IV caracterizam‐se pela presença, respectivamente, de 



a)

glicídeo, lipídeo, água e ácido nucleico.

b)

proteína, glicídeo, água e ácido nucleico. 

c)

lipídeo, proteína, glicídeo e ácido nucleico. 

d)

lipídeo, glicídeo, ácido nucleico e água. 

e)

glicídeo, proteína, ácido nucleico e água. 

Resolução

O esquema de célula fornecido pelo exercício é referente a uma célula eucarionte vegetal característica por apresentar:

- núcleo celular: compartimento delimitado por envoltório que separa o material genético (DNA) do citoplasma celular. Núcleo delimitado e verdadeiro é encontrado exclusivamente em células eucariontes presentes nos reinos Plantae, Animalia, Fungi e Protoctista (ou Protista).

- cloroplasto: organela celular responsável pela fotossíntese. É no interior do cloroplasto que se encontram os pigmentos fotossintetizantes (como clorofila e carotenoides) que, ao absorverem a energia luminosa, levam à formação de carboidratos.

- vacúolo celular: organela delimitada por membrana (tonoplasto) em cujo interior encontram-se substâncias armazenadas.

- parede celular: envoltório mais externo que possui função de garantir formato, suporte e resistência às células vegetais. A parede celular não é exclusividade dos organismos do Reino vegetal, sendo também encontrada em fungos e bactérias, porém, com constituição química distinta. A parede celular dos fungos é constituída por polissacarídeos, especialmente a quitina, enquanto a das bactérias é constituída por peptidoglicano ou mureína, um heteropolissacarídeo ligado a peptídeos.

 

A imagem fornecida pelo exercício permite identificar os algarismos de I a IV listados abaixo:

I. Parede celular: é composta essencialmente por celulose e hemicelulose, polissacarídeos estruturais que conferem formato e resistência à célula. Os polissacarídeos são longas moléculas de monossacarídeos, unidades básicas dos carboidratos também chamados de glicídeos. Não confunda glicídeos com glicerídeos. O primeiro termo se refere aos carboidratos e o segundo, a um tipo de lipídios, um grupo de macromoléculas com propriedades e funções distintas.

Molécula de celulose (Fonte: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.)

II. Membrana plasmática: estrutura presente em todos os tipos celulares com função de delimitação, reconhecimento celular e controle sobre o fluxo de substâncias (permeabilidade seletiva). É um envoltório de natureza lipoproteica, sendo formada por duas camadas de fosfolipídios com proteínas associadas. Como os fosfolipídios são os componentes majoritários da membrana, pode-se afirmar que a natureza desta estrutura é essencialmente lipídica. As moléculas de fosfolipídios são formadas por suas regiões denominadas cabeça e caudas. A cabeça é formada por moléculas de glicerol e fosfato, enquanto as caudas são formadas por longas moléculas de ácidos graxos. Devido à propriedade hidrofóbica, as caudas voltam-se para o interior da membrana, afastando-se do ambiente aquoso. Veja abaixo o esquema de uma membrana plasmática genérica:

Membrana plasmática (Fonte: Lopes, Sônia. BIO 3: Conect live. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2018)

Fosfolipídeo (Fonte: REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.)

III. Vacúolo: estrutura delimitada por uma membrana lipoproteica (similar à membrana plasmática) em cujo interior são encontradas moléculas como água, sais, pigmentos não fotossintetizantes e resinas vegetais. É um compartimento celular que atua no armazenamento de substâncias e controle osmótico. Diferente do vacúolo pulsátil, tipicamente encontrado em protozoários de água doce, o vacúolo vegetal não possui capacidade de contração e de expulsar o excesso de água assimilado por osmose a partir de meio hipotônico.

IV. Núcleo: compartimento celular encontrado em células eucariontes. É delimitado por duas camadas lipoproteicas que compõe o envoltório nuclear (também chamado de carioteca) e que separam o nucleoplasma do citoplasma. Embora o envoltório celular promova a delimitação do compartimento nuclear, há presença de inúmeros poros que permitem o intercâmbio de moléculas entre núcleo e citoplasma, fundamental para manutenção da fisiologia celular. No interior do núcleo está o material genético, representado por moléculas de DNA (ácido desoxirribonucleico) na forma de cromatina. Além da cromatina, o núcleo apresenta uma região denominada nucléolo, responsável pela transcrição de RNAr que irá compor os ribossomos. Tanto o ácido nucleico quanto o nucléolo estão imersos em uma matriz gelatinosa denominada nucleoplasma, formada por água, sais, além de moléculas de RNA e proteínas. Assim, no interior do núcleo são encontradas moléculas de DNA e RNA, tipos de ácidos nucleicos, moléculas essenciais para hereditariedade e síntese proteica.

Núcleo celular (Fonte: Lopes, Sônia. BIO 3: Conect live. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2018)

Baseado no exposto anteriormente, a alternativa que contempla a correta composição dos algarismos identificados de I a IV é a letra a (glicídeo, lipídeo, água e ácido nucleico).

Questão 53 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Herança Ligada ao Sexo Probabilidade e Análise de Heredogramas

Analise a seguinte genealogia de uma doença:

Foi levantada a hipótese de que a doença possui padrão de herança dominante ligada ao cromossomo X. O que levou a tal conclusão foi a



a)

 incidência da doença em mulheres e homens. 

b)

transmissão do alelo mutante apenas às filhas de um  homem afetado. 

c)

presença de pessoas afetadas em todas as gerações. 

d)

transmissão do alelo mutante às filhas e aos filhos de uma  mulher afetada. 

e)

presença de pelo menos um dos genitores afetados. 

Resolução

Para compreender a resolução desta questão, torna-se fundamental relembrar que na espécie humana (e nos demais mamíferos) a determinação do sexo ocorre por cromossomos sexuais: indivíduos XX são do sexo feminino e indivíduos XY são do sexo masculino. Uma herança ligada ao sexo (HLS) é aquela cujo gene responsável pela característica está localizado no cromossomo X e, portanto, a manifestação difere nos sexos masculino e feminino, uma vez que pessoas do sexo masculino (sem síndromes cromossômicas) possuem apenas um cromossomo do tipo X e pessoas do sexo feminino (sem síndromes cromossômicas) possuem duas cópias do cromossomo X. Como exemplos de heranças ligadas ao sexo tem-se o daltonismo, hemofilia e distrofia muscular Duchenne. Na herança ligada ao sexo são observadas algumas características quanto à hereditariedade:

- pai não transmite o gene da HLS para os filhos do sexo masculino, uma vez que o pai é doador de cromossomo Y para os filhos do sexo masculino e doador de cromossomo X para as filhas do sexo feminino. Assim, o pai transmite o gene de HLS apenas para as filhas do sexo feminino.

- mãe transmite o gene da HLS tanto para filhos do sexo masculino quanto para filhas do sexo feminino, afinal, a mãe possui duas cópias do cromossomo X e não possui cromossomo do tipo Y.

O oposto da herança ligada ao sexo é a herança autossômica, cujo gene responsável está localizado em um cromossomo autossômico, ou seja, não sexual. Como exemplos de heranças autossômicas tem-se o albinismo, fibrose cística e anemia falciforme. Neste tipo de herança, a ocorrência da característica independe do sexo do indivíduo e ocorre em frequências semelhantes nos dois sexos.

A HLS ainda pode ser do tipo recessiva ou do tipo dominante, fato que irá interferir nos genótipos que irão manifestar a característica nas pessoas do sexo feminino que são, normalmente, dotadas de dois cromossomos do tipo X:

- Na HLS recessiva, pessoas do sexo feminino são afetadas apenas se possuírem duas cópias do gene responsável (Xa), ou seja, devem ter genótipo XaXa

- Na HLS dominante, pessoas do sexo feminino são afetadas se possuírem uma ou duas cópias do gene responsável (XA), ou seja, podem ter genótipo XAXA ou XAXa

O quadro abaixo traz uma comparação destes dois padrões:

 

 

HLS dominante (XA)

HLS recessiva (Xa)

Normal

Sexo masculino

XaY

XAY

Sexo feminino

XaXa

XAXA ou XAXa

Afetado

Sexo masculino

XAY

XaY

Sexo feminino

XAXA ou XAXa

XaXa

 

Conforme citado pelo exercício, a doença trazida pelo exercício é de padrão ligado ao sexo dominante e a partir desta informação, os genótipos dos indivíduos foram desvendados:

a) Incorreta. Tanto a herança autossômica quanto a herança ligada ao sexo têm incidência em pessoas do sexo masculino e pessoas do sexo masculino. Logo, esta propriedade não pode ter sido utilizada para concluir quanto ao padrão de herança.

b) Correta. Pessoas do sexo masculino são XY e, portanto, transmitem o gene localizado no cromossomo X para as filhas do sexo feminino. Pessoas do sexo masculino não transmitem a doença para o filho do sexo masculino, já que o cromossomo transferido é do tipo Y e o gene da doença está localizado no cromossomo X.

c) Incorreta. A existência de pessoas afetadas em todas gerações pode ser visualizada tanto em herança autossômica, quanto em herança ligada ao sexo, sejam do tipo dominante ou recessiva. Logo, esta observação feita sobre o heredograma não pode ter sido utilizada para concluir quanto ao padrão de herança.

d) Incorreta. A transmissão do gene de mãe afetada para os filhos de ambos os sexos pode ocorrer tanto em herança autossômica, quanto em herança ligada ao sexo, sejam do tipo dominante ou recessiva. Conforme citado anteriormente neste exercício, pessoas do sexo feminino possuem dois cromossomos do tipo X e transmitem este cromossomo tanto para filhos do sexo feminino quanto para filhos do sexo masculino. Logo, esta observação feita sobre o heredograma não pode ser utilizada para concluir quanto ao padrão de herança.

e) Incorreta. A presença de um dos genitores afetados pode ocorrer tanto em herança autossômica, quanto em herança ligada ao sexo, sejam do tipo dominante ou recessiva. Logo, esta observação feita sobre o heredograma não pode ser utilizada para concluir quanto ao padrão de herança.

Questão 54 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Organelas Histologia

Analise os esquemas simplificados das células 1 e 2: 

Células como as representadas em 1  e  2  podem ser encontradas, respectivamente, no 



a)

sangue e no fígado.

b)

osso e no pâncreas. 

c)

músculo esquelético e no pâncreas. 

d)

músculo cardíaco e no osso. 

e)

pâncreas e no fígado. 

Resolução

O organismo humano apresenta diversos tipos celulares, cada um dotado de características celulares que se adequam à função da célula no tecido e no órgão ao qual ele pertence. As células eucariontes possuem uma organização mais sofisticada em relação às procariontes, os compartimentos membranosos isolam reações e os fenômenos biológicos, criando maior complexidade e eficiência dos mecanismos de sobrevivência. Esses compartimentos são formados pelas organelas, estruturas intracelulares que exercem funções diferenciadas dentro da complexa máquina celular. Nesse contexto, as características citológicas internas das células, como o tipo de organela predominante e a presença específica de algumas delas, refletem a função dos diversos tipos celulares.

As células apresentadas são esquemas simplificados de tipos celulares encontrados em órgãos ou tecidos.  Como os esquemas são simplificados, as imagens não pode ser analisada exatamente como são apresentadas, mas do ponto de vista de suas qualidades genéricas mais marcantes. Dessa forma, na célula 1, a qualidade que se destaca é a presença de muitas mitocôndrias e, na célula 2, a presença de muitas vesículas secretoras.  

As mitocôndrias são organelas celulares responsáveis pela oxidação de carboidratos e gorduras com a finalidade de se gerar o ATP (trifosfato de adenosina), a moeda energética da célula, já que fornece a energia para todos os processos biológicos que precisam dela para ocorrer. A grande quantidade de mitocôndrias da célula 1 sugere que esta produz muito ATP e o usa amplamente, portanto, deve fazer parte de um tecido que consome muita energia em seu funcionamento, como uma célula muscular ou nervosa, por exemplo.

Já a célula 2 apresenta grande quantidade de vesículas secretoras, qualidade que sugere a função secretora do tecido ao qual ela faz parte, propriedade típica de um tecido glandular, por exemplo.

Com essas considerações podemos afirmar:

a) Incorreta. A célula 1 não poderia ser a do sangue, dado que as hemácias não possuem núcleo e sistema de organelas desenvolvido. A célula 2 poderia ser associada com os hepatócitos, uma vez que o fígado é responsável pela produção de diversas moléculas funcionais com função exócrina e endócrina.

b) Incorreta. A célula 1 não pode ser associada com o osso, pois as células dessa estrutura, os osteócitos, por exemplo, não se destacam pela grande quantidade de mitocôndrias. A célula 2 poderia ser associada com o pâncreas, esse órgão tem função secretora bem destacada, sendo responsável pela secreção exócrina do suco pancreático e a secreção endócrina da insulina e glucagon. A célula 2 poderia ser associada com o pâncreas, órgão tem função secretora, sendo responsável tanto por secreções exócrinas como endócrinas.

c) Correta. A célula 1 pode ser associada com o músculo esquelético, pois esse tecido se destaca pela grande demanda energética em seu metabolismo ao exercer sua função. As células dos fibras estriadas esqueléticas são alongadas, possuem grande quantidade de miofibrilas envolvidas pelo retículos sarcoplasmático, às margens do retículo encontram-se inúmeras mitocôndrias que realizam a respiração aeróbica e geram o ATP necessário para o deslizamento da molécula da actina sob a molécula da miosina, fenômenos essencial para o encurtamento das miofibrilas e, consequentemente, para a contração muscular.

Modificado a partir de http://www.imagexia.com/composicion-fibras-musculares/. Acessado dia 25/11/2019.

Já a célula 2 poderia ser associada com o pâncreas, esse órgão tem função secretora bem destacada, sendo responsável pela secreção exócrina do suco pancreático e a secreção endócrina da insulina e glucagon.

Modificado a partir de http://saudecelulahumana.blogspot.com/2016/. Acessado dia 25/11/2019.

d) Incorreta. A célula 1 poderia ser associado ao músculo cardíaco, que também apresenta grande consumo energético e, consequentemente, muitas mitocôndrias. Já a célula 2 não pode ser associada com o osso, pois as células predominantes dessa estrutura, os osteócitos, não se destacam pela grande quantidade de vesículas de secreção.

e) Incorreta. Embora a célula 2 possa ser associada ao fígado, pelos motivos já descritos, a célula 1 não pode ser considerada a típica célula pancreática, embora tenha mitocôndrias, esta não se encontra de grande número.  

 

Questão 55 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Ácidos nucleicos

Considere uma sequência de DNA com 100 pares de bases de comprimento contendo 32 timinas.
Quantas citosinas, guaninas e adeninas essa sequência terá, respectivamente?



a)

32, 68, 68. 

b)

68, 32, 68. 

c)

68, 68, 32. 

d)

32, 18, 18. 

e)

18, 32, 18. 

Resolução

O DNA (ácido desoxirribonucleico) é uma molécula de ácido nucleico caracterizada pela sua típica estrutura em dupla fita. Cada uma das fitas é formada por uma sequência de nucleotídeos que possuem bases nitrogenadas dos tipos A (adenina), T (timina), C (citosina) e G (guanina) complementares às bases nitrogenadas da outra fita. As bases complementares estabelecem ligações de hidrogênio que garantem a união das duas fitas e formação da típica estrutura de “escada retorcida”.

Estrutura do DNA. (Fonte: Lopes, Sônia. BIO 3: Conect live. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2018)

Em 1950, o bioquímico Erwin Chargaff analisou a composição das moléculas de DNA e observou regularidade da proporção de bases nitrogenadas presentes nas moléculas de dupla fita de DNA. Devido à complementariedade, a presença de uma base A em uma fita pressupõe a presença de uma base T na fita complementar; o mesmo é válido para as bases C e G que também são complementares. Assim, foi estabelecida a relação de Chargaff, que define que as proporções de bases A e C são similares às proporções das bases T e G.

A + C = T + G

Partindo deste conhecimento, é feita a resolução da questão:

A sequência de DNA do exercício é formada por 100 pares de bases (pb), ou seja, é formada por 200 bases nitrogenadas. Sabendo que nesta sequência existem 32 timinas, espera-se encontrar também, 32 adeninas. Somando as bases nitrogenadas, tem-se o total de 64 bases, que subtraídas de 200, resultam em 136. Assim, há 136 bases dos tipos citosina e guanina, sendo 68 de cada tipo, ou seja, 68 citosinas e 68 guaninas. A alternativa que contempla as quantidades corretas é a alternativa de letra C.

Questão 56 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Eutrofização

A combinação entre baixa biodiversidade, altas concentrações de poluentes e baixas concentrações de oxigênio dissolvido, que é verificada nos rios que passam por grandes centros urbanos no Brasil, deve‐se principalmente à(ao)



a)

descarte de garrafas PET e sacolas plásticas, aumentando a cadeia de produção de microplásticos.

b)

aumento de intervenções de engenharia, como a construção de pontes e dragagens. 

c)

aquecimento da água do rio devido ao aumento da temperatura média nas metrópoles.

d)

descarte de esgoto doméstico e industrial sem tratamento. 

e)

ocorrência mais frequente de longos períodos de estiagem, aumentando a evaporação. 

Resolução

Muitos rios que atravessam os grandes centros urbanos brasileiros, como o Rio Tietê em São Paulo, o Rio dos Sinos em Porto Alegre e o Rio das Velhas em Belo Horizonte, possuem baixa biodiversidade, altas concentrações de poluentes e baixas concentrações de oxigênio dissolvido. Essas características indicam que esses rios sofreram um processo acentuado de eutrofização nos trechos em que atravessam as áreas urbanas, sendo sua causa principal as interferências humanas.

O Rio Tietê, por exemplo, recebe grandes quantidades de esgoto doméstico e resíduos industriais no trecho em que corta a capital paulista. Dos 34 municípios da Grande São Paulo, 19 deles lançam esgoto não tratado no rio, o que faz do Tietê o mais poluído do país. Todos esses poluentes lançados diariamente nas águas fluviais levam ao processo de eutrofização do ambiente aquático, que é caracterizado pelas seguintes etapas:

  1. Aporte de nutrientes minerais, principalmente fosfatos e nitratos, os quais levam à proliferação de algas microscópicas do fitoplâncton.
  2. Morte das algas de fundo (bentônicas) pelo bloqueio da entrada de luz devido à espessa camada de algas fitoplanctônicas e morte destas útlimas devido ao seu ciclo de vida natural.
  3. Acúmulo de matéria orgânica morta, que precisará ser decomposta por bactérias decompositoras aeróbicas, aumentando, assim, a demanda bioquímica de oxigênio (DBO).
  4. Elevação do consumo de O2, criando regiões com baixas concentrações de oxigênio dissolvido (hipóxia) ou com ausência de oxigênio (anóxia).
  5. Morte dos seres vivos aquáticos que dependem do oxigênio para sobreviver, como peixes, crustáceos, moluscos e, eventualmente, das próprias bactérias aeróbicas (redução da biodiversidade).
  6. Proliferação de bactérias decompositoras anaeróbicas, que se utilizam da matéria orgânica morta como alimento, liberando gases malcheirosos como produto (H2S, CH4 etc.).

a) Incorreta. A poluição das águas fluviais e oceânicas por resíduos plásticos traz consequências negativas para a biodiversidade dos ecossistemas aquáticos. No entanto, esse tipo de poluição não leva à redução da concentração de oxigênio dissolvido.

b) Incorreta. A construção de pontes e dragagens têm o potencial de alterar o habitat dos seres vivos de ambientes lóticos, podendo causar a perda de biodiversidade. Porém, essas obras de engenharia não levariam à redução drástica da concentração de oxigênio dissolvido.

c) Incorreta. Os resíduos industriais de algumas fábricas podem levar ao aumento da temperatura média das águas fluviais. No entanto, esse aumento de temperatura não é capaz de causar as baixas concentrações de oxigênio observadas nos rios poluídos dos grandes centros urbanos.

d) Correta. Conforme explicado acima.

e) Incorreta. O aumento da duração dos períodos de estiagem é uma consequência das mudanças climáticas que vêm sendo causadas pelos seres humanos em escala global. Logo, esse tipo de alteração ambiental afetaria tanto rios poluídos quanto rios não poluídos. Além disso, o aumento da taxa de evaporação não está relacionado à redução da concentração de oxigênio dissolvido e nem ao aumento da concentração de poluentes.

Questão 57 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Doenças (Vírus) Tecido conjuntivo

Um paciente, com câncer sanguíneo (linfoma) e infectado por HIV, fez quimioterapia e recebeu um transplante de célulastronco da medula óssea de um doador resistente ao HIV. Como resultado, tanto o câncer como o HIV retroagiram neste paciente. O receptor mais usado pelo HIV para entrar nas células do corpo é o CCR5. Um pequeno número de pessoas resistentes ao HIV tem duas cópias mutadas do gene do receptor CCR5. Isso significa que o vírus não pode penetrar nas células sanguíneas do corpo que costumam ser infectadas. O paciente recebeu células‐tronco da medula óssea de um doador que tem essa mutação genética específica, o que fez com que também ficasse resistente ao HIV. 

Disponível em https://www.bbc.com/. Março/2019. Adaptado.


A terapia celular a que o texto se refere  



a)

permitirá que eventuais futuros filhos do paciente transplantado também possuam células resistentes à infecção pelo HIV.

b)

possibilitou a produção, pelas células sanguíneas do paciente após o transplante, de receptores CCR5 aos quais  vírus HIV não se liga

c)

promoveu mutações no gene CCR5 das células do paciente, ocasionando a produção de proteína à qual o HIV não se liga.

d)

gerou novos alelos mutantes que interagem com o gene do receptor CCR5 do paciente, ocasionando a resistência à entrada do HIV nas células do paciente.

e)

confirma que o alelo mutante que confere resistência à infecção pelo HIV é dominante sobre o alelo selvagem do gene CCR5.

Resolução

O câncer pode ser descrito pelo crescimento irregular e desordenado de células anormais dentro de tecidos sadios, podendo se espalhar para outros tecidos e órgãos. No caso do linfoma descrito na questão, uma alternativa associada à quimioterapia é o transplante de medula óssea. Nesse procedimento a medula óssea vermelha cancerosa do receptor é eliminada e dá lugar à uma nova medula, originada a partir de células tronco hematopoiéticas provenientes da medula do doador. As células sanguíneas são originadas a partir das células tronco hematopoiéticas mediante um processo de diferenciação celular. No processo de diferenciação as células da linhagem mieloide originarão as hemácias, os neutrófilos, basófilos, eosinófilos, monócitos e outras células; já a linhagem linfoide originará linfócitos B e os vários tipos de linfócitos T, entre eles o Linfócito T4, ou T auxiliador, célula essencial para a defesa imunológica específica por comandar a produção de anticorpos. O linfócito T4 é a principal célula alvo do vírus da imunodeficiência humana, o HIV. Esse retrovírus, além do capsídeo, possui um envelope viral repleto de glicoproteínas, algumas dessas moléculas são importantes para o reconhecimento e entrada na célula alvo hospedeira. O linfócito T4, por sua vez, também possui receptores de membrana importantes para o reconhecimento descrito, como o CCR5, uma proteína de membrana sem a qual o vírus HIV não consegue penetrar a célula alvo.

De acordo com a questão, o doador possui duas cópias da mutação no gene da CCR5 em suas células, desse modo, após o transplante, a nova medula do receptor passou a produzir linfócitos T4 com o gene do receptor CCR5 mutado. Dessa forma, assim como ocorria com o doador, os novos linfócitos T4 do paciente agora também conseguem evitar a entrada do vírus na célula, o que explica os resultados observados do procedimento.

Assim, podemos analisar as alternativas.

a) Incorreta. Como o transplante foi apenas de medula óssea, as células responsáveis pela produção de gametas no paciente não foram modificadas e não possuirão as cópias do gene CCR5. Portanto, os espermatozoides também não carregarão cópias do gene mutado. Os eventuais futuros filhos do paciente não serão resistentes à infecção pelo HIV.

b) Correta. A terapia realizada faz com que as células dos novos linfócitos tenham receptores CCR5 modificados com os quais o HIV não se liga. Com a terapia o paciente teve melhora no quadro clínico do câncer e redução da carga viral do HIV.     

c) Incorreta. A terapia não induziu mutações no gene do receptor CCR5. Essa mutação já existia nas células do doador e passou a também existir no paciente via transferência de células tronco.

d) Incorreta. O transplante não gerou novos alelos mutantes. Além disso, os receptores CCR5 não interagem com o gene da célula, mas com as glicoproteínas virais presentes no envelope viral do HIV.

e) Incorreta. Não é possível fazer tal afirmação. Houve apenas uma transferência de células de um doador para um receptor, sem interação de alelos mutado e selvagem. Para termos informações sobre recessividade e dominância teríamos que analisar informações familiares em um heredograma. Além disso, é provável que o alelo mutado seja recessivo, já que o enunciando menciona que o doador possui duas cópias mutadas do gene do receptor CCR5 e que há apenas um pequeno número de pessoas resistentes ao HIV.

Questão 58 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Pré-História do Brasil

Pesquisadores do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, encontraram o crânio e uma parte do fêmur de Luzia, o esqueleto humano mais mais antigo descoberto na América que revolucionou as teorias científicas sobre a ocupação do continente. Os fósseis foram achados há alguns dias (não foi divulgado quando) junto aos escombros do edifício, parcialmente destruído por um incêndio em 2 de setembro. O crânio está fragmentado, porque a cola que mantinha os seus pedaços juntos se foi com o calor, mas a equipe está bastante otimista com suas condições.

Júlia Barbon, Folha de São Paulo, Outubro/2018. Adaptado.


O esqueleto de Luzia, 



a)

adquirido por D. Pedro II em 1876, foi incorporado à sua coleção pessoal, a mesma que deu origem ao Museu Nacional no período republicano.

b)

descoberto na década de 1970 em Minas Gerais, permitiu questionar a teoria de que a ocupação das Américas se deu por apenas uma onda migratória.

c)

estudado por diferentes equipes de antropólogos, comprovou que grupos saídos diretamente da África foram os primeiros habitantes das Américas.

d)

 encontrado na atual Serra da Capivara, no Estado do Piauí, pertenceu à cultura que elaborou suas famosas pinturas rupestres.

e)

mantido em uma coleção particular fora do país, estava  exposto para comemoração dos 150 anos da passagem de Charles Darwin pelo Brasil.

Resolução

a) Incorreta. A descoberta do esqueleto de Luzia aconteceu no século 20 e portanto não há nenhuma relação com o imperador D. Pedro II (1825-1891), pois ele vivieu no século 19.

b) Correta. O esqueleto de Luzia foi encontrado na década de 1970 em Lagoa Santa, Minas Gerais, na Lapa Vermelha. No século 19, o arqueólogo Peter Lund (1801-1880) já havia encontrado uma série de vestígios fossilizados na área, uma vez que as cavernas presentes no local propiciam a preservação desses restos. O esqueleto de Luzia ficou guardado até a década de 1990, quando o arquibiólogo Walter Neves teve acesso ao seu estudo, concluindo que ele possuía morfologia semelhante aos aborígenes australianos, muito semelhantes aos africanos. Essa descoberta, que foi datada de 12 a 13 mil anos, possibilitou o questionamento da teoria de ocupação das Américas até antão vigente, chamada "clóvis first", pois até então acreditava-se que o homem teria chegado até a América há por volta de 10 mil anos e essa ocupação teria sido iniciada por asiáticos. Dessa forma, Walter Neves propôs uma teoria alternativa sobre dois componentes biológicos que teriam ocupado a América por meio do Estreito de Bering. Inicialmente, houve a migração de povos de morfologia australiana, conforme o fóssil de Luzia demonstra e, posteriormente, asiáticos, mais semelhantes aos indígenas encontrados pelos europeus a partir do século 15.

c) Incoreta. A teoria proposta por Walter Neves mantém a chegada do homem até a América por meio do Estreito de Bering e não contempla a migração direta da África até a América.

d) Incorreta. O esqueleto de Luzia está vinculado à Lagoa Santa em Minas Gerais. No Piauí há o Parque Nacional da Serra da Capivara, onde o Museu do Homem americano, sob a direção da arqueóloga Niéde Guidon, estuda uma série de sítios arqueológicos onde há um importente acervo de famosas pinturas rupestres.

e) Incorreta. O crânio de Luzia não pertence a uma coleção particular. Ao contrário, ele é de responsabilidade do Museu Nacional, onde estava em exposição quando foi consumido por um incêncio em 2018.

Questão 59 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Crise do Século XIV Pestes

Afirmo, portanto, que tínhamos atingido já o ano bem farto da Encarnação do Filho de Deus, de 1348, quando, na mui excelsa cidade de Florença, (...) sobreveio a mortífera pestilência. (...) apareciam no começo, tanto em homens como nas mulheres, ou na virilha ou na axila, algumas inchações (...) chamava-as o populacho de bubões (...).

Giovanni Boccaccio, Decamerão
 


A respeito da Peste Negra do século XIV, é correto afirmar: 



a)

Provocou gravíssima queda demográfica, que afetou grande parte da produção econômica europeia.

 

b)

Originou‐se no Oriente, penetrou no continente europeu pelos portos e manteve‐se restrita à Península Itálica.

c)

Foi provocada pela fome e pela desnutrição dos camponeses e favoreceu o processo de centralização política.  

d)

Foi contida pelo caráter de subsistência da economia europeia, que dificultava o contato humano e, assim, o contágio.

e)

Estimulou as investidas contra os territórios muçulmanos no movimento conhecido como Segunda Cruzada.

Resolução

a) Correta. A Peste Negra, provavelmente a peste bubônica, foi uma doença ocorrida na Europa entre 1347 e 1348 que matou por volta de 1/3 da população. O vetor da doença eram as pulgas dos ratos e o ambiente vivido pela Europa da época, de renascimento comercial e urbano, com pouco sanitarismo, foi o que favoreceu a doença se espalhar. A magnitude da epidemia afetou toda a vida social, econômica e religiosa do período.

b) Incorreta. Embora muitos pesquisadores acreditem que essa doença tenha chegado até a Europa por meio da expansão mongol vinda do oriente, não é possível afirmar que ela ficou restrita a Península Ibérica, uma vez que afetou todo o continente europeu.

c) Incorreta. O vetor da referida doença era a pulga dos ratos e portanto a fome e a desnutrição da população europeia do século 14 não contribuiu para a difusão da referida epidemia.

d) Incorreta. Como a Europa do período vivia o processo de renascimento comercial e urbano, esse ambiente de pouco sanitarismo das cidades da época, ao lado da ampla circulação de pessoas por meio das novas rotas de comércio, facilitou a expansão da doença.

e) Incorreta. As cruzadas foram expedições militares, ocorridas entre os séculos 11 e 13, convocadas pela igreja com objetivo de libertar as terrras santas localizadas no oriente do domínio dos islâmicos. No caso, a segunda cruzada aconteceu entre 1145 e 1149, não tendo nenhuma relação com a peste negra de 1347.

Questão 60 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Grandes Navegações

A imagem a seguir refere‐se às principais rotas de comércio da África do Norte e Ocidental, no século XV. 

Eric Wolf, A Europa e os Povos sem História (trad.). São Paulo: Edusp, 2005. 
 


Em relação às rotas comerciais representadas no mapa, é  correto afirmar que elas



a)

indicam que a melhoria das condições ambientais do Saara permitiu a construção de estradas pelo deserto. 

b)

foram construídas pelo poder islâmico do Cairo, que promoveu a unificação de toda a África do Norte.

c)

mostram a decadência econômica do comércio do Saara  oriental, em razão da crise do Império Egípcio. 

d)

atingem a região ao sudoeste do Saara, local de origem do  ouro que chegava aos portos do Mediterrâneo. 

e)

representam o poder do Império de Songai, cuja capital era Timbuctu, que unificou todo o território entre o Atlântico e o mar Vermelho. 

Resolução

a) Incorreta. Não é possível afirmar que no século 15 tenha havido melhorias nas condições ambientais do Saara e relacioná-las com a construção de estradas. Na verdade, tratam-se de rotas comerciais que já existiam há muito tempo e que faziam circular ouro, marfim e escravos por meio delas.

b) Incorreta. Não é possível afirmar que o poder islâmico presente no século 15 no Cairo (Egito) tenha unificado todo o norte da África. Na verdade, os sultões da dinastia Burji (1382-1517) mantiveram seu poder restrito ao Egito, conquistando no máximo o Chipre.

c) Incorreta. O mapa ressalta o desenvolvimento econômico africano da época, não sua decadência, uma vez que nos mostra as inúmeras rotas comerciais nele presentes.

d) Correta. As rotas comerciais representadas pelo mapa atingem a região sudoeste do Saara. Nela existe a chamada de Costa do ouro, que foi assim nomeada devido ao recurso natural que de lá era retirado. No século 15, a Costa do ouro foi dominada pelos portugueses ao longo de sua expansão marítima.

e) Incorreta. Embora o Império de Songai, localizado principalmente em territórios hoje localizados no Mali, tenha tido grande extensão territorial enquanto existiu nos século 15 e 16, não podemos afirmar que unificou todo o território entre o Atlântico e o mar-vermelho, onde essas rotas comerciais estavam presentes. Sua capital também não era Timbuctu, mas sim Gao, localizada às margens do rio Níger.