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Unesp 2022 - 1ª fase - dia 2


Questão 61 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Sistemática

Leia alguns dos versos da canção Passaredo, de Chico Buarque e Francis Hime.

Ei, pintassilgo
Oi, pintarroxo
Melro, uirapuru
Ai, chega-e-vira
Engole-vento
Saíra, inhambu
Foge, asa-branca
Vai, patativa
Tordo, tuju, tuim
Xô, tié-sangue
Xô, tié-fogo
Xô, rouxinol, sem-fim

Some, coleiro
Anda, trigueiro
Te esconde, colibri
Voa, macuco
Voa, viúva
Utiariti
Bico calado
Toma cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aÍ

(www.letras.mus.br)

Nesse trecho da canção, os autores citam 23 nomes populares, pelos quais essas aves são conhecidas. Contudo, no que se refere à classificação taxonômica, e considerando apenas as informações do trecho da canção, as aves citadas pertencem a



a)

23 gêneros, mas não se pode inferir sobre o número de espécies.

b)

um único gênero, mas não se pode inferir sobre o número de espécies.

c)

23 espécies, todas elas classificadas em um único gênero.

d)

uma única família, mas não se pode inferir sobre o número de ordens.

e)

uma única classe, mas não se pode inferir sobre o número de gêneros.

Resolução

A letra da canção traz 23 nomes populares de aves, e analisando a partir apenas do que foi fornecido, é impossível saber quais são as espécies apresentadas.

Da mesma forma, não é possível saber os gêneros, ou mesmo as ordens ou famílias.

A partir de um conjunto tão grande de animais, tendo em mãos apenas a informação de que são aves, a única categoria taxonômica que certamente podemos apontar como sendo comum a todos os animais, é a classe, que neste caso é exatamente a classe das Aves. Qualquer tipo de análise de ordens, famílias, gêneros ou espécies seria mera especulação.

A existência da nomenclatura científica, com suas regras e formalidades, é justamente o que permite que um organismo seja reconhecido universalmente em qualquer idioma, o que seria impossível com o uso de nomes populares, que estão sujeitos a modismos, tradições ou peculiaridades linguísticas de todo tipo.

Desta forma, temos:

a) Incorreta. Não é possível afirmar que são 23 gêneros, pois alguns dos animais apresentados podem ser do mesmo gênero, e não é possível determinar isso apenas a partir dos nomes populares.

b) Incorreta. Não é possível, apenas a partir dos nomes populares, afirmar que seriam todos os animais apresentados do mesmo gênero.

c) Incorreta. Provavelmente são realmente 23 espécies, mas não há como ter certeza disso, pois um mesmo animal pode ter nomes populares diferentes. Além disso, não é possível afirmar que todos pertenceriam ao mesmo gênero.

d) Incorreta. Não é possível saber se a família é a mesma em todos os casos apresentados. Além disso, se forem todos da mesma família, também teríamos que encontrar obrigatoriamente uma única ordem, uma vez que esta categoria taxonômica é mais abrangente que a família.

e) Correta. Sendo todos os animais apresentados aves, certamente pertencem à mesma classe, mas não podemos saber mais nada abaixo desta categoria, como explicado na introdução acima.

Questão 62 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Doenças (Bactérias)

Cientistas identificam possível ‘paciente zero’ da peste bubônica, morto há 5 mil anos

Um homem que morreu há mais de 5 mil anos foi enterrado com três outras pessoas em um cemitério neolítico na área em que hoje é a Letônia, às margens do rio Salac. Os pesquisadores sequenciaram o DNA dos ossos e dentes dos quatro indivíduos e os testaram para bactérias e vírus. Eles ficaram surpresos ao descobrir que um caçador-coletor – um homem na casa dos 20 anos – foi infectado com uma antiga cepa do agente causador da peste bubônica.

(www.folha.uol.com.br. Adaptado.)

Os dados presentes no texto permitem supor que o caçador-coletor fora acometido por uma infecção



a)

bacteriana, adquirida por ingestão de alimentos ou água contaminados com fezes de animais infectados e que, atualmente, pode ser evitada por vacinação.

b)

bacteriana, adquirida pela mordida de um roedor infectado ou pela picada de pulgas desse animal e que, atualmente, pode ser tratada com antibióticos.

c)

bacteriana, adquirida pela inalação de bacilos em suspensão no ar circundante e que, atualmente, pode ser tratada com antibióticos e evitada com a vacinação.

d)

viral, adquirida pelo contato com urina de ratos infectados e que, atualmente, pode ser evitada pelo tratamento do lixo e o não contato com água de enchentes.

e)

viral, adquirida por picada de mosquitos infectados e que, atualmente, pode ser evitada com a vacinação e medidas de proteção contra picadas de insetos.

Resolução

A peste bubônica é uma doença relatada há séculos e matou milhões de pessoas na Europa, durante a Idade Média. Pode ser encontrada em duas formas, a bubônica e a pneumônica, sendo esta última a mais grave e com maior mortalidade.

A doença acomete roedores, em especial os ratos, e é transmitida de um animal para o outro pela picada da pulga que os parasita. Quando um roedor morre, as pulgas procuram novos hospedeiros, podendo assim chegar aos humanos e os infectar com o agente causador, por meio da picada do artrópode. A mordida de um animal doente também teria a capacidade de infectar uma pessoa.

O agente causador é uma bactéria, da espécie Yersinia pestis. Até o momento não há vacina para a enfermidade, porém, o tratamento medicamentoso, quando feito precocemente e de maneira correta com antibióticos, é capaz de salvar os pacientes.

a) Incorreta. Não há vacina para a doença, e alimentos ou água contaminados não são uma via de transmissão da bactéria. Como já mencionado, a bactéria chega ao homem via picada do artrópode. 

b) Correta. A alternativa aponta corretamente a causa, a transmissão e o tratamento.

c) Incorreta. Não há vacina para a doença, e a inalação de esporos não é uma via de transmissão da bactéria.

d) Incorreta. Não é uma doença viral.

e) Incorreta. Não é uma doença viral.

Questão 63 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Biotecnologia

Em um filme de ficção científica, um cientista resolveu criar animais que fossem metade “espécie A” e metade “espécie B”. Por exemplo, um “crocopato”, metade crocodilo e metade pato, ou um “chimpanfante”, metade chimpanzé e metade elefante. Cada um desses animais criados em laboratório seria uma quimera, um híbrido, um animal resultante da fusão de duas espécies diferentes. Nesse filme, o cientista tinha 20 espécies com as quais trabalhar, e seu objetivo era criar todas as quimeras possíveis a partir da combinação de duas espécies diferentes, ao ritmo de uma nova quimera por dia em todos os dias da semana.

A figura ilustra uma das combinações que o cientista desejava obter: um “tubavalo”, metade tubarão e metade cavalo.

(www.megacurioso.com.br)

Na vida real, ainda que com grandes limitações, os cientistas já são capazes de criar organismos que expressam características fenotípicas de interesse incorporadas de uma outra espécie, como bactérias que sintetizam a insulina humana.

O tempo necessário que o cientista do filme levaria para produzir todas as suas combinações quiméricas e o nome da técnica que os cientistas da vida real utilizam para obter organismos com características genéticas de outras espécies são, respectivamente,



a)

400 dias e terapia gênica.

b)

190 dias e transgenia.

c)

380 dias e clonagem.

d)

190 dias e terapia gênica.

e)

400 dias e transgenia.

Resolução

A biotecnologia atual permite, dentre outras possibilidades, a inserção de material genético de um organismo em outro, a fim de que sejam expressas neste segundo organismo as proteínas do primeiro. É este tipo de tecnologia que nos permite a produção em larga escala de insulina humana, e também vegetais com vitaminas que normalmente não ocorrem na espécie, ou leite bovino enriquecido com determinados componentes não encontrados normalmente no leite, ou ao menos, na quantidade que desejamos.

Para esta explicação, utilizaremos o caso da produção de insulina pela técnica apresentada. Para isso, utilizamos enzimas de restrição que são capazes de cortar o DNA em locais conhecidos, a fim de isolar o gene de interesse (neste caso, o gene da insulina). Posteriormente, utilizamos as mesmas enzimas para cortar a sequência de DNA dos plasmídeos bacterianos, de forma que o gene da insulina possa ser inserido no plasmídeo.

Os plasmídeos já processados são inseridos nas bactérias, que passam a expressar a proteína de interesse, que depois é isolada e comercializada.

No caso de animais transgênicos, a técnica seria semelhante, com o animal expressando uma ou mais proteínas que não são originalmente encontradas no seu patrimônio genético, o que pode ser de interesse humano.

Ou seja, a técnica utilizada foi a transgenia, que permite a inserção de material genético de uma espécie em outra, a qual passa a expressar as proteínas em questão.

terapia gênica, por sua vez, é uma técnica que permite a inserção de genes em células de indivíduos doentes, de forma que estes genes possam induzir a produção das proteínas faltantes e assim melhorar a condição destes pacientes.

Já a técnica de clonagem pode ser usada para fins reprodutivos ou terapêuticos. A clonagem reprodutiva, muito usada na agricultura, permite produzir indivíduos que são cópias de outros existentes. É uma técnica útil para preservar totalmente a constituição genética de interesse, sem possibilidade de recombinações. A clonagem terapêutica consiste em utilizar células em estado embrionário para produzir em laboratório tecidos ou órgãos que possam melhorar a condição de um paciente. Estas células ou seus produtos, uma vez inseridos no corpo do doente, podem fazer grande diferença na sua qualidade de vida.

Por fim, como o cientista possuía 20 espécies e desejava criar todas as quimeras possíveis, a partir da combinação das 20 espécies duas a duas, o número máximo de espécies possíveis, n, é:

n=202=20·19·18!18!·2!=190 espécies

Além disso, considerando que o cientista criava uma nova quimera por dia, o tempo necessário para criar todas as quimeras é 190 dias.

Desse modo, a alternativa que expressa a técnica correta (transgenia) e a quantidade correta de dias (190) é a b.

Questão 64 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Osmose Transporte passivo

Em um tubo de ensaio contendo apenas água destilada, um pesquisador colocou igual número de células íntegras de hemácias e de algas verdes unicelulares (clorofíceas). Após uma hora, o tubo foi centrifugado e o material precipitado foi recolhido com uma pipeta, gotejado sobre uma lâmina de vidro e observado ao microscópio óptico, no qual seria possível identificar a presença de células íntegras. Em seguida, a solução acima do precipitado foi recolhida e submetida à análise bioquímica para a possível identificação de moléculas de hemoglobina ou de clorofila.

Nesse experimento, ao microscópio, o pesquisador



a)

não observou células íntegras de hemácias ou algas, e na solução aquosa identificou moléculas de hemoglobina e de clorofila.

b)

observou apenas células íntegras de hemácias, e na solução aquosa identificou apenas moléculas de clorofila.

c)

observou apenas células íntegras de algas, e na solução aquosa identificou apenas moléculas de hemoglobina.

d)

observou células íntegras de hemácias e algas, e na solução aquosa não identificou moléculas de hemoglobina ou de clorofila.

e)

observou células íntegras de hemácias e algas, e na solução aquosa identificou moléculas de hemoglobina e de clorofila.

Resolução

A questão solicita conhecimento acerca do processo de osmose, que é o transporte de solvente entre dois meios, sendo que o movimento da água ocorre do meio hipotônico (com menor concentração de solutos) para o meio hipertônico (com maior concentração de solutos) até que as concentrações das soluções se igualem. As células quando colocadas em meios de concentrações diferentes do meio intracelular sofrem alteração de volume. As hemácias são células animais e não possuem parede celular. Dessa forma, quando colocadas em meio hipotônico estão sujeitas ao rompimento, processo denominado hemólise. Já as algas possuem parede celular, que protege a célula de rompimento em meio hipotônico, mesmo com o ganho de água.

A figura abaixo ilustra o processo de osmose de células animais (sem parede celular) e vegetais (com parede celular) em diferentes meios (solução hipotônica, solução isotônica e solução hipertônica). As células vegetais ilustram o comportamento de células com parede celular, como as das algas verdes.

(BIOLOGIA de Campbell. Coautoria de Jane B. Reece et al. 10. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2015. E-BOOK. (1 recurso online). ISBN 9788582712306. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788582712306. Acesso em: 15 nov. 2021.)

No experimento, as células foram colocadas em água destilada, que é um meio hipotônico, por um período de uma hora. Durante esse tempo ocorreu a entrada de água nas células, que apresentam o meio intracelular hipertônico, levando ao aumento do volume celular. No caso da célula animal, espera-se que ocorra o rompimento celular e a proteína hemoglobina, que é responsável pelo transporte de oxigênio nos eritrócitos, será liberada para a solução. Já as células da alga verde não serão rompidas devido à presença da parede celular e seu conteúdo celular, que seria o pigmento fotossintético clorofila, não será liberado no sobrenadante. Ainda, no material precipitado serão observadas hemácias rompidas e células de algas íntegras. 

a) Incorreta. As células das algas não serão rompidas devido à presença da parede celular. Na solução aquosa serão identificadas as moléculas de hemoglobina.

b) Incorreta. As hemácias serão rompidas em meio hipotônico. Assim, na solução aquosa serão identificadas apenas as moléculas de hemoglobina.

c) Correta. 

d) Incorreta. As hemácias serão rompidas em meio hipotônico e na solução aquosa serão identificadas apenas as moléculas de hemoglobina.

e) Incorreta. As hemácias serão rompidas em meio hipotônico e na solução aquosa serão identificadas apenas as moléculas de hemoglobina. Se não houvesse rompimento celular, nenhuma das moléculas (clorofila ou hemoglobina) seriam encontradas na solução aquosa. 

Questão 65 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Núcleo celular

As figuras 1, 2 e 3 apresentam, respectivamente, representantes de três espécies do gênero Equus: E. caballus, E. asinus e E. zebra.

Figura 1

(https://monaconatureencyclopedia.com)

Figura 2

(https://commons.wikimedia.org)

Figura 3

(https://pt.wikipedia.org)

Considere um casal de cada uma dessas espécies e o conjunto cromossômico de cada um desses animais. Sobre esses conjuntos cromossômicos afirma-se que



a)

a fêmea de cada espécie tem número diploide de cromossomos diferente do número diploide de cromossomos do macho da respectiva espécie, uma vez que as fêmeas têm dois cromossomos sexuais do tipo X.

b)

macho e fêmea de uma mesma espécie compartilham entre si cromossomos sexuais de mesmo tamanho e morfologia, os quais podem diferir dos cromossomos sexuais das demais espécies.

c)

os machos compartilham entre si cromossomos autossômicos de mesmo tamanho e morfologia, os quais diferem dos cromossomos autossômicos das fêmeas das respectivas espécies.

d)

macho e fêmea de uma mesma espécie compartilham entre si um mesmo número diploide de cromossomos, o qual pode diferir do número diploide de cromossomos das demais espécies.

e)

macho e fêmea de uma mesma espécie não diferem entre si no número, tamanho e morfologia dos cromossomos, mas essas diferenças existem entre animais de espécies diferentes.

Resolução

O conjunto de cromossomos de uma espécie, considerando o número e morfologia, é denominado cariótipo. Nos mamíferos, cada espécie possui um número determinado de cromossomos que não varia entre os indivíduos de diferentes sexos. Nas espécies do grupo, a determinação cromossômica do sexo ocorre pelo sistema XY. Assim, haverá variação apenas no par de cromossomo sexual, sendo XY (macho) e XX (fêmea). O enunciado cita três espécies do gênero Equus que possuem diferenças quanto ao número e morfologia dos cromossomos.

a) Incorreta. O número diploide de cromossomos da fêmea e do macho da mesma espécie é igual, ocorrendo variação apenas no tipo de cromossomo do par sexual, sendo XY para o macho e XX para a fêmea. Assim, pode-se concluir que os machos também têm dois cromossomos sexuais.

b) Incorreta. Os machos e as fêmeas não possuem todos os cromossomos sexuais de mesmo tamanho e formato (morfologia). Embora eles possam também diferir dos cromossomos sexuais das demais espécies.

c) Incorreta. Não há diferença no tamanho e morfologia de cromossomos autossômicos entre machos e fêmeas de mesma espécie.

d) Correta. O número de cromossomos é igual entre o macho e a fêmea de uma mesma espécie, mas pode diferir do número diploide de cromossomos das demais espécies.

e) Incorreta. Ocorre diferença de tamanho e de morfologia no par de cromossomos sexuais entre machos (XY) e fêmeas (XX) da mesma espécie, embora os cromossomos autossômicos também sejam diferentes daqueles encontrados em outras espécies.

Questão 66 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Hormônios vegetais

Em seu livro O Poder do Movimento nas Plantas, publicado em 1880, Darwin relata algumas de suas experiências sobre o tema, dentre elas aquela na qual plantou sementes de aveia e fez a luz incidir de diferentes direções sobre as plantas em crescimento. Observou que as plantas sempre se inclinavam na direção da luz, mesmo quando esta era tênue demais para ser percebida pelo olho humano. Criou pequenas tampas, escurecidas com tinta nanquim, e cobriu a parte superior dos coleóptilos, constatando que paravam de responder à luz. Ficava claro, concluiu ele, que, quando a luz atingia a extremidade da planta, estimulava essa parte a liberar algum tipo de “mensageiro” que, chegando às partes “motoras” da muda, fazia com que se contorcesse na direção da luz.

(https://piaui.folha.uol.com.br. Adaptado.)

Atualmente, sabemos que o “mensageiro” a que Darwin se referia é um hormônio vegetal denominado



a)

auxina, que promove o alongamento das células dispostas na face não iluminada do caule.

b)

auxina, que inibe a multiplicação das células dispostas na face não iluminada do caule.

c)

auxina, que promove a multiplicação das células dispostas na face iluminada do caule.

d)

giberilina, que promove o alongamento das células dispostas na face iluminada do caule.

e)

giberilina, que inibe a multiplicação das células dispostas na face não iluminada do caule.

Resolução

Charles Darwin trabalhou juntamente com seu filho com experimentos em vegetais no final do século XIX. Seus experimentos demonstraram que a curvatura dos coleóptilos (vegetais jovens) em direção à luz pode ser impedida quando o ápice da planta é obscurecido, mas não quando isso acontece em outras partes do vegetal, como na base. Apesar de não haver ainda um conhecimento estabelecido sobre hormônios vegetais, a descrição feita por eles é precisa e aponta corretamente nesta direção.

A luz, ao incidir sobre a planta, induz produção de AIA (ácido indol acético), a principal auxina. Estas moléculas, após a produção, sempre migram para o lado não iluminado da planta, assim como são também atraídas em direção ao ápice da raiz, ou seja, deslocam-se a favor da gravidade.

A ação das auxinas nas células vegetais é o alongamento celular, de acordo com a hipótese do crescimento ácido, que envolve bombeamento ativo de prótons de dentro para fora das células, tornando a parede celular levemente ácida, o que afrouxa as moléculas de hemicelulose, permitindo o alongamento da célula. Como as auxinas migram para o lado não iluminado, este fenômeno se manifesta deste lado, fazendo com que ele cresça mais rapidamente que o lado iluminado, fazendo a planta toda curvar em direção ao estímulo luminoso.

Importante apontar que as raízes respondem negativamente à luz, curvando na direção contrária à fonte luminosa, apesar de não receberem luminosidade. Isso acontece porque o alongamento celular é inibido nas raízes, devido à dosagem que chega a estas células e ao fato de estas serem mais sensíveis, passando a serem inibidas a partir de uma determinada concentração.

a) Correta. A auxina é o hormônio relacionado a esta resposta, e provoca alongamento celular na região não iluminada.

b) Incorreta. A auxina, apesar de ser o hormônio correto, não provoca multiplicação das células.

c) Incorreta. A auxina, apesar de ser o hormônio correto, não provoca multiplicação das células.

d) Incorreta. A giberelina é um dos hormônios relacionados com o crescimento do vegetal, mas não é o determinante nos experimentos feitos pelos Darwin, onde se observa o alongamento celular.

e) Incorreta. A giberelina é um dos hormônios relacionados com o crescimento do vegetal, mas não é o determinante nos experimentos feitos pelos Darwin, onde se observa o alongamento celular.

 

Questão 67 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Hipófise Anatomia e Fisiologia Humana

Analise o esquema, que representa um mecanismo para o controle e manutenção da temperatura ambiente em um determinado cômodo de uma residência.

O organismo humano possui mecanismos fisiológicos análogos ao representado no esquema, os quais mantêm a homeostase ou equilíbrio interno do corpo. Dois exemplos de mecanismos fisiológicos que atuam de modo análogo ao representado no esquema são



a)

a determinação da intensidade e frequência das contrações uterinas durante o parto, e a produção de hormônios pela tireoide, sob controle hipotalâmico.

b)

a determinação da intensidade e frequência das contrações uterinas durante o parto, e a concentração de dióxido de carbono no líquido extracelular.

c)

a secreção de leite pelas glândulas mamárias, e o controle dos batimentos cardíacos e pressão sanguínea quando da perda excessiva de sangue por hemorragia.

d)

o controle dos batimentos cardíacos e pressão sanguínea quando da perda excessiva de sangue por hemorragia, e o controle da quantidade de glicose no sangue.

e)

a produção de hormônios pela tireoide, sob controle hipotalâmico, e o controle da quantidade de glicose no sangue.

Resolução

O esquema apresentado exemplifica um mecanismo de controle para a manutenção da temperatura em um intervalo confortável para os ocupantes de um determinado cômodo de uma residência. No esquema, quando o termostato detecta temperaturas abaixo do confortável, o sistema de aquecimento é ligado, aquecendo o ambiente, porém, quando a temperatura ultrapassa o intervalo desejado, o termostato é desligado, provocando a redução da temperatura.

Nos organismos biológicos também encontramos mecanismos de equilíbrio semelhantes, importantes para a manutenção do meio interno em condições compatíveis com a vida. A temperatura corporal, a concentração osmótica do sangue, a concentração dos diversos hormônios corporais, o equilíbrio ácido base e muitos outros atributos corporais variam dentro de uma faixa, dentro da qual a sobrevivência é possível. Essa propriedade, encontrada nas mais variadas formas de vida, é conhecida como homeostase e pode ser descrita como um estado de equilíbrio dinâmico no qual a vida tenta se manter para poder ser sustentada.

O mecanismo biológico de equilíbrio comumente empregado pelo nosso corpo é a retroalimentação negativa, ou feedback negativo.

a) Incorreta. A determinação da intensidade das contrações uterinas é regulada por um mecanismo de feedback positivo, que não leva a um estado de equilíbrio. O hipotálamo produz o hormônio ocitocina, que estimula as contrações uterinas, o resultado é o estiramento do canal cervical da região do colo uterino materno pela cabeça do bebê, devidamente posicionado durante o parto. Tal estiramento cria um reflexo neuro-hormonal que reforça a produção de ocitocina, criando um ciclo vicioso que só termina com o fim do parto e se distancia do mecanismo de equilíbrio pedido na questão. A produção de hormônios pela tireoide poderia servir como exemplo.

b) Incorreta. Conforme explicado anteriormente, as contrações uterinas do parto são reguladas por um mecanismo diferente do apresentado na questão. Já a concentração do dióxido de carbono no líquido extracelular poderia ser válida como resposta, pois é regulada pela atuação do centro respiratório do bulbo cefalorraquidiano na determinação da frequência respiratória. A frequência respiratória pode aumentar ou diminuir, dependendo do pH do sangue, o qual varia em função das concentrações de CO2 no líquido extracelular.  

c) Incorreta. A secreção de leite pelas glândulas mamárias não poderia ser válida como resposta, pois a ejeção do leite também é estimulada pela ocitocina, produzida em resposta ao estímulo de sucção feito pelo bebê. O mecanismo deixa de existir quando o bebê deixa de ser amamentado, o que se distancia do esquema de equilíbrio apresentado. O controle do batimento cardíaco é regulado pelo próprio coração, a partir da atuação das células dos nódulos sinoatrial e atrioventricular que independe da situação hemorrágica citada na alternativa. Além disso, a frequência cardíaca é ajustada conforme a demanda de oxigênio nos tecidos e não segue um valor fixo de equilíbrio a ser mantido.

d) Incorreta. Como mencionado acima, o controle do batimento cardíaco não segue um mecanismo de feedback negativo promotor de equilíbrio, já o controle da quantidade de glicose plasmática poderia ser citado como baseado em equilíbrio.

e) Correta. A produção de tiroxina pela tireoide é estimulada pelo hormônio tireotrófico (TSH), produzido pela adenoipófise sob a influência do controle hipotalâmico. A própria tiroxina, quando em concentrações mais elevadas, inibe a produção do TSH, cessando o estímulo na tireoide e reduzindo a tiroxina. Em concentrações mais baixas, a tiroxina não faz a inibição da adenoipófise, a qual volta a produzir TSH, restabelecendo o estímulo na tireoide.  Esse mecanismo de feedback positivo possibilitada a homeostase da tiroxina e a sua manutenção em equilíbrio dinâmico. Já a quantidade de glicose plasmática é controlada pela atuação do pâncreas endócrino. Em situações de hiperglicemia, alta concentração de glicose plasmática, a glândula libera a insulina, hormônio responsável pela redução da glicemia, já em situações hipoglicêmicas a glândula libera o glucagon, hormônio responsável pela elevação da glicemia. Nos dois casos o organismo procura manter o valor da concentração plasmática de glicose em uma faixa de equilíbrio, conhecida como normoglicemia. Os dois casos citados na alternativa seguem esquemas semelhantes ao mostrado no enunciado da questão.

Questão 68 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Herança Ligada ao Sexo Padrões de Herança Dominante

Os heredogramas a seguir representam duas famílias, A e B. Na família A, os indivíduos representados por símbolos escuros apresentam daltonismo, uma característica genética de herança recessiva ligada ao sexo. Na família B, os símbolos escuros representam indivíduos portadores de acondroplasia, ou nanismo, uma característica genética de herança autossômica dominante.

Não há histórico de ocorrência de daltonismo na família B, e não há histórico de ocorrência de acondroplasia na família A.

Supondo que a mulher II-3 da família A venha a ter um bebê com o homem II-1 da família B, a probabilidade de a criança ser uma menina que não tenha daltonismo nem acondroplasia e a probabilidade de ser um menino que não tenha daltonismo nem acondroplasia são, respectivamente,



a)

50% e 25%.

b)

25% e 12,5%.

c)

12,5% e 12,5%.

d)

12,5% e 50%.

e)

25% e 25%.

Resolução

A questão envolve conhecimento acerca de dois tipos diferentes de herança genética: o daltonismo, que é uma condição de herança recessiva ligada ao sexo, sendo caracterizado pela incapacidade de distinguir entre as cores vermelha e verde; e a acondroplasia, que é uma forma de nanismo, que ocorre em uma a cada 25.000 pessoas, decorrente de alelo dominante localizado em cromossomo autossômico (cromossomo 4).

O indivíduo do sexo masculino afetado pelo daltonismo possui o genótipo XdY, enquanto mulheres afetadas possuem o alelo recessivo em homozigose com genótipo XdXd. Assim, na família A, é possível determinar os genótipos dos indivíduos I-1 (XdXd), II-1 (XdY) e II-2 (XdY). Como o homem I-2 não apresenta daltonismo (XDY), a filha II-3 recebe cromossomo X de origem paterna com o alelo dominante (XD). Assim, a menina II-3 será apenas portadora do alelo para daltonismo com genótipo XDXd.

Analisando o heredograma da família B, os indivíduos afetados pela acondroplasia devem possuir ao menos um alelo dominante (A_) para manifestar a doença, já os indivíduos não afetados são homozigotos recessivos (aa). Dessa forma, os indivíduos I-1 e II-3 possuem genótipo aa e os indivíduos afetados são todos heterozigotos (Aa). A conclusão a respeito da heterozigose é possível pois os indivíduos II-1 e II-2 devem receber um alelo a da mãe (I-1), que não é afetada pelo nanismo. Já o pai I-2, apesar de afetado, deve possuir um alelo normal para o nanismo para que tenha uma filha (II-3) sem essa alteração.

Ainda, considerando os dados do enunciado, como não há ocorrência do daltonismo na família B, o homem II-1 é normal para visão e, portanto, seu genótipo é XDY. Ademais, como não há ocorrência de acondroplasia na família A, a mulher II-3 da família A possui genótipo aa.

Abaixo o heredograma com os genótipos preenchidos:

Realizando a união proposta: Mulher II-3 (XDXd, aa) x Homem II-1 (XDY, Aa)

Descendentes do casal quanto ao daltonismo:

  XD Xd
XD XDXD XDXd
Y XDY XdY

Meninas: 100% normais para visão (XDX_), para serem afetadas o pai também deveria apresentar o daltonismo.

Meninos: 50% normais para visão (XDY) e 50% daltônicos (XdY).

Descendentes do casal quanto ao nanismo:

  a a
A Aa Aa
a aa aa

50% com acondroplasia (Aa) e 50% sem acondroplasia (aa).

Chance de ser menino ou menina:

  X X
X XX XX
Y XY XY

50% do sexo feminino (XX) e 50% do sexo masculino (XY).

A probabilidade de ser uma menina, que não tenha daltonismo nem acondroplasia é:

p (♀, XDX_, aa) = 1/2 x 1 x 1/2 = 1/4 ou 25%

A probabilidade de ser um menino, que não tenha daltonismo nem acondroplasia é: 

p (♂XDY, aa) = 1/2 x 1/2 x 1/2 = 1/8 ou 12,5%

A única alternativa que apresenta corretamente as porcentagens calculadas é indicada pela letra B

Questão 69 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Propriedades periódicas Íons

Mineração oceânica

    A abundância de lítio na forma de íons nas águas dos oceanos é cerca de 5000 vezes maior do que na crosta terrestre, o que tem estimulado a mineração oceânica. No entanto, apesar de mais abundante nas águas dos mares do que na crosta terrestre, o lítio nos oceanos está presente em concentrações extremamente baixas, cerca de 0,2 parte por milhão (ppm). Íons maiores, como sódio, magnésio e potássio, estão presentes na água do mar em concentrações muito mais altas que a do íon Li+. Isso tem inviabilizado a extração de lítio dessa mistura, de forma técnica ou economicamente viável.

    Esse desafio acaba de ser vencido por uma equipe de pesquisadores da Arábia Saudita, que utilizam uma célula eletroquímica contendo uma membrana cerâmica porosa, que permite a passagem dos íons de lítio, mas bloqueia eficientemente os íons dos outros elementos citados.

(www.inovacaotecnologica.com.br. Adaptado.)

Organizando em ordem crescente de tamanho os íons maiores do que o lítio, citados no texto, tem-se:



a)

sódio – magnésio – potássio.

b)

potássio – sódio – magnésio.

c)

magnésio – sódio – potássio.

d)

sódio – potássio – magnésio.

e)

magnésio – potássio – sódio.

Resolução

Os elementos sódio (Na) e potássio (K) são metais alcalinos (grupo 1, família IA) e, conforme a ditribuição eletrônica a seguir, apresentam 1 elétron na camada de valência (destaque em negrito):

11Na = 1s2 2s22p6  3s119K = 1s2 2s22p63s23p6  4s1

O elemento magnésio (Mg) é um metal alcalino terroso (grupo 2, família IIA), portanto, apresenta 2 elétrons na camada de valência:

12Mg = 1s2 2s22p6  3s2

Os metais apresentam alta eletropositividade e, portanto, tendem a perder os elétrons da camada de valência formando cátions estáveis com octeto completo (8 elétrons na última camada, destacados em negrito abaixo):

11Na+ = 1s2 2s22p619K+ = 1s2 2s22p6 3s23p612Mg2+ = 1s2 2s22p6 

Analisando as distribuições eletrônicas dos íons Na+, K+ e Mg2+, podemos concluir que o íon potássio apresenta o maior raio atômico visto que possui mais camadas eletrônicas (3 camadas no total)

Os íons sódio e magnésio possuem o mesmo número de camadas (2 camadas) e são isoeletrônicos (10 elétrons), no entanto, a carga nuclear do íon magnésio é maior, isto é, possui mais prótons que o sódio. Sendo assim, a força de atração sobre os elétrons é mais intensa resultando em menor raio (raioMg2+ < raioNa+).

Em ordem crescente, teremos:

raioMg2+ < raioNa+<  raioK+

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Estequiometria Excesso de Reagente Rendimento de Reação

O carbeto de silício (SiC), também conhecido como carborundum, é amplamente utilizado como abrasivo em pedras de esmeril, em pedras de afiar facas e também em materiais refratários.

Esse composto é obtido a partir de uma mistura de carvão com areia com alto teor de sílica, por meio de processo eletrotérmico envolvendo a reação global, com rendimento médio de 75%, representada a seguir.

SiO2 s, cristalino+3C s, amorfo SiCs, cristalino+2CO g

Com base nessas informações, prevê-se que a massa de SiC obtida pela reação de 6,0 t de SiO2 com 3,6 t de C seja, aproximadamente,



a)

5,6 t

b)

4,0 t

c)

7,5 t

d)

3,0 t

e)

2,5 t

Resolução

Para o cálculo da massa obtida a partir das massas fornecidas dos dois reagentes no processo é necessário, primeiramente, descobrir se há algum reagente em excesso, pois a quantidade de produto obtido depende da quantidade do reagente limitante (que não está em excesso).

Sendo assim, devemos relacionar as massas dos reagentes para identificar se obedecem à proporção estequiométrica dada pelo balanceamento da equação (proporção molar, ou seja, em mol).

Pela equação, já balanceada, fornecida pelo enunciado:

Obs.: O cálculo estequiométrico para uma relação de massas independe do estado físico e da arrumação espacial das substâncias, por isso foram omitidos nessa resolução.

SiO2 + 3C  SiC + 2CO    

Vemos que: 1 mol de SiO2 reage estequiometricamente com 3 mol de C.

Consultando a tabela periódica da prova, temos as massas molares dos reagentes:

SiO2=60,1 g/molC=12,0 g/mol

Reescrevendo a relação em mol para uma relação em massa: 

60,1 g de SiO2 reagem estequiometricamente com 3·12 g de C.

Para sabermos qual reagente é o limitante, basta efetuar uma regra de três para descobrir que massa de um dos reagentes seria necessária para reagir completamente com a massa total do outro reagente. Esse cálculo pode ser feito para qualquer um dos reagentes.

Para essa resolução, calcularemos a massa de SiO2 (mSiO2) necessária para reagir completamente com a massa de C utilizada, 3,6 t:

60,1 g de SiO2  3.12 g de C        mSiO2                   3,6 t de C                         mSiO26,0 t de SiO2    

O resultado obtido confere com a massa disponibilizada de SiO2 fornecida pelo enunciado. Isso significa que não há reagente em excesso.

Obs.: Caso a massa obtida fosse menor que 6,0 t, o SiO2 estaria em excesso, pois o enunciado teria disponibilizado uma massa maior que a necessária para reagir compoletamente com o C (limitante nessa hipótese), logo sobraria uma parte de SiO2 sem reagir no processo. Por outro lado, se a massa obtida fosse maior que 6,0 t, o SiO2 seria o limitante, pois o enunciado teria disponibilizado uma massa menor que a necessária para reagir completamente com o C, ou seja, faltaria SiO2 para consumir todo o C disponível, logo sobraria uma parte de C sem reagir no processo (reagente em excesso).

O mesmo raciocío e conclusões poderiam ser usados invertendo o cálculo, ou seja, se calculássemos a massa de C necessária para reagir completamente com a massa de SiOutilizada (6,0 t).

Para o cálculo da massa obtida de SiC, podemos fazer uma segunda regra de três utilizando a proporção estequiométrica de qualquer um dos reagentes, pois não há excesso (se houvesse excesso, o reagente limitante deveria ser utilizado), e o SiC. Para essa resolução, utilizaremos o SiC.

Pela equação: 1 mol de SiO2 reage estequiometricamente com 1 mol de SiC.

Consultando a tabela periódica da prova, temos a massa molar do SiC: 40,1 g/mol.

Efetuando a regra de três utlizando a relação entre as massas de SiO2 e SiC:

60,1 g de SiO2 ---- 40,1 g de SiC    6,0 t de SiO2 ----      mSiC                       mSiC4,0 t de SiC    

Porém o enunciado afirma que o rendimento do processo é de 75%. Assim, devemos ainda ajustar a resposta para o rendimento correto, pois nosso cálculo foi feito supondo um rendimento de 100% na obtenção dos produtos, logo, a massa real de SiC (mSiC(real)) será:

4,0 t de SiC --- 100% de rendimento          mSiC(real)          --- 75% de rendimento                   mSiC(real)=3,0 t de SiC