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Unesp 2022 - 1ª fase - dia 2


Questão 11 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Pressupostos e Subentendidos

Para responder às questões de 11 a 14, leia o trecho do livro A solidão dos moribundos, do sociólogo alemão Norbert Elias.

Não mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplícios na roda. Assistimos ao futebol, e não aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificação com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e leões famintos devorando pessoas vivas pedaço a pedaço, ou a gladiadores, por astúcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diversão para a qual nos prepararíamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores àqueles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras “Morituri te salutant” (Os que vão morrer te saúdam). Alguns dos imperadores sem dúvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem “Morituri moriturum salutant” (Os que vão morrer saúdam aquele que vai morrer). Porém, numa sociedade em que tivesse sido possível dizer isso, provavelmente não haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores — alguns dos quais mesmo hoje têm poder de vida e morte sobre um sem-número de seus semelhantes — requer uma desmitologização da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma consciência muito mais clara de que a espécie humana é uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas só podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte é especialmente difícil de resolver porque os vivos acham difícil identificar-se com os moribundos.

A morte é um problema dos vivos. Os mortos não têm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema só para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doença, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrerão; apenas eles podem prever seu próprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precauções especiais — como indivíduos e como grupos — para proteger-se contra a ameaça da aniquilação.

(A solidão dos moribundos, 2001.)


De acordo com o autor,



a)

a antecipação da própria morte tornou-se fonte de problemas para os seres humanos.

b)

o reconhecimento da própria finitude conduziria o ser humano a uma existência verdadeira.

c)

os seres humanos acabaram por se afastar da ideia da inevitabilidade da morte.

d)

a morte tornou-se, em razão do processo de aniquilação da natureza, um problema para a humanidade.

e)

os animais, a exemplo dos seres humanos, também seriam confrontados com a experiência da própria finitude

Resolução

a) Correta. Para Norbert Elias, os seres humanos são os únicos animais conscientes de sua finitude, ou seja, antecipam seu destino. Essa condição transforma-se em um problema social pois, segundo autor, “os vivos acham difícil identificar-se com os moribundos”.

b) Incorreta. Ter conhecimento do próprio fim, conforme afirma o autor do texto, é causa dos “problemas dos vivos”, e não uma forma de ter uma existência verdadeira.

c) Incorreta. No início do texto, o autor afirma que, em comparação com a Antiguidade, o “compartilhamento de sofrimentos e morte aumentaram” na sociedade.

d) Incorreta. A consciência de que a morte é certa é o que permite que a sociedade tome precauções contra o processo de aniquilação da natureza.

e) Incorreta. Os seres humanos são os únicos que sabem que podem morrer a qualquer momento, como expresso no parágrafo final do texto: "apenas eles [os seres humanos], dentre todos os vivos, sabem que morrerão".

Questão 12 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Flexão Verbal Linguagem e Língua

Para responder às questões de 11 a 14, leia o trecho do livro A solidão dos moribundos, do sociólogo alemão Norbert Elias.

Não mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplícios na roda. Assistimos ao futebol, e não aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificação com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e leões famintos devorando pessoas vivas pedaço a pedaço, ou a gladiadores, por astúcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diversão para a qual nos prepararíamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores àqueles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras “Morituri te salutant” (Os que vão morrer te saúdam). Alguns dos imperadores sem dúvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem “Morituri moriturum salutant” (Os que vão morrer saúdam aquele que vai morrer). Porém, numa sociedade em que tivesse sido possível dizer isso, provavelmente não haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores — alguns dos quais mesmo hoje têm poder de vida e morte sobre um sem-número de seus semelhantes — requer uma desmitologização da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma consciência muito mais clara de que a espécie humana é uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas só podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte é especialmente difícil de resolver porque os vivos acham difícil identificar-se com os moribundos.

A morte é um problema dos vivos. Os mortos não têm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema só para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doença, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrerão; apenas eles podem prever seu próprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precauções especiais — como indivíduos e como grupos — para proteger-se contra a ameaça da aniquilação.

(A solidão dos moribundos, 2001.)


No primeiro parágrafo, a impessoalidade da linguagem está bem exemplificada no trecho:



a)

“Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificação com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram.”

b)

“Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras ‘Morituri te salutant’ (Os que vão morrer te saúdam).”

c)

“Assistimos ao futebol, e não aos gladiadores na arena.”

d)

“Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores àqueles que, na arena, lutavam por suas vidas.”

e)

“Não mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplícios na roda.”

Resolução

a) Incorreta. A utilização da primeira pessoa do plural, em “nossa identificação” e “nosso compartilhamento”, configura a presença do autor no discurso.

b) Incorreta. O trecho “Como sabemos” evidencia subjetividade do texto, em que o autor coloca-se também como agente do discurso.

c) Incorreta. A afirmação “Assistimos ao futebol” marca a participação do autor com a ação expressa.

d) Correta. No excerto, não são identificados os agentes do discurso, o que afasta o caráter subjetivo do texto.

e) Incorreta. Em “Não mais consideramos”, a primeira pessoa do plural atribui caráter subjetivo ao trecho.  

Questão 13 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Conjunção Subordinativa

Para responder às questões de 11 a 14, leia o trecho do livro A solidão dos moribundos, do sociólogo alemão Norbert Elias.

Não mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplícios na roda. Assistimos ao futebol, e não aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificação com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e leões famintos devorando pessoas vivas pedaço a pedaço, ou a gladiadores, por astúcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diversão para a qual nos prepararíamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores àqueles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras “Morituri te salutant” (Os que vão morrer te saúdam). Alguns dos imperadores sem dúvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem “Morituri moriturum salutant” (Os que vão morrer saúdam aquele que vai morrer). Porém, numa sociedade em que tivesse sido possível dizer isso, provavelmente não haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores — alguns dos quais mesmo hoje têm poder de vida e morte sobre um sem-número de seus semelhantes — requer uma desmitologização da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma consciência muito mais clara de que a espécie humana é uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas só podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte é especialmente difícil de resolver porque os vivos acham difícil identificar-se com os moribundos.

A morte é um problema dos vivos. Os mortos não têm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema só para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doença, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrerão; apenas eles podem prever seu próprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precauções especiais — como indivíduos e como grupos — para proteger-se contra a ameaça da aniquilação.

(A solidão dos moribundos, 2001.)


Em “Embora compartilhem o nascimento, a doença, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrerão” (2o parágrafo), o termo sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por:



a)

A menos que.

b)

Mesmo que.

c)

Desde que.

d)

Uma vez que.

e)

Contanto que.

Resolução

a) Incorreta. A expressão “A menos que” indica negação, diferente do termo “Embora”.

b) Correta. Assim como o termo “Embora”, a expressão “Mesmo que” introduz uma relação de concessão.

c) Incorreta. Em “Desde que”, não se verifica a ideia de concessão, mas de tempo, causa ou condição.

d) Incorreta. A locução “Uma vez que” expressa uma relação de causa, e não de concessão.

e) Incorreta. A ideia expressa em “Contanto que” é de condição, diferente da relação de concessão expressa pelo termo “embora”.

Questão 14 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Morfologia - Classes de palavras Conjunção

Para responder às questões de 11 a 14, leia o trecho do livro A solidão dos moribundos, do sociólogo alemão Norbert Elias.

Não mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplícios na roda. Assistimos ao futebol, e não aos gladiadores na arena. Se comparados aos da Antiguidade, nossa identificação com outras pessoas e nosso compartilhamento de seus sofrimentos e morte aumentaram. Assistir a tigres e leões famintos devorando pessoas vivas pedaço a pedaço, ou a gladiadores, por astúcia e engano, mutuamente se ferindo e matando, dificilmente constituiria uma diversão para a qual nos prepararíamos com o mesmo prazer que os senadores ou o povo romano. Tudo indica que nenhum sentimento de identidade unia esses espectadores àqueles que, na arena, lutavam por suas vidas. Como sabemos, os gladiadores saudavam o imperador ao entrar com as palavras “Morituri te salutant” (Os que vão morrer te saúdam). Alguns dos imperadores sem dúvida se acreditavam imortais. De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem “Morituri moriturum salutant” (Os que vão morrer saúdam aquele que vai morrer). Porém, numa sociedade em que tivesse sido possível dizer isso, provavelmente não haveria gladiadores ou imperadores. A possibilidade de se dizer isso aos dominadores — alguns dos quais mesmo hoje têm poder de vida e morte sobre um sem-número de seus semelhantes — requer uma desmitologização da morte mais ampla do que a que temos hoje, e uma consciência muito mais clara de que a espécie humana é uma comunidade de mortais e de que as pessoas necessitadas só podem esperar ajuda de outras pessoas. O problema social da morte é especialmente difícil de resolver porque os vivos acham difícil identificar-se com os moribundos.

A morte é um problema dos vivos. Os mortos não têm problemas. Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema só para os seres humanos. Embora compartilhem o nascimento, a doença, a juventude, a maturidade, a velhice e a morte com os animais, apenas eles, dentre todos os vivos, sabem que morrerão; apenas eles podem prever seu próprio fim, estando cientes de que pode ocorrer a qualquer momento e tomando precauções especiais — como indivíduos e como grupos — para proteger-se contra a ameaça da aniquilação.

(A solidão dos moribundos, 2001.)


Em “De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem ‘Morituri moriturum salutant’ (Os que vão morrer saúdam aquele que vai morrer)” (1o parágrafo), o termo sublinhado pertence à mesma classe gramatical do termo sublinhado em



a)

“Não mais consideramos um entretenimento de domingo assistir a enforcamentos, esquartejamentos e suplícios na roda.” (1o parágrafo)

b)

Porém, numa sociedade em que tivesse sido possível dizer isso, provavelmente não haveria gladiadores ou imperadores.” (1o parágrafo)

c)

“Alguns dos imperadores sem dúvida se acreditavam imortais.” (1o parágrafo)

d)

“as pessoas necessitadas podem esperar ajuda de outras pessoas.” (1o parágrafo)

e)

Entre as muitas criaturas que morrem na Terra, a morte constitui um problema só para os seres humanos.” (2o parágrafo)

Resolução

Em “De todo modo, teria sido mais apropriado se os gladiadores dissessem ‘Morituri moriturum salutant’ (Os que vão morrer saúdam aquele que vai morrer)”, o termo sublinhado é uma conjunção.

a) Incorreta. O termo “a” é uma preposição.

b) Correta. O termo “porém”, assim como o “se”, é classificado como conjunção.

c) Incorreta. O termo “se” refere-se a um pronome.

d) Incorreta. O termo “só” é um advérbio.

e) Incorreta. O termo “entre” é uma preposição.

Questão 15 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Romantismo

Tão variadas são as manifestações desse movimento que é impossível formular-lhe uma definição única; mesmo assim, pode-se dizer que sua tônica foi uma crença no valor supremo da experiência individual, configurando nesse sentido uma reação contra o racionalismo iluminista e a ordem do estilo neoclássico. Seus autores exploravam os valores da intuição e do instinto, trocando o discurso público do neoclassicismo, cujas formas compunham um repertório mais comum e inteligível, por um tipo de expressão mais particular.

(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007. Adaptado.)

O movimento a que o texto se refere é o



a)

Naturalismo.

b)

Romantismo.

c)

Barroco.

d)

Arcadismo.

e)

Realismo.

Resolução

a) Incorreta. O Naturalismo é um movimento artístico que se desenvolve após o Romantismo, estando, portanto, mais afastado cronologicamente do Neoclassicismo. Os naturalistas se opõem à subjetividade romântica, buscando uma arte amparada nas correntes científicas e filosóficas que se desenvolvem durante a segunda metade do século XIX.

b) Correta. O Romantismo surge logo após o período neoclássico, que foi marcado pelo movimento iluminista e, na poesia, pelo Arcadismo. Os românticos opunham-se à estética e ao pensamento filosófico vigentes: tal como afirma Ian Chilvers, é "uma reação contra o racionalismo iluminista e a ordem do estilo neoclássico". Apesar de se tratar de um movimento amplo, costumeiramente dividido em diferentes gerações, o Romantismo baseia-se, fundamentalmente, na liberdade de criação artística e na subjetividade, ou, como afirma o trecho apresentado, "no valor supremo da experiência individual". Assim, rompem-se as amarras com os padrões clássicos em prol da valorização de uma arte intuitiva.

c) Incorreta. O Barroco é um movimento anterior ao Neoclassicismo e ao Iluminismo. Sendo assim, seria anacrônico afirmar que os artistas barrocos opunham-se a uma filosofia e a um estilo que ainda não haviam se desenvolvido.

d) Incorreta. O Arcadismo é um movimento literário que se insere no contexto neoclássico e iluminista; ou seja, Iluminismo, Neoclassicismo e Arcadismo convivem no mesmo período e compartilham os mesmos princípios filosóficos e estéticos. Assim, é incorreto afirmar que os árcades promoveram "uma reação contra o racionalismo iluminista e a ordem do estilo neoclássico".

e) Incorreta. Assim como o Naturalismo, o Realismo é um movimento artístico que se desenvolve após o Romantismo, estando, portanto, mais afastado cronologicamente do Neoclassicismo. Conforme já apresentado na justificativa da alternativa "a", os realistas também se opõem à subjetividade romântica, buscando uma arte amparada nas correntes científicas e filosóficas que se desenvolvem durante a segunda metade do século XIX.

Questão 16 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Pressupostos e Subentendidos

Para responder às questões de 16 a 19, leia o trecho inicial da crônica “Está aberta a sessão do júri”, de Graciliano Ramos, publicada originalmente em 1943.

O Dr. França, Juiz de Direito numa cidadezinha sertaneja, andava em meio século, tinha gravidade imensa, verbo escasso, bigodes, colarinhos, sapatos e ideias de pontas muito finas. Vestia-se ordinariamente de preto, exigia que todos na justiça procedessem da mesma forma – e chegou a mandar retirar-se do Tribunal um jurado inconveniente, de roupa clara, ordenar-lhe que voltasse razoável e fúnebre, para não prejudicar a decência do veredicto.

Não via, não sorria. Quando parava numa esquina, as cavaqueiras dos vadios gelavam. Ao afastar-se, mexia as pernas matematicamente, os passos mediam setenta centímetros, exatos, apesar de barrocas¹ e degraus. A espinha não se curvava, embora descesse ladeiras, as mãos e os braços executavam os movimentos indispensáveis, as duas rugas horizontais da testa não se aprofundavam nem se desfaziam.

Na sua biblioteca digna e sábia, volumes bojudos, tratados majestosos, severos na encadernação negra semelhante à do proprietário, empertigavam-se – e nenhum ousava deitar-se, inclinar-se, quebrar o alinhamento rigoroso.

Dr. França levantava-se às sete horas e recolhia-se à meia-noite, fizesse frio ou calor, almoçava ao meio-dia e jantava às cinco, ouvia missa aos domingos, comungava de seis em seis meses, pagava o aluguel da casa no dia 30 ou no dia 31, entendia-se com a mulher, parcimonioso, na linguagem usada nas sentenças, linguagem arrevesada e arcaica das ordenações. Nunca julgou oportuno modificar esses hábitos salutares.

Não amou nem odiou. Contudo exaltou a virtude, emanação das existências calmas, e condenou o crime, infeliz consequência da paixão. Se atentássemos nas palavras emitidas por via oral, poderíamos afirmar que o Dr. França não pensava. Vistos os autos, etc., perceberíamos entretanto que ele pensava com alguma frequência. Apenas o pensamento de Dr. França não seguia a marcha dos pensamentos comuns. Operava, se não nos enganamos, deste modo: “considerando isto, considerando isso, considerando aquilo, considerando ainda mais isto, considerando porém aquilo, concluo.” Tudo se formulava em obediência às regras – e era impossível qualquer desvio.

Dr. França possuía um espírito, sem dúvida, espírito redigido com circunlóquios, dividido em capítulos, títulos, artigos e parágrafos. E o que se distanciava desses parágrafos, artigos, títulos e capítulos não o comovia, porque Dr. França está livre dos tormentos da imaginação.

(Graciliano Ramos. Viventes das Alagoas, 1976.)

 

1 barroca: monte de terra ou de barro.


Na crônica, o Dr. França é caracterizado como



a)

irônico e arrogante.

b)

arrogante e dissimulado.

c)

introvertido e sarcástico.

d)

pedante e displicente.

e)

taciturno e metódico.

Resolução

a) Incorreta. A arrogância no comportamento de Dr. França pode ser observada na situação descrita pelo autor, em que o juiz exigia que todos se vestissem como ele e chegou a ordenar que um jurado trocasse as roupas claras que vestia. Porém, a ironia não condiz o comportamento de alguém que formulava seu discurso de modo regrado, sem qualquer possibilidade de “desvios”.

b) Incorreta. Dr. França exaltava a virtude e condenava crimes, o que contraria a afirmação sobre a dissimulação, apesar de demonstrar arrogância em suas exigências no Tribunal, como quando determinou que um jurado se vestisse como ele.

c) Incorreta. A sisudez, a rotina sem modificação e o “verbo escasso” (alguém que fala pouco) indica um comportamento introvertido do juiz. Contudo, o sarcasmo opõe-se à seriedade atribuída a Dr. França no início do texto em “tinha gravidade imensa, verbo escasso”.

d) Incorreta. A displicência não fazia parte do cotidiano de Dr. França, que exigia “razoabilidade no vestir” daqueles que estavam no Tribunal, assim como a pedância, já que pouco se expressava, o que levou o autor a afirmar que “Dr. França não pensava”.

e) Correta. O fato de falar pouco e o tipo de vestimenta que costumava utilizar (roupas pretas) caracterizam o comportamento taciturno de Dr. França. Já seu caráter sistemático é descrito no quarto parágrafo, como o horário que acordava, que dormia e o modo como tratava sua mulher.

 

Questão 17 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

prosa (interpretação)

Para responder às questões de 16 a 19, leia o trecho inicial da crônica “Está aberta a sessão do júri”, de Graciliano Ramos, publicada originalmente em 1943.

O Dr. França, Juiz de Direito numa cidadezinha sertaneja, andava em meio século, tinha gravidade imensa, verbo escasso, bigodes, colarinhos, sapatos e ideias de pontas muito finas. Vestia-se ordinariamente de preto, exigia que todos na justiça procedessem da mesma forma – e chegou a mandar retirar-se do Tribunal um jurado inconveniente, de roupa clara, ordenar-lhe que voltasse razoável e fúnebre, para não prejudicar a decência do veredicto.

Não via, não sorria. Quando parava numa esquina, as cavaqueiras dos vadios gelavam. Ao afastar-se, mexia as pernas matematicamente, os passos mediam setenta centímetros, exatos, apesar de barrocas¹ e degraus. A espinha não se curvava, embora descesse ladeiras, as mãos e os braços executavam os movimentos indispensáveis, as duas rugas horizontais da testa não se aprofundavam nem se desfaziam.

Na sua biblioteca digna e sábia, volumes bojudos, tratados majestosos, severos na encadernação negra semelhante à do proprietário, empertigavam-se – e nenhum ousava deitar-se, inclinar-se, quebrar o alinhamento rigoroso.

Dr. França levantava-se às sete horas e recolhia-se à meia-noite, fizesse frio ou calor, almoçava ao meio-dia e jantava às cinco, ouvia missa aos domingos, comungava de seis em seis meses, pagava o aluguel da casa no dia 30 ou no dia 31, entendia-se com a mulher, parcimonioso, na linguagem usada nas sentenças, linguagem arrevesada e arcaica das ordenações. Nunca julgou oportuno modificar esses hábitos salutares.

Não amou nem odiou. Contudo exaltou a virtude, emanação das existências calmas, e condenou o crime, infeliz consequência da paixão. Se atentássemos nas palavras emitidas por via oral, poderíamos afirmar que o Dr. França não pensava. Vistos os autos, etc., perceberíamos entretanto que ele pensava com alguma frequência. Apenas o pensamento de Dr. França não seguia a marcha dos pensamentos comuns. Operava, se não nos enganamos, deste modo: “considerando isto, considerando isso, considerando aquilo, considerando ainda mais isto, considerando porém aquilo, concluo.” Tudo se formulava em obediência às regras – e era impossível qualquer desvio.

Dr. França possuía um espírito, sem dúvida, espírito redigido com circunlóquios, dividido em capítulos, títulos, artigos e parágrafos. E o que se distanciava desses parágrafos, artigos, títulos e capítulos não o comovia, porque Dr. França está livre dos tormentos da imaginação.

(Graciliano Ramos. Viventes das Alagoas, 1976.)

 

1 barroca: monte de terra ou de barro.


O cronista intromete-se explicitamente no texto no seguinte trecho:



a)

“Contudo exaltou a virtude, emanação das existências calmas, e condenou o crime, infeliz consequência da paixão.” (5o parágrafo)

b)

“Dr. França possuía um espírito, sem dúvida, espírito redigido com circunlóquios, dividido em capítulos, títulos, artigos e parágrafos.” (7o parágrafo)

c)

“O Dr. França, Juiz de Direito numa cidadezinha sertaneja, andava em meio século, tinha gravidade imensa, verbo escasso, bigodes, colarinhos, sapatos e ideias de pontas muito finas.” (1o parágrafo)

d)

“Operava, se não nos enganamos, deste modo: ‘considerando isto, considerando isso, considerando aquilo, considerando ainda mais isto, considerando porém aquilo, concluo.’” (6o parágrafo)

e)

“E o que se distanciava desses parágrafos, artigos, títulos e capítulos não o comovia, porque Dr. França está livre dos tormentos da imaginação.” (7o parágrafo)

Resolução

a) Incorreta. Não há, no trecho, nenhuma expressão ou comentário em que possamos identificar explicitamente a voz do cronista, uma vez que há apenas o relato de algumas das ações de Dr. França.

b) Incorreta. O trecho destaca uma descrição de Dr. França, o que poderia ser interpretado como um comentário, no entanto, observa-se que essa descrição é feita de forma absoluta, ou seja, sem que haja margem para uma interpretação peculiar feita pelo cronista.

c) Incorreta. O trecho, retirado do início do texto, traz uma descrição e a ambientação do personagem Dr. França, contribuindo para a caracterização que seria feita no restante da crônica. Não há, também, marcas de uma intromissão explícita do cronista.

d) Correta. No trecho apresentado, a expressão “se não nos enganamos”, separada por vírgulas, indica a participação explícita do cronista, uma vez que funciona como um comentário paralelo ao que está sendo narrado. Tal visão é reforçada pela descrição que se segue: o cronista reproduz as ações de Dr. França fazendo uso de termos genéricos como “isso” e “aquilo”, usos típicos de uma reprodução das ações de  outras pessoas.

e) Incorreta. Novamente, temos neste trecho um relato dos comportamentos de Dr. França, sem que haja qualquer marca da intromissão do cronista ao longo do período. Há, inclusive, afirmações categóricas, caracterizadas como verdades absolutas, como “Dr. França está livre dos tormentos da imaginação”.

Questão 18 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

prosa (interpretação) prosopopeia

Para responder às questões de 16 a 19, leia o trecho inicial da crônica “Está aberta a sessão do júri”, de Graciliano Ramos, publicada originalmente em 1943.

O Dr. França, Juiz de Direito numa cidadezinha sertaneja, andava em meio século, tinha gravidade imensa, verbo escasso, bigodes, colarinhos, sapatos e ideias de pontas muito finas. Vestia-se ordinariamente de preto, exigia que todos na justiça procedessem da mesma forma – e chegou a mandar retirar-se do Tribunal um jurado inconveniente, de roupa clara, ordenar-lhe que voltasse razoável e fúnebre, para não prejudicar a decência do veredicto.

Não via, não sorria. Quando parava numa esquina, as cavaqueiras dos vadios gelavam. Ao afastar-se, mexia as pernas matematicamente, os passos mediam setenta centímetros, exatos, apesar de barrocas¹ e degraus. A espinha não se curvava, embora descesse ladeiras, as mãos e os braços executavam os movimentos indispensáveis, as duas rugas horizontais da testa não se aprofundavam nem se desfaziam.

Na sua biblioteca digna e sábia, volumes bojudos, tratados majestosos, severos na encadernação negra semelhante à do proprietário, empertigavam-se – e nenhum ousava deitar-se, inclinar-se, quebrar o alinhamento rigoroso.

Dr. França levantava-se às sete horas e recolhia-se à meia-noite, fizesse frio ou calor, almoçava ao meio-dia e jantava às cinco, ouvia missa aos domingos, comungava de seis em seis meses, pagava o aluguel da casa no dia 30 ou no dia 31, entendia-se com a mulher, parcimonioso, na linguagem usada nas sentenças, linguagem arrevesada e arcaica das ordenações. Nunca julgou oportuno modificar esses hábitos salutares.

Não amou nem odiou. Contudo exaltou a virtude, emanação das existências calmas, e condenou o crime, infeliz consequência da paixão. Se atentássemos nas palavras emitidas por via oral, poderíamos afirmar que o Dr. França não pensava. Vistos os autos, etc., perceberíamos entretanto que ele pensava com alguma frequência. Apenas o pensamento de Dr. França não seguia a marcha dos pensamentos comuns. Operava, se não nos enganamos, deste modo: “considerando isto, considerando isso, considerando aquilo, considerando ainda mais isto, considerando porém aquilo, concluo.” Tudo se formulava em obediência às regras – e era impossível qualquer desvio.

Dr. França possuía um espírito, sem dúvida, espírito redigido com circunlóquios, dividido em capítulos, títulos, artigos e parágrafos. E o que se distanciava desses parágrafos, artigos, títulos e capítulos não o comovia, porque Dr. França está livre dos tormentos da imaginação.

(Graciliano Ramos. Viventes das Alagoas, 1976.)

 

1 barroca: monte de terra ou de barro.


O cronista recorre à personificação no seguinte trecho:



a)

“Na sua biblioteca digna e sábia, volumes bojudos, tratados majestosos, severos na encadernação negra semelhante à do proprietário, empertigavam-se – e nenhum ousava deitar-se, inclinar-se, quebrar o alinhamento rigoroso.” (3o parágrafo)

b)

“A espinha não se curvava, embora descesse ladeiras, as mãos e os braços executavam os movimentos indispensáveis, as duas rugas horizontais da testa não se aprofundavam nem se desfaziam.” (2o parágrafo)

c)

“Ao afastar-se, mexia as pernas matematicamente, os passos mediam setenta centímetros, exatos, apesar de barrocas e degraus.” (2o parágrafo)

d)

“E o que se distanciava desses parágrafos, artigos, títulos e capítulos não o comovia, porque Dr. França está livre dos tormentos da imaginação.” (7o parágrafo)

e)

“Vestia-se ordinariamente de preto, exigia que todos na justiça procedessem da mesma forma – e chegou a mandar retirar-se do Tribunal um jurado inconveniente, de roupa clara, ordenar-lhe que voltasse razoável e fúnebre, para não prejudicar a decência do veredicto.” (1o parágrafo)

Resolução

A alternativa A é a correta. O cronista atribui à biblioteca as características de “digna” e “sábia”, que são comumente associadas a seres humanos. Além disso, o cronista afirma que os tratados ali dispostos eram "severos" e "empertigavam-se", à semelhança de seu proprietário (o que reforça a aproximação de características dos objetos às de Dr. França). Nesse sentido, acontece a personificação da biblioteca e dos livros nela guardados, pois notamos que há nessa passagem características humanas atribuídas a seres inanimados.

Todas as demais alternativas trazem trechos em que as características descritas são associadas a Dr. França, compondo a descrição do personagem (a espinha ereta, os passos exatos, a aversão à imaginação e a sua forma de se vestir, por exemplo). Dessa forma, não é correto afirmar que haja nessas alternativas o fenômeno da personificação, uma vez que, para que ele exista, é necessário haver um deslocamento do uso de termos que expressam qualidades humanas, sendo então associados a seres não animados.  

Questão 19 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Formas verbais Verbo Flexão Verbal

Para responder às questões de 16 a 19, leia o trecho inicial da crônica “Está aberta a sessão do júri”, de Graciliano Ramos, publicada originalmente em 1943.

O Dr. França, Juiz de Direito numa cidadezinha sertaneja, andava em meio século, tinha gravidade imensa, verbo escasso, bigodes, colarinhos, sapatos e ideias de pontas muito finas. Vestia-se ordinariamente de preto, exigia que todos na justiça procedessem da mesma forma – e chegou a mandar retirar-se do Tribunal um jurado inconveniente, de roupa clara, ordenar-lhe que voltasse razoável e fúnebre, para não prejudicar a decência do veredicto.

Não via, não sorria. Quando parava numa esquina, as cavaqueiras dos vadios gelavam. Ao afastar-se, mexia as pernas matematicamente, os passos mediam setenta centímetros, exatos, apesar de barrocas¹ e degraus. A espinha não se curvava, embora descesse ladeiras, as mãos e os braços executavam os movimentos indispensáveis, as duas rugas horizontais da testa não se aprofundavam nem se desfaziam.

Na sua biblioteca digna e sábia, volumes bojudos, tratados majestosos, severos na encadernação negra semelhante à do proprietário, empertigavam-se – e nenhum ousava deitar-se, inclinar-se, quebrar o alinhamento rigoroso.

Dr. França levantava-se às sete horas e recolhia-se à meia-noite, fizesse frio ou calor, almoçava ao meio-dia e jantava às cinco, ouvia missa aos domingos, comungava de seis em seis meses, pagava o aluguel da casa no dia 30 ou no dia 31, entendia-se com a mulher, parcimonioso, na linguagem usada nas sentenças, linguagem arrevesada e arcaica das ordenações. Nunca julgou oportuno modificar esses hábitos salutares.

Não amou nem odiou. Contudo exaltou a virtude, emanação das existências calmas, e condenou o crime, infeliz consequência da paixão. Se atentássemos nas palavras emitidas por via oral, poderíamos afirmar que o Dr. França não pensava. Vistos os autos, etc., perceberíamos entretanto que ele pensava com alguma frequência. Apenas o pensamento de Dr. França não seguia a marcha dos pensamentos comuns. Operava, se não nos enganamos, deste modo: “considerando isto, considerando isso, considerando aquilo, considerando ainda mais isto, considerando porém aquilo, concluo.” Tudo se formulava em obediência às regras – e era impossível qualquer desvio.

Dr. França possuía um espírito, sem dúvida, espírito redigido com circunlóquios, dividido em capítulos, títulos, artigos e parágrafos. E o que se distanciava desses parágrafos, artigos, títulos e capítulos não o comovia, porque Dr. França está livre dos tormentos da imaginação.

(Graciliano Ramos. Viventes das Alagoas, 1976.)

 

1 barroca: monte de terra ou de barro.


Expressa sentido hipotético a forma verbal sublinhada em:



a)

“Dr. França possuía um espírito, sem dúvida, espírito redigido com circunlóquios, dividido em capítulos, títulos, artigos e parágrafos.” (7o parágrafo)

b)

“Ao afastar-se, mexia as pernas matematicamente, os passos mediam setenta centímetros, exatos, apesar de barrocas e degraus.” (2o parágrafo)

c)

“Vistos os autos, etc., perceberíamos entretanto que ele pensava com alguma frequência.” (6o parágrafo)

d)

“Tudo se formulava em obediência às regras – e era impossível qualquer desvio.” (6o parágrafo)

e)

“Nunca julgou oportuno modificar esses hábitos salutares.” (4o parágrafo)

Resolução

a) Incorreta. O verbo “possuía” está conjugado no pretérito imperfeito do indicativo, o que indica uma ação já realizada.

b) Incorreta. Conjugado no pretérito imperfeito do indicativo, o verbo “mexer” expressa um fato ocorrido no passado.

c) Correta. O verbo “perceberíamos” está conjugado no futuro do pretérito do indicativo, o que indica que ação ainda não ocorreu e, portanto, ainda é uma incerteza, uma hipótese.

d) Incorreta. “Era” é um verbo conjugado no pretérito imperfeito do indicativo, ou seja, a ação, no momento da fala, teve início no passado.

e) Incorreta. O verbo “julgou” está no pretérito perfeito do indicativo, o que exprime a ideia de uma ação iniciada e finalizada no passado.

Questão 20 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Vanguardas Europeias Text Comprehension

Movement founded by André Breton in 1924, which absorbed the French Dada movement and made positive claims for methods and processes (defiance of logic, shock tactics) which Dada had used merely as a negation of conventional art. Influenced by Freud, it claimed to liberate the riches of the unconscious through the “primacy of dream” and the suspension of conscious control.

(Edward Lucie-Smith. The Thames and Hudson Dictionary of Art Terms, 1994. Adaptado.)

Uma obra representativa do movimento artístico retratado no texto está reproduzida em:



a)

b)

c)

d)

e)

Resolução

Movimento fundado por André Breton em 1924, que absorveu o movimento Francês Dada e fez reivindicações positivas para métodos e processos (desafio da lógica, choques táticos) que Dada tinha usado meramente como uma negação de arte convencional. Influenciado por Freud, alegou libertar as riquezas do inconsciente através da "primazia do sonho" e a suspensão do controle consciente.

a) Incorreta. Edward Hopper foi um artista norte-americano que retratava em suas obras fortes influências do Realismo, como é possível verificar na imagem. Dessa forma, produziu imagens miméticas, portanto, não tendo relação com o Surrealismo, vanguarda abordada no texto acima.

b) Correta. A pintura de René Magritte traz a representação de uma paisagem,. Em primeiro plano, há diversas árvores; ao fundo, um céu avermelhado. Como o Sol está sobreposto às árvores, há aí uma quebra da narrativa visual, técnica utilizada pelos surrealistas.

c) Incorreta. A obra de Andy Warhol traz a representação da Marilyn Monroe, atriz de grande destaque de Hollywood. Escolhe como paleta cores saturadas e traços no desenho que remetem às HQs. Por conta disso, essa obra fez parte do movimento Pop Art.

d) Incorreta. Andrew Wyeth foi um pintor norte-americano que produzia obras com tons opacos e sóbiros. Suas obras também eram fortemente influenciadam pelo movimento realista e, dessa forma, contraditório com o Surrealismo.

e) Incorreta. Kazimir Malevich foi um artista do suprematismo e produzia pinturas abstratas, levando em consideração as formas básicas geométricas, não tendo, portanto, relação com o Surrealismo.