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Unesp 2022 - 1ª fase - dia 1


Questão 31 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Mundo Grego Roma

Roma não era apenas o parente mais violento da Grécia Clássica, não estava apenas comprometida com engenharia, eficiência militar e absolutismo, enquanto os gregos haviam preferido a especulação intelectual, o teatro e a democracia.

(Mary Beard. SPQR: uma história da Roma antiga. São Paulo, 2017. Adaptado.)

O excerto critica os estereótipos de Roma e Grécia antigas. Essa crítica justifica-se, pois



a)

a experiência democrática ateniense foi uma exceção, uma vez que a maioria das cidades-Estado gregas desconhecia a democracia.

b)

a filosofia grega derivou principalmente da tradição do pensamento metafísico desenvolvido no Império Romano.

c)

o teatro dramático desenvolveu-se sobretudo no Império Romano, uma vez que na Grécia estimulava-se prioritariamente a comédia.

d)

os direitos de cidadania no Império Romano eram exercidos pelo conjunto da população, por meio de ações políticas diretas.

e)

o expansionismo imperialista romano foi diretamente determinado pelo exemplo da militarização do cotidiano imposta nas cidades gregas.

Resolução

a) Correta. Uma das características fundamentais da Grécia Clássica é a ampla autonomia política garantida às cidades-estado, que apresentavam notável variedade em suas formas de governo. E, embora a democracia ateniense seja o modelo mais conhecido entre os adotados na Grécia Clássica, tal sistema pode ser considerado como uma exceção naquela civilização. Segundo o historiador Kurt Raaflaub, professor de história clássica da Brown University, nenhuma outra pólis obteve êxito em edificar um sistema que garantisse direitos políticos iguais a todos os cidadãos, independente de seu nascimento, educação, riqueza ou qualidades individuais. E, embora tenha inspirado outras cidades a adotarem o modelo democrático, apenas uma minoria de pólis chegou a adotar um sistema análogo ao ateniense. Nesse tema, o historiador Eric W. Robinson contabilizou ao menos cinquenta e quatro cidades que podem ser minimamente classificadas como “democráticas” em algum contexto de sua história antiga, um número diminuto diante de todo o universo de cidades-estado fundadas pelos gregos - cujas estimativas chegam em até mil cidades ao longo de sua história.

b) Incorreta. O estudo da metafísica não se originou de uma influência romana, sendo um ramo fundamental da própria filosofia grega clássica. Trata-se do campo que se interessa pelos princípios primeiros das coisas e da realidade, tendo como objeto as outras ciências, a existência do ser e da matéria, entre outros.

c) Incorreta. O teatro dramático teve considerável difusão tanto na Grécia Clássica como na Roma Antiga. No caso do teatro grego, destaca-se tanto o gênero da comédia - referente a pessoas comuns, com sátiras sobre seus costumes e modos de vida - como o da tragédia, que versava sobre personagens heroicos que lutavam contra seu destino.

d) Incorreta. A cidadania romana apresentava restrições próprias, não sendo correto generalizá-la como exercida a partir de "todo o conjunto da população". Por exemplo, escravos e estrangeiros não detinham a cidadania romana, ainda que o mundo romano permitisse meios de ascensão interna e de obtenção da cidadania - como a submissão pacífica de povos estrangeiros ao domínio romano, por exemplo. Outro equívoco da afirmativa é sugerir que a política romana pode ser caracterizada pela "ação política direta". Ainda que as assembleias desempenhassem importante papel dentro do sistema político, especialmente no contexto republicano, o protagonismo político em Roma estava além da decisão direta dos cidadãos. Enquanto que a República tinha suas questões públicas conduzidas prioritariamente pelos membros do Senado, composto principalmente por patrícios eleitos de forma vitalícia, o sistema imperial concentrava as principais deliberações na figura do próprio imperador.

e) Incorreta. Não é possível afirmar que o expansionismo romano foi determinado pela "militarização do cotidiano" imposta nas cidades gregas. Primeiramente, é contestável afirmar que as cidades gregas apresentam universalmente uma rigorosa militarização de seu cotidiano, característica mais vinculada à realidade espartana do que de toda a Grécia. Ademais, o expansionismo romano em si foi determinado por uma série de elementos, entre eles os econômicos, militares e políticos, não se reduzindo às influências oriundas do cotidiano do mundo grego.

Questão 32 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Árabes e Islamismo

A migração de Maomé e seus seguidores para Medina, em 622, marca a



a)

conquista muçulmana da Terra Santa, após as lutas contra os cruzados europeus.

b)

passagem da união familiar e clânica dos árabes para a constituição de uma religião coesa.

c)

expansão política das oligarquias locais, por meio da imposição do islamismo a todos os árabes.

d)

consolidação da primeira religião baseada na Bíblia, fora do âmbito do cristianismo.

e)

transição do politeísmo imposto na Palestina para uma religião monoteísta institucionalizada.

Resolução

a) Incorreta. As Cruzadas foram expedições realizadas pelos cristãos na Baixa Idade Média, entre os século XI e XIII. Elas tiveram o objetivo de recuperar Jerusalém, no entanto, não atingiram o propósito inicial. Sendo assim, a alternativa está incorreta, pois menciona a migração de Maomé no século VII, ou seja, período anterior à ocorrência das Cruzadas. 

b) Correta. Ao longo do século VI, a pregação do princípio monoteísta por Maomé, assim como a condenação de outros cultos, desagradaram os comerciantes de Meca que controlavam a Caaba (principal templo de Meca, onde estava a Pedra Negra). Perseguido, Maomé e seus discípulos se dirigiram para Yatreb (futura Medina), localizada a aproximadamente 350 km ao norte de Meca. Esse deslocamento de Maomé e seus fiéis ocorrido em 622 ficou conhecido como Hégira e marca o início do calendário muçulmano. Em Medina, Maomé converteu muitas pessoas e organizou a cidade de acordo com seus ensinamentos. A partir de então, nos próximos dez anos, Maomé converteu a maioria das tribos árabes, utilizando eventualmente a força e unificando assim povos que antes eram dispersos. Ou seja, consolidou uma religião coesa, conforme mencionado pela alternativa. 

c) Incorreta. Não podemos afirmar que ocorreu uma expansão das oligarquias locais a partir da fuga de Maomé. Vale ressaltar que sua pregação desgradava justamente os comerciantes de Meca, de modo que podemos considerar que essas oligarquias não estavam satisfeitas com os ensinamentos do profeta da nova religião. Além disso, é muito categórico e incorreto afirmar que ocorreu a imposição do islamismo para todos os árabes. O fato de Maomé ter unificado diversas tribos árabes e as convertido ao islamismo não significa que todos os árabes tenham a mesma crença. 

d) Incorreta. O Islamismo não se baseia na Bíblia. O livro sagrado do Islamismo é o Corão, livro que consiste na manifestação de Deus através das revelações do profeta em que constam os dogmas religiosos, as bases éticas e morais do Islã, servindo como um modelo de conduta de seus fiéis. O Corão é um livro para ser recitado em orações litúrgicas e possui uma estrutura repetitiva que facilita a memorização e a incorporação das regras morais e civis.

e) Incorreta. A cidade de Meca está localizada na Península arábica, a aproximadamente 80 quilômetros de distância do litoral do Mar Vermelho. A Meca central se encontra num corredor entre montanhas, conhecido como o "vazio de Meca". Já Medina fica a aproximadamente 350 km ao norte de Meca. A migração de Maomé não ocorreu nem apresentou relação direta com a Palestina. 

Questão 33 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Expansão europeia

Depois do estabelecimento do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama em 1499, a Coroa portuguesa logo preparou nova expedição, tendo como base as informações recolhidas pelo navegante. E essa era mesmo a melhor saída para o pequenino reino português, que ficava justamente na boca do Atlântico.

(Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia, 2018.)

Além do motivo apresentado no excerto, contribuíram para que Portugal se lançasse à expansão marítima



a)

o interesse por colonizar o litoral africano e a disposição militar para a reconquista ibérica.

b)

a aliança política e comercial com a Coroa de Castela e a posição geográfica do país.

c)

a busca pelas especiarias da América e o desenvolvimento de uma indústria bélica.

d)

o desenvolvimento de instrumentos náuticos e a articulação entre interesses comerciais e religiosos.

e)

a precoce unificação política e a necessidade de insumos para a nascente indústria têxtil.

Resolução

a) Incorreta. A passagem portuguesa pela costa africana estava relacionada com sua estratégia para chegar ao Oriente, o chamado Périplo africano ou circunavegação da África. Desse modo, a colonização da África não era  a finalidade última das navegações. Durante o processo que durou 73 anos (entre a conquista de Ceuta em 1415 e a chegada de Vasco da Gama às Índias em 1498), os portugueses fundaram alguns entrepostos que pudessem dar suporte às suas expedições, as feitorias. Já a reconquista ibérica, mencionada na alternativa, foi a guerra feita pelos cristãos para a expulsão dos mouros da península ibérica. Esse processo teve início no século VIII e fim em 1492, com a retomada de Granada pelos espanhóis. A participação na Guerra de Reconquista teve estreita relação com a formação de Portugal, mas não foi diretamente uma motivação para a expansão marítima. 

b) Incorreta. Portugal não fez uma aliança com a Coroa de Castela, pelo contrário, tratava-se de um concorrente. Os feitos náuticos portugueses pasaram a ter concorrência no final do século XV, quando a Coroa espanhola financiou o projeto do genovês Cristóvão Colombo. A parte da alternativa que menciona a posição geográfica do  país está correta, pois de fato a localização na confluência do oceano Atlântico e do Mar Mediterrâneo fazia com que Portugal não encontrasse qualquer obstáculo natural que dificultasse sua empreitada. 

c) Incorreta. Portugal buscava as especiarias no Oriente, conforme mencionado na justificativa da alternativa A; a finalidade do projeto de circunavegação da África era atingir às Índias a partir de uma rota alternativa. O desenvolvimento da indústria bélica não foi particularmente notável nesse período e não se configura como uma motivação para as navegações. 

d) Correta. Várias importantes tranformações técnológicas permitiram as grandes navegações, entre elas: construção de naus e caravelas, desenvolvimento de cartas náuticas, amplicação dos conhecimentos sobre correntes marítimas, uso do astrolábio e da bússola etc. O projeto das navegações estava inserido no contexto do mercantilismo, período no qual o Estados buscavam o acúmulo de ouro e prata (metalismo), venda de produtos a preços elevados e compra de outros a custos baixos (balança comercial favorável), de modo que os investimentos nas navegações buscavam resultados financeiros. Por fim, tal projeto contava com enfático apoio da Igreja Católica, que via nas navegações uma possibilidade da expansão do catolicismo, esforço particularmente intenso a partir das Reformas Protestantes no século XVI. 

e) Incorreta. A precoce unificação política é considerada um dos principais fatores do pioneirismo português nas navegações. A formação do Estado Nacional português, ainda na Idade Média, ocorreu com a instalação da dinastia Borgonha em 1140, após a derrota dos mouros. A existência de um governo centralizado, capaz de coordenar os diversos interesses sociais que estiveram na base dos empreendimentos náuticos, foi essencial para o avanço dos projetos. No entanto, a alternativa está incorreta, pois menciona a busca de insumos para a nascente indústria têxtil, sendo importante destacar que tal indústria consolidou-se nesse formato somente no século XVIII, tendo como pioneira a Inglaterra. Portugal, por sua vez, foi um país onde tal indústria demorou ainda mais a se desenvolver. 

Questão 34 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Período pré-colonial Grandes Navegações

Os povos que viviam nas terras conquistadas pelos portugueses na América



a)

eram destituídos de interesses e práticas religiosas.

b)

concentravam-se nas áreas litorâneas do território.

c)

eram coletores ou praticavam agricultura rudimentar.

d)

alimentavam-se prioritariamente de carne humana.

e)

eram pacíficos ou dedicados a alianças e acordos entre grupos.

Resolução

Quando os portugueses chegaram ao território do atual Brasil, havia aqui mais de 1.000 grupos indígenas, reunindo, no total, entre 2 e 4 milhões de indivíduos. A população indígena foi considerada como sendo igual pelos portugueses, que não possuíam grande interesse em compreender as diferenças entre elas. Os tupi-guaranis, que habitavam o litoral brasileiro e tinham uma língua e cultura similares, eram formados por diversos grupos: tupinambás no litoral da Bahia e do Rio de Janeiro, potiguaras e catés no Nordeste, guaranis na porção meridional do território e no atual Rio Grande do Sul. Alguns não eram falantes da língua do tronco tupi e estavam localizados no interior, tais como os xavantes e botocudos no interior da Bahia, aimorés no Espírito Santo, goitacás no Rio de Janeiro e os guianás em São Paulo. 

a) Incorreta. Não é correto afirmar que os indígenas não possuíam interesse ou práticas religiosas. Esses grupos possuíam religiões próprias, variando em suas características e ritos, sendo Tupã apresentado por historiadores como o principal deus indígena. 

b) Incorreta. Conforme mencionado anteriormente, existiam vários grupos indígenas localizados no interior do Brasil, tais como os xavantes e os botocudos. 

c) Correta. Os indígenas praticavam atividades coletoras com a finalidade de obter matérias-primas para a produção de utensílios como flechas, redes, esteiras etc. Já para a alimentação, predominava a agricultura, sendo os principais produtos de cultivo a banana, o milho, a abóbora, a batata-doce, o inhame e a mandioca. 

d) Incorreta. A prática da antropofagia (canibalismo) ocorria em algumas tribos, com destaque para os Tupinambás, mas não pode ser apontada como uma característica comum a todos esses grupos. Além disso, nesses grupos tal prática inseria-se em um contexto ritualístico, de modo que alimentação em si não era exclusivamente a finalidade desse consumo. 

e) Incorreta. Os indigenas não eram pacíficos e não podemos afirmar que predominava a aliança entre os grupos. As guerras intertribais eram recorrentes e os europeus aproveitavam-se da situação, estabelecendo alianças com os nativos a partir do conhecimento dessa rivalidades pré-existentes. 

Questão 35 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Escravidão

[...] as irmandades de negros eram espaços permitidos dentro da legalidade, nos quais o escravo podia manifestar- -se fora de suas relações de trabalho. [...] Em certo sentido, era através da religião católica que o escravo encontrava algum lenitivo para sua situação. Tudo indica que a permissão para a criação das irmandades de negros tenha sido dada com o intuito de obter melhores resultados na cristianização dos escravos [...].

Paradoxalmente, os negros utilizaram as irmandades para resguardar valores culturais, em especial suas crenças religiosas. [...] Tudo leva a crer que, a partir da realidade vivida naquela época, bem como considerando as dificuldades, o negro recriou e reinterpretou a cultura dominante, adequando-a à sua maneira de ser.

(Ana Lúcia Valente. “As irmandades de negros: resistência e repressão”. In: Horizonte, v. 9, no 21, 2011.)

Segundo o excerto, as irmandades religiosas de negros, no Brasil colonial, eram



a)

organizações culturais destinadas à difusão do catolicismo e, paralelamente, à valorização do sincretismo religioso.

b)

confrarias em que era proibido, por ordens metropolitanas, o contato direto entre escravizados.

c)

templos em que era permitida, pelas autoridades coloniais, a realização de cultos religiosos de origem africana.

d)

espaços de imposição de princípios europeus aos escravizados e, simultaneamente, de manifestação de traços culturais de matriz africana.

e)

instituições de apoio e auxílio aos escravizados, criadas e mantidas por meio da atuação catequizadora dos jesuítas espanhóis.

Resolução

As irmandades eram associações leigas formadas para culturar um santo e eram constituídas conforme o grupo social e étnico (brancos e negros). Na região mineradora, em meados do século XVIII, a religiosidade foi um fator preponderante e as irmandades se espalharam por lá, sendo que em fins desse século existiam mais de 30 irmandades ativas nas Minas. Existiam irmandades devotas de Nossa Senhora do Rosário (negros), do Carmo, das Mercês (negros), Santa Ifigênia, entre outras. As igrejas dessa região foram erguidas pelas irmandades, além de estas organizarem procissões. 

a) Incorreta. O sincretismo religioso consiste na fusão e interação de elementos de diferentes religiões. Os  escravos eventualmente recorriam  aos símbolos  católicos  como  “disfarces”  de  práticas  religiosas  trazidas  da  África, operando-se assim o que é chamado de sincretismo religioso. Esse processo assumiu formas de diversas gradações, no entanto, não podemos afirmar que as irmandades o valorizavam. Conforme aponta o texto, a autorização para criação de irmandades visava obter melhores resultados na cristianização dos escravos. 

b) Incorreta. Segundo o texto, as irmandades eram espaços permitidos dentro da legalidade, bem como a participação dos escravos. 

c) Incorreta. Os cultos de origem africana não eram permitidos dentro das irmandades. O texto enfatiza que sua criação visava à melhoria da cristianização dos escravos, sendo contraditório com a ideia de estímulo às religões africanas. 

d) Correta. O texto aborda o aspecto contraditório das irmandades, que, embora visassem fortalecer a cristianização dos escravos, foram espaços de resguardo de valores culturais. A frequência dos contatos  entre escravizados, bem como a facilidade da língua comum, fazia com que as irmandades contribuíssem para a conservação de de diversas tradições africanas. Assim, ocorria um processo de amalgamação  de elementos religiosos africanos e católicos, contribuindo, conforme mencionado pela alternativa, com uma recriação e reinterpretação da cultura dominante. 

e) Incorreta. As irmandades de fato assumiam forte sentido de auxílio mútuo prestado entre seus participantes. Desempenhavam a  função  de auxílio,  em  caso  de  doença  e/ou morte, e proteção aos seus membros, bem como a compra de escravos postos à venda pelos senhores para alforriá-los. No entanto, a alternativa está incorreta, pois afirma que essas instituições eram mantidas por jesuítas espanhóis, sendo que não apresentavam nenhuma relação com estes e desenvolviam mecanismos próprios de manutenção. 

Questão 36 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Luís XIV

Observe a imagem, que é uma parte da gravura “Luís XIV como imperador romano”, de Charles Perrault, 1670.

(Apud: Peter Burke. A fabricação do rei: a construção da imagem pública de Luís XIV, 2009.)

A imagem associa a França do século XVII à Roma Antiga,



a)

recorrendo à figuração típica como símbolo de poder, conquista e grandiosidade.

b)

ironizando a insistência do monarca em se apresentar como continuador da tradição clássica.

c)

identificando o rei à coragem, à força e à ousadia dos gladiadores romanos.

d)

satirizando a preocupação do rei com a própria imagem e com a propaganda de seu governo.

e)

equiparando a extensão das áreas ocupadas pela França aos domínios imperiais romanos.

Resolução

a) Correta. A imagem apresenta uma associação entre o monarca francês Luís XIV e os antigos imperadores romanos, numa estratégia simbólica de ressaltar a autoridade política do monarca francês. Nesse recurso, artistas a serviço de Luís XIV utilizaram do repertório simbólico das representações de poder em Roma para enaltecer o comando contemporâneo do "Rei Sol", numa espécie de "mimetismo" das imagens e símbolos de poder. Tal estratégia não foi explorada exclusivamente por Luís XIV, sendo utilizada posteriormente pela propaganda napoleônica ou pela própria Itália Fascista - que também vinculavam suas lideranças políticas com a autoridade de um imperador romano. A propaganda de Luís XIV contribuiu para a consolidação de sua autoridade na França, tendo em vista que seu reinado é considerado o auge do absolutismo monárquico francês pela historiografia contemporânea.

b) Incorreta. A imagem não ironiza a figura de Luís XIV, mas sim enaltece seu sólido poder político. A associação com o mundo romano é estabelecida como alegoria de sua ampla autoridade monárquica, e não como uma crítica a uma suposta tentativa de continuar as tradições clássicas.

c) Incorreta. Como o próprio nome da obra indica ("Luís XIV como imperador romano"), é incorreto interpretá-la como uma associação aos gladiadores de Roma. A vinculação histórica feita pela imagem busca equiparar a autoridade de Luís XIV ao dos imperadores de Roma, enquanto que, por sua vez, os gladiadores eram personagens distantes do poder político formal naquela sociedade.

d) Incorreta. A imagem não é uma sátira das atitudes do rei, mas sim um próprio objeto de propaganda política. A imagem compõe um livro feito para celebrar um grande festival ocorrido em Paris, organizado pelo próprio Luís XIV antes da mudança da Corte francesa para Versalhes. Trata-se, portanto, de uma impressão oficial da monarquia francesa, cujo objetivo era salientar a autoridade monárquica e consagrar o poder do próprio rei entre seus súditos.

e) Incorreta. A imagem do exercício carece de qualquer elemento gráfico que trate da extensão territorial da França ou do Império Romano. Ademais, a comparação seria inadequada, já que a extensão máxima do Império Romano supera em muito o da França Absolutista no reinado de Luís XIV.

Questão 37 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Processo de Independência do Brasil

O luxo e a corrupção nasceram entre nós antes da civilização e da indústria. E qual será a causa principal de um fenômeno tão espantoso? A escravidão, senhores, a escravidão. Porque o homem que conta com os trabalhos diários de seus escravos vive na indolência, e a indolência traz todos os vícios após si.

(José Bonifácio de Andrada e Silva, 1825. Apud: Ynaê Lopes dos Santos. História da África e do Brasil afrodescendente, 2017. Adaptado.)

A manifestação de uma das principais lideranças do país, logo após a independência política, revela a



a)

justificativa para a adoção, no Primeiro Reinado, de políticas agressivas de estímulo à imigração.

b)

disposição, majoritária nos setores que participaram do processo emancipacionista, de eliminar gradualmente a escravidão.

c)

campanha abolicionista sistemática, iniciada ainda no período colonial, dos cafeicultores paulistas.

d)

rejeição, de clara influência liberal-iluminista, da ideia de que os homens são desiguais por natureza.

e)

crítica, voltada aos setores social e politicamente hegemônicos do Brasil, à dependência do trabalho obrigatório.

Resolução

O texto Representação à Assembleia Geral Constiuinte e Legislativa do Império do Brasil sobre a escravatura, de José Bonifácio de Andrada e Silva, foi escrito em 1823, logo após a independência do Brasil. Nesse texto, Andrada e Silva apresentou suas ideias relativas à escravidão, bem como alternativas para contornar os problemas da permanência desta, no entanto, o texto não chegou a ser debatido entre os deputados presentes. A repercussão do discurso ocorreu somente na década de 1880, quando foi reeditado pelos abolicionistas. 

a) Incorreta. Embora tenha ocorrido imigração durante o Primeiro Reinado, não podemos afirmar que foram adotadas políticas agressivas para seu estímulo durante esse período. D. Pedro I buscou incentivar a  vinda de colonos, mas encontrou forte resistência da elite latifundiária que temia a perda de recursos do Estado. Foram criadas na ocasião, sob tutela do imperador, oito colônias de imigrantes, que tiveram seus recursos cortados pelo parlamento brasileiro. O texto de José Bonifácio de Andrada não se relaciona com tal contexto, já que sequer menciona a vinda de imigrantes, enfatizando somente a crítica à manutenção da escravidão. 

b) Incorreta. Os setores que participaram do processo emancipatório do Brasil eram formados, majoritariamente, pela aristocracia fundiária. Esses grupos tinham consenso em relação à manutenção da escravidão no Brasil, já que eram eles próprios proprietários de escravos. O discurso de Andrada e Silva inclusive não despertou interesse nos deputados da Assembleia Constituinte, que nem mesmo chegaram a debatê-lo. 

c) Incorreta. Embora alguns movimentos na Colônia tenham defendido a abolição, como a Conjuração Baiana (1798), não podemos afirmar que tenha existido uma campanha abolicionista sistemática nesse período. A campanha abolicionista ganhou força no Brasil durante o Segundo Reinado, com especial destaque principalmente após a Guerra do Paraguai (1864-1870), devido ao debate suscitado pela participação de cativos no conflito. Além disso, a expansão do café ocorreu somente em meados do século XIX, de modo que o grupo "cafeicultores paulistas" não existia na colônia.

d) Incorreta. A manifestação de Andrada e Silva não pode ser entedida como uma rejeição da desigualdade entre os homens. Seu discurso não trata da questão da igualdade/desigualdade entre os homens, enfatizando somente os males da escravidão para a sociedade brasileira. 

e) Correta. Para o autor, a escravidão representava um entrave ao desenvolvimento tecnológico e ao avanço da civilização no Brasil. Andrada e Silva denunciava que a escravidão contribuía para a perda das virtudes, sendo portanto uma fonte de corrupção social. Além disso, o autor relacionava vícios, como a indolência e a preguiça, à ausência de desenvolvimento tecnológico. Em seu pensamento, o escravo era um "selvagem da África", de modo que uma multidão imensa de escravos "brutais e inimigos" era um problema para a formação da nação brasileira. Vale destacar que tal discurso insere-se nos debates ocorridos imediatamente após a independência, período em que as reflexões sobre as definições dos rumos da nova nação eram pautas centrais. 

Questão 38 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

África no Século XIX (História)

Os únicos países africanos não colonizados por potências europeias no século XIX foram



a)

a África do Sul, que vivia sob forte regime de segregação racial, e a Síria, que se manteve livre graças à forte mobilização militar dos grupos muçulmanos.

b)

a Libéria, criada na metade do século XIX por iniciativa norte-americana, e a Etiópia, que uniu cristãos e islâmicos na luta de resistência às investidas armadas italianas.

c)

a Argélia, que obteve sua autonomia em troca de acordos comerciais com países mediterrânicos, e Gana, onde o poderoso Império Axânti conseguiu impedir o avanço britânico.

d)

o Marrocos, ocupado pela França apenas no século XX, e Madagascar, que conseguiu evitar invasões por meio da estruturação de um forte aparato militar marítimo.

e)

o Egito, que se valeu de sua tradição histórica de autonomia e hegemonia regional, e Angola, que obteve sua independência de Portugal no final do século XVIII.

Resolução

a) Incorreta. A África do Sul esteve sob domínio colonial inglês no século XIX, controle reafirmado durante a Conferência de Berlim (1884-1885). Ademais, embora tenha raízes no colonialismo inglês, o regime de segregação racial do Apartheid foi oficializado formalmente apenas em 1948, após a independência da África do Sul. Por sua vez, a Síria não se manteve "livre" ao longo do século XIX, sendo uma região de domínio e controle Turco-Otomano. No século seguinte, após o esfacelamento do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, a atual Síria passou a ser uma região de influência francesa, consoante os termos do tratado de Sykes-Picot (1916).

b) Correta. A Libéria foi um estado independente reconhecido pelas potências imperialistas em 1847, criado a partir da ação da American Colonization Society. A fundação do país contou com o apoio do governo norte-americano, já que foi fundado com o intuito de abrigar afro-americanos emancipados nos Estados Unidos. Por sua vez, a Etiópia garantiu seu estado de independência após combater as forças coloniais italianas na Primeira Guerra Ítalo-Etíope (1889-1896). Contudo, foi posteriormente colonizada pela própria Itália, quando as forças fascistas novamente invadiram a região e anexaram-na aos domínios italianos em 1936.

c) Incorreta. Ao contrário do afirmado, a Argélia foi uma região de domínio colonial francês, situação que se estendeu até o ano 1962. A independência argelina foi conquistada após um longo e sangrento conflito contra as forças coloniais francesas, acusadas de graves violações de direitos humanos, sendo alvo de intensas críticas pela própria população francesa. Por sua vez, Gana também foi uma região colonizada pelos europeus, submetida aos domínios britânicos. Existente na região no contexto da chegada dos colonizadores europeus, o reino Axanti, então liderado pela rainha Yaa Asantewaa, se tornou um dos vários exemplos de resistências bélicas aos colonizadores na África, sendo conquistado pelas forças britânicas apenas em 1900.

d) Incorreto. Ainda que o Marrocos tenha preservado seu estado de independência durante o século XIX, o reino já sofria ingerências espanholas e francesas em seus domínios nessa época. Contudo, foi submetido ao controle francês definitivo apenas no século XX, num avanço imperialista que resultou na crise diplomática com a Alemanha conhecida como Questão Marroquina. Por sua vez, Madagascar foi conquistado e anexado pela França ainda no século XIX, que estabeleceu seu protetorado na região em 1896.

e) Incorreta. O Egito se tornou um protetorado inglês em 1882, sendo uma região de relevante estratégia geopolítica para as potências europeias. Por sua vez, Angola continuou como uma região sob domínio português no século XIX, situação que teve início ainda no contexto da exploração colonial do século XVI. A independência de Angola foi consolidada apenas em 1975, já no século XX, após um sangrento conflito com as forças coloniais portuguesas do período salazarista.

Questão 39 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Processo de Independência do Brasil Independência da América Espanhola

O crescimento urbano, ao criar um mercado potencial mais amplo, estimulou igualmente o crescimento das indústrias artesanais e de algumas fábricas que empregavam uma força de trabalho concentrada [...]. Deixando de lado as características peculiares dessa sociedade urbana em expansão, a razão para a crescente debilidade de qualquer expressão política especificamente urbana era a posição peculiar da cidade no sistema econômico e fiscal, consolidado pelo contínuo progresso do setor com base na exportação de produtos agrícolas e pecuários.

(Tulio Halperín Donghi. “A economia e a sociedade na América espanhola do pós-independência”. In: Leslie Bethell (org.). História da América Latina, v. 3, 2004.)

 

O excerto apresenta uma experiência histórica vivida por alguns países hispano-americanos, e também pelo Brasil, entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras do XX. Tal situação

 



a)

gerou sucessivas crises econômico-financeiras na região e acentuou o controle imperialista estadunidense sobre o setor industrial e financeiro dos países do continente.

b)

resultou da ausência de burguesias nacionais capazes de conduzir o processo de reorganização econômica e de decolagem na direção de economias autônomas.

c)

provocou um deslocamento do controle do poder político do campo para a cidade e o aumento da influência política das classes médias e dos setores populares.

d)

derivou da combinação entre os processos de modernização urbana e a inserção das economias latino-americanas na divisão internacional do trabalho.

e)

proporcionou um desenvolvimento acelerado do segundo e do terceiro setores das economias nacionais e uma maior integração comercial no continente.

Resolução

a) Incorreta. Não é possível afirmar que os EUA estabeleceram um "controle imperialista" sobre os setores financeiro e industrial na região, já que, durante a virada do século XIX e início do século XX, tal hegemonia era exercida pela Inglaterra. Por exemplo, no caso brasileiro, os bancos ingleses eram os principais responsáveis pelo financiamento e pelos empréstimos destinados ao Estado e à cafeicultura local, situação similar à boa parte dos países oriundos da antiga América Espanhola.

b) Incorreta. O texto base analisa a formação dos estados hispano-americanos no século XIX, abordando as características de seu desenvolvimento urbano e constatando uma posição "peculiar" da cidade no sistema econômico desses países. Tal posição peculiar deriva do fato de as cidades apresentarem algum processo de modernização e desenvolvimento próprios, embora permanecessem "débeis" no cenário político interno dos países analisados. Por sua vez, a alternativa sugere que tal condição é oriunda da ausência de uma burguesia "capaz" de estabelecer um processo de reorganização econômica e da formação de economias autônomas, justificando tal contexto apenas por tal motivo. Além de a afirmação oferecer uma justificativa única e insuficiente para caracterizar o complexo processo histórico analisado, ela não explica especificamente o caráter peculiar das cidades no cenário político-econômico dessas cidades, que alia uma modernização própria com uma fragilidade política. Quanto ao papel das burguesias nacionais, vale lembrar que elas estavam vinculadas aos interesses dos setores agrário-exportador no contexto em questão, lucrando com a exportação de café e outros produtos agrícolas produzidos pela região, por exemplo.

c) Incorreta. Conforme o texto base do exercício explicita, entre as décadas finais do século XIX e início do século XX, a sociedade urbana apresentou uma considerável "debilidade de qualquer expressão política" no Brasil e nos países oriundos da antiga América Espanhola. Ou seja, não houve "um deslocamento do controle do poder político do campo para a cidade". Enquanto que os países hispano-americanos conviviam com o predomínio político de seus caudilhos (vinculados aos interesses dos grandes proprietários rurais), o Brasil teve sua independência e seu período monárquico claramente ligado aos interesses econômicos da aristocracia fundiária, a exemplo da manutenção do modelo agrário-exportador e da escravidão após a Independência.

d) Correta. No contexto de virada do século XIX para o século XX, os países hispano-americanos e o Brasil foram incorporados na periferia da nova divisão internacional do trabalho, sendo responsável pelo oferecimento de gêneros primários aos principais centros do capitalismo internacional. Tal condição, aliada ao mencionado desenvolvimento urbano assistido no contexto em questão, resultou numa posição "peculiar" das cidades e numa redução de seu poder político nos Estados analisados, que acabaram submetidos ao predomínio dos interesses agrário-exportadores. Tal condição econômica passou a se alterar apenas nas décadas de 1930 e 1940, com a gradativa complexificação econômica e industrialização de vários países da região, a exemplo do Brasil e da Argentina.

e) Incorreta. Ao contrário do afirmado, os setores industrial e de serviços não apresentaram um acelerado crescimento na virada do século XIX para o século XX. Como o texto sugere, o predomínio econômico e fiscal ficou concentrado no setor agrário-exportador nesses países, a exemplo da pecuária argentina e da cafeicultura brasileira. Também é incorreto sugerir que o contexto foi marcado pela maior integração comercial no continente, tendo em vista que as exportações da regiões eram destinadas aos principais centros industrializados do Ocidente, como a Inglaterra e a França.

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Guerra Fria

Gerações inteiras criaram-se à sombra de batalhas nucleares globais que, acreditava-se firmemente, podiam estourar a qualquer momento, e devastar a humanidade. [...] A peculiaridade da Guerra Fria era a de que, em termos objetivos, não existia perigo iminente de guerra mundial.

(Eric Hobsbawm. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991, 1995.)

A contradição entre os dois parágrafos do excerto justifica-se, pois havia



a)

uma retórica belicosa das duas superpotências, mas ambas auxiliaram-se mutuamente na preservação da neutralidade dos países que pertenciam às suas áreas de influência.

b)

discordâncias de ordem política entre Estados Unidos e União Soviética, mas os dois países desenvolveram conjuntamente com a ONU projetos de exploração espacial.

c)

divergências ideológicas entre Estados Unidos e União Soviética, mas os dois países unificaram seus serviços de inteligência e mantiveram estreita colaboração diplomática.

d)

tensões entre os setores militares dos Estados Unidos e da União Soviética, mas os dois países obedeciam às determinações e decisões pacificistas da OTAN e do Pacto de Varsóvia.

e)

um clima de contínuo medo, mas as duas superpotências evitaram tomar decisão que pudesse provocar um conflito bélico direto e concreto.

Resolução

a) Incorreta.  No contexto da Guerra Fria, as duas superpotências - EUA e URSS - enfrentavam-se na disputa pela hegemonia mundial. Buscava-se resguardar as áreas sob influência de cada superpotência, de modo que a neutralidade era inviável, ou se estava na área de influência soviética (comunista) ou na área de influencia americana (capitalista). Nesse período, a busca pela hegemonia mundial fez com que EUA e URSS financiassem e apoiassem movimentos nacionalistas, principalmente na América Latina e na África. Assim, o mundo biporalizado enfrentava-se em regiões periféricas por meio de conflitos, golpes de Estado, revoluções e guerrilhas. 

b) Incorreta. A alternativa está incorreta, pois os projetos de exploração espacial não foram desenvolvidos conjuntamente com a ONU. Mesmo no período conhecido como coexistência pacífica, a competiçao entre as potências continuava, especialmente no que se refere às corridas armamentista e espacial. A corrida espacial era uma forma de propaganda e de mostrar superioridade perante o mundo, tendo sido desenvolvida paralelamente por URSS e EUA. Essa competição consumiu enormes investimentos de ambos os lados e acabou por desencadear grandes avanços tecnológicos que foram incorporados às telecomunicações, robótica e à informática. 

c) Incorreta. Os serviços de inteligência dos países não foram unificados, sendo estes considerados setores decisivos durante a Guerra Fria, já que permitiam ter acesso às informações que interfeririam nas corridas armamentistas e espaciais. A KGB, principal serviço de espionagem soviético, por exemplo, possuía diversos agentes duplos que tiveram papel importante na obtenção de segredos sobre o programa de armamento nuclear dos EUA e contribuiram para o avanço no desenvolvimento da bomba atômica soviética. 

d) Incorreta. No contexto de Guerra Fria, os europeus ocidentais sentiam-se cada vez mais ameaçados pela expansionismo soviético, tendo criado em 1950 a Organização do Tratado do Atlântico Norte, formada pelos Estados Unidos, Canadá e nações europeias ocidentais. A OTAN era um sistema de defesa militar coordenado pelos exércitos americanos e europeus, e previa que, caso um de seus integrantes fosse atacado, as demais nações sairiam em sua defesa. Em 1955, o Pacto de Varsóvia institucionalizou acordos militares do bloco socialista e previa também a defesa mútua contra agressões estrangeiras. Assim, essas associações foram criadas em um contexto altamente belicoso e faziam parte de um esforço de fortificação militar, sendo incorreto afirmar que tomavam decisões pacifistas. 

e) Correta. Apesar do clima beligerante, o arsenal nuclear das potências rivais refreava um conflito militar direto entre elas. Sabia-se que, caso o conflito direto acontecesse, as consequências seriam imprevisíveis e representavam chances reais de uma destruição sem precedentes.