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Unesp 2022 - 1ª fase - dia 1


Questão 61 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Ecologia Trófica Ciclos Biogeoquímicos Cadeias Alimentares Teias Alimentares

As aranhas comem cobras pelo mundo inteiro, revela estudo surpreendente

Uma viúva-negra ataca uma cobra no Parque Nacional de New River Gorge, na Virgínia Ocidental.

Uma aranha consegue matar e comer uma cobra? Esta pergunta é o tema de um novo estudo publicado na Journal of Arachnology. A resposta é um grande “sim”. “As aranhas que comem cobras podem ser encontradas em todos os continentes (exceto no Antártico). Para compreender completamente o papel importante das aranhas no equilíbrio da natureza, é crucial compreender todo o espectro dos seus hábitos alimentares”, diz Martin Nyffeler, líder do estudo e especialista em aranhas da Universidade de Basileia, na Suíça.

(www.natgeo. Adaptado.)

A reportagem apresenta uma situação peculiar em uma teia alimentar, na qual as aranhas comem cobras, que por sua vez comem aranhas. Contudo, outros organismos integram essa teia alimentar, como exemplificado no esquema a seguir.

Considerando as informações do texto e a teia alimentar do esquema,



a)

a biomassa obtida das plantas se mantém de maneira cíclica na teia alimentar.

b)

os gafanhotos e os pássaros transferem para a teia parte da energia obtida dos produtores.

c)

a maior quantidade de energia química transferida estará disponível nas aranhas.

d)

toda biomassa obtida dos pássaros pelas cobras será transferida para as aranhas.

e)

a energia flui de maneira cíclica e se mantém sem perdas entre as cobras e as aranhas.

Resolução

Em uma teia alimentar, assim como em uma cadeia alimentar, podemos observar que a matéria pode retornar ao solo e atmosfera, pela ação dos decompositores, ficando disponível para ser novamente absorvida pelos produtores, configurando um ciclo da matéria. Já a energia não é transferida da mesma maneira, pois não é devolvida aos sistemas biológicos ao final. Desta forma, falamos em ciclos biogeoquímicos e em fluxos energéticos.

Na situação proposta, aranhas seriam predadoras de serpentes, mas também poderiam ser predadas por elas. Embora seja curioso, não se trata de algo tão atípico, principalmente se considerarmos que em alguns casos os filhotes é que são predados, como acontece entre onças pintadas e jacarés no pantanal mato-grossense.

Assim como observado na ilustração, em qualquer teia ou cadeia alimentar, os produtores são sempre a “porta de entrada” tanto para a energia quanto para a matéria, e muitas vezes os decompositores não são representados na situação proposta.

a) incorreta. A biomassa dos produtores é constituída principalmente por carboidratos, como sacarose, amido e celulose, além de outras moléculas como proteínas, lipídios, e ácidos nucleicos. Não é possível que a biomassa se mantenha constante ao longo da teia, pois há resíduos não digeridos destes vegetais nas fezes dos herbívoros assim como uma porção considerável de matéria em suas excretas nitrogenadas.

b) correta. Os gafanhotos são consumidores primários nesta teia, assim como os pássaros, ao comerem diretamente as plantas. Desta forma, transferem para os níveis seguintes parte da energia que absorvem dos produtores.

c) incorreta. Nesta teia alimentar as aranhas podem ocupar o lugar de consumidores secundários, ao se alimentarem de gafanhotos, consumidores terciários, ao se alimentarem de cobras que se alimentaram de pássaros, que se alimentaram de plantas, ou ainda consumidores quaternários, quando a cadeia for plantas à gafanhotos à pássaros à cobras à aranhas. Em todos estes casos, as aranhas nunca estão próximas dos produtores, estes sim os que possuem a maior quantidade de energia química que pode ser transferida ao próximo nível.

d) incorreta. Em nenhum caso a biomassa toda pode ser disponibilizada para um nível seguinte, pois sempre há algum resíduo produzido, que é eliminado na forma de fezes e excretas nitrogenadas. Desta forma, uma parte da biomassa dos pássaros será eliminada pelas cobras na forma de fezes e ácido úrico.

e) incorreta. Como explicado na introdução, a energia não é cíclica, mas se comporta como um fluxo. Além disso, sempre há perdas na forma de calor ou contida nas ligações químicas dos elementos presentes nas excretas nitrogenadas e fezes, que não são aproveitados pelos níveis tróficos seguintes.

Questão 62 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Ciclo da água Transpiração foliar Climatologia

Considere o trecho de uma reportagem sobre a recente crise hídrica em alguns estados brasileiros:

    Cinco estados brasileiros, entre eles São Paulo, enfrentam o que já é considerada a pior seca em 91 anos, de acordo com um comitê de órgãos do governo federal, que emitiu pela primeira vez na história um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro de 2021. Mas por que tem chovido menos?

    De acordo com especialistas, três fenômenos explicam a falta de chuvas no Brasil:

•  O desmatamento da Amazônia;

•  O aquecimento global causado por queima de combustíveis fósseis;

•  O fenômeno natural La Niña.

(https://g1.globo.com)

Sobre os fenômenos que explicam a falta de chuvas no Brasil, citados na reportagem, pode-se afirmar que



a)

o aquecimento global acelera o ressecamento do solo nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, comprometendo o desenvolvimento da vegetação nas matas de galeria, as quais garantem o volume das águas dos córregos, que por evaporação levam à formação de nuvens na região.

b)

o desmatamento da Amazônia expõe grandes áreas de solo antes cobertas por vegetação, o que resulta no escoamento superficial das águas das chuvas em direção aos rios e, consequentemente, em menor volume de água evaporada para a formação de nuvens, que seriam transportadas pelos ventos para as regiões Sudeste e Sul.

c)

o aquecimento global acelera a evaporação de água dos oceanos, intensificando a formação de nuvens que se precipitam como fortes chuvas nas regiões litorâneas do Brasil, o que reduz o volume de massas úmidas que chegam ao interior do país, diminuindo a pluviosidade.

d)

o desmatamento da Amazônia resulta em menor volume de água devolvida para a atmosfera pela transpiração das árvores, alterando a umidade trazida pelos ventos vindos da região Norte para as regiões Sudeste e Sul do Brasil, os quais levam à formação de nuvens de chuva nessas regiões.

e)

o fenômeno La Niña resulta do resfriamento das águas do oceano Atlântico e da temperatura atmosférica média na região equatorial do Brasil, o que diminui a taxa de transpiração pelas árvores e a consequente formação de nuvens que chegariam às regiões Sudeste e Sul do país.

Resolução

O regime de chuvas pertence ao ciclo hidrológico e recebe influências de várias fontes, já o desmatamento nos traz diversos efeitos danosos e elimina biomassa vegetal que é responsável por enviar para a atmosfera grandes quantidades de água, na forma de vapor, por meio da evapotranspiração que ocorre pelas folhas dos vegetais. A queima, não importando de quais fontes, afetam a temperatura do planeta, mas isso é ainda mais prejudicial quando vinda de combustíveis fósseis. O fenômeno La Niña é o resfriamento natural das águas do oceano Pacífico, o que altera a distribuição de calor e umidade em várias partes do planeta. Considerando o exposto acima, podemos julgar as alternativas. 

a) Incorreta. Apesar do aquecimento global contribuir para a desidratação nos solos e o ressecamento em diversas regiões, a formação de nuvens de chuva nas regiões Sul e Sudeste não ocorre no mesmo local, mas são originadas a partir da umidade advinda da região Norte, em especial da Amazônia, são os chamados “rios aéreos”. Além disso, o aquecimento global pode mudar a dinâmica atmosférica (circulação de massas de ar) interferindo nas passagens de frentes frias e na umidade proveniente do oceano, que são as outras formas do Sul e Sudeste receberem chuvas.

b) Incorreta. Apesar do desmatamento realmente provocar mais escoamento superficial da água das chuvas, não é esta água que forma os “rios aéreos”. Estes são formados a partir da evapotranspiração que vem das plantas.

c) Incorreta. As chuvas que chegam às regiões Sul e Sudeste dependem da umidade vinda da Amazônia, passagem das frentes frias e umidade recebida do oceano.  A umidade dos oceanos influencia com mais intensidade chuvas próximas ao litoral, no interior dos estados é expressiva a contribuição da umidade da Amazônia, especialmente no Sudeste.

d) Correta. Os rios aéreos são formados pela interação entre atmosfera, oceano e relevo. Correntes de ar sobre a Amazônia recebem umidade da Floresta e da convergência de ventos úmidos. Tais massas de ar, por influência do movimento de rotação da Terra, se deslocam para o oeste e, ao encontrar a barreira formada pela Cordilheira dos Andes, desviam em direção ao centro da América do Sul e território brasileiro, ocasionando muitas chuvas no país. Portanto, o desmatamento da Amazônia diminui uma importante fonte de fornecimento dessa umidade, reduzindo os índices pluviométricos no Sul e Sudeste.

e) Incorreta. O fenômeno citado afeta a temperatura das águas no oceano Pacífico, e não no Atlântico.

Questão 63 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Anatomia e fisiologia do sistema reprodutor feminino Métodos contraceptivos

Considere o trecho de uma reportagem sobre a disponibilidade de métodos contraceptivos para a população.

Estudo: diversidade de métodos contraceptivos em postos ainda é baixa

A oferta de métodos contraceptivos e testes rápidos de gravidez aumentou em sete vezes de 2012 a 2018 nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), os “postinhos”, que aderiram ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade de Atenção Básica. A diversidade de métodos disponíveis, no entanto, ainda é baixa e está concentrada em preservativos femininos, com pouca oferta de dispositivos intrauterinos (DIU). No Brasil o único DIU disponível gratuitamente é o DIU de cobre. Esta baixa disponibilidade nas UBS impacta negativamente na diversidade de opções de escolha da mulher. “Os métodos reversíveis de longa duração como o DIU tendem a ser o método de escolha da maioria das mulheres quando as barreiras de acesso, custo e conhecimento são rompidas”, ressalta a médica Ana Ruivo, co-autora do estudo.

(www.uol.com.br. Adaptado.)

O hormônio detectado na urina, que indica resultado positivo para gravidez; o modo de ação do DIU e uma opção de método contraceptivo feminino reversível de longa duração são, respectivamente:



a)

FSH (hormônio folículo estimulante) – alteração do ambiente uterino, tornando-o hostil aos espermatozoides ou à nidação – laqueadura tubária.

b)

HCG (gonadotropina coriônica) – inibição da secreção de LH (hormônio luteinizante) e amadurecimento do óvulo no folículo ovariano – laqueadura tubária.

c)

HCG (gonadotropina coriônica) – criação de uma barreira física que bloqueia a chegada dos espermatozoides ao útero – laqueadura tubária.

d)

FSH (hormônio folículo estimulante) – criação de uma barreira física que bloqueia a chegada dos espermatozoides ao útero – implantação sob a pele de dispositivo plástico com liberação contínua de hormônios.

e)

HCG (gonadotropina coriônica) – alteração do ambiente uterino, tornando-o hostil aos espermatozoides ou à nidação – implantação sob a pele de dispositivo plástico com liberação contínua de hormônios.

Resolução

A gravidez tem início com a implantação do embrião em estado bastocístico no endométrio da mulher, tecido que reveste a camada interna do útero. Para que a implantação aconteça, é fundamental a atuação do sinciciotrofoblasto, uma massa amorfa de células originada do trofoblasto do blastocisto, o qual escava o endométrio, abre caminho e arrasta consigo o embrião. Além desse papel, o sinciciotrofoblasto também é responsável por produzir o hormônio HCG (gonadotrofina coriônica humana), que se espalha na circulação da mulher, estimula o corpo lúteo ovariano e o faz continuar sua produção de progesterona, o hormônio responsável pela manutenção das características do endométrio adequadas à gravidez.

Nas primeiras semanas da gravidez, a concentração do hormônio HCG aumenta drasticamente, de tal modo que passa a ser facilmente detectado na corrente sanguínea da mulher e na excreção urina. No gráfico abaixo vemos a grande elevação da concentração do HCG no primeiro trimestre da gravidez.

Por esse motivo, o HCG é um excelente marcador para se detectar a gravidez, razão pela qual é a substância identificada nos testes rápidos de gravidez disponíveis no mercado.

O DIU, dispositivo intrauterino, é um método contraceptivo eficaz na prevenção da gravidez. Pode ser encontrado tanto na versão de cobre, como na versão hormonal. No caso da primeira versão, tratada no exercício, verifica-se a liberação prolongada de íons de cobre na região uterina e a ação contraceptiva pode ser explicada pela alteração que o dispositivo causa nas características histológicas do tecido endometrial, deixando-o impróprio para a nidação. O dispositivo também cria um ambiente hostil ao espermatozoide, reduzindo sua mobilidade e o tempo de sobrevivência. 

Os métodos contraceptivos disponíveis podem ser classificados de acordo com a sua reversibilidade, a vasectomia, por exemplo, é um método irreversível, pois a sua reversibilidade só seria possível após um procedimento cirúrgico, sem garantias de eficácia. Em oposição, o uso da pílula anticoncepcional, por exemplo, é um método reversível, pois assim que abandonada a possibilidade de gravidez é restabelecida naturalmente. A duração de um método também varia, podendo ser de curtíssima duração, como a camisinha, duração média, como a injeção hormonal, ou de longa duração, com o DIU, que pode durar até mais de 5 anos, dependendo da marca. 

a) Incorreta.  O FSH não é o hormônio detectado nos testes de gravidez e nem poderia ser tomado como base para indicá-la, pois é produzido mesmo quando a mulher não está grávida. Os métodos reversíveis são aqueles que permitem o retorno natural da fertilidade após serem abandonados. A laqueadura tubária é um método definitivo de esterilização e, por isso, não contempla ao que foi pedido na questão.

b) Incorreta. O HCG é o hormônio da gravidez, encontrado do corpo da mulher normalmente quando ela está grávida. Contudo, o DIU de cobre não tem efeito na secreção do LH pela adenoipófise da mulher ou no amadurecimento dos folículos ovarianos. Já a laqueadura tubária é um método definitivo de esterilização e, por isso, não contempla ao que foi pedido na questão.

c) Incorreta. O HCG é o hormônio da gravidez, encontrado do corpo da mulher normalmente quando ela está grávida. Contudo, o DIU não apresenta o efeito de barreira física e não evita que espermatozoides tomem contato com a região uterina, somente métodos como a camisinha, diafragma e capuz cervical poderiam exercer tal barreira. Já a laqueadura tubária é um método definitivo de esterilização e, por isso, não contempla ao que foi pedido na questão.

d) Incorreta. O FSH é o hormônio gonadotrófico responsável por estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos no início do ciclo menstrual e não é indicador de gravidez. Como já exposto, o DIU não é um método de barreira. A implantação do dispositivo plástico citado poderia ser um exemplo de método reversível de longa duração. 

e) Correta. O HCG é o hormônio da gravidez, encontrado do corpo da mulher normalmente quando ela está grávida. O DIU impede a nidação por desestabilizar o endométrio e tem efeito negativo na espermomigração e na vitalidade do gameta masculino. O implante subcutâneo, citado na alternativa, faz a liberação contínua de hormônios análogos ao estrógeno e à progesterona e, assim como outros métodos hormonais clássicos, garante o efeito contraceptivo por inibir, via feedback negativo, a liberação do FSH e LH, responsáveis pelo desenvolvimento do folículo e ovulação do gameta feminino, respectivamente. A quantidade de hormônio existente no implante permite a eficácia contraceptiva por meses e o retorno da fertilidade ocorre quando o tempo de uso se esgota ou quando é retirado pelo médico. 

 

Questão 64 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Mutações cromossômicas

Descobri um mês depois do parto que minhas gêmeas têm síndrome de Down

  Ainda no início da gestação, o casal Ellen e Willians foi surpreendido com a notícia: eram gêmeos idênticos (univitelinos), duas meninas. Um exame posterior ao parto surpreendeu novamente os pais: as duas crianças tinham síndrome de Down.

  O nascimento das meninas é considerado um fato raro. Isso porque estudos apontam que, aproximadamente, um a cada 700 ou 800 partos no Brasil é de uma criança com síndrome de Down. Especialistas acreditam que menos de 0,5% dos nascimentos de crianças com essa síndrome seja de gêmeos — desses, apenas um terço são univitelinos.

(www.bbc.com. Adaptado.)

A condição cromossômica das células somáticas das meninas é caracterizada como uma trissomia do cromossomo 21, uma aneuploidia resultante de eventos biológicos específicos. Um desses eventos é



a)

a não disjunção das cromátides-irmãs de um dos cromossomos 21 na meiose II da ovogênese.

b)

a não disjunção dos cromossomos homólogos do par 21 na meiose II da espermatogênese.

c)

a fertilização concomitante do óvulo por dois espermatozoides, cada um deles carregando um cromossomo 21.

d)

a fusão do material genético do corpúsculo (glóbulo) polar ao núcleo haploide do óvulo, cada qual com um cromossomo 21.

e)

a não disjunção dos cromossomos homólogos do par 21 na mitose seguinte à formação do zigoto.

Resolução

O casal Ellen e Willians teve duas filhas gêmeas idênticas formadas a partir de um único zigoto resultante da fecundação de um ovócito e um espermatozoide. Em algum estágio inicial do desenvolvimento embrionário, o único embrião dividiu-se em dois embriões isolados que originaram cada uma das gêmeas que compartilham o mesmo genoma e cariótipo (conjunto cromossômico). O esquema simplificado é mostrado abaixo.

A meiose é uma divisão celular reducional na qual ocorrem duas divisões consecutivas, sendo que na primeira divisão ocorre a separação dos cromossomos homólogos, enquanto na segunda divisão há separação das cromátides irmãs. A imagem abaixo mostra, de maneira simplificada, a meiose e os principais eventos.

 

(BIOLOGIA de Campbell. Coautoria de Jane B. Reece et al. 10. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2015. E-BOOK. (1 recurso online). ISBN 9788582712306. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788582712306. Acesso em: 14 nov. 2021.)

A não-disjunção é uma falha durante a divisão celular, mais especificamente durante a fase denominada anáfase, caracterizada pela separação de cromossomos devido ao encurtamento das fibras do fuso. Como resultado da não-disjunção, são formadas células com número de cromossomos desbalanceados que poderão, após fecundação, gerar indivíduos com trissomia (devido à presença de um cromossomo extra) ou monossomia (devido à ausência de um cromossomo).

(BIOLOGIA de Campbell. Coautoria de Jane B. Reece et al. 10. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2015. E-BOOK. (1 recurso online). ISBN 9788582712306. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788582712306. Acesso em: 14 nov. 2021.)

Sabendo que as duas gêmeas são portadoras da Síndrome de Down de cariótipo 47,XX,+21 é possível concluir que a presença de um cromossomo 21 adicional já estava presente no momento da fecundação, o que é justificado pela ocorrência de uma falha denominada não-disjunção durante a meiose da gametogênese materna OU durante a meiose da gametogênese paterna. Cientes destas informações, são feitas as análises das alternativas.

a) Correta. Na meiose II deve ocorrer a separação das cromátides-irmãs, porém, a não disjunção das cromátides-irmãs de um dos cromossomos 21 na meiose II da ovogênese é, de fato, um possível motivo para a mãe gerar ovócitos com cópia extra do cromossomo 21, responsável por gerar um zigoto com número cromossômico 2n igual a 47.

b) Incorreta. A separação dos cromossomos homólogos é um evento da meiose I, e portanto, é incorreto afirmar que o fenômeno teria ocorrido na meiose II.

c) Incorreta. A fertilização concomitante do óvulo (n) por dois espermatozoides (n) originaria um embrião tripoide (3n) incompatível com a vida. Além disso, vale a pena ressaltar que o ovócito possui mecanismos bioquímicos que impedem a fecundação concomitante, fenômeno fundamental para manutenção do número cromossômico da espécie e perpetuação da vida.

d) Incorreta. O corpúsculo (glóbulo) polar é uma célula haploide sem função reprodutiva, formada na ovogênese feminina juntamente com o ovócito. Caso ocorresse a fusão do material genético do corpúsculo polar ao núcleo haploide do óvulo (antes mesmo da fecundação pelo espermatozoide), seria originada uma célula 2n = 46 e não-portadora da aneuploidia em questão.

e) Incorreta. A mitose é uma divisão celular na qual ocorre apenas a separação das cromátides irmãs e não ocorre a separação dos cromossomos homólogos, o que invalida a alternativa. Além disso, caso o candidato considerasse a não disjunção das cromátides irmãs na mitose seguinte à formação do zigoto, ocorreria a formação de um embrião classificado como um mosaico genético no qual existem células de genótipo normal (46,XX) e células de genótipo alterado (47,XX,+21), simultaneamente. A separação do embrião em dois embriões distintos ocorre aleatoriamente sendo que um dos embriões pode conter maior quantidade de células com a aneuploidia e o outro embrião pode conter menor quantidade de células com a aneuploidia. Caso isso ocorresse, as gêmeas teriam diferentes proporções de células com aneuploidia, o que resultaria em gêmeas com fenótipos diferentes e distintos graus de acometimento da síndrome. 

Questão 65 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

DNA recombinante

Para obtenção de plantas transgênicas em laboratório, um dos vetores utilizados é um plasmídeo, chamado Ti, presente na bactéria do solo Agrobacterium tumefaciens. Os pesquisadores inserem nesse plasmídeo um segmento de DNA de uma espécie que tem o gene de interesse (DNA exógeno), e utilizam esse plasmídeo como vetor para inserir o gene de interesse no genoma da espécie vegetal que se deseja modificar. Esse processo, de forma simplificada, está representado a seguir

(http://transgeniaemvegetais.blogspot.com. Adaptado.)

Na figura, as etapas em que ocorrem a indução da diferenciação celular, a aplicação das enzimas de restrição e a recombinação entre o gene de interesse e o DNA vegetal estão indicadas, respectivamente, pelos números

 



a)

3, 2 e 1.

b)

3, 1 e 2.

c)

1, 3 e 2.

d)

2, 1 e 3

e)

1, 2 e 3.

Resolução

Um organismo transgênico é aquele cujo genoma foi manipulado através do recebimento de um gene (segmento de DNA) proveniente de outra espécie. Normalmente, os organismos transgênicos são criados a fim de atender interesses humanos relacionados à produtividade, cultivo, aumento de teor nutricional e produção de substâncias de interesses. O exercício mostra a criação de uma planta transgênica que recebeu um gene de interesse através da bactéria A. tumefaciens que atuou como vetor responsável pela introdução do gene exógeno no interior do vegetal. As etapas numeradas no esquema fornecido no enunciado são explicadas a seguir.

1. O gene de interesse, presente no DNA exógeno, é cortado através do uso de uma determinada enzimas de restrição. A mesma enzima é usada para clivar o DNA do plasmídio, o que permite a abertura da molécula deste cromossomo circular onde será inserido o DNA exógeno.

Imagem: BIOLOGIA de Campbell. Coautoria de Jane B. Reece et al. 10. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2015. 

2. Através do uso da enzima DNA ligase, o gene exógeno é inserido dentro do plasmídio, gerando a molécula de DNA recombinante.

3. O plasmídio é inserido na célula da planta que receberá o gene exógeno de interesse. A célula modificada é induzida a se multiplicar e a se diferenciar em uma planta completa, que expressará o gene inserido, mediante transcrição e tradução. 

A alternativa que traz a sequência correta dos eventos solicitados no enunciado é a alternativa b.

Questão 66 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Biomas Morfologia interna (Angiospermas) Transpiração foliar

A disposição e a distribuição dos estômatos nas folhas são adaptações das espécies vegetais aos ambientes onde ocorrem. Os estômatos podem estar dispostos em ambas as faces da folha ou em apenas uma delas. Quando são encontrados nas duas faces, a folha é chamada de anfiestomática; quando são encontrados apenas na face abaxial (inferior), a folha é hipoestomática; e quando estão presentes apenas na face adaxial (superior), a folha é epiestomática.

A figura 1 apresenta a salvínia (Salvinia auriculata), uma planta aquática cujas folhas flutuam sobre as águas. A figura 2 apresenta um pequizeiro (Caryocar brasiliense), espécie vegetal arbórea de ambientes quentes e de baixa pluviosidade. E a figura 3 apresenta exemplares de bromélia (Quesnelia testudo), espécie vegetal adaptada a ambientes úmidos e de alta pluviosidade.

(http://www.plantsoftheworldonline.org)

(http://wwwnaturezapura123.blogspot.com)

(http://faunaeflorauna.blogspot.com)

As figuras que representam as espécies anfiestomática, hipoestomática e epiestomática estão corretamente relacionadas a seus respectivos biomas em:



a)

3 - Caatinga, 1 - Pantanal e 2 - Cerrado.

b)

1 - Amazônia, 2 - Cerrado e 3 - Mata Atlântica.

c)

3 - Mata Atlântica, 2 - Cerrado e 1 - Pantanal.

d)

1 - Pantanal, 3 - Amazônia e 2 - Caatinga.

e)

2 - Amazônia, 1 - Mata Atlântica e 3 - Caatinga.

Resolução

Os estômatos são estruturas foliares compostas por duas células guarda, que abrem um ostíolo entre elas, permitindo as trocas gasosas e a perda de água na forma de vapor, um processo fundamental para absorção de nutrientes do solo pois permite que nova água seja absorvida, trazendo para o interior do vegetal os sais minerais essenciais para a sua vida.

Plantas que apresentam estômatos dos dois lados da folha são aquelas que vivem em ambientes com alta pluviosidade, ou seja, estão em condições de excesso hídrico, precisando assim liberar muita água para o ambiente para se manter em condições adequadas. As plantas que apresentam estômatos apenas na face superior da folha geralmente flutuam sobre a água, uma vez que essas estruturas evoluíram adequando-se a trocas gasosas com o ar, e não com a água. Já as folhas que apresentam estômatos apenas na face inferior são maioria no reino vegetal, permitindo que a planta perca água na quantidade adequada para o ambiente, de acordo com o bioma em que se encontra. A condição hipoestomática filtra boa parte da luminosidade que chega até o estômato, diminuindo assim a quantidade de vapor d’água que sai pelo ostíolo.

a) Incorreta. As correspondências indicadas não são coerentes com o esperado para essas plantas.

b) Incorreta. A correspondências 1 e 3 estão incorretas.

c) Correta. A figura 1 mostra uma planta aquática, que flutua sobre a água. Desta forma, deve ter estômatos apenas na face superior da folha, e viver em ambiente alagado, como o complexo do Pantanal. A figura 2 é um pequizeiro, que é uma planta de ambientes quentes e de baixa pluviosidade, assim, espera-se que tenha estômatos apenas na face inferior da folha e viva no bioma Cerrado. Por fim, a figura 3 mostra uma planta que vive em ambiente úmido e de alta pluviosidade (bromélia), apresentando estômatos dos dois lados da folha. Portanto, é uma espécie adequada ao bioma Mata Atlântica.

d) Incorreta. A alternativa não faz a correspondência correta entre os biomas e as plantas citadas.

e) Incorreta. Pelos mesmos motivos acima.

Questão 67 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Dominante

A figura apresenta a radiografia da mão de uma menina portadora de polidactilia, uma anomalia genética que consiste na alteração quantitativa anormal dos dedos das mãos (quirodáctilos) ou dos pés (pododáctilos).

(https://brasilescola.uol.com.br)

Na família dessa menina, seu pai e seus avós paternos são portadores da mesma característica, mas não sua tia e seu tio, únicos irmãos de seu pai. A mãe e o único irmão dessa menina não apresentam essa característica.

O tipo de herança dessa característica e a probabilidade de que os pais da menina tenham um terceiro filho do sexo biológico masculino e com polidactilia são:



a)

autossômica dominante e 50%.

b)

autossômica dominante e 25%.

c)

ligada ao sexo dominante e 50%.

d)

ligada ao sexo recessiva e 25%.

e)

autossômica recessiva e 25%.

Resolução

Baseado nas informações fornecidas pelo enunciado, foi construído o heredograma da família, no qual os indivíduos com símbolos preenchidos são afetados pela polidactilia, enquanto os indivíduos de símbolos vazios são normais para a condição. A pessoa indicada pela seta é a menina com polidactilia mencionada pelo exercício.

O casal da geração I possui a polidactilia e teve filhos sem este fenótipo, o que permite o candidato concluir que os dois indivíduos do casal são portadores do alelo para o fenótipo normal, porém, este fenótipo normal não se manifesta no casal, indicando que a normalidade é condicionada pelo alelo recessivo, cujo efeito está oculto devido à presença de um alelo dominante. Dessa forma, conclui-se que o casal da geração I possui genótipo heterozigótico para a locus gênico da polidactilia, enquanto os filhos normais (geração II) são homozigóticos recessivos para o mesmo locus. Munidos deste conhecimento, é possível afirmar que a polidactilia é uma alteração de herança dominante, porém, resta ao candidato descobrir se a herança é autossômica ou ligada ao sexo.

Caso a herança fosse ligada ao sexo e dominante, a filha do casal I, obrigatoriamente, deveria ser afetada pela polidactilia, fato que não ocorre na família. Na herança ligada ao sexo, o pai XAY irá fornecer o cromossomo XA portador do alelo dominante para todas as famílias do sexo feminino, o que provocará a ocorrência da polidactilia em todas as filhas deste sexo. Entretanto, este padrão não é observado da família da menina, o que permite descartar a possibilidade do gene da polidactilia estar presente em um cromossomo sexual. Resta ao candidato concluir que a polidactilia possui herança autossômica, ou seja, o locus gênico da polidactilia está presente em um cromossomo autossômico e a transmissão e expressão independem do sexo do indivíduo em questão. Ciente destas observações, o candidato conclui que a polidactilia possui herança autossômica dominante, sendo que o alelo A (dominante) determina a polidactilia e o alelo a (recessivo) determina a normalidade para a condição. Veja o heredograma e genótipos dos indivíduos citados no enunciado.

O último passo do candidato é descobrir a probabilidade do casal da geração II gerar uma criança do sexo masculino e com polidactilia (A_).

Probabilidade de nascer uma criança do sexo masculino (XY) = 50% ou 1/2

  X Y
X XX XY
X XX XY

Probabilidade de nascer uma criança com polidactilia (A_) = 50% ou 1/2

  A a
a Aa aa
a Aa aa

P(criança do sexo masculino e com polidactilia) = 1/2 x 1/2 = 1/4 ou 25%

a) Incorreta. Embora o padrão de herança esteja correto, a probabilidade está errada.

b) Correta.

c) Incorreta. Embora a polidactilia seja dominante, não trata de uma herança ligada ao sexo, afinal, caso fosse ligada ao sexo, o pai polidáctilo deveria ter todas as filhas do sexo feminino com a polidactilia também. 

d) Incorreta. Conforme explicações anteriores, a herança não é ligada ao sexo e tampouco recessiva.

e) Incorreta. A polidactilia possui herança autossômica dominante, pois caso tivesse herança recessiva (conforme recorte abaixo) não seria possível o casal I ter gerado dois filhos sem a condição. 

Questão 68 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Reprodução (Bactérias) Mecanismos de especiação

Em um tubo contendo meio de cultura líquido, um pesquisador inoculou bactérias Escherichia coli para se multiplicarem. Ao final do dia, as bactérias haviam se multiplicado e consumido quase que totalmente a glicose que compunha o meio de cultura do tubo. O pesquisador retirou 10 amostras desse tubo e inoculou cada uma delas em outros 10 tubos, identificados pelos números de 1 a 10, que continham meio de cultura de composição idêntica àquele do início do experimento. Ao final do segundo dia, o pesquisador retirou uma amostra de cada um desses 10 tubos e as inoculou, individualmente, em 10 novos tubos numerados, que continham meio de cultura igual ao do início do experimento, mantendo essa transferência sempre entre tubos de mesma numeração. Esse procedimento foi repetido todos os dias, ao longo de 1 ano, como esquematizado na figura.

No último dia do experimento, as bactérias dos 10 tubos foram analisadas e o pesquisador verificou que alguns tubos continham bactérias com características bioquímicas bastante diferentes daquelas dos demais tubos, e diferentes daquelas das bactérias usadas no início do experimento.

Esse experimento evidencia a



a)

convergência adaptativa, resultante da manutenção das características do ambiente em cada tubo, no caso o meio de cultura, ao longo de todas as gerações.

b)

especiação simpátrica, uma vez que novas espécies bacterianas surgiram em um mesmo tubo, sem que entre elas houvesse isolamento geográfico.

c)

deriva genética, que se caracteriza pelo aumento da frequência de características genéticas favoráveis às condições ambientais imperantes.

d)

divergência genética, causada pelo favorecimento de mutações adaptativas não compartilhadas entre as populações bacterianas de tubos com números diferentes.

e)

competição interespecífica, uma vez que as populações de alguns tubos se mostraram mais competitivas que outras pelos recursos do meio.

Resolução

A questão apresenta uma situação de replicação de cultura de bactérias, sendo que em cada evento de replicação uma amostra da cultura é inserida sempre em um meio idêntico ao do início do experimento, durante o período de um ano, o que é bastante longo do ponto de vista do tempo de vida de uma bactéria.

Espera-se, ao longo destes eventos de reprodução bacteriana, que não haja recombinação genética, uma vez que novas espécies de bactérias não são inseridas no meio, o que possibilitaria a conjugação bacteriana, caso acontecesse. Como o meio é adequado para o desenvolvimento das bactérias, a melhor forma de reprodução é aquela que é mais rápida e energeticamente menos custosa, ou seja, a assexuada por divisão binária.

Ao final do experimento (última ilustração) há tubos de cores diferentes, como cinza, azul e amarelo, indicando que surgiram bactérias com características bioquímicas diferentes daquelas do início do experimento, ou seja, surgiu diversidade na população de bactérias. Cada cor diferente da inicial representa esta diversidade.

a) Incorreta. A convergência adaptativa ocorre quando espécies diferentes se tornam progressivamente mais parecidas, devido a uma forte pressão de seleção do ambiente. Não é o que se observou ao longo do experimento descrito.

b) Incorreta. Especiação simpátrica é quando ocorre o surgimento de novas espécies, mesmo enquanto estas estão convivendo com a espécie original no mesmo ambiente. Neste experimento, como se tratam de tubos de ensaio diferentes, não se aplica o conceito de especiação mencionado. Além disso, não surgiram novas espécies, mas novas variantes, dentro de uma mesma espécie.

c) Incorreta. A deriva genética é um mecanismo de evolução ao acaso que favorece a sobrevivência de um determinado fenótipo, independente da seleção natural, definição que contradiz a justificativa apresentada pela alternativa de que a deriva genética se caracteriza pelo aumento da frequência de características genéticas favoráveis às condições ambientais imperantes. O aumento na frequência de características genéticas favoráveis é, geralmente, resultado da ação da seleção natural, e, portanto, não é possível afirmar se tratar de um resultado da deriva genética.

d) Correta. As mutações são alterações que ocorrem ao acaso em populações e podem aumentar ou diminuir as chances de sobrevivência destes organismos, em um determinado ambiente. Como os tubos são isolados uns dos outros, as características que surgiram ao longo do tempo não foram compartilhadas entre as diferentes populações de bactérias e o resultado observado condiz com a divergência genética, ou seja, ao longo do tempo os seres foram ficando cada vez mais diferentes (divergentes).

e) Incorreta. A competição certamente ocorre em situações como a exposta, mas não é um fenômeno capaz de levar à diversidade genética ou surgimento de novas características nos organismos. Além disso, trata-se da mesma espécie de bactéria ao longo de todo o experimento e não de bactérias de espécies diferentes.

Questão 69 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Estequiometria

O limão “Tahiti”, por não apresentar sementes e ter suco abundante, com elevado teor de ácido cítrico C3H5O(COOH)32, pode ser fonte desse ácido puro obtido no estado sólido. A primeira etapa dessa obtenção consiste na precipitação do ácido cítrico presente no suco do limão, como citrato de cálcio Ca3C3H5O(COO)32, por adição de solução aquosa saturada de hidróxido de cálcio Ca(OH)2 ao suco, conforme a reação:

2C3 H5 OCOOH3 aq+3CaOH2 (aq)Ca3C3H5OCOO32 (s)+6H2O(l)

Considere que:

– nessa reação foram obtidos 640 g de citrato de cálcio;

– as massas molares do citrato de cálcio e do ácido cítrico são, respectivamente, 498 g/mol e 192 g/mol;

– o rendimento da reação é 100%;

– cada limão “Tahiti” apresenta em média 2,5 g de ácido cítrico.

De acordo com as informações, o número de limões “Tahiti” necessários para obter os 640 g de citrato de cálcio foi próximo de



a)

200.

b)

300.

c)

500.

d)

700.

e)

800.

Resolução

Considerando as massas molares (M) dos compostos fornecidas na questão:

Ácido cítrico [C3H5O(COOH)3] = 192 g/mol 

Citrato de cálcio {Ca3[C3H5O(COO)3]2} = 498 g/mol

A equação balanceada:

2C3H5O(COOH)3(aq) + 3Ca(OH)2(aq)Ca3[C3H5O(COO)3]2(aq) + 6H2O(l)

Podemos calcular a massa (m) de ácido cítrico necessária para obter 640 g de citrato de cálcio  com 100% de rendimento usando a proporção, em mols, entre o ácido cítrico e o citrato de sódio:

    2 mols C3H5O(COOH)3(aq) ---- 1 mol Ca3[C3H5O(COO)3]2                             2.192 g ---- 498 g                                   m    ---- 640 g                            m = 493,49 g de ácido cítrico

 

Cálculando o número (N) de limões “Tahiti”:
1 limão Tahiti ---- 2,5 g de ácido cítrico                           N      ----   493,49 g           N = 197,39 ou aprox. 200 limões "Tahiti"

 

 

Questão 70 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Solubilidade

A tabela mostra valores de solubilidades em água, expressas em g de soluto por 100 g de solvente, em duas temperaturas, de dois compostos iônicos empregados como fertilizantes agrícolas.

Uma mistura foi preparada pela dissolução de 400 g de sulfato de amônio e 400 g de cloreto de potássio em 1 kg de água à temperatura de 80 ºC, originando uma mistura homogênea límpida e insaturada. Ao ser resfriada à temperatura ambiente de 25 ºC, observou-se que a mistura resultante



a)

continuou homogênea e insaturada.

b)

continuou homogênea, porém saturada.

c)

passou a ser heterogênea, com corpo de fundo formado apenas por KCl.

d)

passou a ser heterogênea, com corpo de fundo formado apenas por NH42SO4.

e)

passou a ser heterogênea, com corpo de fundo formado por KCl e NH42SO4.

 

Resolução

Considerando que, a 25°C, o coeficiente de solubilidade do (NH4)2SO4 (sulfato de amônio) em água é 76 g/100 g de H2O, uma solução contendo 1 kg (ou 1000 g) de água irá dissolver:

76 g do sal   ----- 100 g           m1      ----- 1000 g           m1 = 760 g (NH4)2SO4

Assim, todos os 400 g de (NH4)2SO4 permanecem dissolvidos, sendo uma solução insaturada, já que a quantidade de soluto é menor que a solubilidade nessa temperatura. 

O coeficiente de solubilidade do KCl (cloreto de potássio) em água equivale a 36 g/100 g de H2O a 25ºC. Portanto, uma solução contendo 1 kg (ou 1000 g) água irá dissolver:

36 g do sal   ----- 100 g           m2      ----- 1000 g           m2 = 360 g KCl

Assim, dos 400 g de KCl adicionados, 360 g ficaram dissolvidos e 40 g precipitam, formando uma solução saturada com corpo de fundo, já que a concentração da solução é superior ao coeficiente de solubilidade do soluto para essa temperatura.
Dessa forma, devido à presença de corpo de fundo (soluto não dissolvido), a mistura corresponde a um sistema heterogêneo após o resfriamento, no qual o corpo de fundo é constituído apenas de KCl já que todo o (NH4)2SO4 está dissolvido em água.