As aranhas comem cobras pelo mundo inteiro, revela estudo surpreendente
Uma viúva-negra ataca uma cobra no Parque Nacional de New River Gorge, na Virgínia Ocidental.
Uma aranha consegue matar e comer uma cobra? Esta pergunta é o tema de um novo estudo publicado na Journal of Arachnology. A resposta é um grande “sim”. “As aranhas que comem cobras podem ser encontradas em todos os continentes (exceto no Antártico). Para compreender completamente o papel importante das aranhas no equilíbrio da natureza, é crucial compreender todo o espectro dos seus hábitos alimentares”, diz Martin Nyffeler, líder do estudo e especialista em aranhas da Universidade de Basileia, na Suíça.
(www.natgeo. Adaptado.)
A reportagem apresenta uma situação peculiar em uma teia alimentar, na qual as aranhas comem cobras, que por sua vez comem aranhas. Contudo, outros organismos integram essa teia alimentar, como exemplificado no esquema a seguir.
Considerando as informações do texto e a teia alimentar do esquema,
a) |
a biomassa obtida das plantas se mantém de maneira cíclica na teia alimentar. |
b) |
os gafanhotos e os pássaros transferem para a teia parte da energia obtida dos produtores. |
c) |
a maior quantidade de energia química transferida estará disponível nas aranhas. |
d) |
toda biomassa obtida dos pássaros pelas cobras será transferida para as aranhas. |
e) |
a energia flui de maneira cíclica e se mantém sem perdas entre as cobras e as aranhas. |
Em uma teia alimentar, assim como em uma cadeia alimentar, podemos observar que a matéria pode retornar ao solo e atmosfera, pela ação dos decompositores, ficando disponível para ser novamente absorvida pelos produtores, configurando um ciclo da matéria. Já a energia não é transferida da mesma maneira, pois não é devolvida aos sistemas biológicos ao final. Desta forma, falamos em ciclos biogeoquímicos e em fluxos energéticos.
Na situação proposta, aranhas seriam predadoras de serpentes, mas também poderiam ser predadas por elas. Embora seja curioso, não se trata de algo tão atípico, principalmente se considerarmos que em alguns casos os filhotes é que são predados, como acontece entre onças pintadas e jacarés no pantanal mato-grossense.
Assim como observado na ilustração, em qualquer teia ou cadeia alimentar, os produtores são sempre a “porta de entrada” tanto para a energia quanto para a matéria, e muitas vezes os decompositores não são representados na situação proposta.
a) incorreta. A biomassa dos produtores é constituída principalmente por carboidratos, como sacarose, amido e celulose, além de outras moléculas como proteínas, lipídios, e ácidos nucleicos. Não é possível que a biomassa se mantenha constante ao longo da teia, pois há resíduos não digeridos destes vegetais nas fezes dos herbívoros assim como uma porção considerável de matéria em suas excretas nitrogenadas.
b) correta. Os gafanhotos são consumidores primários nesta teia, assim como os pássaros, ao comerem diretamente as plantas. Desta forma, transferem para os níveis seguintes parte da energia que absorvem dos produtores.
c) incorreta. Nesta teia alimentar as aranhas podem ocupar o lugar de consumidores secundários, ao se alimentarem de gafanhotos, consumidores terciários, ao se alimentarem de cobras que se alimentaram de pássaros, que se alimentaram de plantas, ou ainda consumidores quaternários, quando a cadeia for plantas à gafanhotos à pássaros à cobras à aranhas. Em todos estes casos, as aranhas nunca estão próximas dos produtores, estes sim os que possuem a maior quantidade de energia química que pode ser transferida ao próximo nível.
d) incorreta. Em nenhum caso a biomassa toda pode ser disponibilizada para um nível seguinte, pois sempre há algum resíduo produzido, que é eliminado na forma de fezes e excretas nitrogenadas. Desta forma, uma parte da biomassa dos pássaros será eliminada pelas cobras na forma de fezes e ácido úrico.
e) incorreta. Como explicado na introdução, a energia não é cíclica, mas se comporta como um fluxo. Além disso, sempre há perdas na forma de calor ou contida nas ligações químicas dos elementos presentes nas excretas nitrogenadas e fezes, que não são aproveitados pelos níveis tróficos seguintes.
Considere o trecho de uma reportagem sobre a recente crise hídrica em alguns estados brasileiros:
Cinco estados brasileiros, entre eles São Paulo, enfrentam o que já é considerada a pior seca em 91 anos, de acordo com um comitê de órgãos do governo federal, que emitiu pela primeira vez na história um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro de 2021. Mas por que tem chovido menos?
De acordo com especialistas, três fenômenos explicam a falta de chuvas no Brasil:
• O desmatamento da Amazônia;
• O aquecimento global causado por queima de combustíveis fósseis;
• O fenômeno natural La Niña.
(https://g1.globo.com)
Sobre os fenômenos que explicam a falta de chuvas no Brasil, citados na reportagem, pode-se afirmar que
a) |
o aquecimento global acelera o ressecamento do solo nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, comprometendo o desenvolvimento da vegetação nas matas de galeria, as quais garantem o volume das águas dos córregos, que por evaporação levam à formação de nuvens na região. |
b) |
o desmatamento da Amazônia expõe grandes áreas de solo antes cobertas por vegetação, o que resulta no escoamento superficial das águas das chuvas em direção aos rios e, consequentemente, em menor volume de água evaporada para a formação de nuvens, que seriam transportadas pelos ventos para as regiões Sudeste e Sul. |
c) |
o aquecimento global acelera a evaporação de água dos oceanos, intensificando a formação de nuvens que se precipitam como fortes chuvas nas regiões litorâneas do Brasil, o que reduz o volume de massas úmidas que chegam ao interior do país, diminuindo a pluviosidade. |
d) |
o desmatamento da Amazônia resulta em menor volume de água devolvida para a atmosfera pela transpiração das árvores, alterando a umidade trazida pelos ventos vindos da região Norte para as regiões Sudeste e Sul do Brasil, os quais levam à formação de nuvens de chuva nessas regiões. |
e) |
o fenômeno La Niña resulta do resfriamento das águas do oceano Atlântico e da temperatura atmosférica média na região equatorial do Brasil, o que diminui a taxa de transpiração pelas árvores e a consequente formação de nuvens que chegariam às regiões Sudeste e Sul do país. |
O regime de chuvas pertence ao ciclo hidrológico e recebe influências de várias fontes, já o desmatamento nos traz diversos efeitos danosos e elimina biomassa vegetal que é responsável por enviar para a atmosfera grandes quantidades de água, na forma de vapor, por meio da evapotranspiração que ocorre pelas folhas dos vegetais. A queima, não importando de quais fontes, afetam a temperatura do planeta, mas isso é ainda mais prejudicial quando vinda de combustíveis fósseis. O fenômeno La Niña é o resfriamento natural das águas do oceano Pacífico, o que altera a distribuição de calor e umidade em várias partes do planeta. Considerando o exposto acima, podemos julgar as alternativas.
a) Incorreta. Apesar do aquecimento global contribuir para a desidratação nos solos e o ressecamento em diversas regiões, a formação de nuvens de chuva nas regiões Sul e Sudeste não ocorre no mesmo local, mas são originadas a partir da umidade advinda da região Norte, em especial da Amazônia, são os chamados “rios aéreos”. Além disso, o aquecimento global pode mudar a dinâmica atmosférica (circulação de massas de ar) interferindo nas passagens de frentes frias e na umidade proveniente do oceano, que são as outras formas do Sul e Sudeste receberem chuvas.
b) Incorreta. Apesar do desmatamento realmente provocar mais escoamento superficial da água das chuvas, não é esta água que forma os “rios aéreos”. Estes são formados a partir da evapotranspiração que vem das plantas.
c) Incorreta. As chuvas que chegam às regiões Sul e Sudeste dependem da umidade vinda da Amazônia, passagem das frentes frias e umidade recebida do oceano. A umidade dos oceanos influencia com mais intensidade chuvas próximas ao litoral, no interior dos estados é expressiva a contribuição da umidade da Amazônia, especialmente no Sudeste.
d) Correta. Os rios aéreos são formados pela interação entre atmosfera, oceano e relevo. Correntes de ar sobre a Amazônia recebem umidade da Floresta e da convergência de ventos úmidos. Tais massas de ar, por influência do movimento de rotação da Terra, se deslocam para o oeste e, ao encontrar a barreira formada pela Cordilheira dos Andes, desviam em direção ao centro da América do Sul e território brasileiro, ocasionando muitas chuvas no país. Portanto, o desmatamento da Amazônia diminui uma importante fonte de fornecimento dessa umidade, reduzindo os índices pluviométricos no Sul e Sudeste.
e) Incorreta. O fenômeno citado afeta a temperatura das águas no oceano Pacífico, e não no Atlântico.
Considere o trecho de uma reportagem sobre a disponibilidade de métodos contraceptivos para a população.
Estudo: diversidade de métodos contraceptivos em postos ainda é baixa
A oferta de métodos contraceptivos e testes rápidos de gravidez aumentou em sete vezes de 2012 a 2018 nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), os “postinhos”, que aderiram ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade de Atenção Básica. A diversidade de métodos disponíveis, no entanto, ainda é baixa e está concentrada em preservativos femininos, com pouca oferta de dispositivos intrauterinos (DIU). No Brasil o único DIU disponível gratuitamente é o DIU de cobre. Esta baixa disponibilidade nas UBS impacta negativamente na diversidade de opções de escolha da mulher. “Os métodos reversíveis de longa duração como o DIU tendem a ser o método de escolha da maioria das mulheres quando as barreiras de acesso, custo e conhecimento são rompidas”, ressalta a médica Ana Ruivo, co-autora do estudo.
(www.uol.com.br. Adaptado.)
O hormônio detectado na urina, que indica resultado positivo para gravidez; o modo de ação do DIU e uma opção de método contraceptivo feminino reversível de longa duração são, respectivamente:
a) |
FSH (hormônio folículo estimulante) – alteração do ambiente uterino, tornando-o hostil aos espermatozoides ou à nidação – laqueadura tubária. |
b) |
HCG (gonadotropina coriônica) – inibição da secreção de LH (hormônio luteinizante) e amadurecimento do óvulo no folículo ovariano – laqueadura tubária. |
c) |
HCG (gonadotropina coriônica) – criação de uma barreira física que bloqueia a chegada dos espermatozoides ao útero – laqueadura tubária. |
d) |
FSH (hormônio folículo estimulante) – criação de uma barreira física que bloqueia a chegada dos espermatozoides ao útero – implantação sob a pele de dispositivo plástico com liberação contínua de hormônios. |
e) |
HCG (gonadotropina coriônica) – alteração do ambiente uterino, tornando-o hostil aos espermatozoides ou à nidação – implantação sob a pele de dispositivo plástico com liberação contínua de hormônios. |
A gravidez tem início com a implantação do embrião em estado bastocístico no endométrio da mulher, tecido que reveste a camada interna do útero. Para que a implantação aconteça, é fundamental a atuação do sinciciotrofoblasto, uma massa amorfa de células originada do trofoblasto do blastocisto, o qual escava o endométrio, abre caminho e arrasta consigo o embrião. Além desse papel, o sinciciotrofoblasto também é responsável por produzir o hormônio HCG (gonadotrofina coriônica humana), que se espalha na circulação da mulher, estimula o corpo lúteo ovariano e o faz continuar sua produção de progesterona, o hormônio responsável pela manutenção das características do endométrio adequadas à gravidez.
Nas primeiras semanas da gravidez, a concentração do hormônio HCG aumenta drasticamente, de tal modo que passa a ser facilmente detectado na corrente sanguínea da mulher e na excreção urina. No gráfico abaixo vemos a grande elevação da concentração do HCG no primeiro trimestre da gravidez.
Por esse motivo, o HCG é um excelente marcador para se detectar a gravidez, razão pela qual é a substância identificada nos testes rápidos de gravidez disponíveis no mercado.
O DIU, dispositivo intrauterino, é um método contraceptivo eficaz na prevenção da gravidez. Pode ser encontrado tanto na versão de cobre, como na versão hormonal. No caso da primeira versão, tratada no exercício, verifica-se a liberação prolongada de íons de cobre na região uterina e a ação contraceptiva pode ser explicada pela alteração que o dispositivo causa nas características histológicas do tecido endometrial, deixando-o impróprio para a nidação. O dispositivo também cria um ambiente hostil ao espermatozoide, reduzindo sua mobilidade e o tempo de sobrevivência.
Os métodos contraceptivos disponíveis podem ser classificados de acordo com a sua reversibilidade, a vasectomia, por exemplo, é um método irreversível, pois a sua reversibilidade só seria possível após um procedimento cirúrgico, sem garantias de eficácia. Em oposição, o uso da pílula anticoncepcional, por exemplo, é um método reversível, pois assim que abandonada a possibilidade de gravidez é restabelecida naturalmente. A duração de um método também varia, podendo ser de curtíssima duração, como a camisinha, duração média, como a injeção hormonal, ou de longa duração, com o DIU, que pode durar até mais de 5 anos, dependendo da marca.
a) Incorreta. O FSH não é o hormônio detectado nos testes de gravidez e nem poderia ser tomado como base para indicá-la, pois é produzido mesmo quando a mulher não está grávida. Os métodos reversíveis são aqueles que permitem o retorno natural da fertilidade após serem abandonados. A laqueadura tubária é um método definitivo de esterilização e, por isso, não contempla ao que foi pedido na questão.
b) Incorreta. O HCG é o hormônio da gravidez, encontrado do corpo da mulher normalmente quando ela está grávida. Contudo, o DIU de cobre não tem efeito na secreção do LH pela adenoipófise da mulher ou no amadurecimento dos folículos ovarianos. Já a laqueadura tubária é um método definitivo de esterilização e, por isso, não contempla ao que foi pedido na questão.
c) Incorreta. O HCG é o hormônio da gravidez, encontrado do corpo da mulher normalmente quando ela está grávida. Contudo, o DIU não apresenta o efeito de barreira física e não evita que espermatozoides tomem contato com a região uterina, somente métodos como a camisinha, diafragma e capuz cervical poderiam exercer tal barreira. Já a laqueadura tubária é um método definitivo de esterilização e, por isso, não contempla ao que foi pedido na questão.
d) Incorreta. O FSH é o hormônio gonadotrófico responsável por estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos no início do ciclo menstrual e não é indicador de gravidez. Como já exposto, o DIU não é um método de barreira. A implantação do dispositivo plástico citado poderia ser um exemplo de método reversível de longa duração.
e) Correta. O HCG é o hormônio da gravidez, encontrado do corpo da mulher normalmente quando ela está grávida. O DIU impede a nidação por desestabilizar o endométrio e tem efeito negativo na espermomigração e na vitalidade do gameta masculino. O implante subcutâneo, citado na alternativa, faz a liberação contínua de hormônios análogos ao estrógeno e à progesterona e, assim como outros métodos hormonais clássicos, garante o efeito contraceptivo por inibir, via feedback negativo, a liberação do FSH e LH, responsáveis pelo desenvolvimento do folículo e ovulação do gameta feminino, respectivamente. A quantidade de hormônio existente no implante permite a eficácia contraceptiva por meses e o retorno da fertilidade ocorre quando o tempo de uso se esgota ou quando é retirado pelo médico.
Descobri um mês depois do parto que minhas gêmeas têm síndrome de Down
Ainda no início da gestação, o casal Ellen e Willians foi surpreendido com a notícia: eram gêmeos idênticos (univitelinos), duas meninas. Um exame posterior ao parto surpreendeu novamente os pais: as duas crianças tinham síndrome de Down.
O nascimento das meninas é considerado um fato raro. Isso porque estudos apontam que, aproximadamente, um a cada 700 ou 800 partos no Brasil é de uma criança com síndrome de Down. Especialistas acreditam que menos de 0,5% dos nascimentos de crianças com essa síndrome seja de gêmeos — desses, apenas um terço são univitelinos.
(www.bbc.com. Adaptado.)
A condição cromossômica das células somáticas das meninas é caracterizada como uma trissomia do cromossomo 21, uma aneuploidia resultante de eventos biológicos específicos. Um desses eventos é
a) |
a não disjunção das cromátides-irmãs de um dos cromossomos 21 na meiose II da ovogênese. |
b) |
a não disjunção dos cromossomos homólogos do par 21 na meiose II da espermatogênese. |
c) |
a fertilização concomitante do óvulo por dois espermatozoides, cada um deles carregando um cromossomo 21. |
d) |
a fusão do material genético do corpúsculo (glóbulo) polar ao núcleo haploide do óvulo, cada qual com um cromossomo 21. |
e) |
a não disjunção dos cromossomos homólogos do par 21 na mitose seguinte à formação do zigoto. |
O casal Ellen e Willians teve duas filhas gêmeas idênticas formadas a partir de um único zigoto resultante da fecundação de um ovócito e um espermatozoide. Em algum estágio inicial do desenvolvimento embrionário, o único embrião dividiu-se em dois embriões isolados que originaram cada uma das gêmeas que compartilham o mesmo genoma e cariótipo (conjunto cromossômico). O esquema simplificado é mostrado abaixo.
A meiose é uma divisão celular reducional na qual ocorrem duas divisões consecutivas, sendo que na primeira divisão ocorre a separação dos cromossomos homólogos, enquanto na segunda divisão há separação das cromátides irmãs. A imagem abaixo mostra, de maneira simplificada, a meiose e os principais eventos.
(BIOLOGIA de Campbell. Coautoria de Jane B. Reece et al. 10. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2015. E-BOOK. (1 recurso online). ISBN 9788582712306. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788582712306. Acesso em: 14 nov. 2021.)
A não-disjunção é uma falha durante a divisão celular, mais especificamente durante a fase denominada anáfase, caracterizada pela separação de cromossomos devido ao encurtamento das fibras do fuso. Como resultado da não-disjunção, são formadas células com número de cromossomos desbalanceados que poderão, após fecundação, gerar indivíduos com trissomia (devido à presença de um cromossomo extra) ou monossomia (devido à ausência de um cromossomo).