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Questão 61 Unesp 2022 - 1ª fase - dia 1

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Questão 61

Ecologia Trófica Ciclos Biogeoquímicos Cadeias Alimentares Teias Alimentares

As aranhas comem cobras pelo mundo inteiro, revela estudo surpreendente

Uma viúva-negra ataca uma cobra no Parque Nacional de New River Gorge, na Virgínia Ocidental.

Uma aranha consegue matar e comer uma cobra? Esta pergunta é o tema de um novo estudo publicado na Journal of Arachnology. A resposta é um grande “sim”. “As aranhas que comem cobras podem ser encontradas em todos os continentes (exceto no Antártico). Para compreender completamente o papel importante das aranhas no equilíbrio da natureza, é crucial compreender todo o espectro dos seus hábitos alimentares”, diz Martin Nyffeler, líder do estudo e especialista em aranhas da Universidade de Basileia, na Suíça.

(www.natgeo. Adaptado.)

A reportagem apresenta uma situação peculiar em uma teia alimentar, na qual as aranhas comem cobras, que por sua vez comem aranhas. Contudo, outros organismos integram essa teia alimentar, como exemplificado no esquema a seguir.

Considerando as informações do texto e a teia alimentar do esquema,



a)

a biomassa obtida das plantas se mantém de maneira cíclica na teia alimentar.

b)

os gafanhotos e os pássaros transferem para a teia parte da energia obtida dos produtores.

c)

a maior quantidade de energia química transferida estará disponível nas aranhas.

d)

toda biomassa obtida dos pássaros pelas cobras será transferida para as aranhas.

e)

a energia flui de maneira cíclica e se mantém sem perdas entre as cobras e as aranhas.

Resolução

Em uma teia alimentar, assim como em uma cadeia alimentar, podemos observar que a matéria pode retornar ao solo e atmosfera, pela ação dos decompositores, ficando disponível para ser novamente absorvida pelos produtores, configurando um ciclo da matéria. Já a energia não é transferida da mesma maneira, pois não é devolvida aos sistemas biológicos ao final. Desta forma, falamos em ciclos biogeoquímicos e em fluxos energéticos.

Na situação proposta, aranhas seriam predadoras de serpentes, mas também poderiam ser predadas por elas. Embora seja curioso, não se trata de algo tão atípico, principalmente se considerarmos que em alguns casos os filhotes é que são predados, como acontece entre onças pintadas e jacarés no pantanal mato-grossense.

Assim como observado na ilustração, em qualquer teia ou cadeia alimentar, os produtores são sempre a “porta de entrada” tanto para a energia quanto para a matéria, e muitas vezes os decompositores não são representados na situação proposta.

a) incorreta. A biomassa dos produtores é constituída principalmente por carboidratos, como sacarose, amido e celulose, além de outras moléculas como proteínas, lipídios, e ácidos nucleicos. Não é possível que a biomassa se mantenha constante ao longo da teia, pois há resíduos não digeridos destes vegetais nas fezes dos herbívoros assim como uma porção considerável de matéria em suas excretas nitrogenadas.

b) correta. Os gafanhotos são consumidores primários nesta teia, assim como os pássaros, ao comerem diretamente as plantas. Desta forma, transferem para os níveis seguintes parte da energia que absorvem dos produtores.

c) incorreta. Nesta teia alimentar as aranhas podem ocupar o lugar de consumidores secundários, ao se alimentarem de gafanhotos, consumidores terciários, ao se alimentarem de cobras que se alimentaram de pássaros, que se alimentaram de plantas, ou ainda consumidores quaternários, quando a cadeia for plantas à gafanhotos à pássaros à cobras à aranhas. Em todos estes casos, as aranhas nunca estão próximas dos produtores, estes sim os que possuem a maior quantidade de energia química que pode ser transferida ao próximo nível.

d) incorreta. Em nenhum caso a biomassa toda pode ser disponibilizada para um nível seguinte, pois sempre há algum resíduo produzido, que é eliminado na forma de fezes e excretas nitrogenadas. Desta forma, uma parte da biomassa dos pássaros será eliminada pelas cobras na forma de fezes e ácido úrico.

e) incorreta. Como explicado na introdução, a energia não é cíclica, mas se comporta como um fluxo. Além disso, sempre há perdas na forma de calor ou contida nas ligações químicas dos elementos presentes nas excretas nitrogenadas e fezes, que não são aproveitados pelos níveis tróficos seguintes.