Unesp 2022 - 1ª fase - dia 1
Para responder às questões de 10 a 12, leia a cena inicial da comédia O noviço, de Martins Pena.
AMBRÓSIO: No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança e pertinácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, era eu pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver de responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres...
(Martins Pena. Comédias (1844-1845), 2007.)
“O como não importa; no bom resultado está o mérito...”
O teor dessa fala aproxima-se do conteúdo da seguinte citação:
| a) |
“Todos julgam segundo a aparência, ninguém segundo a essência.” (Friedrich Schiller, escritor alemão, 1759- 1805.) |
| b) |
“A virtude está toda no esforço.” (Anatole France, escritor francês, 1844-1924.) |
| c) |
“Cuide dos meios; o fim cuidará de si mesmo.” (Mahatma Gandhi, líder político indiano, 1869-1948.) |
| d) |
“O homem é o lobo do homem.” (Plauto, dramaturgo romano, 254 a.C.-184 a.C.) |
| e) |
“Os fins justificam os meios.” (Ovídio, poeta romano, 43 a.C.-17 d.C.) |
a) Incorreta. A citação de Friedrich poderia ser associada ao final da fala de Ambrósio, quando a personagem afirma que ficaria impune por conta de sua riqueza, e que "as leis criminais fizeram-se para os pobres...". No entanto, não há relação direta entre essa citação e a fala destacada no enunciado.
b) Incorreta. Essa citação é praticamente oposta à fala de Ambrósio: para a personagem, o que importa é o resultado, e não o esforço realizado para alcançá-lo ("o como não importa"). Destaque-se, ainda, que a frase de Ambrósio sugere desprezo em relação à ideia de virtude.
c) Incorreta. Gandhi valoriza "os meios", ou seja, as atitudes que tomamos no momento presente; ao mesmo tempo, afirma que não devemos nos preocupar com o futuro. Já Ambrósio, na fala em questão, revela o contrário: a preocupação com o bom resultado das ações, não importa quais sejam necessárias.
d) Incorreta. Embora a "filosofia" de Ambrósio possa ser relacionada à citação de Plauto, na medida em que haja uma rivalidade entre as pessoas impulsionada pela ambição e egoísmo, a fala da personagem refere-se mais especificamente a estratégias utilizadas para o alcance de um objetivo.
e) Correta. A fala de Ambrósio atua como uma espécie de paráfrase da citação de Ovídio: "O como" equivale a "os meios"; "o bom resultado" equivale a "os fins". Assim como o poeta romano afirma que qualquer ação ou atitude é válida, justificada, para que se alcance um objetivo, a personagem de Martins Pena valoriza a conquista do resultado almejado, independentemente dos métodos utilizados para tanto, que não importam.
Para responder às questões de 10 a 12, leia a cena inicial da comédia O noviço, de Martins Pena.
AMBRÓSIO: No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança e pertinácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, era eu pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver de responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres...
(Martins Pena. Comédias (1844-1845), 2007.)
Um vocábulo também pode ser formado quando passa de uma classe gramatical a outra, sem a modificação de sua forma. É o que se denomina derivação imprópria. Na fala de Ambrósio, constitui exemplo de derivação imprópria o vocábulo sublinhado em
| a) |
“O como não importa”. |
| b) |
“Mas um dia pode tudo mudar”. |
| c) |
“No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la”. |
| d) |
“Pintam-na cega”. |
| e) |
“Em mim se vê o exemplo”. |
a) Correto. O termo "como", de conjução, por meio da derivação imprópria, foi transformado em substantivo ao ser anteposto a ele um artigo definido (o), e virou sinônimo de "método", "forma".
b) Incorreto. "Tudo" é pronome indefinido, significando o conjunto de todas as coisas.
c) Incorreto. "Quem" é pronome indefinido, designa "alguém".
d) Incorreto. "Cega" é adjetivo, caracteriza a fortuna (No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega...).
e) Incorreto. "Exemplo" é substantivo masculino, refere-se a algo ou alguém que pode ser imitado.
Tal movimento deriva quase todos os seus critérios de probabilidade do empirismo das ciências naturais. Baseia seu conceito de verdade psicológica no princípio de causalidade, o desenvolvimento apropriado da trama na eliminação do acaso e dos milagres, sua descrição do ambiente na ideia de que todo e qualquer fenômeno natural tem lugar numa interminável cadeia de condições e motivos, sua utilização de detalhes característicos no método de observação científica – que não despreza circunstância alguma, por mais insignificante e trivial que seja.
(Arnold Hauser. História social da arte e da literatura, 1994. Adaptado.)
O texto refere-se ao movimento
| a) |
árcade. |
| b) |
simbolista. |
| c) |
realista. |
| d) |
romântico. |
| e) |
modernista. |
a) Incorreta. Apesar de surgir durante o período denominado Iluminismo (movimento intelectual que valorizava a razão e as ciências), o Arcadismo é um movimento artístico que segue determinados padrões, como a exploração do cenário campestre, pastoril, construindo um ambiente harmonioso, simples e agradável. Influenciados pela cultura greco-romana, os árcades produzem obras pautadas em convenções, sem que haja, portanto, um compromisso com a realidade circundante ou com uma visão cientificista. Dessa forma, não há correspondência entre o movimento árcade e o texto de Arnold Hauser.
b) Incorreta. O Simbolismo valoriza a subjetividade, buscando uma visão pessoal da realidade. Os simbolistas exploravam o mundo inconsciente e, muitas vezes, a religiosidade e o misticismo. Na literatura, sua estética é marcada por uma linguagem fluida, vaga e pela exploração da musicalidade. Dessa forma, o movimento simbolista opõe-se a uma visão cientificista, empirista, que analisa objetivamente a realidade em busca de explicações racionais.
c) Correta. Surgido na segunda metade do século XIX, o movimento realista é fortemente influenciado pelas correntes filosóficas e científicas que se desenvolveram nesse período, como o cientificismo, o positivismo e o determinismo. Desse modo, os artistas realistas assumem um "compromisso com a verdade" e buscam, por meio da observação objetiva e impessoal, uma análise minuciosa da realidade. Para tanto, utilizam-se, em suas obras, dos critérios mencionados por Hauser: o "empirismo das ciências naturais", o "princípio de causalidade" e o "método de observação científica".
d) Incorreta. Dentre as características gerais do movimento romântico, podem ser citadas a subjetividade, a valorização das emoções, a idealização (dos ambientes, das personagens, dos sentimentos) e a evasão (fuga da realidade). Assim, os artistas românticos não se baseiam em critérios científicos, tal como aponta o texto de Arnold Hauser. Além disso, o acaso e o "milagre" são, muitas vezes, explorados na construção de enredos em obras da literatura romântica.
e) Incorreta. Embora seja um movimento bastante amplo, é incorreto afirmar que as bases do modernismo provenham de conceitos e métodos científicos. Os artistas modernistas buscavam, num primeiro momento, romper com os modelos artísticos vigentes, pregando a liberdade de criação e valorizando a cultura popular.
Para responder às questões de 14 a 19, leia o artigo “Pó de pirlimpimpim”, do neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro.
Alcançar o aprendizado instantâneo é um desejo poderoso, pois o cérebro sem informação é pouco mais que estofo de macela1 . Emília, a sabida boneca de Monteiro Lobato, aprendeu a falar copiosamente após engolir uma pílula, adquirindo de supetão todo o vocabulário dos seres humanos ao seu redor. No filme Matrix (1999), a ingestão de uma pílula colorida faz o personagem Neo descobrir que todo o mundo em que sempre viveu não passa de uma simulação chamada Matriz, dentro da qual é possível programar qualquer coisa. Poucos instantes depois de se conectar a um computador, Neo desperta e profere estupefato: “I know kung fu”.
Entretanto, na matriz cerebral das pessoas de carne e osso, vale o dito popular: “Urubu, pra cantar, demora.” O aprendizado de comportamentos complexos é difícil e demorado, pois requer a alteração massiva de conexões neuronais. Há consenso hoje em dia de que o conteúdo dos nossos pensamentos deriva dos padrões de ativação de vastas redes neuronais, impossibilitando a aquisição instantânea de memórias intrincadas.
Mas nem sempre foi assim. Há meio século, experimentos realizados na Universidade de Michigan pareciam indicar que as planárias, vermes aquáticos passíveis de condicionamento clássico, eram capazes de adquirir, mesmo sem treinamento, associações estímulo-resposta por ingestão de um extrato de planárias já condicionadas. O resultado, aparentemente revolucionário, sugeria que os substratos materiais da memória são moléculas. Contudo, estudos posteriores demonstraram que a ingestão de planárias não condicionadas também acelerava o aprendizado, revelando um efeito hormonal genérico, independente do conteúdo das memórias presentes nas planárias ingeridas.
A ingestão de memórias é impossível porque elas são estados complexos de redes neuronais, não um quantum de significado como a pílula da Emília. Por outro lado, é sim possível acelerar a consolidação das memórias por meio da otimização de variáveis fisiológicas envolvidas no processo. Uma linha de pesquisa importante diz respeito ao sono, cujo benefício à consolidação de memórias já foi comprovado. Em 2006, pesquisadores alemães publicaram um estudo sobre os efeitos mnemônicos da estimulação cerebral com ondas lentas (0,75 Hz) aplicadas durante o sono por meio de um estimulador elétrico. Os resultados mostraram que a estimulação de baixa frequência é suficiente para melhorar o aprendizado de diferentes tarefas. Ao que parece, as oscilações lentas do sono são puro pó de pirlimpimpim.
(Sidarta Ribeiro. Limiar: ciência e vida contemporânea, 2020.)
1 macela: planta herbácea cujas flores costumam ser usadas pela população como estofo de travesseiros.
Por se tratar de um artigo de divulgação científica (e não um artigo científico propriamente), predomina no texto uma linguagem
| a) |
técnica. |
| b) |
acessível. |
| c) |
informal. |
| d) |
figurada. |
| e) |
hermética. |
a) Incorreta. Embora haja menção a termos técnicos (como no trecho “efeitos mnemônicos da estimulação cerebral com ondas lentas (0,75 Hz) aplicadas durante o sono por meio de um estimulador elétrico”), essa não é a linguagem predominante no texto.
b) Correta. Como mencionado pela própria questão, o texto reproduzido não é um artigo científico, produção textual que circula em ambientes acadêmicos e que é destinada a um público específico – especificidade que possibilita a utilização de uma linguagem mais técnica e pouco acessível a leitores leigos. O artigo do neurocientista Sidarta Ribeiro busca desconstruir ao público geral a concepção de que “a aquisição instantânea de memórias intrincadas” é possível. Apesar de tal limitação, segundo Ribeiro, é possível “acelerar a consolidação das memórias por meio da otimização de variáveis fisiológicas envolvidas no processo”. Essa descoberta científica é apresentada aos leitores por meio de uma linguagem acessível e pouco técnica. A menção a produções culturais – como ao filme Matrix e à obra literária “Sítio do Pica Pau Amarelo” – visa mobilizar um elemento elucidativo ao leitor leigo, que, através da comparação, consegue compreender mais facilmente os processos biológicos aos quais o autor faz referência. Além disso, a menção a um ditado popular é também uma estratégia de tornar as ideias mais compreensíveis ao público geral.
c) Incorreta. Embora o texto tenha trechos que destoem da linguagem formal (como em “Emília, a sabida boneca de Monteiro Lobato, aprendeu a falar copiosamente após engolir uma pílula, adquirindo de supetão todo o vocabulário dos seres humanos ao seu redor.”), o artigo é majoritariamente redigido em linguagem formal.
d) Incorreta. No final do texto, para concluir seu raciocínio, o autor lança mão de uma metáfora: “Ao que parece, as oscilações lentas do sono são puro pó de pirlimpimpim”. No entanto, mesmo que haja linguagem figurada nesse trecho, ela não predomina ao longo do artigo.
e) Incorreta. A linguagem hermética pode ser definida como aquela de difícil compreensão; verborrágica, o que não se verifica no texto de Sidarta Ribeiro.
Para responder às questões de 14 a 19, leia o artigo “Pó de pirlimpimpim”, do neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro.
Alcançar o aprendizado instantâneo é um desejo poderoso, pois o cérebro sem informação é pouco mais que estofo de macela1 . Emília, a sabida boneca de Monteiro Lobato, aprendeu a falar copiosamente após engolir uma pílula, adquirindo de supetão todo o vocabulário dos seres humanos ao seu redor. No filme Matrix (1999), a ingestão de uma pílula colorida faz o personagem Neo descobrir que todo o mundo em que sempre viveu não passa de uma simulação chamada Matriz, dentro da qual é possível programar qualquer coisa. Poucos instantes depois de se conectar a um computador, Neo desperta e profere estupefato: “I know kung fu”.
Entretanto, na matriz cerebral das pessoas de carne e osso, vale o dito popular: “Urubu, pra cantar, demora.” O aprendizado de comportamentos complexos é difícil e demorado, pois requer a alteração massiva de conexões neuronais. Há consenso hoje em dia de que o conteúdo dos nossos pensamentos deriva dos padrões de ativação de vastas redes neuronais, impossibilitando a aquisição instantânea de memórias intrincadas.
Mas nem sempre foi assim. Há meio século, experimentos realizados na Universidade de Michigan pareciam indicar que as planárias, vermes aquáticos passíveis de condicionamento clássico, eram capazes de adquirir, mesmo sem treinamento, associações estímulo-resposta por ingestão de um extrato de planárias já condicionadas. O resultado, aparentemente revolucionário, sugeria que os substratos materiais da memória são moléculas. Contudo, estudos posteriores demonstraram que a ingestão de planárias não condicionadas também acelerava o aprendizado, revelando um efeito hormonal genérico, independente do conteúdo das memórias presentes nas planárias ingeridas.
A ingestão de memórias é impossível porque elas são estados complexos de redes neuronais, não um quantum de significado como a pílula da Emília. Por outro lado, é sim possível acelerar a consolidação das memórias por meio da otimização de variáveis fisiológicas envolvidas no processo. Uma linha de pesquisa importante diz respeito ao sono, cujo benefício à consolidação de memórias já foi comprovado. Em 2006, pesquisadores alemães publicaram um estudo sobre os efeitos mnemônicos da estimulação cerebral com ondas lentas (0,75 Hz) aplicadas durante o sono por meio de um estimulador elétrico. Os resultados mostraram que a estimulação de baixa frequência é suficiente para melhorar o aprendizado de diferentes tarefas. Ao que parece, as oscilações lentas do sono são puro pó de pirlimpimpim.
(Sidarta Ribeiro. Limiar: ciência e vida contemporânea, 2020.)
1 macela: planta herbácea cujas flores costumam ser usadas pela população como estofo de travesseiros.
De acordo com o autor,
| a) |
o avanço das pesquisas científicas pode tornar a ingestão de memórias uma prática ultrapassada. |
| b) |
a ideia de aperfeiçoamento da memória a qualquer custo pode representar um risco para a humanidade. |
| c) |
a ideia do aprendizado instantâneo pode vir a se tornar realidade em um futuro muito próximo. |
| d) |
a consolidação de memórias pode ser acelerada mediante o emprego de técnicas científicas. |
| e) |
o emprego arbitrário de técnicas científicas pode vir a descaracterizar a própria natureza da memória. |
a) Incorreta. A “ingestão de memórias” mencionada pelo autor faz referência a uma obra ficcional (“Emília, a sabida boneca de Monteiro Lobato, aprendeu a falar copiosamente após engolir uma pílula, adquirindo de supetão todo o vocabulário dos seres humanos ao seu redor”), e não a uma prática científica.
b) Incorreta. De acordo com o artigo, a única forma fundamentada de aperfeiçoar a memória é por meio do sono. Não há menção a outras estratégias e nem aos seus possíveis riscos à humanidade.
c) Incorreta. O texto é realista e objetivo quanto à idealização de um aprendizado instantâneo, o que, segundo o neurocientista Sidarta Ribeiro, só se mostra viável na ficção. O que há, na verdade, é a possibilidade de acelerar o processo de consolidação das memórias. Ademais, não há projeção futura acerca de qualquer estratégia que possibilite isso.
d) Correta. O artigo de Ribeiro reflete sobre o corriqueiro desejo dos humanos de alcançar aprendizados de maneira instantânea. Segundo ele, apesar de “a aquisição instantânea de memórias intrincadas” não ser viável, é possível “acelerar a consolidação das memórias por meio da otimização de variáveis fisiológicas envolvidas no processo”, o que pode ser alcançado por meio de um sono de qualidade.
e) Incorreta. Não há menção a técnicas científicas arbitrárias. Pelo contrário, as referências científicas citadas pelo autor são legitimadas.
Para responder às questões de 14 a 19, leia o artigo “Pó de pirlimpimpim”, do neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro.
Alcançar o aprendizado instantâneo é um desejo poderoso, pois o cérebro sem informação é pouco mais que estofo de macela1 . Emília, a sabida boneca de Monteiro Lobato, aprendeu a falar copiosamente após engolir uma pílula, adquirindo de supetão todo o vocabulário dos seres humanos ao seu redor. No filme Matrix (1999), a ingestão de uma pílula colorida faz o personagem Neo descobrir que todo o mundo em que sempre viveu não passa de uma simulação chamada Matriz, dentro da qual é possível programar qualquer coisa. Poucos instantes depois de se conectar a um computador, Neo desperta e profere estupefato: “I know kung fu”.
Entretanto, na matriz cerebral das pessoas de carne e osso, vale o dito popular: “Urubu, pra cantar, demora.” O aprendizado de comportamentos complexos é difícil e demorado, pois requer a alteração massiva de conexões neuronais. Há consenso hoje em dia de que o conteúdo dos nossos pensamentos deriva dos padrões de ativação de vastas redes neuronais, impossibilitando a aquisição instantânea de memórias intrincadas.
Mas nem sempre foi assim. Há meio século, experimentos realizados na Universidade de Michigan pareciam indicar que as planárias, vermes aquáticos passíveis de condicionamento clássico, eram capazes de adquirir, mesmo sem treinamento, associações estímulo-resposta por ingestão de um extrato de planárias já condicionadas. O resultado, aparentemente revolucionário, sugeria que os substratos materiais da memória são moléculas. Contudo, estudos posteriores demonstraram que a ingestão de planárias não condicionadas também acelerava o aprendizado, revelando um efeito hormonal genérico, independente do conteúdo das memórias presentes nas planárias ingeridas.
A ingestão de memórias é impossível porque elas são estados complexos de redes neuronais, não um quantum de significado como a pílula da Emília. Por outro lado, é sim possível acelerar a consolidação das memórias por meio da otimização de variáveis fisiológicas envolvidas no processo. Uma linha de pesquisa importante diz respeito ao sono, cujo benefício à consolidação de memórias já foi comprovado. Em 2006, pesquisadores alemães publicaram um estudo sobre os efeitos mnemônicos da estimulação cerebral com ondas lentas (0,75 Hz) aplicadas durante o sono por meio de um estimulador elétrico. Os resultados mostraram que a estimulação de baixa frequência é suficiente para melhorar o aprendizado de diferentes tarefas. Ao que parece, as oscilações lentas do sono são puro pó de pirlimpimpim.
(Sidarta Ribeiro. Limiar: ciência e vida contemporânea, 2020.)
1 macela: planta herbácea cujas flores costumam ser usadas pela população como estofo de travesseiros.
“Entretanto, na matriz cerebral das pessoas de carne e osso, vale o dito popular: ‘Urubu, pra cantar, demora.’” (2o parágrafo)
Considerando o contexto, o ditado popular mencionado pode ser substituído pelo seguinte provérbio:
| a) |
“Quem espera sempre alcança.” |
| b) |
“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.” |
| c) |
“Para bom entendedor, meia palavra basta.” |
| d) |
“Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.” |
| e) |
“Quem canta seus males espanta.” |
a) Incorreta. O ditado “Quem espera sempre alcança”, assim como “Urubu, pra cantar, demora”, faz alusão à importância do tempo e da espera para se alcançar um objetivo. No entanto, no primeiro ditado popular, essa espera é passiva, isto é, basta esperar para se obter sucesso. No segundo, o êxito é alcançado através da persistência, uma vez que cantar não é uma habilidade inerente ao urubu e, nesse caso, apenas esperar é insuficiente para se alcançar tal domínio.
b) Correta. O ditado popular “Urubu, pra cantar, demora” faz referência ao tempo que se leva para dominar certo conhecimento. Para aprender a cantar – uma habilidade adquirida, já que urubus não cantam – a ave precisaria de um longo tempo de dedicação. De forma análoga, o ditado “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura” faz menção à tenacidade como forma de se alcançar o que se deseja.
c) Incorreta. O ditado popular “Para bom entendedor, meia palavra basta” tem como finalidade demonstrar que, ao ouvinte/leitor atento, bastam poucas palavras para que se compreenda o que o enunciador deseja transmitir. Não há, portanto, qualquer relação com a noção de persistência de “Urubu, pra cantar, demora”.
d) Incorreta. O ditado popular “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando” faz alusão aos riscos de se perder tudo em uma tomada de decisão – o que se desejava ter e o que já se tinha. Não há, portanto, qualquer relação com a noção de persistência de “Urubu, pra cantar, demora”.
e) Incorreta. O ditado popular “Quem canta seus males espanta” deseja transmitir a ideia de que o ato de cantar afasta “males”, isto é, sentimentos negativos, como tristeza e mágoas. Não há, portanto, qualquer relação com a noção de persistência de “Urubu, pra cantar, demora”.
Para responder às questões de 14 a 19, leia o artigo “Pó de pirlimpimpim”, do neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro.
Alcançar o aprendizado instantâneo é um desejo poderoso, pois o cérebro sem informação é pouco mais que estofo de macela1 . Emília, a sabida boneca de Monteiro Lobato, aprendeu a falar copiosamente após engolir uma pílula, adquirindo de supetão todo o vocabulário dos seres humanos ao seu redor. No filme Matrix (1999), a ingestão de uma pílula colorida faz o personagem Neo descobrir que todo o mundo em que sempre viveu não passa de uma simulação chamada Matriz, dentro da qual é possível programar qualquer coisa. Poucos instantes depois de se conectar a um computador, Neo desperta e profere estupefato: “I know kung fu”.
Entretanto, na matriz cerebral das pessoas de carne e osso, vale o dito popular: “Urubu, pra cantar, demora.” O aprendizado de comportamentos complexos é difícil e demorado, pois requer a alteração massiva de conexões neuronais. Há consenso hoje em dia de que o conteúdo dos nossos pensamentos deriva dos padrões de ativação de vastas redes neuronais, impossibilitando a aquisição instantânea de memórias intrincadas.
Mas nem sempre foi assim. Há meio século, experimentos realizados na Universidade de Michigan pareciam indicar que as planárias, vermes aquáticos passíveis de condicionamento clássico, eram capazes de adquirir, mesmo sem treinamento, associações estímulo-resposta por ingestão de um extrato de planárias já condicionadas. O resultado, aparentemente revolucionário, sugeria que os substratos materiais da memória são moléculas. Contudo, estudos posteriores demonstraram que a ingestão de planárias não condicionadas também acelerava o aprendizado, revelando um efeito hormonal genérico, independente do conteúdo das memórias presentes nas planárias ingeridas.
A ingestão de memórias é impossível porque elas são estados complexos de redes neuronais, não um quantum de significado como a pílula da Emília. Por outro lado, é sim possível acelerar a consolidação das memórias por meio da otimização de variáveis fisiológicas envolvidas no processo. Uma linha de pesquisa importante diz respeito ao sono, cujo benefício à consolidação de memórias já foi comprovado. Em 2006, pesquisadores alemães publicaram um estudo sobre os efeitos mnemônicos da estimulação cerebral com ondas lentas (0,75 Hz) aplicadas durante o sono por meio de um estimulador elétrico. Os resultados mostraram que a estimulação de baixa frequência é suficiente para melhorar o aprendizado de diferentes tarefas. Ao que parece, as oscilações lentas do sono são puro pó de pirlimpimpim.
(Sidarta Ribeiro. Limiar: ciência e vida contemporânea, 2020.)
1 macela: planta herbácea cujas flores costumam ser usadas pela população como estofo de travesseiros.
Em “Ao que parece, as oscilações lentas do sono são puro pó de pirlimpimpim” (4o parágrafo), o autor caracteriza as “oscilações lentas do sono” como um processo
| a) |
imaginário. |
| b) |
estéril. |
| c) |
indefinido. |
| d) |
complexo. |
| e) |
produtivo. |
A metáfora “Ao que parece, as oscilações lentas do sono são puro pó de pirlimpimpim” utilizada no final do artigo articula-se ao seu título “Pó de pirlimpimpim”.
Para compreender tal comparação, era preciso que o candidato dominasse o significado de “pó de pirlimpimpim”, conceito também circunscrito ao universo criado por Monteiro Lobato em “Sítio do Pica Pau Amarelo”: um pó mágico (utilizado pela boneca Emília e também pelos demais personagens) que, em um passe de mágica, transportava pessoas de um lugar para outro.
a) Incorreta. As “oscilações lentas do sono” não se tratam de um processo imaginário, mas biológico.
b) Incorreta. “Estéril”, em seu sentido figurado, faz alusão a algo sem proveito ou utilidade; inútil. Em vista disso, não é possível afirmar que as oscilações lentas do sono sejam estéreis, uma vez que tal processo, segundo o autor, gera resultados positivos.
c) Incorreta. Embora o autor não defina exatamente o que são as oscilações lentas do sono, não é possível sustentar que se trate de um processo indefinido. No trecho anterior, inclusive, o neurocirurgião faz referência a uma pesquisa que teve como objeto de estudo justamente as oscilações de sono (“Em 2006, pesquisadores alemães publicaram um estudo sobre os efeitos mnemônicos da estimulação cerebral com ondas lentas (0,75 Hz) aplicadas durante o sono por meio de um estimulador elétrico”.).
d) Incorreta. Para descartar essa alternativa, é essencial que o candidato relembre o conceito de “pó de pirlimpimpim”. Tendo isso em vista, o transporte possibilitado pelo pó mágico é simples e rápido, não complexo. Embora o processo das oscilações lentas do sono possa de fato ser complexo, o sentido mobilizado pelo trecho não é esse.
e) Correta. Levando em conta a função do pó mágico, é possível depreender que, em um corpo humano, o responsável por transportar o indivíduo às suas memórias e, consequentemente, ao aprendizado, é o sono. Segundo Sidarta Ribeiro, “Uma linha de pesquisa importante diz respeito ao sono, cujo benefício à consolidação de memórias já foi comprovado. (...) Os resultados mostraram que a estimulação de baixa frequência é suficiente para melhorar o aprendizado de diferentes tarefas.”. Trata-se, portanto, de um processo produtivo, uma vez que auxilia no aprendizado.
Para responder às questões de 14 a 19, leia o artigo “Pó de pirlimpimpim”, do neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro.
Alcançar o aprendizado instantâneo é um desejo poderoso, pois o cérebro sem informação é pouco mais que estofo de macela1 . Emília, a sabida boneca de Monteiro Lobato, aprendeu a falar copiosamente após engolir uma pílula, adquirindo de supetão todo o vocabulário dos seres humanos ao seu redor. No filme Matrix (1999), a ingestão de uma pílula colorida faz o personagem Neo descobrir que todo o mundo em que sempre viveu não passa de uma simulação chamada Matriz, dentro da qual é possível programar qualquer coisa. Poucos instantes depois de se conectar a um computador, Neo desperta e profere estupefato: “I know kung fu”.
Entretanto, na matriz cerebral das pessoas de carne e osso, vale o dito popular: “Urubu, pra cantar, demora.” O aprendizado de comportamentos complexos é difícil e demorado, pois requer a alteração massiva de conexões neuronais. Há consenso hoje em dia de que o conteúdo dos nossos pensamentos deriva dos padrões de ativação de vastas redes neuronais, impossibilitando a aquisição instantânea de memórias intrincadas.
Mas nem sempre foi assim. Há meio século, experimentos realizados na Universidade de Michigan pareciam indicar que as planárias, vermes aquáticos passíveis de condicionamento clássico, eram capazes de adquirir, mesmo sem treinamento, associações estímulo-resposta por ingestão de um extrato de planárias já condicionadas. O resultado, aparentemente revolucionário, sugeria que os substratos materiais da memória são moléculas. Contudo, estudos posteriores demonstraram que a ingestão de planárias não condicionadas também acelerava o aprendizado, revelando um efeito hormonal genérico, independente do conteúdo das memórias presentes nas planárias ingeridas.
A ingestão de memórias é impossível porque elas são estados complexos de redes neuronais, não um quantum de significado como a pílula da Emília. Por outro lado, é sim possível acelerar a consolidação das memórias por meio da otimização de variáveis fisiológicas envolvidas no processo. Uma linha de pesquisa importante diz respeito ao sono, cujo benefício à consolidação de memórias já foi comprovado. Em 2006, pesquisadores alemães publicaram um estudo sobre os efeitos mnemônicos da estimulação cerebral com ondas lentas (0,75 Hz) aplicadas durante o sono por meio de um estimulador elétrico. Os resultados mostraram que a estimulação de baixa frequência é suficiente para melhorar o aprendizado de diferentes tarefas. Ao que parece, as oscilações lentas do sono são puro pó de pirlimpimpim.
(Sidarta Ribeiro. Limiar: ciência e vida contemporânea, 2020.)
1 macela: planta herbácea cujas flores costumam ser usadas pela população como estofo de travesseiros.
Em “Contudo, estudos posteriores demonstraram que a ingestão de planárias não condicionadas também acelerava o aprendizado” (3o parágrafo), o termo sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por:
| a) |
Por conseguinte. |
| b) |
Inclusive. |
| c) |
Todavia. |
| d) |
Além disso. |
| e) |
Conquanto. |
A conjunção “contudo” tem sentido adversativo, pois exprime uma relação de contraste, de oposição.
a) Incorreta. “Por conseguinte” tem valor conclusivo.
b) Incorreta. “Inclusive” tem valor inclusivo.
c) Correta. “Todavia”, assim como “contudo”, tem valor adversativo. Em vista disso, é possível reescrever, sem prejuízos de sentido, o trecho trazido pela questão: “Todavia, estudos posteriores demonstraram que a ingestão de planárias não condicionadas também acelerava o aprendizado”.
d) Incorreta. “Além disso” tem valor aditivo.
e) Incorreta. “Conquanto” tem valor concessivo.
Para responder às questões de 14 a 19, leia o artigo “Pó de pirlimpimpim”, do neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro.
Alcançar o aprendizado instantâneo é um desejo poderoso, pois o cérebro sem informação é pouco mais que estofo de macela1 . Emília, a sabida boneca de Monteiro Lobato, aprendeu a falar copiosamente após engolir uma pílula, adquirindo de supetão todo o vocabulário dos seres humanos ao seu redor. No filme Matrix (1999), a ingestão de uma pílula colorida faz o personagem Neo descobrir que todo o mundo em que sempre viveu não passa de uma simulação chamada Matriz, dentro da qual é possível programar qualquer coisa. Poucos instantes depois de se conectar a um computador, Neo desperta e profere estupefato: “I know kung fu”.
Entretanto, na matriz cerebral das pessoas de carne e osso, vale o dito popular: “Urubu, pra cantar, demora.” O aprendizado de comportamentos complexos é difícil e demorado, pois requer a alteração massiva de conexões neuronais. Há consenso hoje em dia de que o conteúdo dos nossos pensamentos deriva dos padrões de ativação de vastas redes neuronais, impossibilitando a aquisição instantânea de memórias intrincadas.
Mas nem sempre foi assim. Há meio século, experimentos realizados na Universidade de Michigan pareciam indicar que as planárias, vermes aquáticos passíveis de condicionamento clássico, eram capazes de adquirir, mesmo sem treinamento, associações estímulo-resposta por ingestão de um extrato de planárias já condicionadas. O resultado, aparentemente revolucionário, sugeria que os substratos materiais da memória são moléculas. Contudo, estudos posteriores demonstraram que a ingestão de planárias não condicionadas também acelerava o aprendizado, revelando um efeito hormonal genérico, independente do conteúdo das memórias presentes nas planárias ingeridas.
A ingestão de memórias é impossível porque elas são estados complexos de redes neuronais, não um quantum de significado como a pílula da Emília. Por outro lado, é sim possível acelerar a consolidação das memórias por meio da otimização de variáveis fisiológicas envolvidas no processo. Uma linha de pesquisa importante diz respeito ao sono, cujo benefício à consolidação de memórias já foi comprovado. Em 2006, pesquisadores alemães publicaram um estudo sobre os efeitos mnemônicos da estimulação cerebral com ondas lentas (0,75 Hz) aplicadas durante o sono por meio de um estimulador elétrico. Os resultados mostraram que a estimulação de baixa frequência é suficiente para melhorar o aprendizado de diferentes tarefas. Ao que parece, as oscilações lentas do sono são puro pó de pirlimpimpim.
(Sidarta Ribeiro. Limiar: ciência e vida contemporânea, 2020.)
1 macela: planta herbácea cujas flores costumam ser usadas pela população como estofo de travesseiros.
Pode ser reescrito na voz passiva o seguinte trecho do artigo:
| a) |
“Há consenso hoje em dia de que o conteúdo dos nossos pensamentos deriva dos padrões de ativação de vastas redes neuronais” (2o parágrafo). |
| b) |
“Uma linha de pesquisa importante diz respeito ao sono” (4o parágrafo). |
| c) |
“A ingestão de memórias é impossível porque elas são estados complexos de redes neuronais” (4o parágrafo). |
| d) |
“Em 2006, pesquisadores alemães publicaram um estudo sobre os efeitos mnemônicos da estimulação cerebral” (4o parágrafo). |
| e) |
“Alcançar o aprendizado instantâneo é um desejo poderoso” (1o parágrafo). |
As vozes do verbo indicam se o sujeito gramatical é o agente ou o paciente da ação verbal, ou seja, se pratica ou se sofre a ação. A voz ativa indica que a ação expressa pelo verbo é praticada pelo sujeito. Já a voz passiva indica que a ação expressa pelo verbo é recebida pelo sujeito.
Na transformação da voz ativa para a voz passiva, é preciso que haja um verbo transitivo direto, pois, nesse processo, o sujeito passa a ser agente da passiva, o objeto direto passa a ser sujeito paciente e o verbo transitivo direto (ou bitransitivo) passa a ser uma locução verbal.
a) Incorreta. O verbo é transitivo indireto, o que impossibilita a transposição de vozes.
b) Incorreta. O verbo é transitivo indireto, o que impossibilita a transposição de vozes.
c) Incorreta. O verbo é de ligação, logo, não há voz verbal.
d) Correta. O verbo é transitivo direto e está em voz ativa:
“Em 2006, pesquisadores alemães publicaram um estudo sobre os efeitos mnemônicos da estimulação cerebral”
sujeito agente + ação (em voz ativa)
Ao passar a frase da voz ativa para a voz passiva analítica, o sujeito agente (“Pesquisadores alemães”) passa a ser agente da passiva, o termo que representa quem realiza a ação verbal (aquele que age). Levando isso em conta, em voz passiva, temos:
“Em 2006, um estudo sobre os efeitos mnemônicos da estimulação cerebral foi publicado por pesquisadores alemães”
sujeito paciente + agente da passiva
e) Incorreta. O verbo é de ligação, logo, não há voz verbal.
Art which is based on images of mass consumer culture. Pop art was initially regarded as a reaction from abstract expressionism because its exponents brought back figural imagery and made use of impersonal handling. It was seen as a descendant of Dada because it debunked the seriousness of the art world and embraced the use or reproduction of commonplace subjects. Comic books, advertisements, packaging, and images from television and the cinema were all part of the iconography of the movement.
(Ian Chilvers e John Glaves-Smith (orgs.). Oxford Dictionary of Modern and Contemporary Art, 2009. Adaptado.)
Uma obra representativa do movimento artístico retratado no texto está reproduzida em:
| a) |
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| b) |
|
| c) |
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| d) |
|
| e) |
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Traduzindo o texto do enunciado, temos:
Arte baseada em imagens da cultura do consumo de massa. A arte pop foi inicialmente considerada como uma reação do expressionismo abstrato porque seus expoentes trouxeram de volta imagens figurais e fizeram uso do manuseio impessoal. Era visto como um descendente do Dada porque desmascarava a seriedade do mundo da arte e abraçava o uso ou reprodução de sujeitos comuns. Histórias em quadrinhos, anúncios, embalagens e imagens da televisão e do cinema faziam parte da iconografia do movimento.
a) Correta. Roy Lichtenstein produzia seus trabalhos com influências estéticas vindas das HQs, refletindo sobre o consumo de massa. Tais característcas pertencem ao movimento artístico da Pop Art, como mencionado no texto acima.
b) Incorreta. A pintura O grito foi pintada no ínicio do modernismo europeu e traz pinceladas gestuais e desfiguradas na tentativa de tornar visíveis para o espectador a subjetividade de seu artista. Sendo assim, não há relação com o texto.
c) Incorreta. A pintura de René Magritte fez parte da vanguarda surrealista e traz em evidência uma quebra da realidade com o cavalo em cima de um automóvel. Este movimento buscava trazer uma ruptura com a realidade, não dialogando com o texto em questão.
d) Incorreta. Kazimir Malevich fez parte de um movimento conhecido como suprematismo, que tinha como finalidade a simplificação das formas. Por isso é apresentado na sua pintura somente um quadrado negro no fundo branco. Tais características não se relacionam com o texto acima.
e) Incorreta. Jackson Pollock produziu pinturas abstratas e gestuais com a técnica do gotejamento e, por esse motivo, fez parte do expressionismo abstrado, movimento díspar da Pop Art.