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Questão 63 Unesp 2022 - 1ª fase - dia 1

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Questão 63

Anatomia e fisiologia do sistema reprodutor feminino Métodos contraceptivos

Considere o trecho de uma reportagem sobre a disponibilidade de métodos contraceptivos para a população.

Estudo: diversidade de métodos contraceptivos em postos ainda é baixa

A oferta de métodos contraceptivos e testes rápidos de gravidez aumentou em sete vezes de 2012 a 2018 nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), os “postinhos”, que aderiram ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade de Atenção Básica. A diversidade de métodos disponíveis, no entanto, ainda é baixa e está concentrada em preservativos femininos, com pouca oferta de dispositivos intrauterinos (DIU). No Brasil o único DIU disponível gratuitamente é o DIU de cobre. Esta baixa disponibilidade nas UBS impacta negativamente na diversidade de opções de escolha da mulher. “Os métodos reversíveis de longa duração como o DIU tendem a ser o método de escolha da maioria das mulheres quando as barreiras de acesso, custo e conhecimento são rompidas”, ressalta a médica Ana Ruivo, co-autora do estudo.

(www.uol.com.br. Adaptado.)

O hormônio detectado na urina, que indica resultado positivo para gravidez; o modo de ação do DIU e uma opção de método contraceptivo feminino reversível de longa duração são, respectivamente:



a)

FSH (hormônio folículo estimulante) – alteração do ambiente uterino, tornando-o hostil aos espermatozoides ou à nidação – laqueadura tubária.

b)

HCG (gonadotropina coriônica) – inibição da secreção de LH (hormônio luteinizante) e amadurecimento do óvulo no folículo ovariano – laqueadura tubária.

c)

HCG (gonadotropina coriônica) – criação de uma barreira física que bloqueia a chegada dos espermatozoides ao útero – laqueadura tubária.

d)

FSH (hormônio folículo estimulante) – criação de uma barreira física que bloqueia a chegada dos espermatozoides ao útero – implantação sob a pele de dispositivo plástico com liberação contínua de hormônios.

e)

HCG (gonadotropina coriônica) – alteração do ambiente uterino, tornando-o hostil aos espermatozoides ou à nidação – implantação sob a pele de dispositivo plástico com liberação contínua de hormônios.

Resolução

A gravidez tem início com a implantação do embrião em estado bastocístico no endométrio da mulher, tecido que reveste a camada interna do útero. Para que a implantação aconteça, é fundamental a atuação do sinciciotrofoblasto, uma massa amorfa de células originada do trofoblasto do blastocisto, o qual escava o endométrio, abre caminho e arrasta consigo o embrião. Além desse papel, o sinciciotrofoblasto também é responsável por produzir o hormônio HCG (gonadotrofina coriônica humana), que se espalha na circulação da mulher, estimula o corpo lúteo ovariano e o faz continuar sua produção de progesterona, o hormônio responsável pela manutenção das características do endométrio adequadas à gravidez.

Nas primeiras semanas da gravidez, a concentração do hormônio HCG aumenta drasticamente, de tal modo que passa a ser facilmente detectado na corrente sanguínea da mulher e na excreção urina. No gráfico abaixo vemos a grande elevação da concentração do HCG no primeiro trimestre da gravidez.

Por esse motivo, o HCG é um excelente marcador para se detectar a gravidez, razão pela qual é a substância identificada nos testes rápidos de gravidez disponíveis no mercado.

O DIU, dispositivo intrauterino, é um método contraceptivo eficaz na prevenção da gravidez. Pode ser encontrado tanto na versão de cobre, como na versão hormonal. No caso da primeira versão, tratada no exercício, verifica-se a liberação prolongada de íons de cobre na região uterina e a ação contraceptiva pode ser explicada pela alteração que o dispositivo causa nas características histológicas do tecido endometrial, deixando-o impróprio para a nidação. O dispositivo também cria um ambiente hostil ao espermatozoide, reduzindo sua mobilidade e o tempo de sobrevivência. 

Os métodos contraceptivos disponíveis podem ser classificados de acordo com a sua reversibilidade, a vasectomia, por exemplo, é um método irreversível, pois a sua reversibilidade só seria possível após um procedimento cirúrgico, sem garantias de eficácia. Em oposição, o uso da pílula anticoncepcional, por exemplo, é um método reversível, pois assim que abandonada a possibilidade de gravidez é restabelecida naturalmente. A duração de um método também varia, podendo ser de curtíssima duração, como a camisinha, duração média, como a injeção hormonal, ou de longa duração, com o DIU, que pode durar até mais de 5 anos, dependendo da marca. 

a) Incorreta.  O FSH não é o hormônio detectado nos testes de gravidez e nem poderia ser tomado como base para indicá-la, pois é produzido mesmo quando a mulher não está grávida. Os métodos reversíveis são aqueles que permitem o retorno natural da fertilidade após serem abandonados. A laqueadura tubária é um método definitivo de esterilização e, por isso, não contempla ao que foi pedido na questão.

b) Incorreta. O HCG é o hormônio da gravidez, encontrado do corpo da mulher normalmente quando ela está grávida. Contudo, o DIU de cobre não tem efeito na secreção do LH pela adenoipófise da mulher ou no amadurecimento dos folículos ovarianos. Já a laqueadura tubária é um método definitivo de esterilização e, por isso, não contempla ao que foi pedido na questão.

c) Incorreta. O HCG é o hormônio da gravidez, encontrado do corpo da mulher normalmente quando ela está grávida. Contudo, o DIU não apresenta o efeito de barreira física e não evita que espermatozoides tomem contato com a região uterina, somente métodos como a camisinha, diafragma e capuz cervical poderiam exercer tal barreira. Já a laqueadura tubária é um método definitivo de esterilização e, por isso, não contempla ao que foi pedido na questão.

d) Incorreta. O FSH é o hormônio gonadotrófico responsável por estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos no início do ciclo menstrual e não é indicador de gravidez. Como já exposto, o DIU não é um método de barreira. A implantação do dispositivo plástico citado poderia ser um exemplo de método reversível de longa duração. 

e) Correta. O HCG é o hormônio da gravidez, encontrado do corpo da mulher normalmente quando ela está grávida. O DIU impede a nidação por desestabilizar o endométrio e tem efeito negativo na espermomigração e na vitalidade do gameta masculino. O implante subcutâneo, citado na alternativa, faz a liberação contínua de hormônios análogos ao estrógeno e à progesterona e, assim como outros métodos hormonais clássicos, garante o efeito contraceptivo por inibir, via feedback negativo, a liberação do FSH e LH, responsáveis pelo desenvolvimento do folículo e ovulação do gameta feminino, respectivamente. A quantidade de hormônio existente no implante permite a eficácia contraceptiva por meses e o retorno da fertilidade ocorre quando o tempo de uso se esgota ou quando é retirado pelo médico.