Enem 2021 - dia 1 - Linguagens e Ciências Humanas

a) Incorreta. A prática medicinal, descrita como híbrida, não ocorreu a partir da adoção de rituais místicos, mas sim da interação entre os conhecimentos provenientes da prática médica europeia e da terapêutica indígena, que se amparava no amplo uso da flora nativa. 

b) Incorreta. A construção da prática medicinal não passou pela rejeição dos dogmas cristãos, tendo em vista que surgiu a partir da interação entre nativos e jesuítas, sendo esses, membros da Companhia de Jesus, ordem religiosa da Igreja católica fundada no século XVI. 

c) Incorreta. O texto demonstra justamente a construção e fortalecimento da tradição popular, já que a interação entre os conhecimentos dos jesuítas e os dos indígenas originou justamente a chamada "medicina popular brasileira".

d) Incorreta. O texto enfatiza que os colonizadores aprenderam na prática diária e no contato com os indígenas a medicina híbrida, que se tornou a marca do Brasil colonial. Ou seja, esse não foi um processo de imposição da farmacologia nativa, mas sim de aprendizagem a partir do contato entre duas tradições distintas de curar. 

e) Correta. Durante o período colonial, o número reduzido de médicos tornava recorrente a atuação de  jesuítas, curandeiros, barbeiros, benzedeiras e boticários nas questões de saúde, conhecidas como "artes de curar". Nesse processo, o contato dos jesuítas com a cultura e saberes indígenas foi fundamental, bem como a observação empírica de tais práticas. Os padres da Companhia de Jesus constataram, por exemplo, que os nativos portadores de febre (sintoma da malária) jogavam-se na água na tentativa de diminuírem a temperatura corporal. Os povos originários do Brasil beneficiavam-se amplamente da diversidade da flora de suas terras, de modo que os vastos conhecimentos da vida vegetal oriundos da sua familiaridade com a plantas os capacitaram para usar aquelas que possuíam propriedades medicinais. O conhecimento milenar da flora medicinal foi passado para os colonizadores, especialmente para os padres jesuítas, que ao deixarem por escrito diversas receitas, enfatizavam quais tinham sido ensinadas por indígenas. Tanto a medicina europeia como a nativa compreendiam a doença como uma invasão, ainda que suas causas pudessem ser entendidas de modos distintos, como uma praga divina, para os europeus, ou como um demônio da floresta, para os indígenas. No entanto, ainda que com terapêuticas divergentes, buscavam fazê-la sair do corpo e o encontro entre esses conhecimentos foi a base da chamada "medicina popular brasileira", com seus ingredientes principais amplamente difundidos pelos bandeirantes a partir do século XVII.
 

O presente exercício exige uma leitura bastante atenta de seu enunciado, pois é passível de confusão num primeiro contato. O comando solicita ao(a) estudante a identificação de um grupo social ou instituição que compartilhasse à época a preocupação demonstrada por Francisco de Assis. Pela leitura do excerto, apreende-se que Francisco de Assis estava preocupado, entre outras coisas, com o distanciamento da Igreja Católica da população comum na Idade Média, já, entre outros aspectos, a instituição veiculava seus ritos e mensagens em latim, e não na "língua vulgar" - esta falada e conhecida pela população comum. Para alterar esse quadro e aproximar os comuns das mensagens religiosas, Francisco de Assis passou a propor uma mensagem "acessível a todos", utilizando a língua vulgar na propagação da religião.

a) Incorreta. Não é possível afirmar que os senhores feudais compartilhassem das preocupações de Francisco de Assis, tendo em vista que não exerciam particular esforço de aproximação da Igreja das pessoas comuns. Ademais, eram privilegiados da situação de grave desigualdade social que existia na Idade Média, sem apresentar uma atuação notória em suas superações das discrepâncias sociais do período.

b) Correta. São denominadas de heresias as vertentes cristãs que não respeitavam os dogmas estabelecidos pela Igreja Católica, sendo condenadas e perseguidas pelas autoridades eclesiáticas à época. Entre tais movimentos, destaca-se o movimento dos Valdenses, criado a partir das pregações de Pedro Valdo, em Lyon, no século XII. Os Valdenses criticavam a forte autoridade da Igreja Católica à época, defendendo o direito dos cristãos em conhecerem a Bíblia por si próprios. Nesse intuito, Pedro Valdo se esforçou em traduzir o texto bíblico para a língua vulgar de sua região, o provençal, numa preocupação análoga às apresentadas por Francisco de Assis no texto. Posteriormente, as Reformas Protestantes do século XVI também apresentaram similar preocupação de aproximação dos ensinamentos cristãos com as pessoas simples, a exemplo do esforço de Lutero de tradução e difusão da bíblia para a língua falada. E, assim como os seguidores de Pedro Valdo, o luteranismo também foi classificado como uma "heresia" e perseguido pelas autoridades católicas, numa disputa que levou a uma série de conflitos de religião na Europa durante a Idade Moderna.

c) Incorreta. Os integrantes das Cruzadas não apresentavam uma particular preocupação com as desigualdades sociais e/ou aproximação da Igreja das pessoas comuns. Seu esforço envolvia a ação militar contra os considerados infiéis, sendo convocados pelo papado para a reconquista da Terra Santa a partir do século XI.

d) Incorreta. As corporações de ofício não apresentavam um esforço notório de aproximação da Igreja com as pessoas comuns, sendo insituições voltadas para a formação e regulamentação de certos ofícios nas cidades medievais.

e) Incorreta. As universidades medievais não apresentavam particular preocupação com as desigualdades sociais e com a aproximação das mensagens da Igreja aos comuns. Inclusive, seu surgimento entre os séculos XII e XIII buscava atender à necessidade de formação de quadros versados em latim, no sentido oposto das ações de Francisco de Assis.

a) Correta. Para o historiador brasileiro José Murilo de Carvalho, a sociedade brasileira era mais coesa ideologicamente que a espanhola, ou seja, apresentava menor número de divergências e particularismos. De acordo com seu argumento, a ausência de universidades na colônia portuguesa favoreceu essa coesão, já que as universidades seriam polos de visões e concepções ideologicamentes distintas. Já o historioador Mexicano Alfredo Ávila Rueda argumenta que, apesar das diversas universidades criadas na América espanhola, essas eram, em sua maioria, reacionárias, ou seja, não contribuíriam para abalar a coesão ideológica, conforme sugerido por Carvalho. Na visão de Rueda, o que efetivamente abalou a coesão nacional foi a circulação de materiais impressos, que teria favorecido a disseminação de distintas visões, bem como a construção de regionalismos. Assim, os historiadores divergem em relação ao papel desempenhado pelas instituições de ensino na criação de múltiplas identidades, já que Carvalho considera esse papel como fundamental, enquanto Rueda minimiza-o, devido ao perfil dessas instituições. 

b) Incorreta. Os historiadores não mencionam os grupos de imprensa, mas sim a livre circulação de impressos e as instituições de ensino universitário. 

c) Incorreta. Não há no texto nenhuma menção a abandono sofrido pelas comunidades de docentes, além de não ter havido universidades no Brasil colônia. 

d) Incorreta. Não há menção no texto às agremiações estudantis.

e) Incorreta. Embora Rueda mencione o importante papel da livre circulação de impressos (jornais, livros e panfletos) na América espanhola, o historiador mexicano está refletindo sobre seu papel na construção de regionalismos,  e não no "desenvolvimento de nações alfabetizadas". Além disso, tal ponto não é mencionado por Carvalho, não podendo, portanto, ser um ponto de divergência entre os dois historiadores. 

a) Correta. O comando do exercício solicita a identificação de uma diferença nas concepções apresentadas sobre a Revolução Puritana nos textos I e II. Enquanto que primeiro excerto explica as ações ocorridas em 1640 fundamentalmente como resultado das influências iluministas e liberais, o segundo texto destaca a multiplicidade na participação de grupos sociais e suas respectivas demandas naquele processo histórico. Aqui, Christopher Hill destaca que a Revolução de 1640 envolveu, ao mesmo tempo, uma contestação camponesa quanto aos cercamentos, uma ação de tecelões contra a penúria econômica e também as reinvidicações de sujeitos outros por motivos religiosos. Portanto, o elemento fundamental que diferencia ambos o texto é justamente a pluralidade das demandas sociais, tendo em vista que o primeiro texto enaltece as causas da Revolução aos princípios liberais-iluministas, enquanto que o segundo aborda a participação de uma variedade de agentes históricos com suas respectivas demandas no período.

b) Incorreta. Os textos não se diferenciam quanto à homogeneidade das lutas religiosas, situação que sequer existia na Inglaterra do século XVII. Nesse contexto, vale lembrar que três fés coexistiam dentro do território inglês, a Anglicana, a Católica e a Puritana, característica que resultava em constantes conflitos naquele país. Ou seja, não havia uma unidade religiosa e tampouco de lutas próprias entre elas, mas sim um contexto de constantes conflitos e perseguições religiosas, inclusive exercidas pela própria monarquia inglesa - oficialmente vinculada à Igreja Anglicana desde o século XVI.

c) Incorreta. Os textos não apresentam divergências quanto ao fato de as abordagens históricas serem unas ou plurais, mas sim na avaliação da ação dos grupos sociais e seus respectivos interesses na Revolução Puritana.

d) Incorreta. Nenhum dos textos apresentados sugerem uma superficialidade quanto aos interesses políticos em jogo na Revolução Puritana. Ainda que o primeiro texto enfatize o papel do iluminismo e do liberalismo na luta entre Rei e Parlamento Inglês em 1640, em nenhum momento é sugerido que tal ímpeto seria algo "superficial" naquele contexto.

e) Incorreta. Nenhum dos textos apresenta uma proeminência dos aspectos econômicos na Revolução Puritana. Enquanto que o texto I destaca a influência política iluminista e liberal, o segundo excerto revela uma variedade de demandas envolvidos naquele período, sendo elas de natureza econômica, política e religiosa.

a) Incorreta. Não há necessariamente a criação de vilas operárias, pois essas grandes empresas tendem a não depender diretamente da mão de obra local visto que dispõem de modernas formas de produção.

b) Incorreta. A dinâmica retratada indica as "plantas industriais que estabelecem relações escassas com o entorno" e, por isso, não promovem eventos comunitários.

c) Incorreta. Por estarem pouco vinculadas às dinâmicas locais, a recuperação das áreas degradadas não se vincula à "ideia de enclave", ou seja, a um local totalmente diferente do entorno e que não realiza ações com o intuito de restaurar o ambiente natural modificado.

d) Incorreta. Como mencionado, as grandes empresas "estabelecem relações escassas com o entorno", indicando que não há incorporação de saberes tradicionais locais.

e) Correta. Uma das maneiras de expressar "grande influência na economia extralocal" e manter "relações escassas com o entorno" é trazer de fora a mão de obra qualificada, necessária às atividades de grandes transnacionais, e que, em muitos casos, não é encontrada nem desenvolvida no local em que elas atuam.

Os refugiados são uma categoria especial de migrantes. Atualmente, há aproximadamente 82 milhões de refugiados no mundo, sendo que a maior parte dessa população emigra da Ásia e África em direção à Europa e Estados Unidos. O Brasil tem aproximadamente 60.000 pessoas reconhecidas pelo Ministério da Justiça nessa condição. O texto aborda a situação dos imigrantes refugiados sobre sua condição de transitoriedade e, portanto, afirma-se que:

a) Incorreta. Não ocorre ascensão social dessa população, pois a condição de refugiado é considerada um dos mais baixos graus de posição social, pois se vincula, muita vezes, à exclusão, exploração do trabalho e pobreza.

b) Incorreta.  A miscigenação étnica em geral é um processo longo, sendo necessário o estabelecimento de populações por longo período, o que não ocorre no caso dos refugiados.

c) Incorreta. A desqualificação profissional não é uma condição exclusiva de refugiados, assim como a ação policial que ocorre em todo o espectro social e incide sobre população de origem brasileira predominantemente.

d) Incorreta. Os motivos que levam os refugiados a saírem de suas casas é muitas vezes a instabilidade financeira e crises econômicas; porém, esses motivos não têm relação direta com a condição de transitoriedade dessa população.

e) Correta. O desenraizamento cultural é muito acentuado ao saírem de seus países natais, algo exemplificado nas mudanças de idioma e cultura. Tais aspectos acentuam essa condição marginal entre dois mundos, sem raiz fixa em nenhum local e também de perda da condição de cidadania dos refugiados, que acaba resultando em insegurança legal levando-os a novos movimentos migratórios em busca de um lugar seguro.

a) Incorreta. O texto enfatiza a dificuldade das mulheres em buscarem seus próprios projetos científicos, enfatizando que estas viajavam quase sempre no papel de "esposas coloniais". Ou seja, trata-se da representação da desigualdade de gênero, o oposto do apresentado na alternativa. 

b) Incorreta.  A relação das mulheres com o campo científico não é representativa de uma transformação dos espaços de lazer. O texto não aborda questões relacionadas a espaços de lazer, mas refere-se às dificuldades das mulheres em desenvolverem seus próprios projetos científicos.

c) Incorreta. Conforme exposto no excerto, a relação das mulheres com o campo científico não é representativa da superação do pensamento patriarcal, pois demonstra justamente a predominância dos homens no campo científico e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres em praticar seus estudos científicos independentes de tutela de seus maridos. 

d) Correta. A atuação de mulheres cientistas demonstra as drásticas implicações das desigualdades de gênero em suas trajetórias. O contexto em que desenvolviam seus estudos era ainda bastante hostil à presença feminina, embora elas buscassem estratégias que possibilitassem o desenvolvimento de seus trabalhos. A maioria das mulheres não viajavam sozinhas naquela época, pois não eram contratadas por companhias de comércio, por academias científicas ou governos, principais financiadores dessas viagens. Além disso, eram recorrentes na época os discursos médicos que tratavam dos efeitos negativos das viagens aos trópicos nos corpos das mulheres, assegurando que essas expedições poderiam acabar afetando sua fertilidade, causar problemas com os partos e com as crianças nascidas. De acordo com Miriam Moreira Leite, autora que reuniu informações sobre as mulheres viajantes no século XIX, uma característica comum entre essas exploradoras é que seus livros foram escritos a partir correspondências que enviavam às famílias e aos amigos, ou de diários e narrativas não muito longas sobre suas viagens, de modo que elas dificilmente publicavam obras extensas como os viajantes homens. Assim, podemos considerar que o campo científico incorporou as estratificações sociais vigentes na sociedade patriarcal oitocentista. Foi somente no século XX que mudanças sociais e econômicas possibilitaram novas oportunidades para as mulheres na ciência em diversos locais do mundo, inclusive no Brasil. 

e) Incorreta. O adentramento das mulheres no campo científico não significa, necessariamente, que elas estariam desobrigadas das tarefas domésticas. Ou seja, não podemos afirmar que essa relação indica uma substituição de tais atividades.

A identidade incondicional do sujeito, frente ao universal, está fora de questão, sendo admitida, apenas, como cultura de massa. Essa premissa, podemos dizer, vale para todo pensador da primeira geração da Escola de Frankfurt, entre eles Adorno, Horkheimer e Herbert Marcuse, autor que serviu de base para a contextualização desse exercício. Autor de "Eclipse da Razão" e "A ideologia da sociedade industrial", o pensador alemão notou que, pelas artimanhas econômicas do capital, as pessoas são seduzidas, via publicidade, propaganda e outros mecanismos, ao consumo que traduzam sua existência do ser para o ter. Do ser consciente para o ter de larga escala que a Indústria Cultural produz, sob a égide da Indústria Tradicional. Nesse viés:

a) Incorreta. A alternativa sugere que a divulgação das mercadorias produzidas no capitalismo fique sob a responsabilidade dos Estados, entidades políticas que, segundo a lógica do capital, devem ficar longe da atividade própria do mercado. Por isso, o item não pode ser verdadeiro.

b) Incorreta. Os incentivos ao consumo, seguindo as regras da economia de mercado, não devem ser controlados, como coloca a assertiva. Sendo assim, afirmar que, no capitalismo, a compra regrada satisfaria os desejos das pessoas, não pode ser verdadeiro. A estratégia do mercado é sempre promover, cada vez mais, a compra de modo ilimitado.

c) Incorreta. O texto diz: "as criaturas se reconhecem em suas mercadorias; encontram sua alma em seu automóvel, casa em patamares, utensílios de cozinha". Ou seja, ele atrela o reconhecimento que temos de nós mesmos ao consumo individualizado, motivo pelo qual não cabe a resposta "prescrições coletivas [coletivas!] de organização".

d) Correta. Mecanismos subjetivos de identificação, eis uma estratégia do capital para criar uma ilusão de satisfação do desejo. Trata-se de uma Ilusão porque o indivíduo que nasce do consumo não tem uma identidade incondicional, como foi escrito no começo dessa resposta. A "individualidade" desse indivíduo só é admitida mediante a compra de coisas que são produzidas em massa, de modo indistinto, para se tornarem indistintos os consumidores que participam desse "ciclo vicioso" de "individualização pela padronização".

e) Incorreta. Não há de se falar em "repressão racionalizada". No capitalismo, a satisfação dos desejos não vem por "autocontrole consumista" ou qualquer outra restrição na esfera do mercado. O mercado, ele todo, do começo ao fim, dever ser "livre", irrestrito na lógica da demanda e da procura.

A questão apresenta um texto que aborda a intensidade das transformações das cidades e da vida das pessoas e, ao usar a referência de “betoneiras”, “britadeiras” e “guindastes”, a autora busca evidenciar um caráter do espaço urbano central para entendimento das cidades brasileiras. Diante de tal raciocínio, tem-se que:

a) Incorreta. Os modos de convívio social não têm “manutenção”, já que são intensamente transformados, pois como o texto aponta, "A vida das pessoas se modifica com a esma rapidez com que se reproduz a cidade".
b) Incorreta. Os espaços públicos são modificados ou até deixam de existir com as transformações das cidades, como no exemplo dado pelo texto: "O lugar da festa, do encontro quase desaparecem".
c) Incorreta. Não há relação direta entre a questão ambiental e a temática do texto, que aborda as relações e transformações socioespaciais urbanas.
d) Incorreta. A participação política não é abordada no texto, voltado para questões sociais e para mudanças estruturais do espaço urbano.
e) Correta. As grandes cidades apresentam grandes transformações, diretamente resultantes da alteração das paisagens geográficas, conceito central da Geografia para entender como o aspecto visual do espaço geográfico pode ser alterado profundamente ao longo do tempo.

O conhecimento geográfico e os saberes tradicionais regionais são, muitas vezes, muito precisos conseguindo prever temporadas de chuvas, secas ou outros tipos de fenômenos naturais que podem ser importantes para a vida de várias comunidades. A questão traz um exemplo do semiárido brasileiro, onde a população sertaneja faz predições sobre a época de chuvas de acordo com o tipo de lua. Dessa forma, é possível definir tal situação da seguinte forma:

a) Incorreta. A técnica científica é comum a instituições de pesquisa e universidades e não se vincula ao saber geográfico apresentado na questão.

b) Correta. A percepção através dos sentidos é a maneira mais simples e a primeira forma de conhecimento humano perante o ambiente habitável. Usamos os sentidos para entender e analisar o mundo e, através de nossa percepção, podemos ter entendimento do que ocorre ao nosso redor no ambiente e fazer algum tipo de previsão, como a exemplificada no texto.

c) Incorreta. As tradições (que perpassam várias gerações) são parte fundamental do conhecimento exposto pelo texto e, portanto, não podem ser negadas nesse contexto.

d) Incorreta. As culturas são altamente heterogêneas, pouco padronizadas e cada uma estabelece diferentes formas de contato com o meio ambiente.

e) Incorreta. A uniformização das informações não é parte do conhecimento popular que, muitas vezes, é pouco uniforme dando espaço para variedades regionais e culturais dos diferentes saberes geográficos.