Fuvest 2021 - 1ª fase

Os aquíferos são grandes estruturas rochosas de água subterrânea que se concentram em rochas permeáveis com alto grau de porosidade. Em geral podemos encontrar concentração de água e fluidez interna em rochas sedimentares porosas ou rochas que apresentam elevado grau de porosidade por possuírem ampla presença de microfraturas, o que faz delas reservatórios de água mineral. Diante disso, pode-se afirmar que:

a) Correta. De fato, os aquíferos somente podem ocorrer em rochas porosas (formações geológicas permeáveis) que passam a conter água em quantidades significativas a medida que são abastecidas pela percolação hídrica. É sabido também que, por diferença de pressão interna, ocorrem movimentos hídricos no seu interior, e essa conjuntura de fatores acaba permitindo seu uso para abastecimento público e estâncias turísticas de águas minerais e termais.

b) Incorreta. A afirmativa apresenta uma estrutura física conhecida como gêiseres. Estes sim consistem em reservatórios de águas superficiais que se movimenta através da temperatura e pressão herdadas das regiões de intensa atividade sísmica; tais áreas e fluxos de agua (gêiser) de fato são passíveis de uso na produção de energia geotérmica obtida por meio do calor proveniente do interior do planeta Terra. Porém, a questão aborda os aquíferos que como apresentado no início não tem nada a ver com regiões de tectonismo e tampouco relaciona-se com a produção de energia geotérmica.

c) Incorreta. A afirmativa diz que os aquíferos apresentam volume de águas de grandes proporções, fato este até aqui correto, contudo, erra quando afirma que os custos de bombeamento e tratamento inviabilizam sua utilização e seus usos para atividades humanas. Isso está incorreto porque primeiramente apesar de apresentar custos estes não são excessivamente elevados (custo de perfuração de poços artesianos) e, segundo, porque a água extraída não necessita de tratamento para se tornar potável.

d) Incorreta. A afirmativa diz que os aquíferos são derivados da ação eólica, o que está incorreto, pois os aquíferos são originados pelo acúmulo de água, em rochas porosas e em nada dependem da ação eólica sobre a superfície do solo para sua formação.

e) Incorreta. A afirmativa diz que os aquíferos são muito profundos o que inviabiliza o uso humano, tal fato é inverídico, pois os aquíferos chegam a no máximo uma centena de metros de profundidade o que é bastante viável às perfurações e utilização humana.

a) Incorreta. Na altitude retratada no enunciado, os níveis de umidade são baixíssimos sendo que, raramente, há ocorrência de pluviosidade na região em que a estação mais elevada foi instalada devido ao congelamento do vapor d'água na atmosfera que gera nevascas em todas as épocas do ano. Importante ressaltar que as temperaturas médias nas altitudes acima de 8 mil metros são de aproximadamente -40ºC no inverno (podendo atingir mínimas de -60ºC) e -15º nas estações mais quentes.

b) Incorreta.  Como já mencionado, não ocorrem chuvas intensas na área em questão. Além disso, as avalanhes são provocadas por instabilidades  geológicas e geomorfológicas associadas a tremores e à dinâmica de derretimento e deslocamento de volumosos aportes de neve em áreas muito íngremes.

c) Correta. A altitude é um fator climático que interfere diretamente na temperatura e na pressão atmosférica sendo que, quanto maior a altitude, menor será a temperatura e a pressão. Isso ocorre porque o ar fica rarefeito, ou seja, há menor concentração de gases na atmosfera a medida que a altitude aumenta, fazendo com que a disponibilidade de oxigênio seja baixa e imponha dificuldades à  exploração e ocupação do Everest, como o fato retratado no texto do enunciado.

d) Incorreta. Os dias mais curtos não se vinculam ao fator altitude, mas sim à latitude de um dado local de tal forma que, durante o inverno em locais com latitudes elevadas, os dias serão extremamente curtos. Isso ocorre devido à inclinação do eixo terrestre em relação ao plano da órbita em torno do Sol, que expõe latitudes mais elevadas (notadamente as regiões polares) a poucos períodos de luminosidade durante o inverno.

e) Incorreta. Como mencionado, quanto maior a altitude, menor será a pressão atmosférica devido à redução da coluna de ar e menor concentração de gases em relação à superfícies montanhosas que são muito elevadas.

As jararacas (Bothrops jararaca) são serpentes peçonhentas pertencentes à família Viperidae, cujo veneno apresenta ação proteolítica, hemolítica e coagulante. Elas se alimentam principalmente de pequenos roedores e apresentam hábito noturno, permanecendo escondidas em meio à vegetação durante o dia. As jararacas causam a maior parte dos acidentes ofídicos (picadas) no Brasil todos os anos, o que pode ser explicado por três fatores principais:

1. A área de distribuição geográfica da espécie, que apresenta grande sobreposição com regiões muito povoadas no Brasil (Sul, Sudeste e Nordeste do país);
2. O seu comportamento de se camuflar em meio à vegetação e não emitir avisos quando intrusos se aproximam, sendo o seu bote a sua principal forma de defesa;
3. A dentição solenóglifa, caracterizada pela presença de ductos nas presas localizadas na região anterior da boca (caninos), o que aumenta a eficiência da inoculação da peçonha (veneno).

A área de distribuição geográfica das jararacas se estende pelo Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, tanto em áreas de altitudes baixas/moderadas, quanto em áreas um pouco mais elevadas. Assim sendo, as jararacas ocupam tanto áreas de florestas tropicais densas e perenes, como é o caso de algumas formações da Mata Atlântica (ombrófila densa), quanto áreas de savanas, campos e vegetação adaptada a ambientes secos, como é o caso do Cerrado strictu sensu, dos Pampas e até da Caatinga. Posto isso, é possível afirmar que:

a) Incorreta. Observa-se que as jararacas não estão presentes no Pantanal, localizado nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Além disso, sua distribuição não se restringe a altitudes de 500m, pois nota-se ocorrência dessa espécie em áreas mais elevadas também.

b) Incorreta. De acordo com os mapas apresentados, a concentração das jararacas se dá no bioma Mata Atlântica. Não há relação de sua área de distribuição com a expansão das fronteiras agrícolas recentes, pois estas se localizam no sul da Amazônia e em áreas de Cerrado do Nordeste, locais em que a espécie mencionada não está presente.

c) Incorreta. As áreas mais a leste do território brasileiro são majoritariamente dominadas pela Mata Atlântica e não pelo Cerrado, fato que invalida essa alternativa. Embora a alimentação da jararaca inclua roedores, ela não é uma espécie urbana, mas encontrada predominantemente em matas, áreas periféricas das cidades e ambientes rurais.

d) Incorreta. De acordo com os mapas apresentados, a jararaca não se faz presente no bioma Amazônia.

e) Correta. Como demonstrado pelos mapas e já afirmado, a distribuição das jararacas ocorre nos biomas Pampas, Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga, em áreas de menor e maior altitude, com presença dessa espécie tanto em matas fechadas e ambientes arbustivo-herbáceos, quanto em áreas rurais.

O Cerrado é um bioma que apresenta vegetação esparsa, com caules tortuosos devido à intoxicação do solo por íons metálicos, em especial alumínio, enquanto a Mata Atlântica é um bioma florestal pluvial, com matas mais densas e vegetação com folhas largas, grande quantidade de epífitas e cipós. Na transição do Cerrado para a Mata Atlântica, teríamos o seguinte:

a) Incorreta. Na verdade teríamos a diminuição de caules tortuosos, e realmente teríamos o aumento de plantas com folhas largas.

b) Incorreta. As plantas que germinam e crescem sob sol forte são mais comuns no Cerrado, e não na Mata Atlântica, que é mais fechada. Teríamos também um aumento de plantas com folhas largas.

c) Correta. Saindo do Cerrado, teríamos realmente uma diminuição de caules tortuosos e entrando na Mata Atlântica teríamos um aumento de plantas com folhas largas.

d) Incorreta. Entrando na Mata Atlântica teríamos um aumento de epífitas, e não sua diminuição, e teríamos sim uma diminuição de plantas com adaptações para suportar queimadas.

e) Incorreta. Entrando na Mata Atlântica, teríamos sim uma diminuição de plantas que germinam e crescem sob sol forte, mas teríamos uma diminuição de plantas com adaptações para suportar queimadas, e não seu aumento.

Os resíduos sólidos são todos os materiais descartados, que chegaram ao final de sua vida útil, sendo gerados pelas residências, pelas indústrias, pelo setor de serviços, pelos hospitais e pela atividade agrícola. Todos esses materiais podem ser classificados em dois grandes grupos: perigosos e não perigosos. Dentre os resíduos perigosos, que exigem descarte especial por poder oferecer riscos à saúde da população e ao meio ambiente, estão, por exemplo, lixo hospitalar, produtos corrosivos, materiais radioativos etc. Os resíduos não perigosos constituem a maior parte dos resíduos sólidos gerados todos os anos no país, como entulho, areia, sucata de ferro, lixo orgânico, plásticos, vidro, metais e papel.

A destinação adequada dos resíduos sólidos está descrita em uma série de leis e normas específicas, sendo a principal delas a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). De acordo com a PNRS, os resíduos sólidos gerados no Brasil podem ser reutilizados, reciclados, podem passar por compostagem, recuperação, aproveitamento energético ou ainda podem ter outras destinações. A destinação de resíduos sólidos que não podem ser reciclados, por exemplo, pode ser os aterros sanitários ou a incineração, dependendo de como eles são classificados.

Antes da destinação final dos resíduos sólidos, eles devem ser separados em recicláveis e não recicláveis. Os resíduos recicláveis (plástico, papel, metal e vidro) devem ser encaminhados para usinas de reciclagem ou vendidos para organizações que irão reutilizar o material. Os resíduos não recicláveis podem seguir para aterros sanitários, como lixo doméstico, entulhos da construção civil ou resíduos do processo tratamento de esgoto, ou podem ser incinerados, como acontece com resíduos hospitalares e com resíduos industriais perigosos, como, por exemplo, os defensivos agrícolas.

a) Correta. As garrafas PET são constituídas de polietileno (plástico), de forma que sua destinação apropriada devem ser as usinas de reciclagem. Os plásticos que formam as garrafas PET são resíduos sólidos que demoram mais de 200 anos para se decompor na natureza (grupo Y).

b) Incorreta. As embalagens de papel devem ser destinadas às usinas de reciclagem, pois são materiais que podem ser reutilizados ou processados para se produzir novos produtos. As embalagens de papel são resíduos sólidos que demoram mais de 1 a 4 meses para se decompor na natureza (grupo X).

c) Incorreta. Conforme explicado na alternativa A.

d) Incorreta. Conforme explicado na alternativa B.

e) Incorreta. O vidro é formado por dióxido de silício e a sua destinação adequada devem ser as usinas de reciclagem, onde ele será quebrado em partes minúsculas, moído e usado para se produzir um novo vidro. Como o vidro não constitui alimento para os seres vivos decompositores, como bactérias e fungos, ele apresenta um tempo de decomposição indeterminado, podendo levar de milhares a milhões de anos (grupo Y).

Os fenômenos populacionais são apresentados nesta questão de forma bem clara, em gráficos que apresentam a mesma escala e com amplitude de variação idêntica, quando comparamos taxa de emigração com taxa de natalidade, o mesmo ocorre na comparação entre os gráficos que ilustram a taxa de imigração e a taxa de mortalidade.

Desta forma, podemos afirmar que a taxa de emigração, que é o número de indivíduos que deixam a população, é constante ao longo do tempo, da mesma forma que ocorre com a taxa de natalidade no mesmo período. Assim, um evento compensa o outro. Ao analisarmos a taxa de imigração e compararmos com a taxa de mortalidade, temos o mesmo fenômeno, com um evento compensando numericamente o outro. Finalmente, nas duas comparações temos sempre eventos que aumentam a população (natalidade e imigração) sendo compensados numericamente por eventos que diminuem a população (mortalidade e emigração). Desta forma, a tendência é que o tamanho da população permaneça constante ao longo do período considerado.

a) Incorreta. Diante do exposto, não há como a população diminuir em nenhum momento considerado.

b) Incorreta. A proporção da população deve ter se mantido constante ao longo de todo o tempo, sem nenhuma diminuição em nenhum momento.

c) Incorreta. Diante do exposto acima, não houve diminuição na população, em nenhum momento.

d) Correta.

e) Incorreta. Não houve aumento e nem diminuição na população em questão, em nenhum momento.

O milho Bt é uma variedade de milho transgênico, ou seja, uma planta criada a partir da inserção, no seu genoma, de um gene obtido de outra espécie (no caso, de uma bactéria encontrada no solo, da espécie Bacillus thuringiensis). O processo de inserção do transgene envolve o uso de enzimas de restrição para cortar o gene de interesse do cromossomo bacteriano e cortar o DNA genômico do milho em pontos específicos. Posteriormente, a enzima DNA ligase é usada para unir os segmentos de DNA e criar uma molécula de DNA recombinante, a qual é inserida nas células do milho em estágio embrionário.

O transgene obtido da bactéria B. thuringiensis confere ao milho Bt a capacidade de produzir proteínas cry (crystal-like proteins), as quais são tóxicas para algumas espécies de insetos, como lagartas que se alimentam das folhas do milho. As proteínas cry são sintetizadas pelas células do mesófilo foliar na forma de uma protoxina inofensiva, que só é ativada em condições de pH alcalino, que é encontrado justamente no estômago de algumas pragas agrícolas. Além disso, a ativação da protoxina depende de enzimas específicas e a atuação da toxina ativa depende de receptores de membrana nas células epiteliais do sistema digestório que reconhecem as proteínas cry. Uma vez que esses receptores se ligam às proteínas, as células da mucosa estomacal sofrem lise, a mucosa se rompe e bactérias do tubo digestório invadem a hemocele das larvas, causando a sua morte em 24-48 horas. Como os seres humanos apresentam um estômago com pH ácido (o qual promove a desnaturação das toxinas, ou seja, a perda da sua estrutura tridimensional) e não possuem receptores de membrana para as proteínas cry, elas não oferecem perigo às pessoas.

a) Incorreta. O transgene não confere ao milho a capacidade de sintetizar nenhum composto de valor nutricional. O gene de interesse confere ao milho a capacidade de produzir uma proteína com função de inseticida. Essa proteína não apresenta efeitos adversos em vertebrados, incluindo seres humanos.

b) Incorreta. As proteínas produzidas pelo milho Bt não diminuem o tempo de amadurecimento das espigas ou dos grãos de milho. A fuga do transgene para espécies nativas de plantas não é uma preocupação, pois esse gene ocorre nas bactérias da espécie Bacillus thuringiensis, encontradas naturalmente nos solos.

c) Incorreta. As proteínas cry produzidas pelo milho Bt não interferem com o processo de polinização, uma vez que elas são sintetizadas pelas células das folhas e permanecem inativas até serem consumidas pelos insetos praga. As aves e os mamíferos não são prejudicados pelas proteínas cry, uma vez que eles apresentam estômago com pH ácido, o qual promove a desnaturação das toxinas, e ausência de receptores de membrana específicos para essas proteínas.

d) Incorreta. O transgene e as proteínas que ele codifica não estão relacionadas ao aumento de eficiência na absorção de água, no transporte de seiva bruta ou à redução da perda de vapor d’água pela transpiração. O uso do milho Bt reduz a exposição dos agricultores aos agrotóxicos, uma vez que limita o uso desses produtos nas lavouras. Como o pesticida é consumido pelos insetos quando estes se alimentam das folhas do milho, não há a necessidade de aspersão de venenos sintéticos nos campos de cultivo.

e) Correta. O milho Bt é mais produtivo do que o milho convencional, já que o primeiro não é atacado por insetos praga, como larvas de Lepidoptera e de Coleoptera. Dessa maneira, as plantas realizam mais fotossíntese e produzem espigas e grãos mais saudáveis. Porém, as larvas desses insetos estão sob ação da seleção natural devido ao uso contínuo da variedade Bt nos campos de cultivo, de modo que suas populações podem se tornar resistentes às proteínas cry. O aparecimento de indivíduos resistentes depende da ocorrência de mutações específicas, que surgem espontaneamente devido a erros no processo de replicação do DNA nas células germinativas.

A doença adrenoleucodistrofia (ALD), retratada no filme O Óleo de Lorenzo, de 1992, é uma doença que apresenta herança recessiva ligada ao sexo (ligada ao X). Antes do estabelecimento de um tratamento eficaz, a morte das crianças afetadas (todas do sexo masculino), ocorria por volta de 12 a 18 anos, mas com comprometimento motor severo já por volta dos 8 anos de idade. As meninas doentes não existiam, pois, para uma menina ser afetada, ela teria que herdar dois alelos recessivos (X^a), um de seu pai e outro de sua mãe. A mãe poderia ser portadora do alelo recessivo, ou seja, heterozigota (X^AX^a), o que é perfeitamente possível, mas o pai portador de um alelo recessivo para essa doença seria obrigatoriamente afetado (X^aY) e morreria sem deixar descendentes.

No heredograma representado na questão, a mulher II-2 é saudável, mas teve um filho doente, o que nos mostra que ela é portadora do alelo recessivo (condição conhecida como normal portadora ou X^AX^a). Desta forma, a menina III-2, irmã do doente III-1, poderia ser tanto homozigota dominante (X^AX^A) quanto heterozigota (X^AX^a).

Considerando que os indivíduos que entram na família geralmente são saudáveis, salvo indicação em contrário, e considerando que o homem III-3 apresenta fenótipo normal (X^AY), ele não possui o alelo recessivo (X^a).

A primeira etapa é definir que a mulher III-2 apresenta 50% de chance de ter o alelo da doença:

Feito isso, e considerando que ela seja normal portadora (X^AX^a), as meninas nascidas deste casal (III-2 e III-3) podem ser homozigotas dominantes ou heterozigotas (normais portadoras), sendo a chance de 50% para cada caso:

Os meninos poderão ser normais (X^AY - apresentando o alelo dominante e sem nenhuma chance de ter a doença) ou podem ser doentes (X^aY - por apresentarem o alelo da doença).

Considerando apenas os meninos, a chance de serem doentes é de 50%.

Multiplicando a chance da mulher III-2 ter o alelo pela chance de nascer um menino doente, chegamos ao valor de 25% como o resultado para a questão (alternativa B).

A mitose é uma divisão equacional, pois mantém a ploidia original da célula. Dessa forma, uma célula 2n, ao realizar a mitose, origina duas células filhas, também 2n e geneticamente idênticas à célula mãe.

Os alelos de um determinado gene estão localizados ao longo dos cromossomos, em uma célula 2n esses alelos estão presentes nos cromossomos homólogos, que são cromossomos que possuem o mesmo tamanho, a mesma posição do centrômero e alelos correspondentes. Em um genótipo Aa, por exemplo, o alelo A está em um cromossomo, já o alelo a está no cromossomo homólogo, situado na mesma posição, ou lócus gênico.

O ciclo celular é formado pela interfase e mitose, a primeira tem três etapas, a fase G1, a fase S e a G2. Na fase S ocorre duplicação da cromatina, originando uma cópia idêntica dela, com isso, se na cromatina houver um alelo A, na cópia dela também haverá esse mesmo alelo A. A cromatina duplicada, ao iniciar a mitose, passa por condensação, formando um cromossomo duplicado, conforme a imagem abaixo:

Como já mencionado, no genótipo Aa cada alelo está em um cromossomo homólogo. Dessa forma a representação correta do cromossomo duplicado e condensado é:

O enunciado coloca que existem dois pares de alelos, Aa e Bb, localizados em diferentes cromossomos. Portanto, os alelos Bb não podem estar posicionados no mesmo par de cromossomos homólogos onde se encontram Aa. B e b devem ser colocados em outro par de cromossomos homólogos, conforme a imagem abaixo. 

Assim sendo, podemos julgar:

a) Correta. Os alelos estão representados corretamente, a célula não apresenta membrana nuclear, pois já passou pela prófase, etapa na qual ocorre a desorganização dessa membrana. Por ainda não estar em metáfase, os cromossomos podem ser representados lado a lado, dado que o alinhamento na região equatorial só ocorre na metáfase.

b) Incorreta.  A imagem desconsidera que cromossomo duplicado possui alelos igualmente duplicados, já que a replicação na fase S cria uma cópia idêntica da molécula.

c) Incorreta.  Os alelos Aa deveriam estar em um par de cromossomos homólogos, já o par Bb em outro.

d) Incorreta.  A imagem desconsidera o evento da duplicação e, além disso, faltam os cromossomos homólogos.

e) Incorreta.  Os alelos Aa deveriam estar em um par de cromossomos homólogos, já o par Bb em outro, além disso, falta a representação de cromossomos homólogos.

A queima de combustíveis fósseis, as alterações no uso da terra e o desmatamento são fatores que têm contribuído para a intensificação do efeito estufa nos últimos 200 anos. Essa intensificação ocorre devido ao aumento da concentração atmosférica de gás carbônico ($C{O}_2$), o qual tem a capacidade de absorver e reemitir de volta para a Terra a radiação infravermelha refletida pela superfície do planeta.

O excesso de $C{O}_2$ que é anualmente despejado no ambiente não se limita à atmosfera terrestre, sendo também dissolvido nas águas dos oceanos. No ambiente aquático, o $C{O}_2$ reage com moléculas de água, formando ácido carbônico ($H_{2}C{O}_3$). Esse ácido sofre ionização formando íons $H^{+}$ e bicarbonato ($HC{O}_3^{-}$), conforme mostrado na equação:

$C{O}_2+H_{2}O\rightleftharpoons H_{2}C{O}_3\rightleftharpoons HC{O_3}^{-}+H^{+}$

O aumento da concentração de $H^{+}$ no ambiente aquático, ocasionado pela ionização do ácido carbônico, promove o deslocamento do equilíbrio da seguinte reação para a direita:

$C{O}_3^{2-} + H^{+} \rightleftharpoons HC{O}_3^{-}$

Dessa forma, a concentração do íon carbonato ($C{O}_3^{2-}$) diminui, enquanto a concentração do íon bicarbonato ($HC{O}_3^{-}$) aumenta. Porém, conforme mostrado na reação (II), os animais marinhos que constroem esqueletos de calcário ($CaC{O}_3$) dependem do íon carbonato como reagente:

$C{a}^{2+} + C{O}_3^{2-} \rightleftharpoons CaC{O}_3$

Assim, como os animais marinhos que constroem esqueletos de calcário não conseguem utilizar bicarbonato como substrato, a disponibilidade do íon carbonato é essencial para o processo de formação de estruturas calcárias nesses animais. Dentre eles, podemos citar as esponjas que possuem espículas calcárias, os corais construtores de recifes, os moluscos que possuem conchas calcárias, como bivalves, gastrópodes e os náutilos (cefalópodes), os crustáceos que possuem calcário impregnado em seu exoesqueleto e os equinodermos, possuidores de endoesqueleto. Conforme a taxa de formação de seus esqueletos diminui, esses animais se tornam mais vulneráveis aos seus predadores naturais e perdem o suporte estrutural necessário à sua sobrevivência. Consequentemente, em um futuro próximo, haverá uma redução substancial no tamanho das populações dessas espécies, as quais podem ser levadas à extinção e impactar tragicamente o ecossistema aquático

a) Correta. O processo (I) resulta em aumento da concentração de $H^{+}$, ou seja, redução do pH ou da alcalinidade da água do mar. A diminuição do pH leva à redução da disponibilidade de íons carbonato para a construção dos esqueletos calcários.

b) Incorreta. O processo (I) resulta em aumento da concentração de $H^{+}$, ou seja, redução do pH ou da alcalinidade da água do mar. Embora a concentração de íons carbonato seja afetada, a concentração de cálcio não é reduzida.

c) Incorreta. O processo (I) resulta em aumento da concentração de $H^{+}$, ou seja, redução do pH ou da alcalinidade da água do mar. A formação das conchas dos moluscos marinhos é comprometida, uma vez que a disponibilidade de íons carbonato é reduzida.

d) Incorreta. O processo (I) resulta em aumento da concentração de $H^{+}$, ou seja, redução do pH ou da alcalinidade da água do mar. A consequente redução da disponibilidade de íons carbonato prejudica o crescimento de recifes de algas calcárias e de animais que possuem esqueleto formado por $CaC{O}_3$.

e) Incorreta. O processo (I) resulta em aumento da concentração de $H^{+}$, ou seja, redução do pH ou da alcalinidade da água do mar. O processo de fermentação realizado por bactérias marinhas não está relacionado à produção de estruturas calcárias pelos animais.

Obs: A alcalinidade de um sistema se refere a capacidade das espécies presentes reagirem com ácidos fortes.  Quanto maior a concentração de íons $HC{O}_3^{-}$ e $C{O}_3^{2-}$ maior alcalinidade, pois esses íons são capazes de reagir com $H^{+}$ adicionado impedindo grandes variações de pH.