Enem 2019 - dia 1 - Linguagens e Ciências Humanas

a) Correta. A campanha estimula diferentes atores sociais (vítimas, conhecidos das vítimas e conhecidos do agressor) a reagirem ao bullying. O chamamento desses indivíduos é feito através do uso recorrente de estruturas injuntivas ("fica calmo", "evita ficar sozinho", "denuncia o caso"...).

b) Incorreta. O uso do português europeu ocorre porque a campanha circula em Portugal, como é possível notar no endereço do site. Assim, a variedade usada é regional, o que não caracteriza uma estratégia de combate ao bullying.

c) Incorreta. A presença de "o(a)" busca atingir tanto o gênero masculino quanto o masculino, sendo, portanto, mais inclusivo.

d) Incorreta. O termo bullying/bullies, de origem inglesa, não tem adaptação na língua portuguesa. Na campanha, ele é usado para caracterizar a prática de atos violentos, intencionais e repetidos contra uma pessoa, e não para conscientizar a sociedade da necessidade de se acabar com esse tipo de atitude.

e) Incorreta. O título da campanha "Faz com que o bullying passe à história" tem o intuito de chamar a atenção do leitor para o tema, estimulando-o a fazer parte da luta contra o bullying. Essa estratégia, no entanto, não é central, uma vez que apenas busca chamar a atenção do leitor para a leitura do texto.

a) Incorreto. A referência que o texto faz à “padronização” diz respeito aos elementos modernos da prática esportiva (“regulamentação, a fiscalização e a padronização”).

b) Incorreto. A afirmação de que, nos Jogos dos Povos Indígenas, houve a “sobreposição de elementos tradicionais sobre os modernos” parece imprecisa, uma vez que esses seriam componentes que, amalgamados, criam uma nova atividade a ser analisada: “a esportivização de práticas corporais” indígenas.

c) Incorreto. Não se trata da individuação das técnicas, mas do seu contrário. Cada etnia abre mão de sua individualidade ao aproximar a feitura de seus artefatos (“...uma semelhança entre as técnicas apresentadas, com o sentido único da competição”).

d) Correta. Ao transformar as atividades tradicionais de matriz indígena em práticas esportivas, os Jogos dos Povos Indígenas congregam um evento que valida essas atividades, isto é, legitima-as como esporte, para o qual se exige treino, técnica, aperfeiçoamento etc.

e) Incorreta. A esportivização das atividades corporais indígenas ressignifica essas práticas uma vez que, ao introduzir nelas elementos modernos, passarão a compor um todo novo, desportivo.

a) Incorreta. O Futurismo rejeita a composição estática – “A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono” - e glorifica o movimento e a dinâmica ícones do mundo moderno – “Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco”.

b) Correta. As inovações tecnológicas características do início do século XX são transformadas pelos futuristas em novas referências estéticas para uma arte que pretendesse representar o dinamismo da modernidade. Assim, na formulação: “um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado, com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, (...), é mais bonito que a Vitória de Samotrácia”, o automóvel de corrida representa justamente as inovações tecnológicas do período que superariam em realização estética a arte do passado, representada pela referência à Vitória da Samotrácia.

c) Incorreta. A percepção temporal do Futurismo é dinâmica, uma vez que os adeptos dessa vanguarda consideravam que estavam vivendo uma aceleração do tempo, provocada pelo avanço tecnológico daquele contexto.

d) Incorreta. A Vitória da Samotrácia, ícone da arte helenística, é rejeitada pelo Futurismo, que passa a glorificar um novo ideal estético representado pelo automóvel de corrida, símbolo da velocidade dos tempos modernos.

e) Incorreta. Adotando uma postura iconoclasta, o Futurismo prega a destruição das tradições, anunciando a chegada de novos conceitos e referenciais para a produção artística.  

a) Incorreta. A personagem acredita na superação das condições naturais, negando que o determinismo seja capaz de atrapalhar seu sonho de tornar-se escargot.

b) Incorreta. A felicidade para a lesma seria ter uma morte nababesca de escargot em vez de manter-se na frugalidade de sua existência.

c) Correta. Ao desejar a elegância e o refinamento de um escargot para si, a lesma anseia concretizar uma aspiração irrealizável, que contradiz sua natureza banal e desprestigiada.

d) Incorreta. A lesma deseja tornar-se um escargot, que, no seu entendimento, poderia ser um indivíduo “de condição privilegiada” (ou mais privilegiada que a sua), portanto, não se trata de rivalizar, mas de querer ser o outro.

e) Incorreta. O presente da lesma não é prazeroso justamente por ela desejar ser o que ela não é, então não se poderia dizer que ela deseje valorizar as “experiências hedonistas” de seu momento.

a) Incorreta. A revelação do “sentido aranha” não é responsável por estabelecer uma interlocução com o leitor, uma vez que tem a função de, apenas, introduzir um conceito que será explorado no texto.

b) Incorreta. Embora o termo “querido” seja, de fato, responsável por atribuir uma afetividade ao super-herói em questão, essa estratégia não constrói uma interlocução com o público leitor.

c) Incorreta. A comparação entre os poderes do super-herói e as habilidades das aranhas não simula uma interlocução com o leitor.

d) Correta. A pergunta retórica “E por que os pelos humanos não são tão eficientes como órgãos sensoriais como os das aranhas?” é responsável por estabelecer uma interlocução com o leitor, uma vez que coloca o autor do texto se dirigindo diretamente a quem o lê.

e) Incorreta. As diferenças apontadas entre a constituição física do homem e das aranhas não estabelece uma interlocução com o público leitor, apenas responde à pergunta lançada no terceiro parágrafo.

a) Correta. O elemento comum que aparece em todos os tipos retratados é a superexposição dos indivíduos nas redes sociais, por meio das postagens de fotos de viagens, de pratos de comidas, de relacionamentos, dos filhos etc.

b) Incorreta. A comicidade, embora possa ser encontrada em determinadas postagens nas redes sociais, não é um comportamento estimulado por elas.

c) Incorreta. Não há nenhum indício, no texto, de que as redes sociais estimulam o engajamento social das pessoas.

d) Incorreta. Não é o disfarce do sujeito por meio de avatares que está sendo revelado por meio do infográfico, pois as pessoas são elas mesmas em suas publicações.

e) Incorreta. A autocrítica dos internautas não é o que está sendo demonstrado pelo infográfico, sendo inclusive a falta dela uma das questões que pode ser levantada a partir do texto.

a) Correta. Para o autor, os softwares livres se diferenciam dos convencionais pois possibilitam que seu conhecimento seja construído de forma colaborativa, uma vez que "esses programas são entregues à comunidade com o código fonte aberto e disponível, permitindo que a ideia original possa ser aperfeiçoada e devolvida novamente è comunidade".

b) Incorreta. Os softwares livres são mais facilitados que os sistemas operacionais do mercado, uma vez que seu código fonte é aberto e disponível à comunidade. 

c) Incorreta. Embora os softwares livres sejam mais acessíveis, a mera existência deles não qualifica (ou seja, prepara alguém para a realização de determinada tarefa) os indivíduos para o uso de tecnologias.

d) Incorreta. O texto não discute a possível (ou não) coleta de dados confidenciais para seus desenvolvedores.

e) Incorreta. Segundo o texto, os softwares livres são produzidos por "desenvolvedores independentes", ou seja, que não estão vinculados a nenhuma empresa de tecnologia. Esses desenvolvedores são, justamente, os hackers, definidos por eles próprios como "alguém que ama programar e que gosta de ser hábil e engenhoso".

a) Incorreta. Segundo o texto, o Brasil está atrasado e despreparado para lidar com o envelhecimento de sua população, portanto, não é possível afirmar que as regras do Estatuto do Idoso apresentam vantagens em relação às de outros países.

b) Incorreta. O texto não generaliza que as regras do Estatuto do idoso são ignoradas pelas famílias responsáveis por idosos, e sim, que é possível, em função do aumento do número de denúncias de violação dos direitos dos idosos no Brasil, que haja uma "onda crescente" de violência dentro das próprias famílias dos idosos.

c) Incorreta. O texto esclarece que, apesar de o Estatuto do idoso ter completado 15 anos em 2018, ainda há muito atraso no país em relação à eficácia das políticas públicas de atendimento aos idosos. Assim, ainda que seja a expectativa, não é possível afirmar que as regras do Estatudo do Idoso alteram a qualidade de vida das pessoas com mais de 60 anos.

d) Incorreta. As regras do Estatuto do Idoso, que completou 15 anos em 2018, não precisam ser revistas, mas sim colocadas efetivamente em prática, haja vista que os direitos assegurados aos idosos pelo Estatuto não têm sido respeitados, conforme denuncia o Texto I.

e) Correta.  Enquanto o Texto II traz um recorte do Estatuto do Idoso, com algumas regras que são asseguradas à população brasileira acima dos 60 anos, o Texto I denuncia a realidade na prática, com os direitos dos idosos violados até mesmo dentro das famílias, o que denota o contraste entre as regras estabelecidas no Estauto e as reais condições de vida proporcionadas a esta população no Brasil.

Segundo o texto, a educação para a saúde deverá ser alcançada por meio de diversas ações em diferentes âmbitos - hábitos alimentares, estado de estresse, opções de lazer, atividade física, agresões climáticas etc.; o estado de ser saudável deve ser adquirido e construído ao longo da vida constantemente. Assim, retomando-se o enunciado, a educação para a saúde pressupõe a adoção de comportamentos com base na interação de fatores relacionados à constituição de hábitos saudáveis (alternativa C). As outras alternativas (adesão a programas de lazer; opções por dietas balanceadas; evasão de ambientes estressores; realização de atividades físicas regulares) restringem o projeto de educação para a saúde a apenas um comportamento, o que não está de acordo com o texto em análise.

a) Incorreta. O termo excentricidade refere-se às características de algo que é fora do comum, inusitado e extravagante, o que contrasta com a banalidade dos ambientes do subúrbio descritos pelo narrador: “cães soltos, moscas e morros, uma estação de trem, amendoeiras e barracos e sobrados, botecos e arsenais de guerra, armarinhos e bancas de jogo do bicho e um enorme reservado para o cemitério”.

b) Correta. Segundo o dicionário Michaelis, caricatura é um “desenho ou pintura de pessoa ou fato que, por apresentar traços distorcidos, acentua ou revela seus aspectos grotescos” e ainda, a “reprodução grosseira e deformada de alguma coisa”. No texto, é possível perceber que a representação do ambiente do subúrbio é feita de modo caricatural pelo narrador, que acentua traços de precariedade e deterioração. Esse procedimento pode ser observado no início do excerto em que, utilizando a hipérbole como forma de distorção, o narrador chama a atenção para aspectos dos subúrbios que parecem ser eternos e imutáveis: “Os subúrbios do Rio de Janeiro foram a primeira coisa a aparecer no mundo, antes mesmo dos vulcões e dos cachalotes, antes de Portugal invadir, antes do Getúlio Vargas mandar construir casa populares”.

c) Incorreta. O narrador não pretende recuperar fatos da história dos subúrbios, mas evidenciar as características mais comuns desses espaços urbanos.

d) Incorreta. O narrador não aprofunda a descrição dos tipos humanos que habitam os subúrbios, limitando-se a mencioná-los de modo genérico e impessoal.

e) Incorreta. O narrador apresenta uma descrição mais panorâmica do subúrbio, não chegando a mencionar de modo explícito as necessidades e urgências que afetam esses espaços urbanos.