A partir da segunda metade do século XVIII, o número de escravos recém-chegados cresce no Rio e se estabiliza na Bahia. Nenhum lugar servia tão bem à recepção de escravos quanto o Rio de Janeiro.
FRANÇA, R. O tamanho real da escravização. O Globo. 5 abr. 2015 (adaptado).
Na máteria, o jornalista informa uma mudança na dinâmica do tráfico atlântico que está relacionada à seguinte atividade:
a) |
Coleta de drogas do sertão. |
b) |
Extração de metais preciosos. |
c) |
Adoção da pecuária extensiva. |
d) |
Retirada de madeira do litoral. |
e) |
Exploração da lavoura de tabaco. |
A partir do século XVIII a mineração se tornou uma atividade econômica muito importante para a dinâmica da colonização portuguesa no Brasil. Tal fato inclusive justificou a transferência da capital de Salvador, ligada a atividade açucareira, para o Rio de Janeiro, em 1763, cidade litorânea mais próxima da zona mineradora. Nesse período, o número de escravos na região cresceu significativamente com a entrada de milhares de negros africanos (principalmente vindos de Angola) entrando pelo porto do Rio de Janeiro e indo diretamente para as minas. Dessa forma, a alternativa correta é a B.
O aumento do número de escravos chegados no Rio de Janeiro no século XVIII não tem nenhuma relação com a coleta de drogas do sertão (alternativa A), atividade que ocorreu na região Norte. Esse processo também não apresentou relação com a adoção da pecuária extensiva, que se tornou importante no século XVIII na região Sul e que desenvolveu o mercado interno pois abasteceu a zona aurífera do sudeste com carne charqueada e couro. A retirada de Pau-brasil do litoral (alternativa D) ocorreu durante o chamado período Pré-Colonial (1500-1530) a partir da exploração do trabalho indígena. Por fim, a lavoura do tabaco (alternativa E) se expandiu justamente Bahia do século XVIII, o que não justificaria a alteração do número de escravos mencionado no texto.