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Unesp 2021 - 1ª fase - dia 2


Questão 1 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Pontuação na separação de orações

Examine a tira de Alex Culang e Raynato Castro.

(www.buttersafe.com)

Para que a história tivesse um desfecho favorável à garota, seria necessário



a)

inserir uma vírgula após “Help” (1° quadrinho) e suprimir a vírgula após “Commas” (4° quadrinho).

b)

inserir uma vírgula após “Help” (1° quadrinho), apenas.

c)

suprimir a vírgula após “Commas” (4° quadrinho), apenas.

d)

inserir uma vírgula após “Why” (3° quadrinho) e suprimir a vírgula após “Commas” (4° quadrinho).

e)

inserir uma vírgula após “Why” (3° quadrinho), apenas.

Resolução

Tradução: Quadrinho 1: A personagem, ao ser roubada, grita “AJUDE UM LADRÃO”

Quadrinho 2: Ao ver o carro da polícia, a personagem comemora “ISSO!”

Quadrinho 3: O carro da polícia para e o ladrão entra pela porta do carona. A personagem questiona o policial “Porque você não está prendendo-o?”

Quadrinho 4: O policial, ao dar partida no carro, responde “Vírgulas, senhora!”

a) Incorreta. A presença da vírgula antes após o termo “Commas (vírgulas) não mudaria o final da história vivido pela personagem, pois a confusão é decorrente da fala expressa no primeiro quadrinho.

b) Correta. A inserção da vírgula após o pedido de socorro (“help”) proporcionaria a prisão do ladrão e, consequentemente o desfecho esperado pela garota. A presença da virgula após o verbo "help"  pois transformaria "help" em interjeição, explicitando o pedido. Assim: "Help, a thief!!" [Socorro, um ladrão!!], no lugar de "Help a thief!! [Ajude o ladrão!!].

c) Incorreta. A explicação do policial não é a responsável pelo fim desfavorável da história da garota, e sim seu pedido de ajuda.

d) Incorreta. O questionamento da garota não é o responsável pela confusão causada pela ausência da vírgula no início do texto.

e) Incorreta. Inserir uma vírgula após a palavra “why” (por que) não seria suficiente para desfazer o pedido inadequado da garota, que ocorre no primeiro quadrinho.

Questão 2 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

textos jornalísticos

Para responder às questões de 02 a 05, leia a crônica “A obra-prima”, de Lima Barreto, publicada na revista Careta em 25.09.1915.

Marco Aurélio de Jesus, dono de um grande talento e senhor de um sólido saber, resolveu certa vez escrever uma obra sobre filologia.

Seria, certo, a obra-prima ansiosamente esperada e que daria ao espírito inculto dos brasileiros as noções exatas da língua portuguesa. Trabalhou durante três anos, com esforço e sabiamente. Tinha preparado o seu livro que viria trazer à confusão, à dificuldade de hoje, o saber de amanhã. Era uma obra-prima pelas generalizações e pelos exemplos.

A quem dedicá-la? Como dedicá-la? E o prefácio?

E Marco Aurélio resolve meditar. Ao fim de igual tempo havia resolvido o difícil problema.

A obra seria, segundo o velho hábito, precedida de “duas palavras ao leitor” e levaria, como demonstração de sua submissão intelectual, uma dedicatória.

Mas “duas palavras”, quando seriam centenas as que escreveria? Não. E Marco Aurélio contou as “duas palavras” uma a uma. Eram duzentas e uma e, em um lance único, genial, destacou em relevo, ao alto da página “duzentas e uma palavras ao leitor”.

E a dedicatória? A dedicatória, como todas as dedicatórias, seria a “pálida homenagem” de seu talento ao espírito amigo que lhe ensinara a pensar… 

Mas “pálida homenagem”… Professor, autor de um livro de filologia, cair na vulgaridade da expressão comum: “pálida homenagem”? Não. E pensou. E de sua grave meditação, de seu profundo pensamento, saiu a frase límpida, a grande frase que definia a sua ideia da  expressão e, num gesto, sulcou o alto da página de oferta com a frase sublime: “lívida homenagem do autor”…

Está aí como um grande gramático faz uma obra-prima. Leiam-na e verão como a coisa é bela.

(Sátiras e outras subversões, 2016.)


O cronista traça um retrato do gramático Marco Aurélio, evidenciando, sobretudo, a sua



a)

ambiguidade.

b)

informalidade.

c)

concisão.

d)

afetação.

e)

meticulosidade.

Resolução

a) Incorreta. Segundo o cronista, Marco Aurélio buscava justamente evitar ambiguidades e sentidos figurados, como ocorre no incômodo com a expressão “duas palavras”.

b) Incorreta. A informalidade é rejeitada por Marco Aurélio, como ocorre no desconforto com a expressão “pálida homenagem”, considerada trivial.

c) Incorreta. Concisão é o caráter do que é conciso; breve. Embora o gramático tenha sido breve em seu prefácio e sua dedicatória, esse não é o traço que mais se evidencia na descrição de Lima Barreto.

d) Correta. Segundo o dicionário Caldas Aulete, afetação é um “comportamento pedante e presunçoso”. Ao longo do texto, Marco Aurélio é descrito como um gramático meticuloso e, acima de tudo, vaidoso. Tal característica pode ser notada pelo incômodo do autor com expressão “pálida homenagem”, inicialmente pensada para a dedicatória, por seu caráter comum; trivial. O uso, embora adequado à norma-padrão, foi considerado vulgar, o que soou como inadequado ao contexto erudito e culto da obra. Além disso, segundo o cronista, a obra-prima era ansiosamente esperada pois “daria ao espírito inculto dos brasileiros as noções exatas da língua portuguesa”, o que demonstra a presunção de Aurélio.

e) Incorreta. Embora descrito como um gramático meticuloso e preocupado com os vocábulos escolhidos, a afetação de Marcos Aurélio se sobrepõe à sua minúcia. Isso pode ser comprovado pela rejeição à expressão “pálida homenagem”, que não ocorre por ser imprópria ao contexto, mas pela vaidade do gramático, que considerou tal uso vulgar.

Questão 3 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

conotação

Para responder às questões de 02 a 05, leia a crônica “A obra-prima”, de Lima Barreto, publicada na revista Careta em 25.09.1915.

Marco Aurélio de Jesus, dono de um grande talento e senhor de um sólido saber, resolveu certa vez escrever uma obra sobre filologia.

Seria, certo, a obra-prima ansiosamente esperada e que daria ao espírito inculto dos brasileiros as noções exatas da língua portuguesa. Trabalhou durante três anos, com esforço e sabiamente. Tinha preparado o seu livro que viria trazer à confusão, à dificuldade de hoje, o saber de amanhã. Era uma obra-prima pelas generalizações e pelos exemplos.

A quem dedicá-la? Como dedicá-la? E o prefácio?

E Marco Aurélio resolve meditar. Ao fim de igual tempo havia resolvido o difícil problema.

A obra seria, segundo o velho hábito, precedida de “duas palavras ao leitor” e levaria, como demonstração de sua submissão intelectual, uma dedicatória.

Mas “duas palavras”, quando seriam centenas as que escreveria? Não. E Marco Aurélio contou as “duas palavras” uma a uma. Eram duzentas e uma e, em um lance único, genial, destacou em relevo, ao alto da página “duzentas e uma palavras ao leitor”.

E a dedicatória? A dedicatória, como todas as dedicatórias, seria a “pálida homenagem” de seu talento ao espírito amigo que lhe ensinara a pensar… 

Mas “pálida homenagem”… Professor, autor de um livro de filologia, cair na vulgaridade da expressão comum: “pálida homenagem”? Não. E pensou. E de sua grave meditação, de seu profundo pensamento, saiu a frase límpida, a grande frase que definia a sua ideia da  expressão e, num gesto, sulcou o alto da página de oferta com a frase sublime: “lívida homenagem do autor”…

Está aí como um grande gramático faz uma obra-prima. Leiam-na e verão como a coisa é bela.

(Sátiras e outras subversões, 2016.)


As modificações feitas pelo gramático nas expressões empregadas no prefácio e na dedicatória de sua obra manifestam seu desconforto



a)

com o sentido figurado da expressão inicialmente pensada para o prefácio e com o caráter trivial da expressão inicialmente pensada para a dedicatória.

b)

com o sentido figurado da expressão inicialmente pensada para o prefácio e com o sentido literal da expressão inicialmente pensada para a dedicatória. 

c)

com o sentido literal da expressão inicialmente pensada para o prefácio e com o sentido figurado da expressão inicialmente pensada para a dedicatória.

d)

com o caráter trivial das expressões inicialmente pensadas para o prefácio e para a dedicatória.

e)

com o sentido literal da expressão inicialmente pensada para o prefácio e com o caráter trivial da expressão inicialmente pensada para a dedicatória.

Resolução

a) Correta. Inicialmente pensada para o prefácio, a expressão dar “duas palavras ao leitor” é frequentemente empregada em contextos informais para indicar um texto ou diálogo curto; rápido. Marco Aurélio se incomoda com esse sentido, e reflete: “Mas “duas palavras”, quando seriam centenas as que escreveria?”. A solução, como exposto por Lima Barreto, foi contar as palavras analisadas, uma a uma: “Eram duzentas e uma e, em um lance único, genial, destacou em relevo, ao alto da página “duzentas e uma palavras ao leitor”. Já a expressão “pálida homenagem”, inicialmente pensada para a dedicatória, causa desconforto em Aurélio por seu caráter comum; trivial, uso que destoava em obra sobre filologia.

b) Incorreta. O desconforto na elaboração da dedicatória é decorrente da trivialidade da expressão, e não de seu sentido literal.

c) Incorreto. O que causa desconforto na expressão inicialmente pensada para o prefácio é o sentido figurado, e não literal. Já o incômodo em relação à dedicatória é decorrente da trivialidade da expressão, e não de seu sentido figurado.

d) Incorreto. O que causa desconforto na expressão inicialmente pensada para o prefácio é o sentido figurado, e não trivial.

e) Incorreto. O que causa desconforto na expressão inicialmente pensada para o prefácio é o sentido figurado, e não literal.

Questão 4 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Semântica

Para responder às questões de 02 a 05, leia a crônica “A obra-prima”, de Lima Barreto, publicada na revista Careta em 25.09.1915.

Marco Aurélio de Jesus, dono de um grande talento e senhor de um sólido saber, resolveu certa vez escrever uma obra sobre filologia.

Seria, certo, a obra-prima ansiosamente esperada e que daria ao espírito inculto dos brasileiros as noções exatas da língua portuguesa. Trabalhou durante três anos, com esforço e sabiamente. Tinha preparado o seu livro que viria trazer à confusão, à dificuldade de hoje, o saber de amanhã. Era uma obra-prima pelas generalizações e pelos exemplos.

A quem dedicá-la? Como dedicá-la? E o prefácio?

E Marco Aurélio resolve meditar. Ao fim de igual tempo havia resolvido o difícil problema.

A obra seria, segundo o velho hábito, precedida de “duas palavras ao leitor” e levaria, como demonstração de sua submissão intelectual, uma dedicatória.

Mas “duas palavras”, quando seriam centenas as que escreveria? Não. E Marco Aurélio contou as “duas palavras” uma a uma. Eram duzentas e uma e, em um lance único, genial, destacou em relevo, ao alto da página “duzentas e uma palavras ao leitor”.

E a dedicatória? A dedicatória, como todas as dedicatórias, seria a “pálida homenagem” de seu talento ao espírito amigo que lhe ensinara a pensar… 

Mas “pálida homenagem”… Professor, autor de um livro de filologia, cair na vulgaridade da expressão comum: “pálida homenagem”? Não. E pensou. E de sua grave meditação, de seu profundo pensamento, saiu a frase límpida, a grande frase que definia a sua ideia da  expressão e, num gesto, sulcou o alto da página de oferta com a frase sublime: “lívida homenagem do autor”…

Está aí como um grande gramático faz uma obra-prima. Leiam-na e verão como a coisa é bela.

(Sátiras e outras subversões, 2016.)


Em “Professor, autor de um livro de filologia, cair na vulgaridade da expressão comum: ‘pálida homenagem’?” (8o parágrafo), o termo sublinhado está empregado na acepção de



a)

“lançar-se rapidamente; atirar-se, jogar-se”, como em “ela caiu no colo da mãe”.

b)

“incorrer em erro, falta; incidir”, como em “durante o depoimento, caiu em contradição”.

c)

“deixar-se enganar, ser vítima de logro”, como em “ele caiu no conto do vigário”.

d)

“criticar severamente; acusar”, como em “a imprensa caiu em cima dos corruptos”.

e)

“entrar em determinado estado ou situação”, como em “durante o filme, caiu no sono”.

Resolução

a) Incorreta. Em “ela caiu no colo da mãe”, o sentido de cair não é o de incorrer em erro, mas, sim, de “lançar-se rapidamente; atirar-se, jogar-se”.

b) Correta. Na visão de Lima Barreto, a vulgaridade de “pálida homenagem” reside no sentido figurado de pálida, termo comumente usado como sinônimo de inexpressivo; insípido. Assim, “cair na vulgaridade” seria análogo a incorrer em erro, tal como ocorre em “caiu em contradição”.

c) Incorreta. Em “ele caiu no conto do vigário”, o sentido de cair não é o de incorrer em erro, mas, sim, de “deixar-se enganar, ser vítima de logro”.

d) Incorreta. Em “a imprensa caiu em cima dos corruptos”, o sentido de cair não é o de incorrer em erro, mas, sim, de “criticar severamente; acusar”.

e) Incorreta. Em “entrar em determinado estado ou situação”, o sentido de cair não é o de incorrer em erro, mas, sim, de “entrar em determinado estado ou situação”.

Questão 5 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Modos, tempos, pessoas

Para responder às questões de 02 a 05, leia a crônica “A obra-prima”, de Lima Barreto, publicada na revista Careta em 25.09.1915.

Marco Aurélio de Jesus, dono de um grande talento e senhor de um sólido saber, resolveu certa vez escrever uma obra sobre filologia.

Seria, certo, a obra-prima ansiosamente esperada e que daria ao espírito inculto dos brasileiros as noções exatas da língua portuguesa. Trabalhou durante três anos, com esforço e sabiamente. Tinha preparado o seu livro que viria trazer à confusão, à dificuldade de hoje, o saber de amanhã. Era uma obra-prima pelas generalizações e pelos exemplos.

A quem dedicá-la? Como dedicá-la? E o prefácio?

E Marco Aurélio resolve meditar. Ao fim de igual tempo havia resolvido o difícil problema.

A obra seria, segundo o velho hábito, precedida de “duas palavras ao leitor” e levaria, como demonstração de sua submissão intelectual, uma dedicatória.

Mas “duas palavras”, quando seriam centenas as que escreveria? Não. E Marco Aurélio contou as “duas palavras” uma a uma. Eram duzentas e uma e, em um lance único, genial, destacou em relevo, ao alto da página “duzentas e uma palavras ao leitor”.

E a dedicatória? A dedicatória, como todas as dedicatórias, seria a “pálida homenagem” de seu talento ao espírito amigo que lhe ensinara a pensar… 

Mas “pálida homenagem”… Professor, autor de um livro de filologia, cair na vulgaridade da expressão comum: “pálida homenagem”? Não. E pensou. E de sua grave meditação, de seu profundo pensamento, saiu a frase límpida, a grande frase que definia a sua ideia da  expressão e, num gesto, sulcou o alto da página de oferta com a frase sublime: “lívida homenagem do autor”…

Está aí como um grande gramático faz uma obra-prima. Leiam-na e verão como a coisa é bela.

(Sátiras e outras subversões, 2016.)


O cronista narra uma série de fatos ocorridos no passado. Um fato anterior a esse tempo passado está indicado pela forma verbal sublinhada em



a)

“Eram duzentas e uma e, em um lance único, genial, destacou em relevo, ao alto da página ‘duzentas e uma palavras ao leitor’.” (6° parágrafo)

b)

“A obra seria, segundo o velho hábito, precedida de ‘duas palavras ao leitor’ e levaria, como demonstração de sua submissão intelectual, uma dedicatória.” (5° parágrafo)

c)

“A dedicatória, como todas as dedicatórias, seria a ‘pálida homenagem’ de seu talento ao espírito amigo que lhe ensinara a pensar...” (7° parágrafo)

d)

“E Marco Aurélio resolve meditar.” (4° parágrafo)

e)

Leiam-na e verão como a coisa é bela.” (9° parágrafo)

Resolução

a) Incorreta. “Destacou” ocorre no passado, no mesmo momento em que a dedicatória é escrita.

b) Incorreta. “Levaria” indica uma suposição de Marco Aurélio, reflexão que é concomitante à elaboração da dedicatória.

c) Correta. O verbo “ensinara” está conjugado no pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo, tempo verbal que indica um fato que aconteceu antes de outra ação passada. No trecho, a ação expressa em “espírito amigo que lhe ensinara a pensar” ocorre em um tempo anterior ao da escrita da dedicatória.

d) Incorreta. O verbo “resolve” está no presente e a ação de meditar ocorre durante o processo de escrita da dedicatória.

e) Incorreta. “Leiam” está no modo imperativo, usado para convidar o leitor a apreciar a obra de Marco Aurélio.

Questão 6 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Notes / Leaflets

Examine a anedota publicada pela comunidade “The Language Nerds” em sua conta no Facebook em 22.01.2020.

A anedota sugere que



a)

o segundo homem tomou, por engano, a bebida do primeiro.

b)

o funcionário do bar serviu a mesma bebida para os dois homens.

c)

o primeiro homem envenenou o segundo.

d)

o segundo homem pretendia envenenar o primeiro.

e)

o segundo homem ingeriu um líquido tóxico em lugar de água.

Resolução

A anedota publicada pela comunidade “The Language Nerds” em sua conta no Facebook em 22.01.2020 diz o seguinte:

Dois homens entraram em um bar, um home pediu (ordered) H20, ou seja, ele pediu água.

O outro homem diz: Eu quero H20 também.

O problema é que, em inglês, também no final da frase é TOO, que tem o mesmo som do número 2 (two).

Então, ao invés de H20 (água), este segundo homem recebeu H202, ou seja, peróxido de hidrogênio que, em solução aquosa, é conhecido comercialmente como água oxigenada.

O peróxido de hidrogênio é encontrado em concentrações baixas (3-9%) em muitos produtos domésticos para uso medicinal e como clareador de roupa ou de cabelo. Na indústria, o peróxido de hidrogénio é usado em concentrações mais elevadas para clarear tecidos, pasta de papel, e ainda como combustível para ajuste e correção nas trajetórias e órbitas de satélites artificiais no espaço. Na área médica é usado como desinfetante ou agente esterilizante. Na área química é usado como componente da espuma de borracha orgânica e outras substâncias químicas. 

Pelo efeito desinfectante, o peróxido de hidrogénio é popularmente utilizado como antisséptico em feridas, mas estudos indicam que este uso é arriscado pelo potencial citotóxico da substância, que pode matar células saudáveis que auxiliariam no processo de cicatrização, causando embolismos em casos mais graves, havendo mortes confirmadas por uso hospitalar irresponsável. Outros possíveis riscos à saúde associados ao peróxido de hidrogénio estão em sua ingestão (cuja hiperoxigenação pode causar acidentes vasculares cerebrais) e no dano a outras células do corpo em decorrência do efeito citotóxico já mencionado.

Por isso que o homem que pediu H20 too (água também) e recebeu H202  (peróxido de hidrogênio) tomou esse líquido e morreu.

Questão 7 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Pressupostos e Subentendidos

Para responder às questões de 07 a 10, leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque, composta em 1972.

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado:
Quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio vento na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade

(www.chicobuarque.com.br)


Na canção, o eu lírico modifica uma série de provérbios bastante conhecidos. A maioria das formulações originais desses provérbios contém um apelo



a)

ao livre-arbítrio.

b)

ao otimismo.

c)

à solidariedade.

d)

ao conformismo.

e)

à transgressão.

Resolução

Alguns dos provérbios consagrados, aos quais o enunciado faz referência, são: “Dorme que a dor passa”, “Quem espera sempre alcança”, “Espera sentado”, “Não brinque com fogo ou você pode se queimar”, “Devagar se vai ao longe”. Considerando essa informação, pode-se afirmar que

a) Incorreta. Os provérbios não invocam uma ideia de possibilidade de escolher, já que sugerem uma ação bastante clara sobre o comportamento que deve ser adotado.

b) Incorreta. Apesar de alguns provérbios sugerirem a obtenção de uma situação aparentemente positiva, como “alcançar algo” (atingir um objetivo) ou “ir longe” (progredir, evoluir), o processo não é permeado por uma perspectiva esperançosa ou que indique confiança e certeza de que os resultados favoráveis acontecerão.

c) Incorreta. Os provérbios não expressam sentimentos de identificação e, consequentemente, uma ação de apoio, ajuda mútua. Pelo contrário, a orientação manifestada no texto está relacionada a ações individuais do sujeito que as recebe.

d) Correta. Os conselhos observados nos provérbios propõem uma postura passiva do sujeito em relação aos acontecimentos e ao que é estabelecido, tais como esperar, “ir devagar” e não arriscar (ao brincar com fogo).

e) Incorreta. Diferente do que afirma a alternativa, os provérbios não sugerem a transgressão ao aconselhar a “espera” ou um movimento paciente, por exemplo.

Questão 8 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Cultura na Ditadura Militar

Para responder às questões de 07 a 10, leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque, composta em 1972.

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado:
Quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio vento na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade

(www.chicobuarque.com.br)


Considerando-se o contexto histórico-social em que a canção foi composta, o verso “Vou pra rua e bebo a tempestade” (3a estrofe) sugere a ideia de manifestações populares que ocorreram no Brasil por ocasião



a)

do Regime Civil-Militar.

b)

do fim do Estado Novo.

c)

da deposição de João Goulart.

d)

do Movimento Diretas Já.

e)

do Movimento Grevista dos Metalúrgicos do ABC.

Resolução

A canção "Bom conselho" de Chico Buarque de Holanda foi composta em 1972, durante o auge da repressão política da Ditadura Militar Brasileira (1965-1985). Tal recrudescimento da Ditadura se cristalizou com a aprovação do Ato Institucional nº 5, em 1968 que, entre outras coisas, autorizava o presidente da República a decretar o recesso do Congresso Nacional, cassar mandatos parlamentares, suspender direitos políticos, para além da suspensão do habeas-corpus. Somada à censura vigente e a atuação da polícia política no período, a edição do AI-5 dificultou ainda mais as manifestações públicas contrárias à Ditadura, o que levou artistas politicamente engajados a buscarem mecanismos sofisticados para burlarem a censura e veicularem críticas ao regime em seus trabalhos. Nesse caso, a música "Bom Conselho" de Chico Buarque utiliza o recurso da paródia de provérbios populares, se apropriando de ditos tradicionais para sugerir uma postura ativa e crítica ao seu interlocutor. Exemplos desse recurso são os trechos "Aja duas vezes, antes de pensar", numa releitura crítica do "Pense duas vezes antes de agir", ou "Quem espera nunca alcança", inversão da tradicional expressão "quem espera sempre alcança".

Além desse contexto geral, a questão pode ser resolvida também a partir da incompatibilidade do ano de composição da canção com as demais alternativas.

a) Correta.

b) Incorreta. O fim do Estado Novo data de 1945.

c) Incorreta. A deposição de João Goulart ocorreu em 1964.

d) Incorreta. O Movimento Diretas Já foi posterior, 1985.

e) Incorreta. O Movimento Grevista dos Metarlúrgicos do ABC (1978 - 1980) foi posterior. 

Questão 9 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Coordenativa

Para responder às questões de 07 a 10, leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque, composta em 1972.

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado:
Quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio vento na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade

(www.chicobuarque.com.br)


Em “Inútil dormir que a dor não passa” (1a estrofe), o termo sublinhado introduz uma oração que expressa, em relação à anterior, ideia de



a)

condição.

b)

consequência.

c)

concessão.

d)

proporção.

e)

explicação.

Resolução

a) Incorreta. A ideia expressa na segunda oração não é uma circunstância para a realização da primeira.

b) Incorreta. O fato de a dor não passar não é um efeito da inutilidade da ação de dormir.

c) Incorreta. O uso do termo “que” não introduz uma ideia contrária ao fato anterior, como normalmente ocorre com o uso de conjunções subordinativas concessivas.

d) Incorreta. A segunda oração não exprime uma ideia de ocorrência de uma gradação ou proporcionalidade ao fato expresso na oração principal.

e) Correta. As orações “Inútil dormir” e “a dor não passa” são orações que não dependem uma da outra para a compreensão de seu sentido; ligadas pela conjunção “que”, representam uma oração coordenada sindética. Além do termo “que” caracterizar orações coordenadas sindéticas explicativas, esse fato é confirmado ao verificar que a segunda oração expressa uma explicação sobre a primeira (de que a dor continuará mesmo depois de dormir).

Questão 10 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Morfologia - Classes de palavras

Para responder às questões de 07 a 10, leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque, composta em 1972.

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado:
Quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio vento na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade

(www.chicobuarque.com.br)


Observa-se rima entre palavras de classes gramaticais diferentes em



a)

“graça”/“passa” (1ª estrofe) e “regaço”/“faço” (2ª estrofe).

b)

“regaço”/“faço” (2ª estrofe) e “onde”/“longe” (3ª estrofe).

c)

“onde”/“longe” (3ª estrofe) e “cidade”/“tempestade” (3ª estrofe).

d)

“sentado”/“provado” (1ª estrofe) e “cansa”/“alcança” (1ª estrofe).

e)

“cansa”/“alcança” (1ª estrofe) e “graça”/“passa” (1ª estrofe).

Resolução

a) Correta. As palavras graça, passa, regaço e faço são, respectivamente, substantivo, verbo, substantivo e verbo.

b) Incorreta. As palavras regaço, faço, onde e longe são, respectivamente, substantivo, verbo, advérbio e advérbio.

c) Incorreta. As palavras onde, longe, cidade e tempestade são, respectivamente, advérbio, advérbio, substantivo e substantivo.

d) Incorreta. As palavras sentado, provado, cansa e alcança são, respectivamente, adjetivo, adjetivo, verbo e verbo.

e) Incorreta. As palavras cansa, alcança, graça e passa são, respectivamente, verbo, verbo, substantivo e verbo.