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Unifesp 2020 - 2ª fase - Português, Inglês e Redação


Redação Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Redação

Texto 1

Recentemente, uma conhecida marca de materiais esportivos decidiu suspender as vendas de seu hijab esportivo (um lenço que cobre o cabelo, mas deixa o rosto livre). Ele seria vendido em 49 países. A empresa foi acusada de promover a violência contra as mulheres muçulmanas pelo fato de o hijab ser visto por várias pessoas como um elemento opressivo. A ministra da saúde da França, Agnès Buzyn, afirmou que, embora o produto não seja proibido na França, “não é uma visão da mulher da qual eu compartilho”: “Eu preferiria que uma marca francesa não promovesse o lenço. Tudo o que pode levar à diferenciação entre mulheres e homens me incomoda.” Aurore Bergé, porta-voz do partido francês A República em Marcha, também criticou a venda do produto, sugerindo um boicote à rede: “O esporte emancipa: ele não submete. Minha escolha como uma mulher e cidadã será deixar de depositar minha confiança em uma marca que afronta nossos valores.” Outras pessoas, contudo, defenderam a marca pela ação inclusiva e lamentaram a decisão da empresa de suspender as vendas. Inicialmente, a empresa havia defendido a venda do hijab, alegando que era “uma forma de tornar o esporte acessível a todas as mulheres do mundo.”

(www.bbc.com, 27.02.2019. Adaptado.)

Texto 2

“Essa marca de materiais esportivos se submete ao islamismo, que tolera mulheres apenas quando têm a cabeça coberta com um hijab para afirmar sua submissão aos homens. Ela, portanto, nega os valores da nossa civilização no altar do mercado do marketing identitário.”, declarou no Twitter a polêmica Lydia Guirous, porta-voz do partido francês Os Republicanos. A marca respondeu a Guirous, também nas redes sociais: “Fique tranquila, não negamos nenhum dos nossos valores. Sempre fizemos tudo para tornar o esporte mais acessível em qualquer lugar do mundo. Esse hijab era uma necessidade de algumas praticantes de corrida, então respondemos a essa necessidade esportiva.”

(https://operamundi.uol.com.br, 27.02.2019. Adaptado.)


Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

Vestimentas religiosas no esporte: legitimação da opressão ou liberdade de manifestação religiosa?



Comentários

A proposta de Redação da UNIFESP 2020, novamente, traz à baila um tema polêmico: a questão das vestimentas religiosas, especificamente no esporte. A frase-tema, como é característica da UNIFESP, trouxe ao candidato a possibilidade de ao menos duas direções argumentativas dicotômicas - legitimação da opressão ou liberdade de manifestação religiosa.

Por meio de um coletânea enxuta, a UNIFESP buscou sensibilizar os cadidatos para o tema a partir do fato de uma famosa marca de materiais esportivos, a saber, a Decathlon, ter suspendido as vendas do hijab esportivo de sua marca, lenço utilizado por mulheres muçulmanas que cobre o cabelo e deixa o rosto livre. Na ocasião, a marca foi acusada de promover a violência contra as mulheres muçulmanas, no entanto, o argumento da Decathlon foi o de possibilitar o esporte ser acessível ao maior número possível de pessoas, haja vista que apenas com ele algumas mulheres muçulmanas poderiam praticar corrida.

Trata-se de questão polêmica, afinal, o lenço é interpretado na cultura ocidental como uma reafirmação da submissão das mulheres em relação aos homens, no entanto, é fato que, sem tal acessório, as mulheres muçulmanas ficam impedidas de praticar esporte e, mais ainda, perdem o direito de se manifestar em relação à sua religião.

A coletânea trouxe, no Texto 1, o depoimento da ministra da saúde da França, Agnès Buzyn, segundo a qual, apesar de o lenço não ser proibido na França, ela preferiria que uma marca francesa não endossasse o lenço por existir um incômodo em tudo que possa levar à diferenciação entre homens e mulheres. No mesmo texto, contudo, há quem critique a decisão da Decathlon de suspender as vendas do produto, pois se tratava de uma efetiva ação de inclusão de todas as mulheres do mundo no esporte.

Já no Texto 2, vê-se a crítica da porta-voz do partido francês Os Republicanos, Lydia Guirous, sgundo a qual os valores da civilicação ocidental foram negados pela Decathlon ao compactuar com a tolerância a mulheres no esporte apenas com as cabeças cobertas, o que seria submissão ao islamismo. Em resposta, a marca argumentou tratar-se apenas de uma necessidade esportiva  de algumas mulheres praticantes de corrida, e que o lenço possibilitaria ao esporte ser mais ecessível em todo o mundo. 

Com todas as informações da Coletânea e evocando seu conhecimento de mundo, o candidato deveria se posicionar argumentativamente em função de sua tese respondendo à pergunta: Vestimentas religiosas no esporte: legitimação da opressão ou liberdade de manifestação religiosa?

Questão 1 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Cartoons / Comics

Examine o cartum de Liana Finck, publicado em sua conta no Instagram em 13.08.2019.


No cartum, a casa pode ser vista como uma metáfora da



a)

intimidação.

b)

segurança.

c)

violência.

d)

privacidade.

e)

hospitalidade.

Resolução

Neste cartum de Liana Finck, publicado em sua conta no Instagram em 13.08.2019, podemos ver uma mulher segurando uma espada e o seguinte dizer:

Guarding my alone time & personal space, ou seja, guardando meu tempo sozinha e meu espaço pessoal.

a) Incorreta. Apesar da espada, não se trata de uma metáfora à intimidação, e sim de uma preservação da privacidade.

b) Incorreta. Apesar de haver uma pessoa segurando uma espada em frente à sua casa,  não se está tratando de segurança da casa, mas de uma preservação de seu espaço pessoal.

c) Incorreta. A assertiva afirma que a casa é uma metáfora da violência, quando a metáfora é da privacidade.

d) Correta. A assertiva afirma que a casa é uma metáfora da privacidade, pois ela está tentando guardar seu tempo sozinha e seu espaço pessoal.

e) Incorreta. O texto afirma que a casa é uma metáfora de hospitalidade, quando na verdade é uma metáfora da privacidade; não se está convidando ninguém à sua casa, pelo contrário.

Questão 2 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Pressupostos e Subentendidos

Para responder às questões de 02 a 05, leia o trecho do livro O homem cordial, de Sérgio Buarque de Holanda.

    Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição brasileira para a civilização será de cordialidade — daremos ao mundo o “homem cordial”. A lhaneza1 no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro, na medida, ao menos, em que permanece ativa e fecunda a influência ancestral dos padrões de convívio humano, informados no meio rural e patriarcal. Seria engano supor que essas virtudes possam significar “boas maneiras”, civilidade. São antes de tudo expressões legítimas de um fundo emotivo extremamente rico e transbordante. Na civilidade há qualquer coisa de coercitivo — ela pode exprimir-se em mandamentos e em sentenças. Entre os japoneses, onde, como se sabe, a polidez envolve os aspectos mais ordinários do convívio social, chega a ponto de confundir-se, por vezes, com a reverência religiosa. Já houve quem notasse este fato significativo, de que as formas exteriores de veneração à divindade, no cerimonial xintoísta, não diferem essencialmente das maneiras sociais de demonstrar respeito.

     Nenhum povo está mais distante dessa noção ritualista da vida do que o brasileiro. Nossa forma ordinária de convívio social é, no fundo, justamente o contrário da polidez. Ela pode iludir na aparência — e isso se explica pelo fato de a atitude polida consistir precisamente em uma espécie de mímica deliberada de manifestações que são espontâneas no “homem cordial”: é a forma natural e viva que se converteu em fórmula. Além disso a polidez é, de algum modo, organização de defesa ante a sociedade. Detém-se na parte exterior, epidérmica do indivíduo, podendo mesmo servir, quando necessário, de peça de resistência. Equivale a um disfarce que permitirá a cada qual preservar intatas sua sensibilidade e suas emoções.

    Por meio de semelhante padronização das formas exteriores da cordialidade, que não precisam ser legítimas para se manifestarem, revela-se um decisivo triunfo do espírito sobre a vida. Armado dessa máscara, o indivíduo consegue manter sua supremacia ante o social. E, efetivamente, a polidez implica uma presença contínua e soberana do indivíduo.

    No “homem cordial”, a vida em sociedade é, de certo modo, uma verdadeira libertação do pavor que ele sente em viver consigo mesmo, em apoiar-se sobre si próprio em todas as circunstâncias da existência. Sua maneira de expansão para com os outros reduz o indivíduo, cada vez mais, à parcela social, periférica, que no brasileiro — como bom americano — tende a ser a que mais importa. Ela é antes um viver nos outros.

(O homem cordial, 2012.)

1 lhaneza: afabilidade.


De acordo com o autor,



a)

a lhaneza no trato, a hospitalidade e a generosidade são traços constitutivos da civilidade do brasileiro.

b)

a polidez constitui uma espécie de máscara com a qual os brasileiros continuamente se defendem da sociedade.

c)

a polidez observada no convívio social entre brasileiros chega quase a se confundir com a veneração religiosa.

d)

a lhaneza no trato, a hospitalidade e a generosidade constituem quase mandamentos impostos pela sociedade brasileira.

e)

a polidez constitui uma qualidade íntima dos brasileiros a se manifestar continuamente no convívio social.

Resolução

a) Incorreta. No texto, a “lhaneza no trato, a hospitalidade e a generosidade” são classificadas como traço constitutivo do caráter brasileiro, e não da civilidade.

b) Correta. Para Sérgio Buarque de Holanda, a polidez é “organização de defesa ante a sociedade” e “equivale a um disfarce”, caracterizando, assim, a máscara com a qual o brasileiro se defende, conforme afirma a alternativa.

c) Incorreta. A polidez que se confunde com a veneração religiosa ocorre na sociedade japonesa, e não na brasileira.

d) Incorreta. A “lhaneza no trato, a hospitalidade e a generosidade” são, segundo o texto, não uma imposição social, mas uma “expressão de fundo emotivo”.

e) Incorreta. O autor afirma que, na sociedade brasileira, a polidez é superficial, e não íntima.

Questão 3 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Pressupostos e Subentendidos

Para responder às questões de 02 a 05, leia o trecho do livro O homem cordial, de Sérgio Buarque de Holanda.

    Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição brasileira para a civilização será de cordialidade — daremos ao mundo o “homem cordial”. A lhaneza1 no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro, na medida, ao menos, em que permanece ativa e fecunda a influência ancestral dos padrões de convívio humano, informados no meio rural e patriarcal. Seria engano supor que essas virtudes possam significar “boas maneiras”, civilidade. São antes de tudo expressões legítimas de um fundo emotivo extremamente rico e transbordante. Na civilidade há qualquer coisa de coercitivo — ela pode exprimir-se em mandamentos e em sentenças. Entre os japoneses, onde, como se sabe, a polidez envolve os aspectos mais ordinários do convívio social, chega a ponto de confundir-se, por vezes, com a reverência religiosa. Já houve quem notasse este fato significativo, de que as formas exteriores de veneração à divindade, no cerimonial xintoísta, não diferem essencialmente das maneiras sociais de demonstrar respeito.

     Nenhum povo está mais distante dessa noção ritualista da vida do que o brasileiro. Nossa forma ordinária de convívio social é, no fundo, justamente o contrário da polidez. Ela pode iludir na aparência — e isso se explica pelo fato de a atitude polida consistir precisamente em uma espécie de mímica deliberada de manifestações que são espontâneas no “homem cordial”: é a forma natural e viva que se converteu em fórmula. Além disso a polidez é, de algum modo, organização de defesa ante a sociedade. Detém-se na parte exterior, epidérmica do indivíduo, podendo mesmo servir, quando necessário, de peça de resistência. Equivale a um disfarce que permitirá a cada qual preservar intatas sua sensibilidade e suas emoções.

    Por meio de semelhante padronização das formas exteriores da cordialidade, que não precisam ser legítimas para se manifestarem, revela-se um decisivo triunfo do espírito sobre a vida. Armado dessa máscara, o indivíduo consegue manter sua supremacia ante o social. E, efetivamente, a polidez implica uma presença contínua e soberana do indivíduo.

    No “homem cordial”, a vida em sociedade é, de certo modo, uma verdadeira libertação do pavor que ele sente em viver consigo mesmo, em apoiar-se sobre si próprio em todas as circunstâncias da existência. Sua maneira de expansão para com os outros reduz o indivíduo, cada vez mais, à parcela social, periférica, que no brasileiro — como bom americano — tende a ser a que mais importa. Ela é antes um viver nos outros.

(O homem cordial, 2012.)

1 lhaneza: afabilidade.


Aproxima-se do argumento exposto no último parágrafo do texto a seguinte citação do filósofo Friedrich Nietzsche:



a)

“O amor a um único ser é uma barbaridade: pois é praticado às expensas de todos os outros.”

b)

“Não há no mundo amor e bondade bastantes para que ainda possamos dá-los a seres imaginários.”

c)

“Vosso mau amor por vós mesmos vos faz do isolamento um cativeiro.”

d)

“O amor perdoa ao ser amado até o desejo.”

e)

“O medo promoveu mais a compreensão geral dos homens que o amor.”

Resolução

Segundo Sérgio Buarque de Holanda, o brasileiro teme a convivência consigo mesmo e, por essa razão, busca nos outros, na sociedade uma vivência harmoniosa. Tal ideia é consoante com o que afirma Niezstche em “Vosso mau amor por vós mesmos vos faz do isolamento um cativeiro”, que constata que a inabilidade do indivíduo de viver só torna esses momentos de solidão insuportáveis. Portanto, a alternativa correta é a C.

Questão 4 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Pressupostos e Subentendidos

Para responder às questões de 02 a 05, leia o trecho do livro O homem cordial, de Sérgio Buarque de Holanda.

    Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição brasileira para a civilização será de cordialidade — daremos ao mundo o “homem cordial”. A lhaneza1 no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro, na medida, ao menos, em que permanece ativa e fecunda a influência ancestral dos padrões de convívio humano, informados no meio rural e patriarcal. Seria engano supor que essas virtudes possam significar “boas maneiras”, civilidade. São antes de tudo expressões legítimas de um fundo emotivo extremamente rico e transbordante. Na civilidade há qualquer coisa de coercitivo — ela pode exprimir-se em mandamentos e em sentenças. Entre os japoneses, onde, como se sabe, a polidez envolve os aspectos mais ordinários do convívio social, chega a ponto de confundir-se, por vezes, com a reverência religiosa. Já houve quem notasse este fato significativo, de que as formas exteriores de veneração à divindade, no cerimonial xintoísta, não diferem essencialmente das maneiras sociais de demonstrar respeito.

     Nenhum povo está mais distante dessa noção ritualista da vida do que o brasileiro. Nossa forma ordinária de convívio social é, no fundo, justamente o contrário da polidez. Ela pode iludir na aparência — e isso se explica pelo fato de a atitude polida consistir precisamente em uma espécie de mímica deliberada de manifestações que são espontâneas no “homem cordial”: é a forma natural e viva que se converteu em fórmula. Além disso a polidez é, de algum modo, organização de defesa ante a sociedade. Detém-se na parte exterior, epidérmica do indivíduo, podendo mesmo servir, quando necessário, de peça de resistência. Equivale a um disfarce que permitirá a cada qual preservar intatas sua sensibilidade e suas emoções.

    Por meio de semelhante padronização das formas exteriores da cordialidade, que não precisam ser legítimas para se manifestarem, revela-se um decisivo triunfo do espírito sobre a vida. Armado dessa máscara, o indivíduo consegue manter sua supremacia ante o social. E, efetivamente, a polidez implica uma presença contínua e soberana do indivíduo.

    No “homem cordial”, a vida em sociedade é, de certo modo, uma verdadeira libertação do pavor que ele sente em viver consigo mesmo, em apoiar-se sobre si próprio em todas as circunstâncias da existência. Sua maneira de expansão para com os outros reduz o indivíduo, cada vez mais, à parcela social, periférica, que no brasileiro — como bom americano — tende a ser a que mais importa. Ela é antes um viver nos outros.

(O homem cordial, 2012.)

1 lhaneza: afabilidade.


Dentre os seguintes termos empregados no primeiro parágrafo, considerados no contexto, o que tem sentido mais genérico é:



a)

veneração.

b)

lhaneza.

c)

polidez.

d)

civilidade.

e)

caráter

Resolução

a) Incorreta. A veneração está relacionada à divindade.

b) Incorreta. A afabilidade é especificada pela situação em que ocorre, no caso, no trato.

c) Incorreta. A polidez é caracterizada pelos “aspectos ordinários do convívio social”.

d) Incorreta. A civilidade refere-se às virtudes (lhaneza, hospitalidade e generosidade).

e) Correta.  A expressão “caráter brasileiro” não é determinada por nenhum termo ou conceito, expressando, assim, o sentido mais genérico dentre as outras alternativas.

Questão 5 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

conotação denotação

Para responder às questões de 02 a 05, leia o trecho do livro O homem cordial, de Sérgio Buarque de Holanda.

    Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição brasileira para a civilização será de cordialidade — daremos ao mundo o “homem cordial”. A lhaneza1 no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro, na medida, ao menos, em que permanece ativa e fecunda a influência ancestral dos padrões de convívio humano, informados no meio rural e patriarcal. Seria engano supor que essas virtudes possam significar “boas maneiras”, civilidade. São antes de tudo expressões legítimas de um fundo emotivo extremamente rico e transbordante. Na civilidade há qualquer coisa de coercitivo — ela pode exprimir-se em mandamentos e em sentenças. Entre os japoneses, onde, como se sabe, a polidez envolve os aspectos mais ordinários do convívio social, chega a ponto de confundir-se, por vezes, com a reverência religiosa. Já houve quem notasse este fato significativo, de que as formas exteriores de veneração à divindade, no cerimonial xintoísta, não diferem essencialmente das maneiras sociais de demonstrar respeito.

     Nenhum povo está mais distante dessa noção ritualista da vida do que o brasileiro. Nossa forma ordinária de convívio social é, no fundo, justamente o contrário da polidez. Ela pode iludir na aparência — e isso se explica pelo fato de a atitude polida consistir precisamente em uma espécie de mímica deliberada de manifestações que são espontâneas no “homem cordial”: é a forma natural e viva que se converteu em fórmula. Além disso a polidez é, de algum modo, organização de defesa ante a sociedade. Detém-se na parte exterior, epidérmica do indivíduo, podendo mesmo servir, quando necessário, de peça de resistência. Equivale a um disfarce que permitirá a cada qual preservar intatas sua sensibilidade e suas emoções.

    Por meio de semelhante padronização das formas exteriores da cordialidade, que não precisam ser legítimas para se manifestarem, revela-se um decisivo triunfo do espírito sobre a vida. Armado dessa máscara, o indivíduo consegue manter sua supremacia ante o social. E, efetivamente, a polidez implica uma presença contínua e soberana do indivíduo.

    No “homem cordial”, a vida em sociedade é, de certo modo, uma verdadeira libertação do pavor que ele sente em viver consigo mesmo, em apoiar-se sobre si próprio em todas as circunstâncias da existência. Sua maneira de expansão para com os outros reduz o indivíduo, cada vez mais, à parcela social, periférica, que no brasileiro — como bom americano — tende a ser a que mais importa. Ela é antes um viver nos outros.

(O homem cordial, 2012.)

1 lhaneza: afabilidade.


Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:



a)

“Detém-se na parte exterior, epidérmica do indivíduo, podendo mesmo servir, quando necessário, de peça de resistência.” (2º parágrafo)

b)

“Entre os japoneses, onde, como se sabe, a polidez envolve os aspectos mais ordinários do convívio social” (1º parágrafo)

c)

“São antes de tudo expressões legítimas de um fundo emotivo extremamente rico e transbordante.” (1º parágrafo)

d)

“Nenhum povo está mais distante dessa noção ritualista da vida do que o brasileiro.” (2º parágrafo)

e)

“Na civilidade há qualquer coisa de coercitivo — ela pode exprimir-se em mandamentos e em sentenças.” (1º parágrafo)

Resolução

A alternativa correta é a A, pois epidérmica, no contexto, tem sentido de superficial, e não de “uma das camadas da pele”, seu sentido usual.

As palavras “ordinários”, “legítimas”, “ritualista” e “coercitivo” são utilizadas com o sentido literal de, respectivamente: comum; verdadeira, genuína; relacionada às formalidades; e repressor.

Questão 6 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Tomás Antônio Gonzaga

O lema do carpe diem sintetiza expressivamente o motivo de se aproveitar o presente, já que o futuro é incerto. Tal lema manifesta-se mais explicitamente nos seguintes versos de Tomás Antônio Gonzaga:



a)

Ah! socorre, Amor, socorre

Ao mais grato empenho meu!

Voa sobre os Astros, voa,

raze-me as tintas do Céu

b)

Depois que represento

Por largo espaço a imagem de um defunto,

Movo os membros, suspiro,

E onde estou pergunto.

c)

É bom, minha Marília, é bom ser dono

De um rebanho, que cubra monte e prado;

Porém, gentil pastora, o teu agrado

Vale mais que um rebanho, e mais que um trono.

d)

Se algum dia me vires desta sorte,

Vê que assim me não pôs a mão dos anos:

Os trabalhos, Marília, os sentimentos

Fazem os mesmos danos.

e)

Ah! enquanto os Destinos impiedosos

Não voltam contra nós a face irada,

Façamos, sim, façamos, doce amada,

Os nossos breves dias mais ditosos.

Resolução

a) Incorreta. Nos versos, Dirceu clama por Marília, solicitando que sua amada voe até os Astros e traga-lhe as tintas do Céu.

b) Incorreta. Os versos reproduzidos nesta alternativa ilustram um eu lírico pessimista e desorientado.

c) Incorreta. No trecho em questão, a jovem Marília é idealizada por sua beleza, assim como o cenário onde os amantes se encontravam. A paisagem bucólica do campo é exaltada, característica muito presente no período Árcade.

d) Incorreta. Neste excerto do poema, o eu lírico desabafa sobre sua decadência física.

e) Correta. Em “Façamos, sim, façamos, doce amada / Os nossos breves dias mais ditosos”, o eu lírico convida sua amada para fazer com que seus dias sejam mais felizes, ou seja, aproveitarem o momento presente, definição de carpe diem.

Questão 7 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Pressupostos e Subentendidos

Leia a crônica “Inconfiáveis cupins”, de Moacyr Scliar, para responder às questões de 07 a 12.

    Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido, pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista holandês. Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador.

    Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

    Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como outros destruidores de telas que entram num museu armados de facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não, usaria um método científico, recorrendo a aliados absolutamente insuspeitados: os cupins.

    Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessário treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais obras de outras.

    Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava.

    Conseguiu introduzir os cupins no museu e ficou à espera do que aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentação do prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram detectados.

    O homem ficou furioso. Nem nos cupins se pode confiar, foi a sua desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a mesma coisa.

(O imaginário cotidiano, 2002.)


No trecho “Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador” (1o parágrafo), a sensação explicitada pelo pintor, em relação à obra de Van Gogh, é de



a)

temor

b)

devoção.

c)

indiferença.

d)

inibição.

e)

submissão.

Resolução

Nota-se, pelo trecho e por todo o texto, que o pintor via as obras de Van Gogh como um impedimento para que ele obtivesse sucesso como criador. Ele precisaria eliminá-las para que pudesse dar vazão ao seu instinto criativo. Desse modo, conclui-se que as obras de Van Gogh inibiam o homem, pois ele se sentia incapaz diante delas. Por mais que o personagem da crônica falasse mal de tais obras, elas intimidavam o homem a ponto de ele não se sentir capaz de pintar as suas próprias telas. Logo, pode-se concluir que a sensação explicitada pelo pintor no trecho em questão é de inibição, porque ele se sente inibido, incapaz diante das pinturas Van Gogh. Dessa forma, a alternativa correta é a D.

Questão 8 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Figuras de Linguagem metonímia

Leia a crônica “Inconfiáveis cupins”, de Moacyr Scliar, para responder às questões de 07 a 12.

    Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido, pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista holandês. Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador.

    Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

    Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como outros destruidores de telas que entram num museu armados de facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não, usaria um método científico, recorrendo a aliados absolutamente insuspeitados: os cupins.

    Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessário treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais obras de outras.

    Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava.

    Conseguiu introduzir os cupins no museu e ficou à espera do que aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentação do prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram detectados.

    O homem ficou furioso. Nem nos cupins se pode confiar, foi a sua desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a mesma coisa.

(O imaginário cotidiano, 2002.)


Em “Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh” (5º parágrafo), o cronista recorre à figura de linguagem denominada:



a)

metonímia.

b)

hipérbole.

c)

eufemismo.

d)

personificação.

e)

pleonasmo.

Resolução

a) Correta. No trecho “comer Van Gogh” há bem representada a figura de linguagem denominada metonímia, pois o cronista substitui o autor pela obra. Ou seja, na realidade, o cupim comeria as telas de Van Gogh, e não o próprio artista.

b) Incorreta. Hipérbole é a figura que expressa um forte exagero, o que não ocorre no trecho em questão.

c) Incorreta. O recurso denominado eufemismo consiste na atenuação de expressões que são impactantes socialmente, e tal recurso não é observado no fragmento em questão.

d) Incorreta. Não ocorre personificação nesse trecho, pois comer madeiras é uma ação típica dos cupins.

e) Incorreta. Pleonasmo consiste na repetição desnecessária de uma ideia ou de um termo. Esse recurso não ocorre no fragmento apontado pela questão.

Questão 9 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Discurso direto Discurso indireto

Leia a crônica “Inconfiáveis cupins”, de Moacyr Scliar, para responder às questões de 07 a 12.

    Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido, pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista holandês. Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador.

    Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

    Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como outros destruidores de telas que entram num museu armados de facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não, usaria um método científico, recorrendo a aliados absolutamente insuspeitados: os cupins.

    Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessário treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais obras de outras.

    Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava.

    Conseguiu introduzir os cupins no museu e ficou à espera do que aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentação do prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram detectados.

    O homem ficou furioso. Nem nos cupins se pode confiar, foi a sua desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a mesma coisa.

(O imaginário cotidiano, 2002.)


“Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador.” (1º parágrafo)

Ao se transpor o trecho para o discurso indireto, os termos sublinhados assumem a seguinte redação:



a)

existirem, pode, meu.

b)

existissem, poderia, seu.

c)

existiam, puderem, meu.

d)

existem, poderei, dele.

e)

tenham existido, terá podido, seu.

Resolução

A transposição do discurso direto para o discurso indireto cria um aspecto de distanciamento entre o narrador e o que está sendo narrado. O trecho “Enquanto existirem  no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador” apresenta verbo no futuro do subjuntivo, no futuro do presente e pronome possessivo em primeira pessoa do singular, respectivamente. Portanto, transpondo tal fragmento para o discurso indireto, as palavras sublinhadas vão se flexionar de modo a estabelecer um distanciamento, pois não será mais o personagem falando, e sim o narrador. Sendo assim, o primeiro verbo sublinhado passa do futuro do subjuntivo para o pretérito imperfeito do subjuntivo; o segundo verbo passa do futuro do presente para o futuro do pretérito; e o pronome possessivo passa da primeira para a terceira pessoa do singular: "Enquanto existissem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderia jamais dar vazão ao seu instinto criador” Logo, a alternativa correta é a B.

Questão 10 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

elipse

Leia a crônica “Inconfiáveis cupins”, de Moacyr Scliar, para responder às questões de 07 a 12.

    Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido, pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista holandês. Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador.

    Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

    Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como outros destruidores de telas que entram num museu armados de facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não, usaria um método científico, recorrendo a aliados absolutamente insuspeitados: os cupins.

    Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessário treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais obras de outras.

    Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava.

    Conseguiu introduzir os cupins no museu e ficou à espera do que aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentação do prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram detectados.

    O homem ficou furioso. Nem nos cupins se pode confiar, foi a sua desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a mesma coisa.

(O imaginário cotidiano, 2002.)


Observa-se a elipse de um substantivo no trecho:



a)

“Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava” (5º parágrafo)

b)

“Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo” (2º parágrafo)

c)

“Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh” (2º parágrafo)

d)

“Seu plano era de uma simplicidade diabólica” (3º parágrafo)

e)

“Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada” (4º parágrafo)

Resolução

A elipse consiste na supressão de um termo que pode ser facilmente identificado pelo contexto.  O enunciado pede para que se assinale a alternativa na qual um substantivo está suprimido.

a) Incorreta. Nesse fragmento, há a supressão de uma oração, pois a forma verbal “era”, em suas duas ocorrências, possui como sujeito oracional o fragmento “comer Van Gogh” que aparece anteriormente.

b) Correta. Há, claramente, a elipse do substantivo “telas”, que está subentendido em “as (telas) do Museu de Arte.

c) Incorreta. De fato, há, nesse fragmento, a presença de um sujeito oculto (elíptico). Entretanto, ao recuperar tal sujeito, não há, ao certo, unicamente um substantivo que pode representá-lo. É possível, pelo contexto, recuperar “homem que odiava Van Gogh”  ou “Pintor desconhecido”.

d) Incorreta. Não há nenhuma elipse nesse fragmento.

e) Incorretas. Não há nenhuma elipse nesse fragmento.