No início da pandemia da Covid-19, houve escassez de máscaras de proteção. Muitas pessoas passaram a fabricar suas próprias máscaras com tecidos comuns. Seriam essas máscaras caseiras tão eficientes quanto a máscara recomendada, a N95? Um estudo avaliou a eficiência de alguns tecidos na filtração de partículas de 10 nm a 10 μm, faixa de tamanho importante para a transmissão de vírus baseada em aerossóis, e que compreende a faixa do novo coronavírus (20-250 nm). Algumas informações obtidas pelos pesquisadores encontram-se nos gráficos a seguir.
(Adaptado de A. Konda e outros. ACS Nano 14, 2020, 6339-6347.)
Com base nessas informações, é correto afirmar que a eficiência na filtração de uma máscara caseira é sempre
a) |
maior para partículas abaixo de 300 nm quando uma única camada de qualquer tecido é usada. |
b) |
menor para partículas abaixo de 300 nm quando uma única camada de qualquer tecido é usada. |
c) |
maior que a da N95 para a faixa do novo coronavírus, desde que se use uma camada dupla de diferentes tecidos. |
d) |
menor que a da N95 para a faixa do novo coronavírus, mesmo que se use uma camada dupla de diferentes tecidos.
|
a) Incorreta. De acordo com o primeiro gráfico "Máscaras: camada simples e N95" a eficiência de filtração das máscaras de única camada de qualquer um dos tecidos (Algodão 600 e Seda) é menor que da N95 para qualquer tamanho de partícula.
b) Incorreta. Conforme indicado no gráfico "Máscaras: camada simples e N95" a eficiência de filtração das máscaras caseiras de única camada de qualquer um dos tecidos (Algodão 600 e Seda) é igual à da N95 para tamanhos de partícula de aproximadamente 15 nm (primeiro ponto do do experimento) conforme indicado abaixo:
c) Correta. Na faixa de tamanho do novo coronavírus (20 - 250 nm) a eficiência de filtração das máscaras tipo N95 é menor que para as feitas em algodão e flanela (camada dupla de dois tecidos diferentes) conforme ilustrado abaixo:
d) Incorreta. Segundo o gráfico "Máscaras: camada dupla e N95", para a faixa de tamanho do novo coronavírus (20 - 250 nm), as máscaras de algodão/flanela em camada dupla são mais eficientes que as do tipo N95.
O oxímetro é usado na triagem para a Covid-19. Acoplado ao dedo, ele emite luz em dois comprimentos de onda (660 nm e 940 nm) e mede a quantidade de luz absorvida (A) em cada caso. A partir disso, determina a concentração percentual de oxi-hemoglobina e de desoxi-hemoglobina no sangue. Valores entre 95 e 100% para indicam normalidade. Simplificadamente, as quantidades de luz absorvidas em cada comprimento de onda (A) se relacionam matematicamente às concentrações e conforme as seguintes equações:
Considere que uma pessoa tenha chegado ao hospital com baixa saturação de O2 no sangue e, depois de submetida à oxigenoterapia, começa a ter a saturação normalizada. Em relação às medidas iniciais, quando a saturação de começa a subir, a absorção de luz indicada pelo oxímetro
a) |
diminui em 660 nm e aumenta em 940 nm. |
b) |
aumenta em 660 nm e diminui em 940 nm. |
c) |
aumenta em ambos os comprimentos de onda. |
d) |
diminui em ambos os comprimentos de onda. |
Um oxímetro é um aparelho que funciona através da espectrofotometria e, na triagem para a Covid-19, está sendo muito utilizado para determinar a concentração percentual de oxi-hemoglobina (HbO2) e de desoxi-hemoglobina (Hb) no sangue do paciente. A hemoglobina é uma proteína tetramérica com a função de transportar, de forma sigmoidal, o oxigênio dos pulmões para os tecidos. A equação apresentada a seguir representa a oxigenação da hemoglobina:
Tanto a forma desoxi-hemoglobina (Hb) quanto o oxigênio gasoso O2 são reagentes e a forma oxi-hemoglobina (HbO2) é um produto da reação, todos na forma aquosa. Cineticamente, as quantidades dos reagentes diminuem ao longo da reação, já o produto apresenta um aumento em sua quantidade,sendo assim, ao apresentar uma relação matemática para a absorção formas de 660 nm (Equação 1) e 940 nm (Equação 2), podemos concluir:
Equação 01:
A(em 660 nm) = 320 [HbO2] + 3227 [Hb]
O maior fator presente nesta equação é para a forma desoxi-hemoglobina (3227) em comparação ao fator presente na forma oxi-hemoglobina (320) e, dessa maneira, deve ocorrer um uma diminuição da absorçao neste caso, visto que o reagente Hb é consumido (diminui a concentração) ao longo do processo.
Equação 02:
A(em 940 nm) = 1214 [HbO2] + 693 [Hb]
O maior fator presente nesta equação é para a forma oxi-hemoglobina (1214) em comparação ao fator presente na forma desoxi-hemoglobina (693) e, dessa maneira, deve ocorrer um aumento da absorção neste comprimento de onda, visto que o produto HbO2 é formado (aumenta a concentração) ao longo do processo.
A pressão insuficiente, em excesso ou desigual entre os pneus coloca em risco a segurança na condução e afeta o rendimento do veículo. Pensando nisso, numa manhã fria (10 °C), um motorista efetuou corretamente a calibração dos pneus do seu carro para 29 e 31 psi, seguindoa tabela de calibragem dos pneus no manual do fabricante, como indica a figura a seguir. Ao meio-dia, chegou ao seu destino e, após um período de descanso, carregou o carro com lotação máxima.
Considerando que a temperatura ambiente naquele momento era de 30 °C, o motorista certamente precisaria
Dados: T/K = 273 + t/°C; desconsiderar a variação no volume dos pneus; o sensor de pressão não indica variações menores que 1 psi.
a) |
encher os pneus dianteiros e traseiros. |
b) |
encher os pneus dianteiros e esvaziar os traseiros. |
c) |
encher apenas os pneus traseiros. |
d) |
encher apenas os pneus dianteiros. |
A figura indica a pressão dos pneus recomendada pelo fabricante para as situações de carga leve e carga máxima do veículo.
Com a mudança de temperatura de 10 °C (283 K) para 30°C (303 K), as pressões dos pneus dianteiro e traseiro, ambos de volume invariável, sofreram variações para os seguintes valores:
Pneus dianteiros:
Pneus traseiros:
Assim, considerando as pressões recomendadas pelo fabricante para carga máxima (31 psi nos pneus dianteiros e 37 psi para os pneus traseiros), o motorista deveria calibrar somente os pneus de trás já que estes estão pressurizados a um valor inferior ao recomendado.
O aumento dos casos da Covid-19 provocou a escassez de álcool etílico em gel no comércio, o que fez a população buscar outros tipos de álcool para se prevenir. No entanto, as opções de álcool disponíveis não eram eficazes. O recomendado é o álcool 70° INPM (% massa/massa). As opções de álcool disponíveis comercialmente à época da escassez aparecem na tabela abaixo.
Para produzir álcool 70° INPM a partir dos outros tipos disponíveis comercialmente, uma opção possível seria misturar
a) |
álcool para limpeza com álcool hidratado, utilizando maior quantidade de álcool para limpeza. |
b) |
álcool combustível com o álcool absoluto, utilizando maior quantidade de álcool combustível. |
c) |
álcool absoluto com álcool hidratado, utilizando maior quantidade de álcool absoluto. |
d) |
álcool para limpeza com álcool hidratado, utilizando maior quantidade de álcool hidratado. |
a) Incorreta: A mistura em igual proporção entre álcool de limpeza (46° INPM) e álcool hidratado (92,6° INPM) fornece a seguinte concentração resultante (R1):
.
Conclusão: Uma mistura em maior proporção de álcool de limpeza deve implicar em uma concentração menor que 69,3° INPM, visto que o álcool de limpeza apresenta a menor concentração que o álcool de hidratado.
b) Incorreta: A mistura em igual proporção entre álcool combustível (92,5° INPM) e álcool absoluto (99,6° INPM) fornece a seguinte concentração resultante (R2):
.
Conclusão: Uma mistura em maior proporção de álcool combustível deve implicar em uma concentração menor que 96,05° INPM, mas nunca abaixo de 92,5° INPM (menor concentração), logo, não é possível obter o álcool 70° INPM.
c) Incorreta: A mistura em igual proporção entre álcool absoluto (99,6° INPM) e álcool hidratado (92,6° INPM) fornece a seguinte concentração resultante (R3):
.
Conclusão: Uma mistura em maior proporção de álcool absoluto deve implicar em uma concentração maior que 96,1° INPM, visto que o álcool de absoluto apresenta a maior concentração que o álcool de hidratado.
d) Correta: A mistura em igual proporção entre álcool de limpeza (46° INPM) e álcool hidratado (92,6° INPM) fornece a seguinte concentração resultante (R4):
.
Conclusão: Uma mistura em maior proporção de álcool hidratdo deve obter o álcool 70° INPM.
Um estudo recente avaliou como determinados plásticos se degradam na água do mar quando expostos à luz ultravioleta. Os plásticos estudados foram: NPG (plásticos diversos do Giro do Pacífico Norte), EPS (poliestireno expandido), PP (polipropileno) e PE (polietileno). Considerando que somente 2% do plástico despejado no mar está à deriva, esse estudo tentou descobrir para onde vão os microplásticos no ambiente marinho. Um dos resultados do estudo é mostrado nos gráficos abaixo. Nesses gráficos, observam-se as produções de carbono orgânico dissolvido (DOC) por grama de carbono na amostra de plástico utilizado. O DOC foi identificado como o maior subproduto da fotodegradação de plásticos.
(Adaptado de L. Zhu e outros. Journal of Hazardous Materials 383, 2020, 121065.)
Os resultados mostram que
a) |
para os quatro plásticos, a velocidade de degradação aumenta com o tempo de exposição; após 50 dias, a maior degradação foi a do PP. |
b) |
para três plásticos, a velocidade de degradação aumenta com o tempo de exposição; após 50 dias, a maior degradação foi a do EPS. |
c) |
para apenas um plástico, a velocidade de degradação não aumenta com o tempo de exposição; após 50 dias, a maior degradação foi a do PP. |
d) |
duas velocidades de degradação aumentam com o tempo e duas permanecem constantes; após 50 dias, a maior degradação foi a do EPS. |
Os gráficos apresentados relacionam a quantidade em massa de Carbono Orgânico Dissolvido (DOC) para cada grama de carbono da amostra. Podemos verificar dois comportamentos diferentes na curva dos gráficos apresentados sendo uma linear e as outras três com um crescimento de característica exponencial.
No gráfico que mostra a degradação do NPG, podemos observar que a massa de DOC produzida em um mesmo intervalo de tempo unidade de tempo é sempre a mesma o que gera o gráfico linear:
Portanto, para o NPG a velocidade de degradação não aumenta com o tempo de exposição.
Analisando a massa de DOC produzida em um mesmo intervalo de tempo podemos observar que há um aumento da quantidade conforme os dias passam, por exemplo:
Isso indica que a velocidade de degradação do plástico EPS, aumentou com o tempo de exposição. Analogamente ocorre para os plásticos PP e PE. Portanto, para três plásticos, a velocidade de degradação aumenta com o tempo de exposição.
Decorridos 50 dias de exposição, podemos verificar em cada gráfico qual foi a massa de DOC produzida acumuladamente:
Sendo assim, após 50 dias, a maior degradação foi do EPS que produziu 43 mg de DOC por grama de carbono do material.
O Brasil é líder mundial na produção do etanol, que substitui grande parte da gasolina. Um dos fatores a considerar nessa substituição é a geração de no processo global de produção e uso. O impacto na etapa final de uso pode ser avaliado por um cálculo simplificado. Por exemplo, um carro médio consome 1.000 g de etanol combustível ou 700 g de gasolina comercial para percorrer 10 km. Nessas condições, a queima de 700 g de gasolina comercial leva à formação de 1.962 g de . Assim, nas condições apresentadas, a diferença em massa de dióxido de carbono emitido na combustão, quando se substitui a gasolina comercial por etanol combustível, é de aproximadamente
Dados: 1.000 gramas de etanol combustível apresentam 940 g de etanol e 60 g de água; massas molares ( ): = 46; = 44.
a) |
164 g; a relação estequiométrica : é de 1:3,5. |
b) |
49 g; a relação estequiométrica : é de 1:3. |
c) |
164 g; a relação estequiométrica : é de 1:3. |
d) |
49 g; a relação estequiométrica : é de 1:3,5. |
A massa (m) de etanol presente em 1000 g de etanol combustível é igual a 940g
A massa (m') de gás carbônico (dióxido de carbono) obtida na combustão de 940 g de etanol será:
A diferença entre as massas de gás carbônico (Δm) será igual a:
Pela equação da reação de combustão, a proporção entre etanol e gás oxigênio é de:
Duas impressoras funcionando simultaneamente imprimem certa quantidade de páginas em 36 segundos. Sozinha, uma delas imprime a mesma quantidade de páginas em 90 segundos. Funcionando sozinha, para imprimir a mesma quantidade de páginas, a outra impressora gastaria
a) |
48 segundos. |
b) |
54 segundos. |
c) |
60 segundos. |
d) |
72 segundos.
|
Seja a quantidade de páginas em questão.
Sendo a velocidade da impressora que imprime, sozinha, essas páginas em 90 segundos, temos que:
Analogamente, se a outra impressora imprime essas páginas, sozinha, em segundos, sua velocidade é dada por:
Quando elas estão funcionando juntas, a velocidade combinada do conjunto é a soma das velocidades de cada impressora, afinal, o número de páginas impressas num certo intervalo de tempo será a soma do número de páginas que cada uma delas imprimiu individualmente. Assim:
Sendo , segue que:
Sejam 𝑎,𝑏,𝑐 termos consecutivos de uma progressão geométrica sem nenhum termo nulo e o polinômio de grau 2 dado por . Se 𝑎 é positivo, qual das figuras abaixo pode representar corretamente o gráfico de?
a) |
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b) |
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c) |
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d) |
|
Seja a razão da . Como nenhum termo é nulo, então necessariamente . Temos que:
Assim, o polinômio pode ser reescrito como:
O discriminante da equação é dado por:
Sendo
,
então . Isso indica que não há raízes reais para esse polinômio, de modo que a parábola não pode intersectar o eixo das abscissas.
Devido a esse fato, a única alternativa possível é a alternativa (a).
Um número natural é escolhido ao acaso entre os números de 1 a 100, e depois dividido por 3. A probabilidade de que o resto da divisão seja igual a 1 é de
a) |
. |
b) |
. |
c) |
. |
d) |
. |
Ao dividir um número inteiro positivo por 3, temos três possibilidades quanto ao resto. Ele pode ser igual a 0, 1 ou 2.
Denotando por e os números que deixam restos 0, 1 e 2, respectivamente, perceba que na sequência
os restos da divisão por 3 se comportam da seguinte forma
.
Ou seja, a cada três números, temos um que deixa resto 1 ao ser dividido por 3, além do último número, o 100, que também deixa resto 1.
Portanto são números que deixam resto 1 de um total de números. Desta forma a probabilidade desejada é dada por:
Se , a expressão
é equivalente a
a) |
|
b) |
|
c) |
|
d) |
|
Fazendo inicialmente o mmc para numerador e denominador, vem que:
Agora, lembremos a relação fundamental da Trigonometria, e as relações de arco duplo:
Substituindo, a expressão dada se reduz a: