A figura mostra o esboço de um estacionamento com forma retangular de dimensões 40m por 100m. O proprietário instalou 4 câmeras de segurança distribuídas conforme a figura. A câmera A cobre a região I, as câmeras B e C cobrem a região II e a câmera D cobre a região III. A figura apresenta as regiões I, II e III em cor e fornece as medidas necessárias.
a) Determine a área da região I.
b) Determine a área da região II.
c) Qual é a porcentagem da área da região que não é vigiada por câmera alguma, em relação à área total do estacionamento?
Note e adote: A figura apresentada não está, necessariamente, em escala. |
a) Podemos notar que a região I é formada por um triângulo retângulo cuja hipotenusa mede 50m e um de seus catetos mede 40m, conforme mostra a figura a seguir:
Assim, pelo teorema de Pitágoras, podemos encontrar a medida do outro cateto desse triângulo. Sendo essa medida igual a x, temos:
E, portanto, a área da região I é:
b) Podemos notar que a área da região II pode ser obtida pela subtração de dois trapézios retângulos, indicados na cor vermelha abaixo, do retângulo total do estacionamento.
Como as regiões I e III são formadas por triângulos retângulos de hipotenusa 50m e um dos catetos de medida igual a 40m, então, pelo caso cateto-hipotenusa essas regiões são congruentes. Deste modo, podemos notar que as bases maiores do trapézios assinalados acima são congruentes e com medidas iguais a 30 m, conforme calculado no item anterior.
Portanto, a área da região II é:
c) A região que não é vigiada é formada por dois triângulos: um deles de base medindo 5m e altura igual a 40m e outro de base igual a 10m e altura igual a 40m. Assim, temos que a região não vigiada possui área igual a:
Logo, a porcentagem (p) que a região não vigiada representa do todo é:
São dados os pontos no plano cartesiano , , e .
a) Determine a equação da reta que passa por e é paralela à reta que passa por e .
b) Determine a equação da circunferência que passa pelos pontos , e .
c) Sendo a circunferência do item e o ponto de intersecção de com o eixo , que está mais próximo da origem, determine a equação da reta tangente a em .
a) A equação da reta com coeficiente angular passando pelo ponto é dada por
Para duas retas serem paralelas é necessário que elas possuam o mesmo coeficiente angular .
Então, para determinar o coeficiente angular da reta pedida, devemos calcular o coeficiente angular da reta que passa por e :
Substituindo este valor e as coordenadas de na equação da reta, obtemos:
que é equivalente a
b) A circunferência pedida é a circunferência circunscrita ao triângulo de vértices em e , cujo centro - o circuncentro - é o encontro das mediatrizes dos lados do triângulo.
Para determinar as coordenadas do centro , vamos considerar a mediatriz do lado .
Uma vez que e estão na mesma reta vertical , a mediatriz do lado é uma reta horizontal (então tem a forma ) passando pelo seu ponto médio.
As coordenadas do ponto médio de um segmento são obtidas através da média aritmética das respectivas coordenadas das extremidades do segmento:
Concluímos então, que a mediatriz do segmento deve ser . Como o centro da circunferência pertence a essa mediatriz, a sua coordenada deve valer 1.
A partir desta informação, podemos usar que a distância do centro ao ponto é igual à distância do ponto ao ponto :
Logo, o centro da circunferência é o ponto .
Para determinar a circunferência completamente, basta determinar seu raio . Ora, o raio é a distância do centro a um dos pontos da circunferência. Calculando a distância do centro a , obtemos:
Lembrando que a equação da circunferência é da forma
para os valores obtidos, temos
c) Note que os pontos de interseção da circunferência com o eixo têm coordenada . Substituindo esta condição na equação da circunferência, obtemos:
O ponto é o mais próximo da origem, daí que devemos considerar e
Este ponto é o ponto de tangência da circunferência com a reta procurada. Lembrando que reta tangente é perpendicular ao raio que passa pelo ponto de tangência, podemos encontrar o coeficiente angular deste raio (que chamaremos de ) e, sabendo que o coeficiente angular da reta perpendicular (que chamaremos de ) deve ser o oposto e inverso a este cooeficiente, poderemos encontar a equação da reta procurada:
Logo, o coeficiente da reta tangente deverá ser
Substituindo este valor e as coordenadas de na equação da reta obtemos:
Logo, a equação da reta procurada é:
É dado o sistema linear
em que e são números reais.
a) Determine todos os valores de e para que o sistema seja possível e indeterminado (isto é, tenha mais do que uma solução).
b) Determine todos os valores de e para que o sistema tenha solução com ..
c) Determine todos os valores de e para que o sistema não tenha solução.
a) Multiplicando a primeira linha do sistema por e subtraindo a segunda, temos
Assim, para que o sistema acima seja possível e indeterminado é necessário que:
OBS: O candidato poderia utilizar os conceitos de geometria analítica para resolver este item. As duas equações do sistema linear representam retas no plano cartesiano e para que tenhamos infinitas soluções, as retas devem ser coincidentes (já que a intersecção entre retas coincidentes é a própria reta e, portanto, infinitos pontos satisfazem o sistema), assim, podemos observar através do termo independente da primeira reta que multiplicando a primeira equação por , teríamos:
E para que as retas sejam coincidentes, os coeficientes de x em ambas devem ser iguais bem como os coeficientes de y, visto que os termos independentes são iguais. Assim,
b) Para , temos:
Note, então, que para que o sistema tenha solução com , e
c) Analogamente ao item a, escalonando o sistema, temos:
Assim, para que não tenhamos solução (ou seja, esse sistema seja impossível), é necessário que:
Um parque industrial com 24 indústrias foi estruturado de forma que seu sistema de esgoto tivesse a estrutura mostrada na figura. Um serviço de inspeção no ponto O detectou uma substância proibida que pode ter vindo de qualquer uma das indústrias, com igual probabilidade. Para autuar as indústrias irregulares, o serviço se decidiu pela seguinte estratégia: usar 6 kits de teste em amostras coletadas nos pontos A, B, C, D, E e F, no primeiro dia e, no segundo dia, fazer o mesmo nas saídas de todas as indústrias dos grupos apontados como contaminados no primeiro dia. Um dos cenários examinados pelo serviço de inspeção foi o de haver exatamente quatro indústrias irregulares.
a) Quantas são as formas possíveis de exatamente quatro indústrias irregulares estarem distribuídas entre as 24 indústrias do parque?
b) Qual é a probabilidade, havendo exatamente quatro indústrias irregulares, de que o gasto total de kits de testes nos dois dias seja 22?
c) Qual é a probabilidade, havendo exatamente quatro indústrias irregulares, de que o gasto total de kits de testes usados nos dois dias seja 14 ou menos?
a) Precisamos contabilizar de quantas formas podemos escolher 4 dentre as 24 indústrias sem nenhuma restrição. Como se trata de uma escolha em que a ordem não importa, essas possibilidades são dadas por uma combinação simples:
b) No primeiro dia são gastos 6 kits, ou seja, no segundo dia precisarão ser gastos kits.
Ora, cada um dos grupos apontados como contaminados no primeiro dia usarão 4 kits no segundo dia logo, para que sejam utilizados 16 kits, 4 grupos precisarão ser apontados como contaminados.
O número de possibilidades de 4 entre os 6 grupos serem apontados como contaminados é também dado por uma combinação simples:
Além disso, o enunciado pede o caso em que há exatamente 4 indústrias irregulares dentro desses 4 grupos. Para que isso aconteça, cada grupo deve possuir apenas uma indústria irregular.
Note que em cada um dos grupos contaminados há 4 possibilidades para a indústria irregular.
Suponha então que os grupos contaminados foram A, B, C e D. Então há 4 possibilidades em cada uma delas para a indústria irregular:
Mas como já foi comentado, não necessariamente os 4 grupos são A, B, C e D, há 15 maneiras de serem determinados esses 4 grupos. Temos então
possibilidades de que haja 4 indústrias irregulares distribuídas em 4 grupos.
A probabilidade de um evento é dada pela razão entre o número de possibilidades do evento (favoráveis) e o número de possibilidades totais (espaço amostral).
Neste caso, temos 3840 casos favoráveis, que satisfazem as condições do item b) e 10626 casos totais (encontrados no item a)), que são de quantas maneiras, sem restrições, essas 4 indústrias irregulares podem estar distribuídas entre as 24. Logo, a probabilidade é dada por:
c) Novamente, no primeiro dia, são gastos 6 kits, daí que neste caso, no segundo dia podem ser gastos, no máximo, kits.
Observe que se dois grupos forem apontados como irregulares, serão gastos os 8 kits no segundo dia e se apenas um for apontado como irregular, serão usados apenas 4.
Temos então duas possibilidades:
I) 2 grupos são indicados como contaminados
II) 1 grupo é indicado como contaminado
Analisemos a primeira possibilidade:
I)
Temos
maneiras de ter 2 entre os 6 grupos marcados como contaminados.
Além disso, as 4 indústrias terão que estar distribuídas entre esses 2 grupos.
Suponha, por exemplo, que os grupos são A e B:
maneiras de termos 2 irregulares e o mesmo vale para o grupo B. Assim, temos formas de classificar 2 dentre 4 indústrias como irregulares no grupo A e no grupo B.
maneiras de ter 3 irregulares dentre as 4 do grupo A e
maneiras de ter 1 irregular dentre as 4 do grupo B. Totalizando maneiras de ter 3 irregulares em A e 1 irregular em B.
No entanto, note que poderia ser o contrário: 3 irregulares em B e 1 em A, fazendo com que esta possibilidade englobe maneiras de distribuir as indústrias irregulares nos grupos A e B.
De acordo com o discutido, temos maneiras de distribuir 4 indústrias irregulares nos grupos A e B.
Como a escolha dos grupos pode ser feita de 15 maneiras diferentes, temos para essa possibilidade I),
maneiras de distribuir 4 indústrias entre os 2 grupos contaminados.
Analisemos agora a possibilidade II):
Sendo apenas um grupo contaminado, temos
possibilidades de selecionar tal grupo.
Uma vez que o grupo possui 4 indústrias e devemos ter 4 irregulares, o grupo todo deve ser irregular, não havendo outras possibilidades.
Ou seja, este caso tem apenas 6 maneiras de acontecer.
Assim, os casos favoráveis do item c) são os descritos em I) ou II), totalizando dentre o total de , obtido em a).
Daí que a probabilidade é dada por
O perímetro de uma figura plana é o comprimento de seu contorno. O diâmetro de uma figura plana é a maior distância entre dois pontos do contorno dessa figura. Calcule a razão entre o perímetro e o diâmetro em cada uma das figuras planas nos casos a seguir:
a) Um retângulo com lados de medidas 3 e 4.
b) O triângulo obtusângulo ABC mostrado na Figura 1.
c) A região colorida dentro do círculo de raio 𝑟 mostrada na Figura 2.
a) Observe o retângulo a seguir:
Seu perímetro é
Em um retângulo, cada vértice pode se ligar aos dois vizinhos, dando origem aos lados ou ao vértice não vizinho dando origem a uma diagonal.
Observe que a diagonal do retângulo é sempre maior que seus lados por se tratar da hipotenusa de um triângulo retângulo que tem os lados do retângulo como catetos. Desta forma, o diâmetro do retângulo é o comprimento de suas diagonais.
Para determinar este comprimento, observe a figura a seguir:
Temos, do Teorema de Pitágoras, no triângulo retângulo , que
Logo, a razão entre o perímetro e o diâmetro é:
b) Comecemos calculando a medida dos lados e do triângulo.
Observe que quando consideramos o triângulo retângulo com catetos pontilhados da Figura 1 temos, pelo Teorema de Pitágoras, que:
Quando consideramos o triângulo retângulo maior, de catetos e , obtemos, também pelo Teorema de Pitágoras, que
Portanto, o perímetro do triângulo é:
Já o diâmetro é dado pelo maior destes segmentos, que é . Daí que a razão entre o perímetro e o diâmetro é:
c) Sugerimos anulação do item. Observe que o contorno da figura é formado por um arco e um segmento de reta.
Para determinar tais comprimentos, em particular, para determinar o comprimento do arco, é necessário conhecer sua medida, ou seja, a medida do ângulo central que o subentende ( na figura a seguir).
No entanto, a figura só deixa indicado parte do ângulo central e destaca alguns segmentos de comprimento , mas não fornece informações suficientes para que possamos concluir a medida de , e sem este valor não é possível resolver o exercício. Assim, consideramos que este item é passível de anulação
Vamos então assumir (conforme aparenta a figura, apesar de não termos garantia alguma de que isso seja verdade) que o segmento que compõe o contorno é perpendicular ao segmento horizontal
Neste caso, os triângulos e são congruentes pelo caso hipotenusa-cateto e portanto, daí que e, para completar a volta de , .
Assim, o comprimento do arco é dado por
Para determinar o comprimento do segmento , podemos aplicar a Lei dos cossenos ao triângulo :
Logo, o perímetro deste contorno é .
Como esta região engloba um diâmetro da circunferência (que é a sua maior corda), seu diâmetro é e a razão pedida é:
Considere a função dada por , em que e são números reais e o cosseno é calculado sobre valores em radianos.
a) Qual é o valor máximo de para o caso em que ?
b) Quais são os valores do período e da amplitude de , para o caso em que e ?
c) Determine valores de e no caso em que o gráfico de é igual ao mostrado na figura a seguir.
Note e adote: A amplitude de uma função é a diferença entre seus valores máximo e mínimo. O gráfico apresentado refere-se somente ao item (c). |
a) Pelo enunciado, a função f é tal que:
Tomemos a função g, tal que:
É sabido que o cosseno tem valor mínimo igual a -1 e valor máximo igual a 1, assim:
Somando uma unidade à inequação acima, temos:
Portanto, quando , o valor máximo da função f é tal que:
b) Pelo enunciado, a função f é tal que:
É sabido que o período da função é tal que:
Assim, o período da função f é:
Analogamente ao item a) determinaremos o conjunto imagem da função f. Assim, temos:
Multiplicando a inequação por 2, temos:
Subtraindo uma unidade, temos:
Logo, a amplitude de f, que é dada pela diferença entre seu máximo e seu mínimo, é:
c) Dada a função , podemos relembrar os tipos de movimentos que são obtidos através dos parâmetros p, q, r e s.
O parâmetro p é responsável por transladar verticalmente a função.
O parâmetro q é responsável por uma dilatação vertical.
O parâmetro r é responsável por uma dilatação horizontal (responsável por modificar o período).
E o parâmetro s é responsável por uma translação horizontal.
Deste modo, observando o gráfico, temos:
Podemos observar que o máximo que a função assume é 3 e o mínimo é -2. Lembrando que o máximo que o cosseno assume é 1 e o mínimo que ele assume é -1, então substituindo, temos:
Para .
Para .
Montando o sistema, temos:
Ou seja, houve uma dilatação de fator na vertical, seguido de uma translação vertical para cima de .
Observando agora os movimentos horizontais, temos que o período da função é igual a 4 (medida do segmento AB). Assim,
Assim, para , houve uma dilatação horizontal de fator . Assim, teríamos o gráfico abaixo:
Note, porém, que o máximo da função acima se dá para enquanto o máximo da função f se dá para . Assim, houve uma translação horizontal de para a direita. Assim, temos que:
Então, temos que satisfazem as condições do gráfico acima.
OBS: Observe que como a função cosseno é periódica, o candidato poderia utilizar infinitos valores de s junto aos valores de p, q e r acima citados. Bem como, no caso onde , teríamos infinitos outros valores de s que satisfariam a condição de máximo acima citada.
Cabe ressaltar, também, que o sistema resolvido para p e q acima poderia ser:
Sistema esse que encontraríamos um valor distinto para q.
Cabe pontuar que o enunciado solicita ao candidato que ele encontre valores que satisfaçam a condição descrita no gráfico, assim, poderiam ser escolhidos quaisquer um dos valores propostos acima.