Nas duas extremidades da pista de pouso e decolagem de alguns aeroportos há áreas de escape, cujo objetivo é reter os aviões caso eles não consigam parar até o final da pista. A superfície dessas áreas de escape é composta por um material que se deforma devido ao peso da aeronave, de modo a dificultar o seu deslocamento. A figura mostra um avião que adentrou em uma dessas áreas de escape.
(www.airport-business.com)
Considere que esse avião chegou à área de escape com velocidade de 54 km/h, percorrendo uma trajetória retilínea, com aceleração média de em sentido contrário ao da velocidade, e que parou após um intervalo de tempo igual a 3,0 s.
a) Converta a velocidade inicial do avião para m/s e determine a distância, em metros, que ele percorreu na área de escape.
b) Suponha que a massa desse avião seja e que apenas as forças de resistência atuem sobre ele durante a frenagem. Calcule, em newtons, a intensidade média da resultante das forças de resistência que atuaram sobre o avião durante a sua frenagem na área de escape. Determine a intensidade média do impulso, em , aplicado por essa resultante sobre o avião.
a) A conversão da velocidade pode ser feita por substituição das quantidades, considerando que e :
Para calcular a distância percorrida é necessário considerar que o movimento possui aceleração constante, hipótese que o enunciado não traz. Sob tal consideração, o deslocamento na frenagem pode ser calculado usando
em que , (negativa, pois trata-se de um movimento retardado com velocidade tomada positiva), e . Substituindo os valores e usando unidades do Sistema Internacional (SI):
b) A força de resistência ao movimento atua como força resultante no avião, pois é a única descrita capaz de atuar na direção do movimento. Portanto, em módulo e tomando os valores médios em unidades do SI,
A intensidade do impulso desta força resultante de resistência é dada pelo módulo da variação da quantidade de movimento:
Como a velocidade final do avião é nula,
Com isso, o impulso possui módulo, em unidades do SI, igual a
Tal valor não depende da consideração de o movimento ser uniformemente variado.
Uma das empresas norte-americanas que levou turistas em voo suborbital em 2021 utiliza uma cápsula, onde acomoda os passageiros, acoplada a um propulsor.Após o lançamento, quando o conjunto atinge a altura de 75 km e velocidade de 1000 m/s, a cápsula se desprende do propulsor e continua sua trajetória até a altura aproximada de 105 km. Em seguida, a cápsula retorna à superfície, amparada por paraquedas.
(aretestemfoundation.org. Adaptado.)
Considerando a aceleração da gravidade constante e igual a e a massa da cápsula igual a , calcule:
a) a energia cinética e a energia mecânica total da cápsula, em relação ao solo, no instante em que ocorre a sua separação do propulsor, ambas em joules.
b) o trabalho realizado pelo peso da cápsula, em joules, entre o momento em que ela se desprende do propulsor até o momento em que ela atinge o ponto mais alto da trajetória. Determine o trabalho realizado pelas forças de resistência que atuaram sobre a cápsula, em joules, desde a altura máxima até o seu pouso, desprezando a energia cinética da cápsula na altura máxima e no instante do pouso.
a) No ponto de separação do propulsor, a velocidade da cápsula (de massa ) é , sua altura é
e o campo gravitacional é . A energia cinética da capsula é dada, em unidades do SI, por
A energia mecânica é dada pela soma da energia cinética com a energia potencial (gravitacional, neste caso). Em relação ao solo, a energia potencial é dada, em unidades do SI, por
Com isso, a energia mecânica total será
b) O trabalho da força peso é igual a , visto que quando ocorre ganho de energia potencial () deve haver perda de energia cinética (). Portanto,
Sendo conhecida a massa, o campo gravitacional, a altura final
e a altura inicial , obtemos em unidades do SI:
Se não considerarmos a energia cinética da cápsula no ponto mais alto da trajetória (início da queda) e instantes antes de atingir o solo (fim da queda), então o trabalho realizado pela força de resistência corresponde à variação da energia potencial gravitacional entre estes dois pontos. Com isso,
Sabendo que (referência) e , temos, em unidades do SI:
Em um recipiente de vidro de capacidade , são colocados de glicerina, ambos inicialmente a . Em seguida, esse conjunto é aquecido até .
a) Calcule a massa de glicerina, em gramas, colocada no recipiente e a quantidade de calor, em calorias, absorvida pela glicerina durante o aquecimento, desprezando as perdas de calor e sabendo que a massa específica e o calor específico da glicerina são, respectivamente, e .
b) Calcule, em , o aumento do volume da glicerina durante o aquecimento e o volume da região do recipiente não ocupada pela glicerina quando o conjunto encontra-se a , considerando que, devido ao aquecimento, o recipiente tenha se dilatado e que o coeficiente de dilatação volumétrica da glicerina seja igual a .
a) Considerando o volume de glicerina e sua densidade , a massa de glicerina é
A quantidade de calor absorvida pela glicerina em seu aquecimento de 20ºC (temperatura inicial) a 50ºC (temperatura final), dado que seu calor específico sensível é , é
b) O aumento de volume da glicerina no aquecimento é dado por
onde é o volume inicial, é o coeficiente volumétrico de dilatação, e é a variação de temperatura (assim como no item anterior). Substituindo os valores:
Temos, então, que o volume final de glicerina é
Por outro lado, o volume final do recipiente de vidro, de volume inicial e que se dilata , é de
Com isso, o volume vazio do recipiente é de
A figura 1 mostra um instrumento musical constituído por vários tubos, abertos em uma extremidade e fechados na outra, colocados lado a lado, e a figura 2 mostra a forma da onda sonora estacionária que corresponde à frequência fundamental de vibração desses tubos.
(www.instrumentosnativos.com.br)
a) Considerando que a velocidade de propagação das ondas sonoras no ar seja 340 m/s e que a frequência fundamental da onda emitida por um dos tubos desse instrumento seja 170 Hz, calcule, em metros, o comprimento de onda dessa onda e o comprimento desse tubo.
b) A intensidade sonora (I) exprime a quantidade média de energia transportada por uma onda sonora (ΔE) através de uma unidade de área (ΔS) perpendicular à direção de propagação da onda, por unidade de tempo .
O nível sonoro (β) indica a intensidade do som percebido pelo sistema auditivo humano e é definido, quando medido em dB, como , sendo .
Supondo que a superfície da membrana timpânica de uma pessoa seja perpendicular à direção de propagação das ondas sonoras e tenha área de , calcule a quantidade de energia, em joules, que atinge essa membrana, em um segundo, quando essa pessoa ouve um som de nível sonoro igual a 60 dB.
a) Utilizando a equação fundamental da ondulatória, sendo conhecida a frequência e a velocidade do som :
Para a frequência do harmônico fundamental, o comprimento do tubo aberto corresponde a um quarto de um comprimento de onda, tal como a figura abaixo ilustra.
Portanto, sendo o comprimento deste tubo,
b) De acordo com o enunciado, o nível sonoro de um som pode ser calculado, em dB, pela equação
Dado que o nível sonoro do som ouvido pela pessoa é , temos
Também de acordo com o enunciado,
Portanto a energia que incide sobre a membrana timpânica de área no intervalo de tempo pode ser calculada da seguinte forma:
Um circuito elétrico é composto por uma bateria, de força eletromotriz e resistência interna , e por três resistores, , e , como ilustrado na figura.
A intensidade da corrente elétrica que se estabelece no resistor é igual a 0,25 A.
a) Considerando a resistência elétrica dos resistores e respectivamente iguais a 200 Ω e 50 Ω, calcule a diferença de potencial, em volts, entre os terminais do resistor e determine a intensidade da corrente elétrica, em amperes, que nele se estabelece.
b) Sabendo que a força eletromotriz da bateria é 12,0 V e que a diferença de potencial entre os pontos A e B, indicados na figura, é de 11,9 V, calcule o valor da resistência interna da bateria, em ohms, e determine a potência dissipada na forma de calor, em watts, pela bateria.
a) A resistência equivalente da associação de R2 e R3 em paralelo é dada por
Como se trata de uma associação em paralelo, a ddp sobre cada resistor é igual à tensão aplicada sobre a associação. Dessa forma,
A intensidade da corrente que se estabelece em R3 é dada por
A diferença de potencial entre os terminais do resistor R3 é igual a e a intensidade da corrente que percorre esse resistor é .
b) A ddp U nos terminais de um gerador real, com força eletromotriz e resistência interna , percorrido por uma corrente elétrica de intensidade , é dada por
Conhecemos a ddp entre A e B , a força eletromotriz da bateria , e a corrente elétrica , igual à corrente elétrica de R1, visto que estão em série. Substituindo estes valores:
A potência dissipada pelo gerador é dada por
O valor da resistência interna da bateria é e a potência dissipada pela bateria na forma de calor é igual a .