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Unifesp 2º dia


Questão 1 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Movimento Uniformemente Variado Impulso e Quantidade de Movimento

Nas duas extremidades da pista de pouso e decolagem de alguns aeroportos há áreas de escape, cujo objetivo é reter os aviões caso eles não consigam parar até o final da pista. A superfície dessas áreas de escape é composta por um material que se deforma devido ao peso da aeronave, de modo a dificultar o seu deslocamento. A figura mostra um avião que adentrou em uma dessas áreas de escape.

(www.airport-business.com)

Considere que esse avião chegou à área de escape com velocidade de 54 km/h, percorrendo uma trajetória retilínea, com aceleração média de 5,0 m/s2 em sentido contrário ao da velocidade, e que parou após um intervalo de tempo igual a 3,0 s.

a) Converta a velocidade inicial do avião para m/s e determine a distância, em metros, que ele percorreu na área de escape.

b) Suponha que a massa desse avião seja 2,4×104 kg  e que apenas as forças de resistência atuem sobre ele durante a frenagem. Calcule, em newtons, a intensidade média da resultante das forças de resistência que atuaram sobre o avião durante a sua frenagem na área de escape. Determine a intensidade média do impulso, em N·s, aplicado por essa resultante sobre o avião.



Resolução

a) A conversão da velocidade pode ser feita por substituição das quantidades, considerando que 1 km=1000 m e 1 h=3600 s:

v0=54kmh=541000 m3600 s=540003600ms

v0=15ms.

Para calcular a distância percorrida é necessário considerar que o movimento possui aceleração constante, hipótese que o enunciado não traz. Sob tal consideração, o deslocamento na frenagem pode ser calculado usando

Δs=v0·t+12a·t2,

em que v0=15 m/sa=-5 m/s2 (negativa, pois trata-se de um movimento retardado com velocidade tomada positiva), e t=3 s. Substituindo os valores e usando unidades do Sistema Internacional (SI):

Δs=15·3+12-5·32=45-22,5

Δs=22,5 m.

b) A força de resistência Fr ao movimento atua como força resultante no avião, pois é a única descrita capaz de atuar na direção do movimento. Portanto, em módulo e tomando os valores médios em unidades do SI,

Fr=Fresultante=m·a

Fr=2,4·104·5Fr=1,2·105 N.

A intensidade do impulso desta força resultante de resistência é dada pelo módulo da variação da quantidade de movimento:

I=ΔQ.

Como a velocidade final do avião é nula,

ΔQ=Qfinal-Qinicial

ΔQ=-Qinicial=Qinicial=m·v0.

Com isso, o impulso possui módulo, em unidades do SI, igual a

I=m·v0=2,4·104·15

I=3,6·105 N·s.

Tal valor não depende da consideração de o movimento ser uniformemente variado.

Questão 2 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Sistemas Não-Conservativos na Dinâmica Energia Potencial Gravitacional na Dinâmica

Uma das empresas norte-americanas que levou turistas em voo suborbital em 2021 utiliza uma cápsula, onde acomoda os passageiros, acoplada a um propulsor.Após o lançamento, quando o conjunto atinge a altura de 75 km e velocidade de 1000 m/s, a cápsula se desprende do propulsor e continua sua trajetória até a altura aproximada de 105 km. Em seguida, a cápsula retorna à superfície, amparada por paraquedas.

(aretestemfoundation.org. Adaptado.)

Considerando a aceleração da gravidade constante e igual a 10 m/s2 e a massa da cápsula igual a 4,0×103 kg, calcule:

a) a energia cinética e a energia mecânica total da cápsula, em relação ao solo, no instante em que ocorre a sua separação do propulsor, ambas em joules.

b) o trabalho realizado pelo peso da cápsula, em joules, entre o momento em que ela se desprende do propulsor até o momento em que ela atinge o ponto mais alto da trajetória. Determine o trabalho realizado pelas forças de resistência que atuaram sobre a cápsula, em joules, desde a altura máxima até o seu pouso, desprezando a energia cinética da cápsula na altura máxima e no instante do pouso.



Resolução

a) No ponto de separação do propulsor, a velocidade da cápsula (de massa m=4·103 kg) é v=1000 m/s, sua altura é

h=75 km=75.000 m=7,5·104 m,

e o campo gravitacional é g=10 m/s2. A energia cinética da capsula é dada, em unidades do SI, por

Ecin=m·v22=4·103·100022

Ecin=2·109 J.

A energia mecânica é dada pela soma da energia cinética com a energia potencial (gravitacional, neste caso). Em relação ao solo, a energia potencial é dada, em unidades do SI, por

Epot=m·g·h=4·103·10·7,5·104

Epot=3·109 J.

Com isso, a energia mecânica total será

Emec=Ecin+Epot=2·109+3·109

Emec=5·109 J.

b) O trabalho τpeso da força peso é igual a -ΔEpot, visto que quando ocorre ganho de energia potencial (ΔEpot>0) deve haver perda de energia cinética (ΔEcin<0). Portanto,

τpeso=-ΔEpot=-Epot,final-Epot,inicial

τpeso=-m·g·hfinal-m·g·hinicial=m·g·hinicial-hfinal.

Sendo conhecida a massa, o campo gravitacional, a altura final

hfinal=105 km=105.000 m=10,5·104 m,

e a altura inicial hinicial=7,5·104 m, obtemos em unidades do SI:

τpeso=4·103·10·7,5·104-10,5·104

τpeso=-1,2·109 J.

Se não considerarmos a energia cinética da cápsula no ponto mais alto da trajetória (início da queda) e instantes antes de atingir o solo (fim da queda), então o trabalho realizado pela força de resistência corresponde à variação da energia potencial gravitacional entre estes dois pontos. Com isso,

τresist=ΔEpot=Epot,solo-Epot,máximo

τresist=m·g·hsolo-m·g·hmáximo=m·g·hsolo-hmáximo.

Sabendo que hsolo=0 (referência) e hmáximo=10,5·104 m, temos, em unidades do SI:

τresist=4·103·10·0-10,5·104

τresist=-4,2·109 J.

Questão 3 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Dilatação Aparente Calor Específico

Em um recipiente de vidro de capacidade 250 cm3 , são colocados  200 cm3 de glicerina, ambos inicialmente a 20°C. Em seguida, esse conjunto é aquecido até 70°C.

a) Calcule a massa de glicerina, em gramas, colocada no recipiente e a quantidade de calor, em calorias, absorvida pela glicerina durante o aquecimento, desprezando as perdas de calor e sabendo que a massa específica e o calor específico da glicerina são, respectivamente, 1,26 g/cm3 e 0,60 cal/g°C.

b) Calcule, em cm3, o aumento do volume da glicerina durante o aquecimento e o volume da região do recipiente não ocupada pela glicerina quando o conjunto encontra-se a 70°C, considerando que, devido ao aquecimento, o recipiente tenha se dilatado 0,30 cm3 e que o coeficiente de dilatação volumétrica da glicerina seja igual a 5,0×10-4°C-1.



Resolução

a) Considerando o volume de glicerina V=200 cm3 e sua densidade d=1,26 g/cm3, a massa de glicerina é

d=mVm=d·V

m=1,26gcm3·200 cm3

m=252 g.

A quantidade de calor absorvida pela glicerina em seu aquecimento de 20ºC (temperatura inicial) a 50ºC (temperatura final), dado que seu calor específico sensível é c=0,6 cal/g·°C, é

Q=m·c·Δθ

Q=252 g·0,6calg·°C·70ºC-20°C

Q=252·0,6·50 calQ=7560 cal.

b) O aumento de volume da glicerina no aquecimento é dado por

ΔV=V·γ·Δθ,

onde V=200 cm3 é o volume inicial, γ=5·10-4 °C-1 é o coeficiente volumétrico de dilatação, e Δθ=50°C é a variação de temperatura (assim como no item anterior). Substituindo os valores:

ΔV=200 cm3·5·10-4 °C-1·50 °C

ΔV=200·5·10-4·50 cm3

ΔV=5 cm3.

Temos, então, que o volume final de glicerina é

Vgl=V+ΔV=200+5=205 cm3.

Por outro lado, o volume final do recipiente de vidro, de volume inicial 250 cm3 e que se dilata 0,3 cm3, é de

Vrec=250+0,3=250,3 cm3.

Com isso, o volume vazio do recipiente é de

Vvazio=Vrec-Vgl=250,3-205

Vvazio=45,3 cm3.

Questão 4 Visualizar questão Compartilhe essa resolução

Tubos sonoros Equação fundamental da ondulatória Nível sonoro

A figura 1 mostra um instrumento musical constituído por vários tubos, abertos em uma extremidade e fechados na outra, colocados lado a lado, e a figura 2 mostra a forma da onda sonora estacionária que corresponde à frequência fundamental de vibração desses tubos.

(www.instrumentosnativos.com.br)

a) Considerando que a velocidade de propagação das ondas sonoras no ar seja 340 m/s e que a frequência fundamental da onda emitida por um dos tubos desse instrumento seja 170 Hz, calcule, em metros, o comprimento de onda dessa onda e o comprimento desse tubo.

b) A intensidade sonora (I) exprime a quantidade média de energia transportada por uma onda sonora (ΔE) através de uma unidade de área (ΔS) perpendicular à direção de propagação da onda, por unidade de tempo t:I=ES·t.

O nível sonoro (β) indica a intensidade do som percebido pelo sistema auditivo humano e é definido, quando medido em dB, como β=10 log I/I0, sendo I0=10-12W/m2 .

Supondo que a superfície da membrana timpânica de uma pessoa seja perpendicular à direção de propagação das ondas sonoras e tenha área de 6,0×10-5 m2, calcule a quantidade de energia, em joules, que atinge essa membrana, em um segundo, quando essa pessoa ouve um som de nível sonoro igual a 60 dB.



Resolução

a) Utilizando a equação fundamental da ondulatória, sendo conhecida a frequência f=170 Hz e a velocidade do som v=340 m/s:

v=λf

340=λ170

λ=2 m.

Para a frequência do harmônico fundamental, o comprimento do tubo aberto corresponde a um quarto de um comprimento de onda, tal como a figura abaixo ilustra.

 

Portanto, sendo L o comprimento deste tubo,

L=λ4=24L=0,5 m.

b) De acordo com o enunciado, o nível sonoro de um som pode ser calculado, em dB, pela equação

β=10·logI10-12.

Dado que o nível sonoro do som ouvido pela pessoa é β=60 dB, temos

60=10·logI10-12logI10-12=6

I10-12=106I=10-6 W/m2.

Também de acordo com o enunciado,

I=ΔEΔS·Δt

Portanto a energia que incide sobre a membrana timpânica de área ΔS=6·10-5 m2 no intervalo de tempo t=1 s pode ser calculada da seguinte forma:

ΔE=I·ΔS·Δt

ΔE=10-6Wm2·6·10-5 m2·1 s

ΔE=6·10-11 J.

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Associação de Resistores Geradores Elétricos Potência Elétrica

Um circuito elétrico é composto por uma bateria, de força eletromotriz ε e resistência interna Ri , e por três resistores, R1 , R2 e R3 , como ilustrado na figura.

A intensidade da corrente elétrica que se estabelece no resistor R1 é igual a 0,25 A.

a) Considerando a resistência elétrica dos resistores R2 e R3 respectivamente iguais a 200 Ω e 50 Ω, calcule a diferença de potencial, em volts, entre os terminais do resistor R3 e determine a intensidade da corrente elétrica, em amperes, que nele se estabelece.

b) Sabendo que a força eletromotriz da bateria é 12,0 V e que a diferença de potencial entre os pontos A e B, indicados na figura, é de 11,9 V, calcule o valor da resistência interna da bateria, em ohms, e determine a potência dissipada na forma de calor, em watts, pela bateria.



Resolução

a) A resistência equivalente da associação de R2 e R3 em paralelo é dada por

R23=R2·R3R2+R3=200·50200+50=40Ω.

Como se trata de uma associação em paralelo, a ddp sobre cada resistor é igual à tensão aplicada sobre a associação. Dessa forma,

U3=U23=R23·i

U3=40·0,25U3=10 V.

A intensidade da corrente que se estabelece em R3 é dada por

i3=U3R3=1050i3=0,2 A.

A diferença de potencial entre os terminais do resistor R3 é igual a 10 V e a intensidade da corrente que percorre esse resistor é 0,2 A.

b) A ddp U nos terminais de um gerador real, com força eletromotriz ε e resistência interna r, percorrido por uma corrente elétrica de intensidade i, é dada por

U=ε-r·i.

Conhecemos a ddp entre A e B U=11,9 V, a força eletromotriz da bateria ε=12 V, e a corrente elétrica i=0,25 A, igual à corrente elétrica de R1, visto que estão em série. Substituindo estes valores:

11,9=12-r·0,25

r=12-11,90,25=0,10,25r=0,4 Ω.

A potência dissipada pelo gerador é dada por

Pdissip=r·i2

Pdissip=0,4·0,252Pdissip=25·10-3 W.

O valor da resistência interna da bateria é 0,4 Ω e a potência dissipada pela bateria na forma de calor é igual a 25 mW.