Observe o gráfico abaixo.
a) Analise a matriz brasileira dos transportes, em 2005, considerando aspectos históricos e políticos.
b) Explique a previsão da matriz brasileira dos transportes, para o ano de 2025, considerando aspectos ambientais implícitos.
a) Analisando o gráfico de 2005 podemos observar a grande porcentagem dos transportes por rodovias (quase 60% do total).
Este fato pode ser explicado pela redução dos investimentos na malha ferroviária a partir da década de 30, com a crise do café e o aumento dos investimentos do governo federal nas rodovias. Esses foram ampliados principalmente a partir do governo JK (1956-60), em função da construção de Brasília e das rodovias radiais de integração e da entrada das multinacionais automobilísticas que pressionaram o governo a investir no rodoviarismo.
As aquavias apresentam um percentual de participação pequeno (pouco superior a 10%) devido à necessidade de grandes investimentos na construção de hidrovias nas regiões mais ricas do país em função do relevo planáltico. Isso resulta em rios com grande potencial hidrelétrico e baixo potencial de navegabilidade.
As dutovias representam uma pequena porcentagem na matriz de transporte brasileira, estando voltadas apenas para o transporte de gás, petróleo e álcool (o que fazem a baixo custo).
O transporte aéreo, por ser de alto custo, é usado apenas para produtos leves e de preço elevado, representando a menor participação na matriz de transportes de todos os países.
b) Observa-se que em 2025 há previsão de redução significativa do uso do transporte rodoviário e aumento dos investimentos nos outros modais, como as ferrovias, aquavias, dutovias e aéreovias. A principal motivação dessa alteração, focando o aspecto ambiental, se deve em função da pressão internacional pela redução da emissão de gases estufa, emitidos também pelos meios de transporte que queimam combustíveis fósseis. Essa pressão deve-se á preocupação com o aquecimento global (que está intimamente relacionado com o aumento do efeito estufa) e suas consequências para o ambiente.
Grande parte da produção de petróleo, no Brasil, provém de bacias localizadas na plataforma continental (off shore). Todavia, a produção de petróleo, em área terrestre (on shore), tem significativa importância econômica.
a) Identifique duas áreas produtoras de petróleo on shore no Brasil e explique as causas da existência de petróleo nessas áreas.
b) No Brasil, nos últimos anos, a exportação de petróleo tem superado, em volume, a importação. Apesar disso, persiste um deficit comercial relativo a esse produto. Explique o porquê desse deficit.
a) Dos 140 poços on shore em produção no Brasil, 70 encontram-se no estado da Bahia, no Recôncavo Baiano. Outras áreas produtoras são: alagoas (furado), Sergipe (Carmópolis) e Espírito Santo (Fazenda Cedro).
O petróleo é um combustível fóssil formado em estruturas sedimentares onde ocorreu deposição de restos orgânicos de origem marinha que foram posteriormente sedimentados. Assim, a existência de petróleo on shore nas áreas citadas deve-se ao fato que, no período devoniano, a área sofreu transgressão marinha, ou seja, foi ocupada por mares antigos.
b) As refinarias no Brasil são preparadas para refinar apenas petróleo leve. Por isso, o Brasil exporta petróleo pesado, mais barato, e importa petróleo leve, mais caro. Assim, apesar do volume das exportações serem maiores, ocorre deficit comercia
Com base no mapa acima e em seus conhecimentos,
a) identifique o tipo de indústria predominante na região Nordeste, considerando sua capacidade geradora de emprego.
b) caracterize o parque industrial da região Sudeste. Considere, na sua análise, a presença da indústria de ponta de alta tecnologia nessa região e sua capacidade geradora de emprego.
a) As indústrias de bens de consumo não-duráveis, tais como alimentos, calçados e têxteis, que utilizam menos tecnologia e mão de obra numerosa, menos qualificada e mais barata migram para o Nordeste, com grande capacidade geradora de emprego.
Esse processo de migração industrial iniciou na década de 1990 devido a integração do Brasil na globalização. A concorrência internacional obrigou as empresas a diminuírem os custos, buscando mão de obra mais barata e incentivos fiscais dos estados nordestinos.
b) O parque industrial da região Sudeste é o mais diversificado e completo do país, incluindo todos os tipos de industrias. Esse fato deve-se a concentração dos investimentos federais na região desde a década de 1930, acentuando a desigualdade regional brasileira.
Em função disso, no Sudeste estão concentradas as melhores universidades, o maior numero de cientistas, o mais rico mercado consumidor e a maior aporte de capital, gerando a instalação de tecnopólos onde as indústrias de alta tecnologia se concentram.
Esse tipo de indústria tem menor capacidade geradora de emprego e exige mão de obra altamente qualificada.
O poder do cidadão, o poder de cada um de nós, limita-se, na esfera política, a tirar um governo de que não gosta e a pôr outro de que talvez venha a se gostar. Nada mais. Mas as grandes decisões são tomadas em uma grande esfera e todos sabemos qual é. As grandes organizações financeiras internacionais, os FMIs, a Organização Mundial do Comércio, os bancos mundiais, tudo isso. Nenhum desses organismos é democrático. E, portanto, como é que podemos falar em democracia, se aqueles que efetivamente governam o mundo não são eleitos democraticamente pelo povo?
Discurso de José Saramago, disponível em www.revistaforum.com.br.
Acessado em 11/09/2009.
a) caracterize a Nova Ordem Econômica Mundial.
b) analise a relação entre regime político democrático e neoliberalismo, no mundo atual.
a) A Nova Ordem Econômica Mundial tem seus pilares de sustentação no grande poder econômico, político e financeiro de organizações internacionais como o FMI, a OMC e o BM que estão acima dos Estados Nacionais.A lógica de mercado concentra o poder nas mãos de poucos grupos econômicos e políticos que têm influência sobre essas instituições. Essa lógica acentua a exclusão social e política da maioria da população mundial e reduz o verdadeiro poder democrático das populações nacionais porque seus governos estão submetidos aos interesses dessas organizações e dessa lógica.
b) Faz parte dessa Nova Ordem Mundial, a partir da década de 1980, o neoliberalismo, que se caracteriza pela abertura de mercados e Estado mínimo.
O neoliberalismo foi imposto pelo FMI como condição para empréstimos aos países em dificuldades econômicas. Com isso, a lógica do mercado passou a prevalecer em países onde a maioria da população não tem como sobreviver sem auxilio do Estado. Isso aumentou a concentração de renda e a pobreza e colocou, nesses países, a democracia em risco.
Com base no mapa e em seus conhecimentos, explique por que
a) França (A) e Índia (B) ocupam a mesma classe estatística na representação acima sobre as desigualdades na distribuição dos rendimentos.
b) o Sistema Tributário Nacional contribui para a expressiva desigualdade na distribuição dos rendimentos, no Brasil.
a) A Índia possui uma história de aceleração do crescimento e estabilidade macroeconômica na segunda metade do século XX, graças à criação de um mercado domestico mais homogêneo. Em termos políticos, ela é caracterizada pela emergência de uma jovem nação-Estado que aprofundou a democracia dentro de uma sociedade arcaica e heterogênea. A desigualdade em riqueza e em renda existente não tem impedido a evolução da Índia rumo à aceleração do crescimento depois de 1980.
Também entre os países desenvolvidos como a França, há concentração de renda. Isso pode ser explicado pela numerosa população imigrante que fica à margem da sociedade e da economia, formando favelas e guetos na periferia das grandes cidades francesas. Assim, tanto França e Índia ocupam a mesma classe estatística no Índice Gini, o que nos leva a concluir tantos países desenvolvidos como os subdesenvolvidos padecem do mal da desigualdade social, embora no caso desses países ela não seja tão agravante quanto aquela observada na maioria dos países periféricos.
Nota:
O Coeficiente de Gini é uma medida de desigualdade desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini, em 1912. É comumente utilizada para calcular a desigualdade de distribuição de renda mas pode ser usada para qualquer distribuição. Ele consiste em um número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade de (onde todos têm a mesma renda) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa tem toda a renda, e as demais nada têm). O índice de Gini é o coeficiente expresso em pontos percentuais (é igual ao coeficiente multiplicado por 100).
b) O Brasil possui uma das mais altas cargas tributárias do mundo. Além dos impostos retidos na fonte, produtos como alimentos, remédios, bens de consumo e outros têm forte carga tributária. Independente do rendimento e da classe social, todos pagam o mesmo tributo sobre os produtos consumidos. Para aqueles que ganham menos, os impostos representam uma porcentagem maior da renda, aumentando a pobreza e a desigualdade econômica.
Em maio de 2008, um terremoto, de 7,8 graus na escala Richter, atingiu severamente a Província de Sichuan (China), matando milhares de pessoas. Em janeiro de 2009, um tremor de terra, de 6,2 graus, atingiu a Costa Rica, causando prejuízos materiais, além de ceifar vidas. Em setembro de 2009, tremores de terra, de 7,6 graus, atingiram a Indonésia, provocando mortes e danos materiais.
Considerando o mapa, os fatos acima citados e seus conhecimentos, responda:
a) Quais os principais fatores que geram atividades sísmicas no planeta?
b) Por que, no Brasil, as atividades sísmicas são, predominantemente, de baixa intensidade?
a) As atividades sísmicas no planeta são causadas pelo movimento orogenético das placas tectônicas causado pela convecção do magma. Esses movimentos podem ser convergentes, divergentes ou transformantes. Nos países citados no texto, ocorreram movimentos orogenéticos convergentes, isto é, placas tectônicas colidiam provocando terremotos.
b) Os terremotos de alta intensidade ocorrem nas bordas das placas tectônicas. O Brasil, por se localizar no centro da placa sul-americana, tem apenas atividades sísmicas de baixa intensidade.