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Questão 3 Específicas

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Questão 3

Fisiologia da digestão Glicídios

Recomenda-se frequentemente aos vestibulandos que, antes do exame, prefiram alimentos ricos em carboidratos (glicídios) em vez de gorduras (lipídios), pois estas são digeridas mais lentamente. Além da função energética, os carboidratos exercem também funções estruturais, participando, por exemplo, dos sistemas de sustentação do corpo de animais e vegetais.

a) Cite duas estruturas, uma no corpo de um animal e outra no corpo de um vegetal, em que se verifica a função estrutural dos carboidratos.

b) Ao chegar ao duodeno, as gotas de gordura são processadas por agentes não enzimáticos e por uma enzima em especial. Identifique estes agentes e esta enzima, mencionando a ação de cada um.



Resolução

a) Os carboidratos aos quais o item se refere são a quitina e a celulose. A quitina é um polissacarídeo formado por moléculas de N-acetilglicosamina (C8H13O5N)n. É o componente do exoesqueleto de artrópodos. Por ser impermeável e resistente, a quitina permitiu a formação de um exoesqueleto extremamente bem adaptado à conquista do ambiente terrestre. Expansões laterais do esqueleto quitinoso deram origem às asas dos insetos. A quitina não é apenas encontrada em artrópodos. Ela também forma a parede celular de fungos e a rádula de bivalves. Nos cefalópodos, a rádula e o bico são formados por quitina.

Nos vegetais, a celulose tem função estrutural, pois é um componente essencial da parede celular celulósica. Ela é um polissacarídeo formado por moléculas de glicose.

Tecidos de sustentação como o colênquima e o esclerênquima possuem espessas camadas de celulose em suas paredes celulares. As células do floema possuem espessamentos de celulose e lignina para suportarem a pressão negativa da sucção de seiva pelas folhas. Na medida que há a evaporação de água nas folhas, ocorre uma tensão de sucção da coluna de água existente no xilema (Teoria de Dixon ou tensão-coesão). Os reforços de parede impedem o colapso dos vasos xilemáticos e dão sustentação ao vegetal. 

b) O agente não enzimático mencionado no texto é a bile. Produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar, a bile é constituída basicamente por água, ácidos biliares, fosfolipídeos, colesterol, pigmentos biliares e íons inorgânicos.

Ela tem a função de emulsionar gorduras. Nesse processo ela separa as gotículas de gordura em gotículas menores, aumentando a superfície das gotículas expostas à lipase pancreática. 

A enzima lipase pancreática é a principal lipase existente em nosso aparelho digestório. Existem outras lipases em nosso aparelho digestório, como a lingual e a estomacal. Como essas lipases não chegam a 10% do total da lipase produzida e secretada pelo pâncreas, elas não são consideradas no processo digestório. As lipases, bem como todas as outras enzimas digestórias são hidrossolúveis. Por isso é essencial que haja uma grande exposição de superfície das gotículas de gordura a essas enzimas, pois elas só atacam a superfície das gotículas. Ao digerir a gordura, a lipase quebra a molécula em ácidos graxos e glicerol. A liberação da bile é essencial para acelerar a digestão de gorduras. Pessoas que possuem alguma deficiência na liberação de bile (por exemplo, cálculos biliares bloqueando a saída da bile da vesícula biliar) possuem grandes dificuldades na digestão de gorduras. Essa digestão se torna extremamente demorada gerando mal estar e dor.