São recursos expressivos e tema presentes no soneto, respectivamente,
a) |
metáforas e a ideia da imutabilidade das pessoas e dos lugares. |
b) |
b) antíteses e o abalo emocional vivido pelo eu lírico. |
c) |
sinestesias e a superação pelo eu lírico de seus maiores problemas. |
d) |
paradoxos e a certeza de um presente melhor para o eu lírico que o passado. |
e) |
hipérboles e a força interior que faz o eu lírico superar seus males. |
a) Incorreta. Em primeiro lugar, o texto não é marcado por metáforas, e sim por uma descrição relativamente direta do ambiente; além disso, o tema dominante é justamente a mutabilidade do local em que o eu-lírico se encontra (como evidenciado nos versos “Quem fez tão diferente aquele prado? / Tudo outra natureza tem tomado“).
b) Correta. O poema é marcado pela antítese, ou seja, pela apresentação de ideias opostas próximas uma à outra, como nos versos “Ali em vale um monte está mudado” e “Árvores aqui vi tão florescentes / Que faziam perpétua a primavera: / Nem troncos vejo agora decadentes”). Também não se pode deixar de notar o abalo emocional do eu-lírico, evidenciado em versos como “E em contemplá-lo tímido esmoreço”.
c) Incorreta. A sinestesia consiste na mistura de sentidos diferentes, como a visão e o olfato, o que não está presente no poema. A superação dos problemas do eu-lírico também não ocorre, como fica claro pelos versos “se estão presentes / Meus males”.
d) Incorreta. Embora as antíteses apresentadas pelo poema pudessem ser confundidas com paradoxos (que são um tipo muito mais extremo de contradição), podemos perceber claramente que a alternativa é incorreta ao analisar a segunda parte: a certeza de um presente melhor que o passado. A sensação geral do poema remete à situação oposta, com o eu-lírico sentindo a perda das características que amava naquele local (como nos versos “E em contemplá-lo tímido esmoreço” e “nem troncos vejo agora decadentes”).
e) Incorreta. Embora a mudança experimentada pelo eu-lírico possa parecer muito grande, não verificamos no poema o recurso da hipérbole (que consiste em apresentar um elemento de maneira obviamente exagerada, de modo a causar um efeito poético). Quando o poeta diz “nem troncos vejo agora decadentes”, por exemplo, não temos elementos suficientes para afirmar que se trata de um exagero. A segunda parte da alternativa também está equivocada, pois afirma que o eu-lírico superou seus males, o que é negado pelos versos “se estão presentes / Meus males”.