Leia o soneto “VII”, de Cláudio Manuel da Costa, para responder
às questões de 09 a 13.
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado,
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)
Da perspectiva do usuário, o pajubá ganha status de dialeto, caracterizando-se como elemento de patrimônio linguístico, especialmente por
a) |
ter mais de mil palavras conhecidas. |
b) |
ter palavras diferentes de uma linguagem secreta. |
c) |
ser consolidado por objetos formais de registro. |
d) |
ser utilizado por advogados em situações formais. |
e) |
ser comum em conversas no ambiente de trabalho. |
a) Incorreta. O número de palavras de um dialeto ou variedade linguística não é suficiente para justificar o status para seus usuários. Eles procuram a referendação em outras instâncias sociais.
b) Incorreta. O pajubá é um código de circulação restrita à comunidade LGBT+, que a notícia descreve como “dialeto secreto”, portanto, “ter palavras diferentes de uma linguagem secreta” não seria o critério para atribuir-lhe status de dialeto.
c) Correta. Senso comum, os falantes de uma língua procuram nos “objetos formais de registro”, como dicionários, gramáticas e livros didáticos, a validação de suas intuições como usuários de uma variedade da língua. É o que, talvez inconscientemente, faça o advogado entrevistado: “Tá na internet, tem até dicionário”. Além dessa formalização escrita, evidentemente, podemos considerar um dialeto como um feixe de marcas linguísticas de natureza semântico-lexical, morfossintática e fonético-morfológica, circunscrito a uma comunidade inserida numa comunidade maior de usuários da mesma língua, o que já atribuiria ao pajubá esse referido status.
d) Incorreta. Essa alternativa não encontra sustentação no texto, uma vez que o advogado afirma que não emprega o pajubá em “ambientes mais formais”.
e) Incorreta. Esse uso mais generalizado, que invade inclusive os locais de trabalho, como noticiado no texto da matéria, não necessariamente dá status de dialeto a uma variedade.