Questão 14 Unesp 2023 - 2ª fase
Black authors shake up Brazil’s literary scene
Itamar Vieira Junior, whose day job working for the Brazilian government on land reform took him deep into the impoverished countryside, knew next to nothing about the mainstream publishing industry when he put the final touches on a novel he had been writing on and off for decades. On a whim, in April 2018, he sent the manuscript for Torto Arado, which means crooked plow, to a literary contest in Portugal, wondering what the jury would make of the hardscrabble tale of two sisters in a rural district in northeastern Brazil where the legacy of slavery remains palpable.
To his astonishment, Torto Arado won the 2018 LeYa award, a major Portuguese-language literary prize focused on discovering new voices. The recognition jump-started Mr. Vieira’s career, making him a leading voice among the Black authors who have jolted Brazil’s literary establishment in recent years with imaginative and searing works that have found commercial success and critical acclaim.
Torto Arado was the best-selling book in Brazil in 2021, with more than 300,000 copies sold to date. The previous year, that distinction went to Djamila Ribeiro’s A Little Anti-Racist Handbook (Pequeno Manual Antirracista), a succinct and plainly written dissection of systemic racism in Brazil.
Mr. Vieira, a geographer, and Ms. Ribeiro, who studied philosophy, are part of a generation of Black Brazilians who became the first in their families to get a college degree, taking advantage of Federal Government programs. Mr. Vieira managed to use his day job at Brazil’s land reform agency, where he has worked since 2006, to do field research. He studied the politics and power dynamics that shape the lives of rural workers, including some who toil in conditions analogous to modern-day slavery. That experience, he said, made the characters in his novel more layered and their fictional hometown, Água Negra, which means black water, feel authentic.
The two authors are among the highest profile figures of a literary boom that includes Black contemporary writers and authors who are experiencing a revival. The clearest example is Carolina Maria de Jesus, who died in 1977 and whose memoir, Child of the Dark (Quarto de Despejo), is now a literary sensation, as it was when it was published in 1960. The book, a compilation of diary entries by Ms. Jesus, a single mother of three, offers a raw account of daily life in a São Paulo slum where dwellers picked through garbage for food and slept in shacks patched together with slabs of cardboard.
(Ernesto Londoño. www.nytimes.com, 12.02.2022. Adaptado.)
According to the text, the novel Torto Arado, by Itamar Vieira Junior,
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was inspired by the land reform that should have happened in Brazil. |
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surprised the author because of the success it achieved both among the readers and the critics. |
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was written in 2018 and won an important prize in Portugal in the same year. |
| d) |
became the first best-seller by a Black author since 1977. |
| e) |
tells a story located in Água Negra, a village that resembles the author’s hometown. |
Traduzindo o Texto I, temos:
Autores negros agitam a cena literária brasileira
Itamar Vieira Junior, um autor, diz que uma das principais razões pelas quais os escritores negros brasileiros estão deixando sua marca é por causa de uma mudança na forma como raça e racismo estão sendo discutidos no país hoje.
Itamar Vieira Junior, cujo trabalho diário trabalhando para o governo brasileiro na reforma agrária o levou profundamente ao campo empobrecido, não sabia quase nada sobre a indústria editorial convencional quando deu os retoques finais em um romance que vinha escrevendo há décadas. Por capricho, em abril de 2018, ele enviou o manuscrito de crooked plow (Torto Arado), que significa arado torto, para um concurso literário em Portugal, imaginando o que o júri faria do conto de duas irmãs em um bairro rural no Nordeste do Brasil, onde o legado da escravidão permanece palpável.
Para seu espanto, Torto Arado venceu o prémio LeYa 2018, um importante prêmio literário de língua portuguesa focado na descoberta de novas vozes. O reconhecimento impulsionou a carreira de Vieira, tornando-o uma voz de liderança entre os autores negros que sacudiram o sistema literário do Brasil nos últimos anos com obras imaginativas e contundentes que encontraram sucesso comercial e aclamação da crítica.
Torto Arado foi o livro mais vendido no Brasil em 2021, com mais de 300 mil exemplares vendidos até o momento. No ano anterior, essa distinção foi para o Pequeno Manual Antirracista, de Djamila Ribeiro, uma dissecação sucinta e claramente escrita do racismo sistêmico no Brasil.
Sr. Vieira, geógrafo, e Sra. Ribeiro, que estudou filosofia, fazem parte de uma geração de negros brasileiros que tornaram-se os primeiros em suas famílias a obter um diploma universitário, aproveitando os programas do Governo Federal. Sr. Vieira conseguiu usar seu trabalho diário na agência de reforma agrária do Brasil, onde trabalha desde 2006, para fazer pesquisa de campo. Ele estudou a política e as dinâmicas de poder que moldam as vidas de trabalhadores rurais, incluindo alguns que trabalham em condições análogas à escravidão moderna. Essa experiência, disse ele, tornou os personagens de seu romance mais estratificados e sua cidade natal fictícia, Black Water, que significa água negra, parecer autêntica.
Traduzindo o Texto II, temos:
"Senti um chamado para ser generosa o suficiente para escrever da mesma maneira acessível que autores generosos antes de mim escreveram", disse Djamila Ribeiro, "porque senão você só legitima as esferas de poder daqueles que são privilegiados".
Os dois autores estão entre as figuras de maior destaque de um boom literário que inclui escritores negros contemporâneos e autores que estão vivenciando um reavivamento. O mais claro exemplo é Carolina Maria de Jesus, que morreu em 1977 e cujo livro de memórias, Quarto de Despejo, é agora uma sensação literária, como era quando foi publicada em 1960. O livro, uma compilação de entradas de diários da sra. Jesus, uma mãe solo de três filhos, oferece um relato cru do cotidiano em uma favela de São Paulo, onde moradores colhiam lixo em busca de comida e dormiam em barracos remendados com lajes de papelão.
a) Incorreta. O romance Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, não foi inspirado na reforma agrária que deveria ter acontecido no Brasil. O sr. Vieira conseguiu usar seu trabalho diário na agência de reforma agrária do Brasil, onde trabalha desde 2006, para fazer pesquisa de campo.
b) Correta. O romance Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, surpreendeu o autor pelo sucesso que alcançou tanto entre os leitores quanto entre os críticos, como podemos verificar neste trecho do texto: To his astonishment, Torto Arado won the 2018 LeYa award, a major Portuguese-language literary prize focused on discovering new voices. The recognition jump-started Mr. Vieira’s career, making him a leading voice among the Black authors who have jolted Brazil’s literary establishment in recent years with imaginative and searing works that have found commercial success and critical acclaim. Para seu espanto, Torto Arado venceu o prémio LeYa 2018, um importante prémio literário de língua portuguesa focado na descoberta de novas vozes. O reconhecimento impulsionou a carreira de Vieira, tornando-o uma voz de liderança entre os autores negros que sacudiram o sistema literário do Brasil nos últimos anos com obras imaginativas e contundentes que encontraram sucesso comercial e aclamação da crítica.
c) Incorreta. O romance Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, não foi escrito em 2018; ele já estava escrevendo o livro há décadas quando deu os retoques finais (he put the final touches on a novel he had been writing on and off for decades.) Por capricho, em abril de 2018, ele enviou o manuscrito de crooked plow (Torto Arado), que significa arado torto, para um concurso literário em Portugal, e, para seu espanto, Torto Arado venceu o prémio LeYa 2018, um importante prémio literário de língua portuguesa focado na descoberta de novas vozes.
d) Incorreta. O romance Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, não se tornou o primeiro best seller de um autor negro desde 1977. O ano de 1977 foi mencionado no texto para citar Carolina Maria de Jesus, que morreu em 1977 e cujo livro de memórias, Quarto de Despejo, é agora uma sensação literária, como era quando foi publicada em 1960.
e) Incorreta. O romance Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, não conta uma história localizada em Água Negra, vila que lembra a cidade natal do autor. Ele estudou a política e as dinâmicas de poder que moldam as vidas de trabalhadores rurais, incluindo alguns que trabalham em condições análogas à escravidão moderna. Essa experiência, disse ele, ttornou os personagens de seu romance mais estratificados e sua cidade natal fictícia, Black Water, que significa água negra, parecer autêntica.