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Questão 43 Unesp 2023 - 2ª fase

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Questão 43

Sistema Imunológico Doenças (Vírus)

Anvisa regulamenta a utilização de autotestes para covid-19

Com a aprovação, fica permitida a venda de autotestes diretamente ao consumidor por farmácias e estabelecimentos de saúde licenciados para comercializar dispositivos médicos.

(www.gov.br/anvisa, 28.01.2022. Adaptado.)

A resolução aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permitiu aos cidadãos verificar, em poucos minutos, se são ou não portadores do vírus Sars-cov-2, agente causador da covid-19.

Em linhas gerais, o autoteste consiste em introduzir na narina uma haste com algodão, estéril, chamada swab, que vai recolher uma amostra de muco nasal. O material coletado é transferido para um tubo com solução diluente e gotejado no poço de uma lâmina, chamada dispositivo teste. Essa lâmina apresenta uma membrana de nitrocelulose e, por capilaridade, a amostra é arrastada ao longo da membrana. Caso a pessoa esteja infectada, aparecerão duas linhas coloridas, uma na posição C (linha controle) e outra na posição T (linha teste) do dispositivo. Se aparecer uma linha colorida apenas na posição C, significa que o resultado é negativo e a pessoa não está infectada pelo Sars-cov-2. O esquema mostra as etapas do autoteste.

 


O aparecimento da linha T, que indica resultado positivo, é consequência de uma reação bioquímica entre o material da amostra e um componente presente nessa posição na membrana do dispositivo. Esse componente na membrana do dispositivo é composto por



a)

enzimas de restrição que cortam o capsídeo do Sars-cov-2.

b)

anticorpos anti-Sars-cov-2.

c)

enzimas transcriptase reversa do Sars-cov-2.

d)

linfócitos B que fagocitam o Sars-cov-2.

e)

antígenos do Sars-cov-2.

Resolução

O tipo de teste indicado no enunciado desta questão utiliza-se de recursos amplamente usados no diagnóstico de grande quantidade de situações, desde testes de gravidez até doenças diversas.

Em geral, este tipo de teste traz na região reagente (a região onde vai se formar a linha vermelha em caso positivo), anticorpos que são capazes de se ligar com antígenos específicos, segundo o modelo chave-fechadura. Uma vez que isso ocorre, reações químicas são desencadeadas, as quais irão culminar com a mudança da cor dessa região. Algo semelhante deve ocorrer na região controle, onde outros antígenos não relacionados com a doença em questão estão presentes, e servem para indicar que a amostra foi coletada e tratada adequadamente, de forma a levar a um resultado confiável.

a) Incorreta. As enzimas de restrição são enzimas bacterianas capazes de cortar moléculas de DNA em regiões específicas. Acredita-se que evoluíram nestes procariotos com a finalidade de defesa contra a infecção por bacteriófagos (vírus). Essas enzimas não são capazes de hidrolisar proteínas de nenhum tipo.

b) Correta. Anticorpos específicos (anti-SARS-CoV-2, neste caso), são moléculas capazes de reconhecer antígenos. No caso da covid-19, caso estes anticorpos encontrem as proteínas para as quais foram desenvolvidos, o resultado indica que o vírus está presente no indivíduo testado, ou seja, o resultado é positivo e indica que a pessoa está contaminada pelo vírus.

c) Incorreta. O SARS-CoV-2 não é um retrovírus, e, portanto, não apresenta a enzima transcriptase reversa. Mesmo se apresentasse, desenvolver um teste que possuísse como reagente esta mesma enzima não levaria a nenhuma reação e a nenhum resultado possível.

d) Incorreta. Linfócitos B são células sanguíneas humanas que fazem parte do sistema imunológico adaptativo. Quando estimuladas adequadamente transformam-se em plasmócitos e começam a produzir anticorpos específicos. Isso tudo deve acontecer no interior do organismo, e não é possível que células vivas permaneçam viáveis e ativas por longos períodos de tempo em dispositivos de teste como o descrito no enunciado.

e) Incorreta. Antígenos do SARS-CoV-2 não teriam utilidade como método de diagnóstico, uma vez que seriam os mesmos antígenos presentes na própria amostra a ser testada, ou seja, os antígenos do próprio vírus. Para que ocorra uma reação e para que esta possa ser monitorada, o teste deve conter anticorpos, e não antígenos.