TEXTO I
SILVEIRA, R. In absentia, 1938. Instalação, 17ª Bienal de São Paulo.
Disponível em: www.bienal.org.br. Acesso em: 1 set. 2016 (adaptado).
TEXTO II
O termo ready-made criado por Marcel Duchamp (1887-1968) para designar um tipo de objeto, por ele inventado, que consiste em um ou mais artigos de uso cotidiano, produzidos em massa, selecionados sem critérios estéticos e expostos como obras de arte em espaços especializados (museus e galerias). Seu primeiro ready-made, de 1912, é uma roda de bicicleta montada sobre um banquinho (Roda de bicicleta). Ao transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista realiza uma crítica radical ao sistema da arte.
Disponível em: www.bienai.org br. Acesso em: 1 set. 2016 (adaptado).
A instalação In absentia propõe um diálogo com o ready-made Roda de bicicleta, demonstrando que
a) |
as formas de criticar obras do passado se repetem. |
b) |
a recorrência de temas marca a arte no final do século XX. |
c) |
as criações desmistificam os valores estéticos estabelecidos. |
d) |
o distanciamento temporal permite a transformação dos referenciais estéticos. |
e) |
o objeto ausente sugere a degradação da forma superando o modelo artístico. |
a) Incorreta. Regina Silveira, artista contemporânea brasileira, além de trabalhar com uma arte com profundo conceito, utiliza a deformação das imagens em suas pinturas, o que é possível encontrar no trabalho em questão, uma releitura de um trabalho de Duchamp, apropriado ao seu estilo e valores artísticos.
b) Incorreta. A utilização da roda e do banco nos trabalhos de Marcel Duchamp e Regina Silveira não significa que a produção artística do século XX seja sempre a mesma. Tal afirmação se torna errônea diante do número gigantesco de trabalhos produzidos nesse contexto sem nenhuma relação com esses itens em questão.
c) Correta. É possível afirmar que tais criações artísticas, de Duchamp e de Silveira, proporcionam uma desmistificação dos valores estéticos (padrão de arte clássica valorizando técnica, forma e beleza), pois, na primeira, o artista utilizou um objeto banal, do dia a dia, sem nenhum componente e valor estético, transformando-o em arte; na segunda, a artista, além da referência a dois objetos corriqueiros, promove uma deformação da imagem deles, o que não valoriza a estética em si. Em ambos há uma demonstração do potencial artístico além da beleza.
d) Incorreta. Mesmo com os objetos artísticos sendo produzidos em momentos diferentes, o referencial é semelhante em ambos. Em Duchamp, é usado de fato um banco e uma roda; em Silveira, uma representação de um banco e de uma roda.
e) Incorreta. Em ambos as obras, é possível verificar a presença de objetos (de Duchamp o objeto em si, de Silveira a representação imagética do objeto) portanto, não existe uma ausência deles e, menos ainda, uma degradação proporcionada por tal.