Em Vitória (ES), no bairro Goiabeiras, encontramos as paneleiras, mulheres que são conhecidas pelos saberes/fazeres das tradicionais panelas de barro, ícones da culinária capixaba. A tradição passada de mãe para filha é de origem indígena e sofreu influência de outras etnias, como a afro e a luso. Dessa mistura, acredita-se que a fabricação das panelas de barro já tenha 400 anos. A fabricação das panelas de barro se dá em várias etapas, desde a obtenção de matéria-prima à confecção das panelas. As matérias-primas tradicionalmente utilizadas são provenientes do meio natural, como: argila, retirada do barreiro no Vale do Mulembá; madeira, atualmente proveniente das sobras da construção civil; e tinta, extraída da casca do manguezal, o popular mangue-vermelho.
TRISTÃO, M. A educação ambiental e o pós-colonialismo. Revista de Educação, n. 53, ago. 2014.
Uma característica de práticas tradicionais como a exemplificada no texto é a vinculação entre os recursos do mundo natural e a
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manutenção dos modos de vida. |
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conservação dos plantios da roça. |
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atualização do modelo de gestão. |
d) |
participação na sociedade de consumo. |
e) |
especialização nas etapas de produção. |
a) Correta. O texto nos informa que no estado do Espírito Santo há mulheres que, há pelo menos 400 anos, utilizam recursos da natureza, tais como o barro, para fabricarem panelas. Dessa forma, a partir de recursos naturais, mantêm seus modos de vida tradicionais.
b) Incorreta. O texto destaca que os saberes das mulheres capixabas estão ligados à fabricação de panelas, não a plantios na roça.
c) Incorreta. No texto não há nenhuma referência a modelos de gestão para a fabricação de panelas por parte das mulheres capixabas. Na verdade, elas mantêm essas práticas há pelo menos 400 anos.
d) Incorreta. Essas práticas descritas no texto estão ligadas a uma sociedade tradicional, em que impera a produção artesanal, não havendo vínculo com a questão do consumismo, característica básica de uma sociedade capitalista contemporânea.
e) Incorreta. A produção das panelas é artesanal, ou seja, as mulheres envolvidas nesse processo participam das diferentes etapas para a confecção das panelas, não havendo divisão em etapas de produção ou especialização, características estas de uma sociedade capitalista contemporânea.