Questão 4 Fuvest 2023 - 2ª fase

a) A construção irônica na associação das imagens do texto 1 e de seu título se dá em função de, embora o título anunciar um infográfico, a imagem não o apresentar. Esperam-se, de um infográfico, dados colocados em colunas de gráficos, indicadores, setas informativas etc., ou seja, facilitadores de uma informação. Contudo, na imagem, há primeiramente o desenho de um monte de notas empilhadas ao lado de três moedas, num indício de uma quantia elevada de dinheiro. Acima, uma figura humana sorrindo, de terno, fumando um charuto, representando alguém enriquecido. Ao lado, há caixas empilhadas – nas quais se observa o desenho de uma taça quebrada (símbolo corriqueiramente conhecido como de fragilidade) – que não alcançam nem a metade da altura da pilha ao lado. Acima, uma figura humana entristecida e descamisada está em pé. Nenhum desses elementos constrói um valor de informação como anunciado no título. Ou seja, esperam-se dados que facilitem a informação a respeito da “desigualdade de renda no Brasil”, como anunciado, porém, o desenho não os apresenta. Ao contrário, a representação das notas vinculadas ao rico e das caixas vinculadas ao pobre propõe não uma explicitação de informações, mas uma crítica à desigualdade, simbolizando-a: não há dinheiro sequer para a composição da parte dos mais pobres enquanto toda a riqueza, todas as notas são tomadas pela parte mais rica.

b) A relação que se coloca entre o símbolo do Texto 2 e a taça quebrada nas caixas do texto 1 é de oposição. No texto 2, pode-se observar o símbolo comumente associado a caixas que contêm material frágil; tal símbolo indica que se deve pegar a caixa com as mãos, dado que o conteúdo é sensível, ou seja, deve-se ter cuidado com ele. Ao se colocar uma figura humana entristecida, que representa aqueles que são empobrecidos no Brasil assolado pela desigualdade, e associá-la ao que é frágil, fica evidente o cuidado que se deveria ter com ele. Ao mesmo tempo, fica explícito que esse cuidado não está sendo feito, pois a figura está em situação de abandono, o que se opõe ao que está no texto 2.