“Migna terra tê parmeras
Che ganta inzima o sabiá.
As aves che stó aqui,
Tambê tuttos sabi gorgeá.
(...)
Os rio lá sô maise grandi
Dus rio di tuttas naçó;
I os matto si perdi di vista,
Nu meio da imensidó.”
BANANÉRE, Juó. “Migna terra”. La Divina Increnca. São Paulo: Irmãos Marrano Editora, 1924.
Assinale a alternativa que melhor expressa as relações entre o poema e a inserção social de imigrantes italianos no Brasil.
a) |
O poema traça uma analogia entre a paisagem natural da Itália e do Brasil, sob os olhos de um imigrante. |
b) |
A referência à oralidade era um reconhecimento à contribuição desta comunidade para a nova literatura brasileira. |
c) |
O poema tematiza a revolta dos imigrantes camponeses italianos ao chegarem nas fazendas de café. |
d) |
O caráter lírico presente no poema indica a emotividade e o desejo de aceitação por parte dos imigrantes. |
e) |
A linguagem adotada no poema expressava uma maneira caricata de representar o idioma daquela comunidade. |
O poema em questão é uma paródia de "Canção do Exílio", do poeta romântico brasileiro Gonçalves Dias.
a) Incorreta. No poema, Juó Bananére faz uma releitura dos versos de Gonçalves Dias, com referências à natureza brasileira, utilizando uma linguagem associada ao falar dos imigrantes italianos no Brasil. No entanto, não há elementos que remetam à paisagem natural da Itália.
b) Incorreta. A exploração da oralidade, no poema em questão, tem como propósito parodiar os versos de Gonçalves Dias. A intenção não é reconhecer a contribuição dos italianos para a nova literatura brasileira, mas subverter o estilo academicista e romper suas convenções linguísticas.
c) Incorreta. Não há elementos no poema que se refiram a camponeses italianos nas fazendas de café. Conforme afirmado nas alternativas anteriores, a intenção é compor uma paródia atribuindo uma linguagem popular a um famoso poema romântico.
d) Incorreta. O caráter lírico e a emotividade são características do poema original, "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias. Em "Migna terra", Juó Bananére satiriza esses aspectos ao reescrever os versos em linguagem popular com traços da oralidade dos imigrantes italianos.
e) Correta. Como uma paródia, Juó Bananére recorre a uma linguagem caricata, exagerando no retrato do falar dos imigrantes italianos. Seguindo os ditames da primeira geração modernista, visa satirizar o famoso poema romântico por meio de uma linguagem popular. Assim, subverte as convenções linguísticas da poesia academicista.