A figura a seguir apresenta quatro tipos de chuva com relação à sua gênese. Cada tipo é resultante do processo que controla os movimentos de ascensão do ar e da umidade, geradores das nuvens que ocasionam precipitação.
(Adaptado de PETERSEN, J. F. et al. Fundamentos de Geografia Física. São Paulo: Cengage Learning, p. 114, 2014.)
a) Indique duas características do tipo de chuva 1, considerando que, na sua gênese, formam-se as nuvens cumulonimbus. Por que o tipo de chuva 2 ocorre na Zona de Convergência Intertropical? Em que época do ano esse tipo de chuva 2 pode atingir o semiárido nordestino?
b) Que dinâmica atmosférica é responsável pela gênese do tipo de chuva 3 e em que estação do ano esse tipo de chuva é mais frequente no território brasileiro? Qual a influência do tipo de chuva 4 na distribuição da vegetação nas duas faces do Planalto da Borborema?
a) A chuva de tipo 1 é a convectiva, comum nos meses de verão, resultante da alta incidência de radiação solar, que aquece instensamente a superfície e resulta em grande evapotranspiração (evaporação da água presente em corpos hídricos e na vegetação), que sobem para altitudes maiores da atmosfera onde condensam e viram nuvens. A elevada concentração de vapor d'água na atmosfera forma as chamadas de cumulonimbus, nuvens de desenvolvimento vertical carregadas de umidade que ficam muito pesadas e precipitam em forma de grandes tempestades em geral no final do dia (chuva de verão).
A chuva de tipo 2, também chamada convergente ou ciclônica, ocorre em áreas da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), região de alta nebulosidade formada ao redor do globo, principalmente na região equatorial, mas variando a norte e sul até as faixas dos trópicos, de acordo com a ocorrência do verão de cada hemisfério: em dezembro ela se situa mais ao Sul e em junho mais ao Norte. Nela ocorre a convergência dos ventos alísios de Sudeste e de Nordeste, forçando a ascensão do ar e sua condensação, com formação de nuvens e ocorrência de chuvas (figura 2 do enunciado), incluindo a região do Semiárido nordestino que deverá receber essas chuvas durante os meses de verão do hemisfério Sul, entre dezembro e março principalmente.
b) A chuva de tipo 3 é chamada de Frontal, pois resulta do encontro de duas frentes, com massas de ar de características diferentes, uma frente fria e outra quente sendo que o ar frio, mais denso, acaba formando uma “cunha” e faz o ar quente ascender. Este se expande, diminui a temperatura, forma nuvens e origina precipitação. Esse tipo de chuva é mais frequente nos invernos no hemisfério Sul (julho até outubro principalmente), quando ocorre a atuação da mPa (massa Polar Atlântica), que se origina próximo ao Círculo Polar Antártico e se desloca do Sul para o Norte da América do Sul.
A chuva de tipo 4, chamada de orográfica ou de relevo é formada a partir da rápida ascensão do ar por causa da elevação da altitude de montanhas ou serras muito altas, como no caso do Planalto da Borborema, localizado entre a Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas. Esse planalto apresenta uma face voltada para o oceano denominada barlavento, parte do relevo mais úmida que recebe massas úmidas na região que colaboram para formação de uma vegetação de mata densa e biodiversa, parte integrante da Mata Atlântica e denominada regionalmente de Zona da Mata.
Já na região de sotavento, na face oeste, predominam ventos secos que colaboram para ausência de chuvas no interior do Nordeste, criando ambiente propício para a formação da Caatinga, vegetação menos densa e adaptada à baixa umidade, constituída principalmente por xerófitas (plantas com espinhos, raízes profundas e folhas ásperas).