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Questão 2 Unicamp 2023 - 1ª fase

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Questão 2

Movimento feminista Prefixal e Sufixal Pressupostos e Subentendidos

Papo Preto: Vamos falar sobre transfeminismo?

Neste episódio do podcast Papo Preto, o apresentador Yago Rodrigues e a cinegrafista Débora Oliveira recebem Jarda Maria, que se tornou símbolo da luta pelos direitos das transexuais em Recife após ingressar na Universidade Federal de Pernambuco. Ela fala sobre os desafios de ocupar e se manter no ambiente acadêmico e da importância de compreender o que é o transfeminismo.

Jarda explica que o conceito de transfeminismo ou feminismo trans surge nos EUA quando foi percebido que as pautas discutidas no feminismo não abarcavam a situação das mulheres trans e travestis. Ela diz que há muita cobrança em cima da comunidade de transexuais e travestis sobre os motivos e as causas da violência que sofrem todos os dias, mas as respostas devem partir da sociedade, que deve praticar a não violência e dar exemplos.

“Nós já estamos preocupadas em pensar esses meios de sobrevivência, que as pessoas que movimentam a transfobia pensem os movimentos de enfrentamento. A transfobia e a travestifobia são problemáticas cisgêneras e não nossa. Nós somos vítimas desse processo”, afirma Jarda.

(PAPO PRETO 69: Vamos falar sobre transfeminismo? [Locução de] Yago Rodrigues. S. I. Ecoa Produções, 09/03/2020. Podcast. Disponível em https://uol.com.br/ecoa/videos/2022/03/09/papo-preto-69-vamos-falar-sobre-transfeminismo.htm. Acesso em 20/10/2022.)


Sobre as ocorrências do item trans no texto, podemos afirmar que



a)

introduzem termos como transfeminismo e transfobia, que servem para conceituar tipos de violência contra mulheres trans.

b)

o seu emprego em transfeminismo indica que a pauta feminista já se estende às mulheres trans, mas ainda exclui as travestis.

c)

é empregado como antônimo do prefixo cis- para indicar que a transfobia e a travestifobia devem preocupar apenas as pessoas cisgêneras.

d)

remete a transexuais e travestis no termo feminismo trans, que é sinônimo de transfeminismo e abrange grupos não incluídos na pauta feminista.

Resolução

a) Incorreta. Embora "transfobia" seja um tipo de violência, o termo “transfeminismo” não, pois ele remete a um movimento que visa combater a violência.

b) Incorreta. O texto diz que “o conceito de transfeminismo ou feminismo trans surge nos EUA quando foi percebido que as pautas discutidas no feminismo não abarcavam a situação das mulheres trans e travestis”. Desse modo, é incorreto afirmar que o feminismo já contempla  mulheres trans e travestis.

c) Incorreta. O prefixo –trans não fui usado com a finalidade de se opor ao prefixo –cis, tampouco usado com o intuito de indicar que a transfobia e a travestifobia devem preocupar apenas as pessoas cisgêneras; ao contrário disso, no texto é dito que as pessoas trans já se preocupam em pensar meios de sobrevivência em virtude das violências sofridas.

d) Correta. O termo "feminismo trans", tratado no texto, surge para contemplar, no movimento já existente, as pessoas trans. Desse modo, é possível concluir que trans, presente no termo já citado, remete a transexuais a travestis.