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Questão 41 Unicamp 2023 - 1ª fase

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Questão 41

Genética Mutações gênicas

Cientistas desvendaram o mecanismo causador da síndrome de Pitt-Hopkins, uma disfunção neuropsiquiátrica que tem características do transtorno do espectro autista. A síndrome de Pitt-Hopkins tem como origem uma mutação no gene TCF4 e causa déficit cognitivo, atraso motor profundo, ausência de fala funcional e anormalidades respiratórias. O genoma humano tem duas cópias de cada gene. A síndrome de Pitt-Hopkins ocorre quando uma das cópias do TCF4 não funciona. Os cientistas buscam alternativas para inserir uma terceira cópia ou fazer com que a única cópia funcional expresse mais proteína para compensar a cópia defeituosa.

(Adaptado de https://agencia.fapesp.br/estudo-abre-novas-possibilidades-de-tratamento-para-forma-de-autismo/38524/. Acesso em 23/05/2022.)

Considerando as informações apresentadas e seus conhecimentos, é correto afirmar que a síndrome é causada em

 



a)

heterozigose, quando um dos alelos do gene TCF4 não produz proteína funcional devido às alterações de bases nitrogenadas que modificam a proteína traduzida.

b)

homozigose, quando os dois alelos do gene TCF4 não produzem proteína funcional devido à mutação da cromatina que modifica a proteína traduzida.

c)

heterozigose, quando uma das cromátides do gene TCF4 não produz proteína funcional devido à mutação da cromatina que modifica a proteína traduzida.

d)

homozigose, quando as duas cromátides do gene TCF4 não produzem proteína funcional devido às alterações das bases nitrogenadas que modificam a proteína traduzida.

Resolução

A Síndrome de Pitt-Hopkins, conhecida pela sigla PTHS, é uma doença rara, com apenas 42 casos diagnosticados no Brasil e 1000 no mundo, o que provavelmente são números bem abaixo da realidade, uma vez que o conhecimento sobre a doença é relativamente recente (primeiro caso relatado em 1978), mas também porque seus sinais clínicos são variados e assemelham-se a outros distúrbios, dificultando muito o diagnóstico preciso.

No enunciado da questão, é indicado que o distúrbio acontece quando uma das cópias do gene não funciona. A partir da análise deste trecho, podemos concluir que apenas uma unidade do gene deficiente é o bastante para causar o efeito final, ou seja, trata-se de uma herança com padrão dominante. Heranças dominantes se manifestam sempre que o alelo em questão está presente, estando ele em dose dupla ou não, pois tanto o genótipo homozigoto (AA) quanto o heterozigoto (Aa) vão levar ao resultado esperado. No trecho seguinte, que diz que os cientistas buscam uma forma de inserir uma terceira cópia do gene, uma funcional, ou uma forma de estimular a cópia restante a produzir mais proteína, fica indicado que a doença se manifesta em heterozigose, confirmando a padrão dominante da doença.

a) Correta. A doença se manifesta em heterozigose. A mutação indicada no enunciado levaria à alteração nas bases nitrogenadas do DNA desta cópia, o que levaria a uma proteína anormal ou até mesmo a sua não produção.

b) Incorreta. A doença se manifesta em heterozigose. Um dos alelos produz proteína normal, sendo que a alteração em apenas um deles já é suficiente para causar a doença.

c) Incorreta. A doença se manifesta em heterozigose. Porém, esta mutação não pode afetar apenas uma cromátide, que é um dos filamentos do cromossomo duplicado durante a divisão celular. As cromátides são cópias uma da outra, e uma mutação em heterozigose afetaria as duas cromátides do cromossomo que possui a alteração. 

d) Incorreta. A doença se manifesta em heterozigose. Não são cromátides afetadas, como explicado nos itens B e C acima.