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Questão 3 Fuvest 2022 - 2ª fase - dia 2

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Questão 3

Energia Elétrica (Geografia) Matrizes energéticas e fontes alternativas

Observe os gráficos a seguir.

PIB – IBGE. “Geração de energia elétrica”. Revista FAPESP, edição 297, nov. 2020. Adaptado.

A partir dos dados apresentados,

a) apresente uma diferença entre a matriz energética do Brasil e da China.
b) aponte duas razões que dificultam ao Brasil assumir a liderança no ranking mundial de geração de energia elétrica por fontes renováveis.
c) explique duas razões para o aumento da produção de energia não renovável no Brasil entre 2011 e 2015.



Resolução

a) A matriz energética brasileira possui maior participação de fontes renováveis do que a matriz energética chinesa. Os dados apresentados no Gráfico 2 confirmam isso ao indicar que cerca de 82,6% da energia elétrica do Brasil é gerada a partir de fontes renováveis, enquanto a China produz apenas cerca de 27% de sua eletricidade com o uso de tais fontes. O "dragão asiático", segunda maior economia do mundo atualmente, utiliza principalmente carvão mineral, que representa 60% de toda energia utilizada no país, sobretudo por meio de termelétricas, localizadas estrategicamente e que atendem à crescente demanda industrial e doméstica em quase todo seu território.

b) O Brasil possui uma matriz em que os combustíveis fósseis ainda têm maior importância quando comparada à matriz da Noruega, país que surge como maior produtor de hidreletricidade, de acordo com o Gráfico 2. Além disso, a expansão da participação de fontes renováveis na matriz elétrica brasileira exige um volume de investimentos maiores em setores de fontes alternativas, como eólica e solar, a fim de que elas substituam gradativamente a participação das termelétricas no cenário nacional tornando, assim, a matriz cada vez mais limpa.

c) Uma das razões está relacionada aos crescentes investimentos em combustíveis fósseis nesse período, tanto no setor de gás natural, visando facilitar o escoamento desse combustível proveniente principalmente da Bolívia - gasoduto Brasil-Bolívia - em direção a áreas de elevada demanda energética localizadas principalmente no Sul e Sudeste do país, quanto no setor de petróleo, com aumento da produção nacional a partir da intensificação de sua exploração em águas profundas (pré-sal). Segundo informações da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)1, entre 2010 e 2020 o país teve um aumento de 52,7% na produção dessas duas fontes não renováveis.

Além disso, a crise hídrica, vivenciada em grande parte do Brasil entre os 2013 e 2014, é uma outra razão para aumento da produção de energia não renovável, pois a falta de água nos reservatórios de grandes usinas hidrelétricas (UHEs) impactou o fornecimento de eletricidade e gerou a necessidade de substituição momentânea desse tipo de fonte pelas termelétricas, movidas principalmente por gás natural, óleo combustível e carvão, o que explica os dados apresentados no Gráfico 1.

1 - Informações da ANP e do Ministério de Minas e Energia disponíveis em: https://www.gov.br/anp/pt-br/canais_atendimento/imprensa/noticias-comunicados/producao-de-petroleo-e-gas-teve-recorde-em-2020-e-aumentou-52-71-em-relacao-a-2010