As razões para condenar a medida variam bastante, e em muitos casos não representam um gesto de apoio ao governo cubano, mas sim, no caso de muitos países europeus, indicam uma contestação ao fato de que os EUA limitam a possibilidade de empresas de outros países a fazer negócios com a ilha ou de que esse embargo serve como um perigoso precedente de medidas unilaterais coercitivas.
(https://economia.uol.com.br, 16.07.2021.)
A política estadunidense tratada no excerto foi motivada,
a) |
na década de 1920, pela imposição de taxas extras aos produtos exportados dos EUA à ilha de Cuba. |
b) |
na década de 1980, pelo estabelecimento de acordos comerciais entre Cuba e União Soviética. |
c) |
na década de 1960, pela estatização de bens de empresas americanas em Cuba. |
d) |
na década de 1910, pela participação cubana no conflito bélico mundial ao lado da Tríplice Entente. |
e) |
na década de 1940, pela ausência cubana na participação dos projetos dos EUA para a reconstrução do continente americano. |
a) Incorreta. As supostas taxações empreendidas pelos cubanos aos produtos dos EUA aludidas pela questão não poderiam acontecer, uma vez que na década de 1920 Cuba estava submetida ao domínio imperialista estadunidense. Na verdade, a independência de Cuba frente aos espanhóis aconteceu a partir da Guerra Hispano-Americana (1898), sendo os estadunidesnses os reponsáveis diretos por ela. Entretanto, embora os espanhóis tenham perdido o domínio sobre Cuba, o imperialismo americano desejava dominar a ilha. Em 1901, o presidente Theodore Roosevelt enunciou a "política do Big Stick", que justificava intervenções militares estadunidenses na América Central e Pacífico. Nesse sentido, apenas em 1902 os norte-americanos permitiram a independência cubana, embora tenham imposto a eles a Emenda Platt, que incluía na Constituição cubana o direito dos Estados Unidos de interferir na politca interna daquele país, além de ter o direito de instalar bases militares no território. Essa emenda só foi suspensa em 1934 e, dessa forma, era impossível aos cubanos sobretaxar qualquer produto estadunidense que entrava naquele país.
b) Incorreta. O embargo americano imposto aos cubanos já havia acontecido na década de 1960. Em 1959 houve a Revolução Cubana, liderada por Fidel Castro. Com o objetivo de se livrar da influência do imperialismo estadunidense e dentro de um contexto de Guerra Fria, os cubanos acabaram por se aproximar dos soviéticos (1961). Tal fato, inclusive, levou a instalação de uma base soviética em Cuba e à crise dos mísseis (1962). Dessa forma, os tratados comerciais entre cubanos e soviéticos já se estabeleceram na década de 1960, sendo o embargo resultante desse processo. Portanto, o texto se refere a consequências de processos históricos da década de 1960, não de 1980.
c) Correta. Com a Revolução Cubana de 1959, que tinha um discurso nacionalista muito forte, uma vez que durante a primeira metade do século XX a interferência dos EUA naquela ilha era muito intensa, logo uma das primeiras medidas do governo de Castro foi a nacionalização das empresas americanas que estavam sediadas naquele país. Foi então que, ainda na década de 1960, os estadunidenses começaram a impor restrições e embargos aos cubanos.
d) Incorreta. A Tríplice Entente (1907) foi a aliança entre os britânicos, franceses e russos que lutaram ao longo da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) contra a Tríplice Aliança, formada principalmente por alemães, austro-húngaros e turco-otomanos. Os Estados Unidos se aliaram à Tríplice Entente em 1917, declarando guerra aos alemães. Cuba, dominada pelo imperialismo estadunidenese, imediatamente declarou guerra contra a Tríplice Aliança. Dessa forma, jamais os norte-americanos puniriam os cubanos com embargos, uma vez que seguiram as determinações impostas pelo governo estadunidense.
e) Incorreta. Na verdade, na década de 1940, no contexto da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os EUA não tinham nenhuma proposta de reconstrução do continente. O que fizeram foi a criação da "política da boa vizinhança", para tentar influenciar os países da América Latina a não aderirem aos alemães no contexto da ascensão do nazismo e do conflito mundial. Cuba nunca se colocou contrária a tal política como afirma a alternativa.