A escrita faz de tal modo parte de nossa civilização que poderia servir de definição dela própria. A história da humanidade se divide em duas imensas eras: antes e a partir da escrita. Talvez venha o dia de uma terceira era — depois da escrita. Vivemos os séculos da civilização escrita. Todas as nossas sociedades baseiam-se no escrito. A lei escrita substitui a lei oral, o contrato escrito substitui a convenção verbal, a religião escrita se seguiu à tradição lendária. E sobretudo não existe história que não se funde sobre textos.
Charles Higounet. A história da escrita. Adaptado.
A escrita poderia servir de definição da nossa civilização, uma vez que
a) |
a terceira era está prestes a acontecer. |
b) |
o escrito respalda as atividades humanas. |
c) |
as convenções verbais substituíram o escrito. |
d) |
a oralidade deixou de ser usada em períodos remotos. |
e) |
os textos pararam de se modificar a partir da escrita. |
No início do texto, o autor afirma que a escrita poderia servir de definição da nossa civilização e, logo sem seguida, passa a dar justificativas para tal afirmação. Ele mostra que a escrita é um marco que divide a história, fala que as leis escritas substituem os acordos realizados oralmente, cita que os textos religiosos escritos se sobrepõem às lendas, que circulavam oralmente e, por fim, conclui que a história é registrada em textos escritos. Desse modo, com as justificativas dadas pelo autor do texto, é possível inferir que várias atividades humanas são respaldadas pela escrita, o que vai ao encontro da alternativa B.
a) Incorreta. O autor cita que talvez uma terceira era possa acontecer, mas essa afirmação não valida, de forma alguma, o fato de a escrita servir de definição de nossa civilização.
b) Correta. Os exemplos dados pelo autor após sua afirmação inicial – de que a escrita serve para definir a nossa civilização – são usados justamente para mostrar que a escrita permeia as atividades humanas.
c) Incorreta. O autor afirma exatamente o contrário, pois mostra que a modalidade escrita substitui as convenções verbais.
d) Incorreta. O autor não cita, em nenhum momento do texto, que a oralidade deixou de ser usada.
e) Incorreta. O autor não afirma que os textos pararam de se modificar a partir da escrita e, além disso, não seria essa ideia que justificaria a afirmação do autor de que a escrita serve como forma de definir nossa civilização.