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Questão 32 Unicamp 2022 - 1ª fase

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Questão 32

poem

A poeta e ativista palestina Rafeef Ziadah estava participando da cobertura jornalística do massacre em Gaza quando um jornalista não-palestino perguntou-lhe se as coisas não seriam melhores se os palestinos parassem de ensinar o ódio às suas crianças. Em resposta a essa pergunta, Ziadah compôs o poema “We teach life, sir”, transcrito a seguir:

Today, my body was a TV’d massacre

that had to fit into sound-bites and word limits.

And I perfected my English and I learned my UN resolutions.

But still, he asked me, Ms. Ziadah, don’t you think that everything would be resolved

if you would just stop teaching so much hatred to your children?

Pause.

I look inside of me for strength to be patient but patience is not at the tip of my tongue as the bombs drop over Gaza.

Today, my body was a TV’d massacre made to fit into soundbites and word limits

and move those that are desensitized to terrorist blood.

And these are not two equal sides: occupier and occupied.

And a hundred dead, two hundred dead, and a thousand dead.

And between that, war crime, and massacre,

I vent out words and smile “not exotic”, “not terrorist”.

No sound-bite will fix this

We teach life, sir

(Adaptado de https://blissonature.wordpress.com/2011/11/17/rafeef-ziadahwe-teach-life-sir-text-transcription-lyrics-words-of-poem/. Acessado em 01/ 07/2021.)

 

A partir da leitura do texto, depreende-se que

 



a)

a violência contra palestinos chega ao mundo reduzida a pequenas frases e a um certo limite de palavras.

 

 

b)

os bombardeamentos em Gaza são motivados por imagens estereotipadas da população na televisão.

 

 

c)

o ensino dos conflitos históricos em Gaza é baseado em sentimentos como o ódio e a insensibilidade.

 

 

d)

o aprendizado de inglês e das resoluções da ONU está associado ao fim da violência na Palestina.

 

 

Resolução

Vamos traduzir o poema da poeta e ativista palestina Rafeef Ziadah:

"We teach life, sir" (Nós ensinamos a vida, senhor)

Hoje, meu corpo foi um massacre na TV

que tinha que se encaixar em chavões (sound bites) e limites de palavras.

Aperfeiçoei meu inglês e aprendi minhas resoluções da ONU.

Mas ainda assim, ele me perguntou, Sra. Ziadah, você não acha que tudo seria resolvido

se parasse de ensinar tanto ódio às suas crianças? 

Pausa.

Eu olho dentro de mim busacando forças para ser paciente, mas a paciência não está na ponta da minha língua enquanto as bombas caem sobre Gaza.

Hoje, meu corpo foi um massacre feito na TV para se encaixar em chavões e limites de palavras

e mover aqueles que são dessensibilizados ao sangue terrorista.

E estes não são dois lados iguais: ocupante e ocupado.

E cem mortos, duzentos mortos e mil mortos.

E no meio disso, crime de guerra e massacre,

Eu desabafo palavras e sorrio "não exótico", "não terrorista".

Nenhuma chavão vai consertar isso

Nós ensinamos a vida, senhor.

a) Correta. Podemos ver pelo poema que, de fato,  a violência contra palestinos chega ao mundo reduzida a pequenas frases (chavões) e a um certo limite de palavras. A pergunta do jornalista não-palestino - você não acha que tudo seria resolvido se parasse de ensinar tanto ódio às suas crianças? - mostra que ele conhece a situação dos palestinos superficialmente.

b) Incorreta. A partir da leitura do texto, não podemos afirmar que os bombardeamentos em Gaza são motivados por imagens estereotipadas da população na televisão. No texto, apenas se afirma Eu olho dentro de mim busacando forças para ser paciente, mas a paciência não está na ponta da minha língua enquanto as bombas caem sobre Gaza.

c) Incorreta. Segundo a poeta e ativista palestina Rafeef Ziadaho, o ensino dos conflitos históricos em Gaza  não é baseado em sentimentos como o ódio e a insensibilidade, e sim na vida.

d) Incorreta. Através da leitura do poema, não podemos afirmar que o aprendizado de inglês e das resoluções da ONU está associado ao fim da violência na Palestina. No texto, apenas se afirma Aperfeiçoei meu inglês e aprendi minhas resoluções da ONU.