Questão 3 Fuvest 2021 - 2ª fase - dia 2
Para diversos cientistas da atualidade, as modificações provocadas no planeta pelas atividades humanas nos últimos séculos são irreversíveis e justificariam a criação de um novo tempo geológico, denominado Antropoceno. Neste, haveria mudanças significativas na superfície, na atmosfera, na quantidade e na distribuição dos seres vivos no globo. No entanto, ao longo da história geológica da Terra, em especial no Fanerozoico, já ocorreram grandes reduções do número de espécies em episódios chamados de extinções em massa. Um desses episódios, por exemplo, ocorreu no final da Era Mesozoica, há 65 milhões de anos, e fez desaparecer os dinossauros.
Luiz Eduardo Anelli. O Guia Completo dos Dinossauros do Brasil. 2010. Adaptado.
a) Na figura da Folha de Respostas, indique por meio de um círculo o pico de extinção dos dinossauros.
b) Cite duas condições naturais adversas à vida que poderiam levar a extinções em massa no planeta conforme demonstrado no gráfico.
c) Explique uma evidência na superfície terrestre e uma na atmosfera que colabora para a proposição do Antropoceno como um novo tempo geológico.
Imagem do caderno de respostas:
O círculo deve ser apontado na área correspondente a 65 milhões de anos atrás (correspondente ao fim da era Mesozoica), onde podemos observar uma enorme elevação dos dados no gráfico representativa da extinção dos dinossauros.
b) As extinções apresentam relação direta com alguma grande modificação ambiental que leva ao desaparecimento massivo de espécies. Algumas dessas condições podem ser:
- efeitos desencadeados pela queda de cometas ou grandes asteroides;
- aumento da quantidade de material particulado na atmosfera e a diminuição da incidência de luz solar na superfície provocada pelo aumento de erupções vulcânicas;
- mudanças climáticas radicais, aumento ou diminuição de temperatura (eras glaciais ou aquecimento global);
- mudanças nas condições de oxigênio na atmosfera e oceanos.
c) Evidências na superfície terrestre: desmatamento, exploração mineral, poluição, desertificação, degradação de solos, transformações espaciais críticas para o meio ambiente.
Após as revoluções industriais há uma enorme aceleração nos processos de exploração e transformação de recursos naturais, fazendo que haja um aumento acelerado no desmatamento de áreas naturais, que podem provocar alterações climáticas e resulta na perda da biodiversidade. As atividades de desmatamento muitas vezes ocorrem junto a exploração mineral predatória, que provoca a abertura de grandes valas ao céu aberto que provocam a contaminação dos rios com metais pesados e o aumento no assoreamento dos rios. Essa aceleração das transformações espaciais tem provocado a perda massiva de espécies, o que comprova a existência dessa nova era geológica chamada Antropoceno, em que o ser humano é o principal agente transformador das paisagens terrestres.
Evidências atmosféricas: mudanças de temperatura, aumento na concentração de CO2, metano e outros gases estufa (que aborvem grande quantidade de energia na atmosfera).
O aquecimento global está diretamente relacionado ao aumento da concentração de CO2 e outros gases de efeito estufa na atmosfera, através da queima de combustíveis fósseis (principalmente, carvão, e derivados do petróleo) nos últimos três séculos. O aumento de áreas de pastagem em detrimento das vegetações naturais aumenta os rebanhos e a aceleração de concentração de metano e outros gases estufa. Essa grande concentração provoca o aumento de temperatura em nível global, o que pode provocar grandes extinções, evidenciando a era geológica do Antropoceno.