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Questão 1 Fuvest 2021 - 2ª fase - dia 2

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Questão 1

Crescimento Populacional Competição Interespecífica Conceitos Básicos (Ecologia)

Os gráficos mostram o número de indivíduos de duas espécies de peixes (espécie A e espécie B), no início e no final de um experimento realizado em tanques (cinco sombreados e cinco expostos ao sol). Nos tanques expostos ao sol, os microcrustáceos, alimento exclusivo dos peixes, atingem maior tamanho devido à maior abundância de fitoplâncton. Por outro lado, nos tanques sombreados, há menos fitoplâncton e os microcrustáceos atingem tamanho menor. Os peixes da espécie A alimentam-se somente de microcrustáceos pequenos, enquanto os peixes da espécie B alimentam-se de microcrustáceos de todos os tamanhos. A quantidade de larvas de microcrustáceos colocadas mensalmente foi a mesma em todos os tanques. A capacidade de suporte de cada um dos tanques foi de 100 peixes.

a) Qual foi a razão, ao final do experimento, entre o número de indivíduos da espécie B nos tanques expostos ao sol em relação ao número de indivíduos dessa mesma espécie nos tanques sombreados?

b) Considerando apenas os tanques expostos ao sol, desenhe no gráfico da folha de respostas uma linha que indique como variou a razão entre o número de indivíduos da espécie B e o número de indivíduos da espécie A, no início e no fim experimento.

c) Cite a interação biológica entre as duas espécies de peixe que explica a diferença no número final de indivíduos dessas espécies nos tanques expostos ao sol. Justifique.

 

Gráfico da folha de respostas:



Resolução

a) Pela análise dos gráficos, pode-se concluir que os peixes da espécie A apresentam um maior tamanho populacional em ambientes sombreados, uma vez que a oferta de alimento, para essa espécie, é maior, ou seja, há um maior número de microcrustáceos pequenos, seu alimento preferido. Já os peixes da espécie B apresentam um maior tamanho populacional em ambientes ensolarados, uma vez que a oferta de alimento para essa espécie é maior, ou seja, há uma maior número de microcrustáceos, de variados tamanhos, que fornecem mais nutrientes e mais energia.

Portanto, a razão, ao final do experimento, entre o número de indivíduos da espécie B nos tanques expostos ao sol (80 indivíduos) em relação ao número de indivíduos dessa mesma espécie nos tanques sombreados (50 indivíduos) foi de:

R=8050R=1,6

 

b) A razão entre o número de indivíduos da espécie B (50 indivíduos) e o número de indivíduos da espécie A (50 indivíduos), no início do experimento, pode ser calculada da seguinte maneira:

R=5050R=1

 

A razão entre o número de indivíduos da espécie B (80 indivíduos) e o número de indivíduos da espécie A (20 indivíduos), no final do experimento, pode ser calculada da seguinte maneira:

R=8020R=4

 

Portanto, considerando apenas os tanques expostos ao sol, podemos notar que a razão entre o número de indivíduos da espécie B e o número de indivíduos da espécie A, no início e no fim experimento, variou de forma positiva, como mostrado no gráfico abaixo:

 

c) As espécies de peixes A e B estabelecem entre si uma relação ecológica de competição interespecífica. Nessa interação, há prejuízo para ambos os participantes (-/-), uma vez que a quantidade de alimento (microcrustáceos pequenos) disponível no ambiente é limitada e, portanto, cada uma das espécies apresentaria um desempenho maior caso estivesse isolada. Porém, o efeito da competição sobre a espécie B é reduzido nos tanques expostos ao sol, já que os peixes da espécie B atingem um tamanho populacional maior do que os peixes da espécie A.

Os peixes da espécie B se alimentam tanto de microcrustáceos pequenos quanto de microcrustáceos grandes, de modo que a espécie B pode ser chamada de generalista. Já os peixes da espécie A se alimentam apenas de microcrustáceos pequenos, de modo que a espécie A pode ser chamada de especialista. Assim, podemos concluir que o nicho ecológico fundamental da espécie B é mais amplo do que o nicho ecológico da espécie A, permitindo que a primeira obtenha mais alimento do que a última. Essa diferença na taxa de obtenção de alimento, resultado da exploração, pela espécie B, de uma parte do seu nicho ecológico que a espécie A não ocupa, favorece o aumento do número de indivíduos da espécie B.