Examine o cartum de Quino.
(Cada um no seu lugar, 2005.)
Contribui para o efeito de humor do cartum o recurso
a) |
à antítese. |
b) |
ao eufemismo. |
c) |
à personificação. |
d) |
à hipérbole. |
e) |
ao paradoxo. |
a) Incorreta. A antítese é a figura de linguagem que aproxima ideias opostas. Embora essas ideias possam ser verificadas no cartum ("fechar a porta" opõe-se a "entrar"), é importante ressaltar que, para que se configure uma antítese, essas ideias opostas não devem se anular mutuamente; nesses casos fica indicado apenas o contraste entre duas ideias contrárias. O que temos aqui é justamente uma anulação: é impossível entrar se a porta estiver fechada, logo, essa não é uma antítese.
b) Incorreta. O eufemismo caracteriza-se pela suavização de determinado termo que poderia ser lido como grosseiro ou invasivo. Não vemos isso acontecendo neste cartum: a mensagem é passada de forma direta e não há termos que suscitem a necessidade de uma suavização.
c) Incorreta. A personificação pressupõe a atribuição de características humanas a seres inanimados. Não há nenhum elemento que indique a ocorrência desse fenônemo no cartum.
d) Incorreta. A hipérbole é marcada pelo exagero, normalmente utilizado como recurso estilístico. Não há nenhum elemento no cartum que aponte para o uso dessa figura de linguagem.
e) Correta. O paradoxo é marcado pela construção que aproxima duas ideias contrárias de modo a criar uma situação improvável ou impossível. No cartum, o aviso colado à porta aponta justamente para essa situação: se a porta for fechada, não é possível entrar. Isso significa que a formulação desse aviso cria uma situação paradoxal, impossível de acontecer no mundo real.