A figura representa um feixe formado por dois raios de luz monocromática, um azul e um vermelho, que se propagam juntos pelo ar em uma direção definida pela reta r e incidem, no ponto P, sobre uma lâmina de faces paralelas constituída de vidro homogêneo e transparente.
Após atravessarem a lâmina, os dois raios de luz emergem separados e voltam a se propagar pelo ar. Sendo e os índices de refração absolutos do vidro para as cores azul e vermelha, respectivamente, e sabendo que > , a figura que melhor representa a propagação desses raios pelo ar após emergirem da lâmina de vidro é:
a) |
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b) |
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c) |
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d) |
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e) |
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Os raios luminosos representados na figura sofrem duas refrações sucessivas: uma ao passar do ar para o vidro e outra ao passar do vidro para o ar. A imagem abaixo ilustra a trajetória de um raio luminoso ao passar por uma lâmina de faces paralelas:
A relação entre os ângulos de incidência e de refração é dada pela Lei de Snell-Descartes:
onde n1 e n2 são os índices de refração dos meios de origem e de destino da luz respectivamente.
Como em uma lâmina de faces paralelas os ângulos r1 e r2 são iguais (alternos internos) e os pares de índices de refração são os mesmos nas duas refrações, podemos afirmar que os ângulos i1 e i2 também são iguais (o que também pode ser visto como uma consequência do princípio da reversibilidade da propagação da luz). Consequentemente, o raio emergente deve ser paralelo ao raio incidente (o que elimina as alternativas B, D e E).
Aplicando a Lei de Snell-Descartes à primeira refração sofrida pelos raios luminosos, temos
Logo, temos que, para o raio monocromático vermelho,
e para o raio monocromático azul,
Dado que nA é maior que nV, concluímos que sen(rA)<sen(rV) e, consequentemente, rA<rV. Essa situação é ilustrada na imagem abaixo:
Finalmente, conclui-se que a alternativa correta é a alternativa C.