Uma população (momento A) sofre isolamento em duas subpopulações (momento B) por um fator de isolamento (I). Passado um tempo, essas subpopulações apresentam características fenotípicas e genotípicas que as distinguem (momento C), representadas na figura pelas tonalidades de cor. O posterior desaparecimento do fator de isolamento pode levar, no momento D, às situações D1 e D2.
A representação indica que, no momento D, na situação
a) |
D1 ocorre um novo fator de isolamento geográfico.
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b) |
D1 existe uma única população distribuída em gradiente.
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c) |
D1 ocorrem duas populações separadas por isolamento reprodutivo. |
d) |
D2 coexistem duas populações com características fenotípicas distintas.
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e) |
D2 foram preservadas as mesmas características fenotípicas da população original A.
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A figura ilustra o processo de especiação, ou seja, de formação de duas novas espécies a partir de uma única espécie ancestral. A especiação pode ser dividida em três etapas:
A terceira etapa do processo de especiação só é atingida se o acúmulo de diferenças genéticas durante o período de divergência for suficiente para impedir a reprodução entre as espécies recém-formadas e a geração de descendentes férteis. Esse resultado só é alcançado se houver a formação de barreiras reprodutivas, sejam pré ou pós-zigóticas. Caso essas barreiras não se formem e as populações voltem a entrar em contato, poderá ocorrer o fenômeno conhecido como fusão: as diferenças fenotípicas entre os grupos irão se diluir devido à restauração do fluxo gênico entre eles, revertendo o processo de especiação (Figura 1).
Figura 1: especiação com contato secundário. No processo 1, há a formação de novas espécies por meio da criação de barreiras reprodutivas. No processo 2, as espécies incipientes se fundem devido à ausência de barreiras reprodutivas, formando novamente uma única espécie. Adaptado de: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Consequences_of_secondary_contact_Schematic.svg (acesso em 25 de janeiro de 2021).
A especiação pode ser classificada em quatro categorias, dependendo da existência, ou não, de uma barreira geográfica como fator de isolamento, da área de distribuição da população original e do tamanho das subpopulações formadas:
a) Incorreta. Em D1, não há isolamento geográfico. O fluxo gênico entre as subpopulações não é reestabelecido, pois houve a formação de barreiras reprodutivas.
b) Incorreta. Em D1, não há um gradiente, ou seja, o limite entre as subpopulações é nítido e resultou da formação de barreiras reprodutivas.
c) Correta. Em D1, nota-se que o processo de especiação se completou, uma vez que as novas espécies formadas não são capazes de se reproduzir e gerar descendentes férteis. Portanto, o fluxo gênico entre elas não mais existe e cada subpopulação agora segue como espécie separada.
d) Incorreta. Em D2, há apenas uma população, formada pela fusão entre as duas subpopulações que se encontravam isoladas. Como o processo de especiação não se completou, não houve a formação de barreiras reprodutivas e, portanto, houve a mistura entre os pool gênicos de ambas as subpopulações.
e) Incorreta. Em D2, nota-se que as características fenotípicas da população final (cor cinza) são diferentes das características fenotípicas da população original (cor branca), como reforçado pelo padrão de cores utilizado.