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Questão 2 Enem 2020 - dia 1 - Linguagens e Ciências Humanas

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Questão 2

Text Comprehension

Finally, Aisha finished with her customer and asked what colour Ifemelu wanted for her hair attachments.

"Colour four." 

"Not good colour," Aisha said promptly. 

"That's what I use." 

"It look dirty. You don't want colour one?"

"Colour one is too black, it looks fake," Ifemelu said, loosening her headwrap. "Sometimes I use colour two, but colour four is closest to my natural colour."

[...]

She touched Ifemelu's hair. "Why you don't have relaxer?"

"I like my hair the way God made it."

"But how you comb it? Hard to comb," Alsha said.

Ifemelu had brought her own comb. She gently combed her hair, dense, soft and tightly coiled, until it framed her head like a halo. "It's not hard to comb if you moisturize it properly," she said, slipping into the coaxing one of the proselytizer that she used whenever she was trying to convince other black women about the merits of wearing their hair natural. Aisha snorted; she clearly could not understand why anybody would choose to suffer through combing natural hair, instead of simply relaxing it. She sectioned out Ifemelu's hair, plucked a little attachment from the pile on the table and began deftly to twist.

ADICHIE, C. Americanah: A novel. New York: Anchor Books, 2013. 

A passagem do romance da escritora nigeriana traz um diálogo entre duas mulheres negras: a cabeleireira, Aisha, e a cliente, Ifemelu. O posicionamento da cliente é sustentado por argumentos que



a)

reforçam um padrão de beleza.

b)

retratam um conflito de gerações.

c)

revelam uma atitude de resistência.

d)

demonstram uma postura de imaturidade.

e)

evidenciam uma mudança de comportamento.

Resolução

Finalmente, Aisha terminou com seu cliente e perguntou que cor Ifemelu queria para seus acessórios de cabelo.

"Cor quatro".

"Não é uma boa cor", disse Aisha prontamente.

"Isso é o que eu uso."

"Parece sujo. Você não quer a cor um?"

"A cor um é muito preta, parece falsa", disse Ifemelu, soltando seu prendedor de cabeça. "Às vezes uso a cor dois, mas a cor quatro é mais próxima da minha cor natural."

[...]

Ela tocou no cabelo de Ifemelu. "Por que você não tem relaxamento?"

"Eu gosto do meu cabelo do jeito que Deus fez."

"Mas como você o penteia? Difícil de pentear." Alsha disse.

Ifemelu tinha trazido seu próprio pente. Ela gentilmente penteou o cabelo, denso, macio e bem enrolado, até que o emoldurou em sua cabeça como uma auréola. "Não é difícil pentear se você hidratá-lo corretamente", disse ela, se resvalando para a persuasão de um dos proselitismos que ela usava sempre que tentava convencer outras mulheres negras sobre os méritos de usar seus cabelos naturais. Aisha bufou; ela claramente não conseguia entender por que alguém escolheria sofrer penteando cabelos naturais, em vez de simplesmente relaxá-lo. Ela separou o cabelo de Ifemelu, arrancou um pouco do acessório da pilha sobre a mesa e começou habilmente a torcer.

a) Incorreta. O posicionamento da cliente não é sustentado por argumentos que reforçam um padrão de beleza, uma vez que o padrão de beleza, segundo a cabelereira, seria o de fazer relaxamento em seu cabelo e não usar acessórios de determinadas cores.

b) Incorreta.  Não temos um conflito de gerações aqui, o que temos é um conflito em relação ao cabelo de Ifemelu, pois a cabelereira tenta convencê-la de que seu cabelo ficaria melhor com um acessório da cor preta e com relaxamento.

c) Correta. O posicionamento da cliente é sustentado por argumentos que revelam sua resistência, pois ela não aceita a sugestão de relaxamento e de cores de acessórias da cabelereira e afirma:  "Eu gosto do meu cabelo do jeito que Deus fez." Ela tem uma posição de enfrentamento e de resistência, assumindo totalmente sua origem negra e seu cabelo enrolado, não aceitando o que seria o padrão de beleza, segundo a cabelereira.

d) Incorreta.  A postura de Ifemelu demonstra muita maturidade e personalidade, uma vez que ela não aceita as sugestões da cabelereira.

e) Incorreta.  O posicionamento da cliente não é sustentado por argumentos que evidenciam uma mudança de comportamento, mesmo porque ela não muda seu comportamento, mesmo diante das sugestões da cabelereira.