A Mother in a Refugee Camp
No Madonna and Child could touch
Her tenderness for a son
She soon would have to forget...
The air was heavy with odors of diarrhea,
Of unwashed children with washed-out ribs
And dried-up bottoms waddling in labored steps
Behind blown-empty bellies. Other mothers there
Had long ceased to care, but not this one:
She held a ghost-smile between her teeth,
and in her eyes the memory
Of a mother's pride... She had bathed him
And rubbed him down with bare palms.
She took from their bundle of possessions
A broken comb and combed
The rust-colored hair left on his skull
And then - humming in her eyes-began carefully
[to part it.
In their former life this was perhaps
A little daily act of no consequence
Before his breakfast and school; now she did it
Like putting flowers on a tiny grave.
ACHEBE, C. Collected Poems. New York: Anchor Books, 2004.
O escritor nigeriano Chinua Achebe traz uma reflexão sobre a situação dos refugiados em um cenário pós-guerra civil em seu país. Essa reflexão é construída no poema por meio da representação de uma mãe, explorando a(s)
a) |
demonstração de orgulho por não precisar pedir doações. |
b) |
descrições artísticas detalhadas de uma obra conhecida. |
c) |
aceitação de um diagnóstico de doença terminal do filho. |
d) |
consternação ao visitar o túmulo do filho recém-falecido. |
e) |
impressões sensoriais experimentadas no ambiente. |
Uma mãe em um campo de refugiados
Nenhuma mãe e criança poderia tocar
Sua ternura por um filho
Ela logo teria que esquecer...
O ar estava pesado com odores de diarreia,
De crianças não lavadas com costelas adoecidas
E nádegas secas cambaleando em passos difiíceis
Atrás de barrigas vazias e inchadas. Outras mães lá
Tinham deixado de se importar, mas não esta:
Ela segurou um sorriso fantasma entre os dentes,
e em seus olhos a memória
Do orgulho de uma mãe... Ela tinha banhado-o
E esfregou-o com as palmas das mãos nuas.
Ela tirou de sua trouxa de pertences
Um pente quebrado e penteou
O cabelo cor de ferrugem que restou em seu crânio
E então - cantarolando em seus olhos-começou cuidadosamente
[a separá-lo.
Em sua vida anterior isso era talvez
Um pequeno ato diário sem consequência
Antes de seu café da manhã e escola; agora ela fez isso
Como colocar flores em uma pequena cova.
a) Incorreta. O poema demonstra o sofrimento de uma mãe ao cuidar de seu filho em um campo de refugiados, não há absolutamente nada de demonstração de orgulho por não precisar pedir doações e nem há menção alguma no texto a doações.
b) Incorreta. Podemos perceber uma descrição detalhada do ambiente neste campo de refugiados, como os odores e a desnutrição das crianças; esta mãe, especificamente, que diferente das outras mães já desacreditadas, cuidava do filho banhando-o e penteando seu cabelo, mas não há como afirmar que estas descrições sejam artísticas e detalhadas de uma obra conhecida.
c) Incorreta. Não há uma aceitação por parte da mãe de um diagnóstico de doença terminal do filho, primeiro porque não há um diagnóstico especificamente e segundo porque, mesmo com toda a stiuação nefasta em que esta mãe e seu filho se encontram no campo de refugiados, ela não aceita que seu filho possa estar partindo, ela cuida dele, assim como cuidava antes de ele ir para a escola.
d) Incorreta. Apesar de o final do poema mencionar uma pequena cova, o que podemos perceber é uma mãe dando banho em seu filho, penteando seu cabelo, lembrando de como fazia em sua vida anterior. Um pequeno ato diário sem consequência e que agora ela faz isso
como colocar flores em uma pequena cova, ou seja, com a mesma tristeza de uma mãe ao colocar flores em uma pequena cova. Além disso, no trecho: She soon would have to forget... podemos perceber que talvez em breve esta mãe terá que esquecer a ternura de tocar um filho, o que nos leva a enteder que talvez este menino estivesse quase morrendo, mas que ainda não havia, de fato, falecido.
e) Correta. O poema nos traz inúmeras impressões sensoriais experimentadas no ambiente, como a ternura de tocar um filho, o ar que estava pesado com odores de diarreia, das crianças não lavadas com costelas adoecidas, de nádegas secas cambaleando em passos difíceis atrás de barrigas vazias e inchadas. Ou da mãe que tinha banhado seu filho e esfregou-o com as palmas das mãos nuas, que tirou de sua trouxa de pertences um pente quebrado e penteou o cabelo cor de ferrugem que restou em seu crânio e então - cantarolando em seus olhos - começou cuidadosamente a separá-lo.