Montaigne Deu o nome para um novo gênero literário; foi dos primeiros a instituir na literatura moderna um espaço privado, ou espaço do "eu", do texto íntimo. Ele cria um novo processo de escrita filosófica, no qual hesitação, autocríticas, correções entram no próprio texto.
COELHO, M. Montaigne. São Paulo: Publifolha. 2001 (adaptado).
O novo gênero de escrita aludido no texto é o(a)
a) |
confissão, que relata experiências de transformação. |
b) |
ensaio, que expõe concepções subjetivas de um tema. |
c) |
carta, que comunica informações para um conhecido. |
d) |
meditação, que compõe preparações para o conhecimento. |
e) |
diálogo, que discute assuntos com diferentes interlocutores. |
Michel de Montaigne foi o filósofo renascentista considerado o "inventor" do gênero ensaio, dedução que poderia ser feita caso o aluno se lembrasse do nome de uma de suas principais obras: "Ensaios". Analisando as demais alternativas, temos:
A alternativa "A" fala em "confissão". Contudo, considerando o contexto da história da filosofia, é sabido que o gênero em questão é trabalhado pela primeira vez por Santo Agostinho, muitos séculos ainda de Montaigne, ainda no mundo medieval.
A alternativa "C" fala em "carta". No entanto, tomando por base a história da filosofia e de todo o pensamento ocidental, é sabido que essa prática não surge apenas no renascimento, sendo já utilizada entre os antigos (pensadores romanos, por exemplo) e os medievais (os escolásticos, por exemplo).
A alternativa "D" fala em "meditação". Porém, na filosofia, falar em "meditação" (ou "meditações", para ser mais preciso) é falar em René Descartes, autor das famosas "Meditações Metafísicas".
E, por fim, a alternativa "E" fala em "diálogo", gênero que, conforme todo o estudante secundarista deveria saber, foi habilmente praticado por Platão, na medida em que o autor materializava os diálogos de Sócrates no dia a dia da antiga Atenas.