Questão 3 Unicamp 2020 - 2ª fase - dia 2
O mapa abaixo apresenta a espacialização dos desertos no globo terrestre.
a) Aponte uma característica biogeográfica e uma característica climática do domínio de desertos frios.
b) Diferencie “deserto” e “desertificação”.
a) Os desertos frios são causados por correntes marítimas frias, responsáveis por proporcionar temperaturas médias relativamente baixas, com elevada amplitude térmica anual e índices pluviométricos baixos. Também podem ser causados pela continentalidade que reduz a umidade pela pequena influência dos oceanos e por altas cadeias montanhosas que barram massas de ar úmidas. Também podemos lembrar que em altas latitudes há a ocorrência dos desertos polares, mais precisamente no interior dos círculos polares Ártico (66º a 90º Norte) e Antártico (66º a 90º Sul). Caracterizam-se por serem regiões de baixíssima pluviosidade (normalmente inferiores a 250mm/ano) com temperaturas médias próximas a zero na maior parte do ano. Tais fatores (baixa temperatura e pouca pluviosidade) impõem-se como limites biogeográficos importantes à fauna e flora, o que explica a pequena biodiversidade com ocorrência de poucas espécies especificamente adaptadas à sobrevivência nesses domínios.
b) Deserto é um domínio natural marcado pela aridez, ou seja, por índices pluviométricos anuais muito baixos. Eles são formados por fatores naturais como existência de sistemas de alta pressão atmosférica instalados em latitudes próximas a 30º Norte e Sul (deserto do Saara e Árabe), correntes marítimas frias que reduzem o volume de chuva em ambientes costeiros na porção oeste dos continentes (Atacama e Calahari) e barreiras de relevo que impedem a passagem de massas de ar úmidas a determinadas áreas continentais (Deserto de Gobi e Taklamakan).
Desertificação é o processo de intensificação da diminuição da umidade em ambientes semiáridos ou subúmidos que promove o aumento da aridez em todo o ecossistema (atmosfera, solos e cursos d'água). Ela está normalmente associada à ações antrópicas como desmatamento, queimadas, transposição de cursos de rios, irrigação artificial em larga escala e impermeabilização dos solos, sendo que biomas como o Sahel (transição entre o Saara e as savanas africanas) e a Caatinga (localizada no Sertão nordestino brasileiro) têm sido fortemente afetadas por esse processo.