A tomografia por emissão de pósitrons (PET) é uma técnica de imagem por contraste na qual se utilizam marcadores com radionuclídeos emissores de pósitrons. O radionuclídeo mais utilizado em PET é o isótopo 18 do flúor, que decai para um núcleo de oxigênio‐18, emitindo um pósitron. O número de isótopos de flúor‐18 decai de forma exponencial, com um tempo de meiavida de aproximadamente 110 minutos
A imagem obtida pela técnica de PET é decorrente da detecção de dois fótons emitidos em sentidos opostos devido à aniquilação, por um elétron, do pósitron resultante do decaimento. A detecção é feita por um conjunto de detectores montados num arranjo radial. Ao colidir com um dos detectores, o fóton gera cargas no material do detector, as quais, por sua vez, resultam em um sinal elétrico registrado no computador do equipamento de tomografia. A intensidade do sinal é proporcional ao número de núcleos de flúor‐18 existentes no início do processo.
a) Após a realização de uma imagem PET, o médico percebeu um problema no funcionamento do equipamento e o reparo durou 3h40min. Calcule a razão entre a intensidade do sinal da imagem obtida após o reparo do equipamento e a da primeira imagem.
b) Calcule a energia de cada fóton gerado pelo processo de aniquilação elétron‐pósitron considerando que o pósitron e o elétron estejam praticamente em repouso. Esta é a energia mínima possível para esse fóton.
c) A carga elétrica gerada dentro do material do detector pela absorção do fóton é proporcional à energia desse fóton. Sabendo se que é necessária a energia de 3 eV para gerar o equivalente à carga de um elétron no material, estime a carga total gerada quando um fóton de energia 600 keV incide no detector.
a) A intensidade do sinal da imagem é proporcional à taxa de emissão de pósitrons (pósitrons emitidos por unidade de tempo), que por sua vez é proporcional ao número de radionuclídeos que ainda não decaíram. Assim, devemos determinar a quantidade de radionucídeos que não decaíram nas duas situações, sendo a quantidade inicial de radionuclídeos e quantidade de radionuclídeos após o reparo.
De acordo com o exposto acima, podemos concluir que
sendo a intensidade inicial da imagem antes do reparo e a intensidade final da imagem, após 3h40min. Como 3h40min corresponde a 220 minutos, isto é, a dois tempos de meia vida do flúor-18 (110 minutos, segundo o enunciado), a quantidade de raionuclídeos radioativos reduziu à metade duas vezes, ou seja:
isto é
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Portanto temos:
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b) Devido à conservação de energia, a energia total dos dois fótons, , é igual à energia devido à massa total, , do pósitron e do elétron; pela relação de Einstein, temos então
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Assim, a energia de cada fóton será:
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c) Como a carga elétrica é proporcional à energia, podemos montar a seguinte proporção:
Ou seja:
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