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Questão 3 Fuvest 2020 - 2ª fase - dia 2

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Questão 3

Radioatividade (Física Moderna) Relação Massa Energia

A  tomografia  por  emissão  de  pósitrons  (PET)  é  uma  técnica  de  imagem  por  contraste  na  qual  se  utilizam  marcadores  com    radionuclídeos  emissores  de  pósitrons.  O  radionuclídeo  mais  utilizado  em  PET  é  o  isótopo  18  do  flúor,  que  decai  para  um  núcleo    de  oxigênio‐18,  emitindo  um  pósitron.  O  número  de  isótopos  de  flúor‐18  decai  de  forma  exponencial,  com  um  tempo  de  meiavida  de  aproximadamente  110  minutos

A  imagem  obtida  pela  técnica  de  PET  é  decorrente  da  detecção  de  dois  fótons  emitidos  em  sentidos  opostos  devido  à    aniquilação,  por  um  elétron,  do  pósitron  resultante  do  decaimento.  A  detecção  é  feita  por  um  conjunto  de  detectores    montados  num  arranjo  radial.  Ao  colidir  com  um  dos  detectores,  o  fóton  gera  cargas  no  material  do  detector,  as  quais,  por  sua    vez,  resultam  em  um  sinal  elétrico  registrado  no  computador  do  equipamento  de  tomografia.  A  intensidade  do  sinal  é    proporcional  ao  número  de  núcleos  de  flúor‐18  existentes  no  início  do  processo. 

a)   Após a realização de uma imagem PET, o médico percebeu um problema no funcionamento do equipamento e o reparo   durou 3h40min. Calcule a razão entre a intensidade do sinal da imagem obtida após o reparo do equipamento e a da   primeira imagem.

b)   Calcule a energia de cada fóton gerado pelo processo de aniquilação elétron‐pósitron considerando que o pósitron e o   elétron estejam praticamente em repouso. Esta é a energia mínima possível para esse fóton.

c)   A carga elétrica gerada dentro do material do detector pela absorção do fóton é proporcional à energia desse fóton.   Sabendo se que é necessária a energia de 3 eV para gerar o equivalente à carga de um elétron no material, estime a carga   total gerada quando um fóton de energia 600 keV incide no detector.



Resolução

a) A intensidade do sinal da imagem é proporcional à taxa de emissão de pósitrons (pósitrons emitidos por unidade de tempo), que por sua vez é proporcional ao número de radionuclídeos que ainda não decaíram. Assim, devemos determinar a quantidade de radionucídeos que não decaíram nas duas situações, sendo N0 a quantidade inicial de radionuclídeos e Nf quantidade de radionuclídeos após o reparo.

De acordo com o exposto acima, podemos concluir que

IfI0=NfN0

sendo I0 a intensidade inicial da imagem antes do reparo e If a intensidade final da imagem, após 3h40min. Como 3h40min corresponde a 220 minutos, isto é, a dois tempos de meia vida do flúor-18 (110 minutos, segundo o enunciado), a quantidade de raionuclídeos radioativos reduziu à metade duas vezes, ou seja:

N0   após uma meia vida   12·N0   após mais uma meia vida   12·12·N0

isto é

N0   após duas meias vidas   N04.

Portanto temos:

IfI0=NfN0IfI0=N0/4N0

IfI0=14.

b) Devido à conservação de energia, a energia total dos dois fótons, 2E, é igual à energia devido à massa total, 2m, do pósitron e do elétron; pela relação de Einstein, temos então

2E=2m·c2E=m·c2.

Assim, a energia de cada fóton será:

E=m·c2E=9·10-31·(3·108)2

E=8,1·10-14 J.

c) Como a carga elétrica é proporcional à energia, podemos montar a seguinte proporção:

3 eV     carga de um elétron600 keV                    Q        3 eV                1,6·10-19 C        600·103 eV         Q                   

Ou seja:

Q=600·103·1,6·10-193

Q=3,2·10-14 C.