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Questão 2 Unifesp 2020 - 2ª fase - Bioexatas

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Questão 2

Embriologia

    Em células-tronco embrionárias (CTEs), o potencial de pluripotência pode variar entre as células oriundas de um mesmo embrião. À medida que o embrião se desenvolve, as células-tronco alteram a quantidade de determinados microRNAs, pequenas moléculas de RNA que apresentam uma sequência de nucleotídeos complementar à de um RNA mensageiro. Os microRNAs degradam ou impedem a tradução dos RNAs mensageiros a que se associam e, dessa forma, contribuem para a manutenção da pluripotência das CTEs.

    O entendimento desses mecanismos de regulação da pluripotência pode auxiliar as pesquisas com as CTEs e também com as células-tronco pluripotentes induzidas (iPS), obtidas a partir de células adultas de pacientes, modificadas em laboratório.

(“Novos mecanismos que regulam a pluripotência em células-tronco embrionárias são desvendados”. www.portaldaenfermagem.com.br, 18.08.2019. Adaptado.)

a) Qual é a sequência de bases nitrogenadas no microRNA que se liga à sequência de bases CAGU de um RNA mensageiro? Cite outra molécula de RNA que pode se ligar ao RNA mensageiro.

b) No que consiste a pluripotência das CTEs? Qual a vantagem do uso de células iPS na formação de tecidos para transplantes?



Resolução

a) A complementaridade observada entre fitas de RNA são as seguintes: a base A é complementar à base U e a base C é complementar a G.  Dessa forma a sequência do microRNA complementar à sequência CAGU do RNA mensageiro (RNAm) seria GUCA.

Durante a síntese de proteínas, as moléculas de RNA transportador ou de transferência (RNAt), que carregam os aminoácidos que serão adicionados à cadeia polipeptídica, posicionam-se nos sítios P (peptidil) e A (aminoacil) da subunidade maior do ribossomo. Nesse processo, a definição da sequência dos aminoácidos adicionado à cadeia é definida pelos códons existentes na molécula de RNAm. Cada RNAt tem em uma das extremidade o aminoácido transportado e na outra um anticódon, que deverá ser complementar ao códon do RNAm, como na figura abaixo:

 

Assim sendo, a molécula que pode se ligar ao RNA mensageiro é o RNA transportador e essa ligação ocorre durante a síntese de proteínas em uma etapa denominada tradução.

b) A pluripotência das células-tronco embrionárias (CTEs) consiste na capacidade que essas células têm de se diferenciar em inúmeros tipos de células. Possuímos em nosso corpo mais de duzentos tipos celulares distintos, cada um dotado de características particulares e funções específicas. Diferentemente das células já adultas e especializadas, as CTEs são indiferenciadas e não possuem especialização. Durante o desenvolvimento embrionário, essas células podem ser induzidas à diferenciação e passarão a apresentar as características morfológicas, fisiológicas e funcionais do tecido ao qual fazem parte.

As células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) são obtidas a partir de células já adultas que passaram por um processo que as induziram a retroceder no caminho de diferenciação. Desse modo, as iPS também podem possuir pluripotência e serem utilizadas em uma infinidade de pesquisas e terapias. A vantagem do uso de iPS é que elas podem ser obtidas a partir de células retiradas do próprio paciente, evitando problemas de rejeição, como aquelas que poderiam ocorrer em casos de transplantes de tecidos. Como as células originais são obtidas da mesma pessoa na qual o tratamento será realizado não haverá problemas de incompatibilidade.