Texto 1
A Estética sob o aspecto de mera “ciência da sensibilidade” chega ao seu fim no século XX e é progressivamente substituída por um discurso que conjuga racionalidade e afetividade. Agora será preciso tentar compreender aisthesis não mais através da dicotomia tradicional entre senso (razão) e sensível (afetividade), mas como uma experiência simultânea de percepção sensível e percepção de sentido (racional).
(Charles Feitosa. Explicando a filosofia com arte, 2004. Adaptado.)
Texto 2
Inicialmente Kant opera com o termo estética na Crítica da razão pura segundo o significado de conhecimento sensível, no campo da teoria do conhecimento. Nessa obra, a estética designa uma importante parte da teoria do conhecimento. Segundo Kant, “sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, e sem entendimento nenhum objeto seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceito são cegas”. O conhecimento possui duas partes.
(Marco Aurélio Werle. “O lugar de Kant na fundamentação da estética como disciplina filosófica”. In: Doispontos, vol. 2, no 2, outubro de 2005. Adaptado.)
a) Qual o principal objeto de investigação filosófica da disciplina Estética? Por que a Estética é tradicionalmente associada à sensibilidade?
b) De acordo com o texto 2, quais são as “duas partes” do conhecimento? Qual a importância da estética na produção do conhecimento?
a) A Estética é o campo de discussão filosófica geralmente associado às discussões sobre o belo. Desta forma, ela se desenvolve em torno de explicitar os critérios pelos quais julgamos a aparência das coisas, ou seja, como formulamos juízos favoráveis ou desfavoráveis a partir do que se apresenta aos nossos sentidos. Assim, faz parte da história do pensamento que seja associada à sensibilidade, ou seja, à faculdade de recepção das impressões dos sentidos.
b) Segundo o texto 2, as duas partes do conhecimento são a sensibilidade e o entendimento. A estética investiga justamente a faculdade da sensibilidade, que é responsável por oferecer objetos ao pensamento.