O Brasil já é o segundo país que mais realiza a cirurgia bariátrica, que reduz o tamanho do estômago.
O paciente consegue emagrecer porque perde a fome radicalmente — a quantidade de comida consumida cai a um quarto, em média, por falta de espaço. Apesar dos avanços técnicos e das facilidades, a cirurgia está longe de ser uma intervenção simples.
(Natalia Cuminale. “Emagrecer na faca”. Veja, 13.03.2019. Adaptado.)
Além de aumentar a sensação de saciedade, mesmo com pequena ingestão de alimentos, a redução do estômago também reduz a quantidade de suco gástrico secretado pela parede estomacal, comprometendo a digestão do alimento nessa porção do aparelho digestório.
A principal enzima digestória do suco gástrico e a estrutura química dos monômeros das moléculas sobre as quais atua são
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O sistema digestório é formado por diversos compartimentos, cada um deles especializado em uma etapa do complexo processo de digestão e absorção, cabendo ao estômago iniciar a digestão de proteínas, pela ação do suco gástrico.
As proteínas são moléculas biológicas formadas por polímeros de aminoácidos ligados por ligações peptídicas. Os aminoácidos são moléculas orgânicas que apresentam grupo amina e grupo ácido carboxílico, ambos ligados ao carbono alfa, no qual também está ligado uma cadeia lateral (R), conforme a imagem abaixo.
A liberação do suco gástrico por parte do estômago é estimulada tanto pela mastigação quanto pela presença de alimento proteico no estômago. Esses dois fatores servem de estímulo para as células G que estão presentes no estômago e essas, por sua vez, liberam o hormônio gastrina no sangue. Tal hormônio tem a função de estimular as glândulas estomacais a liberar seu conteúdo, o suco gástrico. O suco gástrico é composto de água, HCl (ácido clorídrico), sais inorgânicos e enzimas, especialmente a pré-enzima inativa pepsinogênio (em contato com o ácido clorídrico, é modificada quimicamente para se tornar pepsina). O HCl é liberado pelas células parietais, localizadas nas glândulas compostas tubulosas presentes no estômago.
Nessas mesmas glândulas estão as células pépticas, responsáveis pela secreção do pepsinogênio. O HCl tem a função de tornar o pH do compartimento estomacal favorável à ação enzimática, que é aproximadamente 2,0. Uma vez que o suco gástrico tenha sido liberado o HCl também tem ação ativadora do pepsinogênio, convertendo-o em pepsina, a forma ativa da enzima. Assim que formada, a pepsina apresenta ação autocatalítica e, assim como o HCl, também atua no pepsinogênio, convertendo-o em pepsina. A pepsina é uma enzima que catalisa a hidrólise das ligações peptídicas que mantêm os aminoácidos das proteínas ligados. A função dessa enzima é, portanto, promover a digestão de proteínas, gerando como resultado cadeias mais curtas de aminoácidos ligados, os polipeptídeos e os oligopeptídeos, que serão finamente quebrados no compartimento a seguir, o duodeno, com a atuação de outras enzimas específicas.
Considerando as informações acima podemos considerar as alternativas:
a) Incorreta. A tripsina é uma enzima produzida no pâncreas e liberada no duodeno, também catalisa a hidrólise das ligações peptídicas. O monômero mostrado na alternativa é um ácido carboxílico.
b) Incorreta. O suposto monômero mostrado na figura não é um aminoácido, trata-se de uma molécula polifuncional com um grupo aldeído e um grupo álcool.
c) Correta. A pepsina é a principal enzima digestória do suco gástrico e a molécula mostrada é um aminoácido, possui um grupo amina e um grupo ácido carboxílico.
d) Incorreta. A tripsina não atua no estômago e a molécula mostrada não é um aminoácido, pois possui grupo éster de fosfato e grupo álcool.
e) Incorreta. O termo peptidase é genérico e a molécula mostrada é um tipo de álcool.